repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj

faz se sentir impossibilitada de preencher o desejo da mãe. Essa identificação com a mãe
remete à figura do pai enquanto objeto de amor, relação na qual, por meio da equação
simbólica, buscará ter o falo, substituindo o pênis pelo filho. Se o pênis do pai passa a ter,
aqui, um valor simbólico, é porque substitui o falo imaginário do qual acha que sua mãe a
privou.
Portanto, a castração, correlata ao gozo fálico, está relacionada ao surgimento do
desejo, “a castração é o que rege o desejo, no normal e no anormal” 39
, marcando a relevância
para a clínica do modo singular com que cada um articula seu desejo. Assim, no obsessivo
vamos ter a negação do desejo do Outro, enquanto que no histérico vamos nos deparar com
um desejo “que só se mantém pela insatisfação que lhe é trazida ao se furtar ali como objeto”.
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Tendo desenvolvido as referências à dialética fálica, passaremos a destacar um
elemento que nos interessa no desdobramento posterior deste trabalho. Esse elemento articula
o tema da identificação, a partir da dialética fálica, com a repetição significante. Tomaremos
uma abordagem possível em Freud e depois sua apresentação em Lacan. Isso nos ajudará a
situar uma das vertentes da repetição na clínica – a primeira desenvolvida por Lacan – que é a
repetição significante. Posteriormente, no capítulo seguinte, tomaremos seu registro no Real
para podermos especificar esses aspectos a partir do caso freudiano do Homem dos Ratos.
1.4.1 - Freud e as Três Formas de Identificação.
Vamos, agora, introduzir o tema da identificação em Freud, tomando como referência
seu texto Psicologia das Massas e Análise do Eu (1921) 41
, escrito, portanto, um ano depois
39 - “Idem”, – Subversão do Sujeito e Dialética do Desejo no Inconsciente Freudiano, in Escritos, RJ, Zahar
Editor, 1998, p. 841.
40 - “Idem, Ibidem”, p. 838
41 - “Idem”, - Psicologia das Massas e Análise do Eu [1921]; in: ESB das Obras Completas; Rio de Janeiro,
Imago Ed., v. XVIII; (1976).
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