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Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

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Para Leonar<strong>do</strong> Boff (2000),<br />

120<br />

O que se opõe ao descui<strong>do</strong> e ao descaso é o cui<strong>da</strong><strong>do</strong>. Cui<strong>da</strong>r é mais que<br />

um ato, é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de<br />

atenção, de zelo e desvelo. Representa uma atitude de ocupação,<br />

preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.<br />

E a título de reflexão, alguns estu<strong>do</strong>s demonstram a inviabili<strong>da</strong>de de pensar o i<strong>do</strong>so<br />

como ser ‘frágil’, destituí<strong>do</strong> <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de ‘cui<strong>da</strong>r’, como alguns querem<br />

acreditar. Essa visão aliena<strong>da</strong> precisa ser erradica<strong>da</strong>, no senti<strong>do</strong> de abolir práticas<br />

discriminatórias como a infantilização, segregação e estigmatização que afetam<br />

diretamente a digni<strong>da</strong>de e a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so. É inconcebível olhar o i<strong>do</strong>so como<br />

foco unilateral <strong>da</strong>s atenções de cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, negan<strong>do</strong> a reali<strong>da</strong>de de troca nas relações<br />

familiares e sociais.<br />

Em Fernan<strong>do</strong> de Noronha, por exemplo, 70% <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos prestam aju<strong>da</strong> de ordem<br />

financeira à família, enquanto 31,3% recebem o mesmo tipo de aju<strong>da</strong>. Em relação à<br />

moradia, 63,8% <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos acolhem familiares <strong>do</strong>s vários graus de parentesco,<br />

principalmente, filhos(as), noras, genros e netos, enquanto apenas 13,8% recebem a<br />

mesma aju<strong>da</strong>. É importante destacar, 43,8% <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos costumam cui<strong>da</strong>r de<br />

crianças, geralmente, netos e bisnetos, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> suporte aos filhos e respectivos<br />

cônjuges ou companheiros(as) para que possam trabalhar. Não ultrapassan<strong>do</strong> para<br />

limites de exploração, essa experiência intergeracional é necessária e positiva no<br />

cotidiano <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so, o qual não pode viver segrega<strong>do</strong> em ‘guetos’ para velhos.<br />

A título de curiosi<strong>da</strong>de, o demógrafo Ronald Lee (apud MARINHO, 2003), nos seus<br />

estu<strong>do</strong>s com mamíferos de várias espécies, destaca a importância <strong>do</strong> contato<br />

intergeracional, enfatizan<strong>do</strong> o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> como a razão evolutiva <strong>da</strong> sobrevivência <strong>do</strong>s

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