08.05.2013 Views

repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj

repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj

repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Deste modo, o posicio<strong>na</strong>mento do menino <strong>na</strong> dialética ser e ter depende, assim, da<br />

forma de laço que ele vai privilegiar <strong>na</strong> relação com o pai, ou seja, ele pode tomar o pai<br />

enquanto sujeito ou enquanto objeto, respectivamente.<br />

Freud chama a atenção para o fato de que a identificação ao pai vai sempre preceder a<br />

escolha de objeto: ser o pai, que <strong>na</strong> leitura lacania<strong>na</strong> surge <strong>na</strong> figura do ser o falo, é anterior a<br />

dinâmica edípica, aonde vai entrar em jogo o ser como o pai. Mais a frente, em O Eu e o Isso<br />

(1923), Freud vai relacio<strong>na</strong>r essas identificações, anteriores a escolha de objeto, à origem do<br />

ideal do eu:<br />

“... por trás dele (ideal do eu) jaz oculta a primeira e mais importante identificação<br />

de um indivíduo, a sua identificação com o pai em sua própria pré-história<br />

pessoal... Trata-se de uma identificação direta e imediata, e se efetua mais<br />

primitivamente do que qualquer catexia do objeto 46<br />

”.<br />

Partindo de sua observação de que o processo de identificação “esforça-se por moldar<br />

o próprio eu de uma pessoa segundo o aspecto daquele que foi tomado como modelo 47<br />

”,<br />

Freud vai distinguir três modos de identificação presentes <strong>na</strong> formação de um sintoma<br />

neurótico. Um primeiro modo seria a identificação que estaria por trás do mecanismo de<br />

formação do sintoma histérico, como, por exemplo, pode ocorrer no complexo de Édipo: é o<br />

caso da meni<strong>na</strong> que desenvolve o sintoma da mãe como significado de seu desejo de tomar o<br />

seu lugar, em função de seu amor objetal pelo pai. “Você queria ser sua mãe, agora você a é,<br />

pelo menos no que concerne a seus sofrimentos 48<br />

”. Vemos que aqui, a identificação se dá em<br />

relação ao objeto que é hostilizado, no caso a mãe.<br />

Em um segundo modo, a identificação se daria em relação ao sintoma da pessoa<br />

46 - “Idem”, – Eu e o Isso [1923]; in: ESB das Obras Completas; Rio de Janeiro, Imago Ed., v. XIX, (1976), p.<br />

45.<br />

47 - “Idem”, - Psicologia das Massas e Análise do Eu [1921], p. 134.<br />

48 - “Idem, Ibidem”, p. 135.<br />

xl

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!