repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj
repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj
repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
que é objeto da identificação, vai estar presente, diz Freud, <strong>na</strong> gênese da melancolia e do<br />
homossexualismo. Assim, no homossexualismo o jovem fixado edipicamente <strong>na</strong> mãe, ao<br />
invés de trocá-la por outro objeto <strong>na</strong> puberdade, se identifica a ela e passa a buscar um objeto<br />
que possa substituir seu eu para ele, objetos aos quais possa dar o mesmo carinho e amor que<br />
recebia da mãe. A identificação, aqui, vai operar <strong>na</strong> constituição do caráter sexual do eu,<br />
tomando como modelo o objeto anteriormente investido, que vai ser renunciado ou recalcado.<br />
Já <strong>na</strong> melancolia, o sujeito se identifica ao objeto perdido pelo recurso da introjeção:<br />
“um objeto que fora perdido foi instalado novamente dentro do eu,..., uma catexia do objeto<br />
foi substituída por uma identificação 52<br />
”. Essa operação resulta em uma divisão do eu, fazendo<br />
com que uma parte, constituída pelo ideal do eu, passe a dirigir à outra parte, resultante da<br />
alteração sofrida pelo eu com a introjeção do objeto perdido, as críticas e censuras antes<br />
direcio<strong>na</strong>das a esse objeto.<br />
1.4.2 - A Identificação em Lacan.<br />
Lacan dedica, entre os anos de 1961 e 1962, um seminário inteiro ao tema da<br />
identificação, no entanto, vamos abordar aqui ape<strong>na</strong>s alguns pontos que achamos<br />
fundamentais para o desenvolvimento de nosso trabalho.<br />
Podemos ver, que logo no início de seu seminário nove, A Identificação (1961/62),<br />
Lacan nos indica por qual viés pretende desenvolver o tema em questão, ao fazer uma<br />
referência à alternância de seus seminários no que diz respeito ao enfoque dado ao tema<br />
trabalhado. Segundo ele afirma, seus seminários pares seriam dedicados ao objeto, enquanto<br />
os seminários ímpares abordariam a questão do significante. Seguindo essa lógica, o<br />
seminário nove, portanto ímpar, vai centrar seu enfoque no significante, o que nos permite<br />
concluir que a problemática da identificação vai ser abordada, aqui, pelo viés da relação do<br />
sujeito com o significante.<br />
52 - “Idem”, – Eu e o Isso [1923], p. 42.<br />
xlii