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repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj

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“Na doutri<strong>na</strong> freudia<strong>na</strong>, o falo não é uma fantasia, caso se deva entender por isso<br />

um efeito imaginário. Tampouco é, como tal, um objeto (parcial, interno, bom,<br />

mau...), <strong>na</strong> medida em que esse termo tende a prezar a realidade implicada numa<br />

relação. E é menos ainda o órgão, pênis ou clitóris, que ele simboliza. E não foi<br />

sem razão que Freud extraiu-lhe a referência de simulacro que ele era para os<br />

antigos”. 32<br />

Assim, o falo em sua função significante vai desig<strong>na</strong>r os efeitos que a linguagem vai<br />

ter sobre o sujeito, definindo desde o primeiro momento sua relação com a falta, ou seja, com<br />

uma incompletude decorrente de sua inscrição <strong>na</strong> linguagem.<br />

Lacan em seu seminário sobre a relação de objeto (1956/1957), vai propor a<br />

concepção de três tempos lógicos que viriam a constituir o desenvolvimento do complexo de<br />

Édipo: frustração, privação e castração. Esses três tempos, que vão se inter-relacio<strong>na</strong>r<br />

logicamente, se caracterizariam pelo modo como cada um dos lugares dessa ence<strong>na</strong>ção<br />

edípica - agente, objeto e falta -, se alter<strong>na</strong>m em relação aos registros do real, simbólico e<br />

imaginário.<br />

Assim, o primeiro tempo, Frustração, vai se referir “à primeira idade da vida” 33<br />

, onde<br />

o bebê, por não discernir a parte do todo, toma o seio, objeto de satisfação, como real. A mãe,<br />

aqui, vem a ser o agente simbólico da frustração, operação que resulta numa falta imaginária.<br />

O bebê, nesse momento, depende da mãe para satisfazer suas necessidades, sendo essa<br />

mãe, que representa o Outro primordial, quem vai interpretar aquilo de que ela necessita, ou<br />

seja, a criança vai demandar aquilo que ela recebe do Outro enquanto mensagem invertida:<br />

32 - “Idem, Ibidem”, p. 695/696.<br />

33 - “Idem” - O seminário – livro 4: A Relação de Objeto, RJ, Jorge Zahar Editor, 1995; p. 62<br />

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