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Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

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Ain<strong>da</strong> sobre a história <strong>da</strong> ocupação de Fernan<strong>do</strong> de Noronha, Silva & Melo (2000)<br />

continuam:<br />

Por 201 anos vigoraria o presídio comum de Fernan<strong>do</strong> de Noronha. Muito<br />

pouco seria acrescenta<strong>do</strong> ao espaço, senão cabanas para presos de bom<br />

comportamento e suas famílias, em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX, após a liberação<br />

de também serem remeti<strong>da</strong>s mulheres para a ilha, tanto companheiras <strong>do</strong>s<br />

correcionais como mulheres prisioneiras, igualmente condena<strong>da</strong>s – como os<br />

homens ali manti<strong>do</strong>s - a longas penas. E com essa liberação veio o<br />

aumento <strong>da</strong> população, vieram os risos infantis, a necessi<strong>da</strong>de de<br />

programas escolares e de saúde, o controle excessivo <strong>da</strong> conduta de ca<strong>da</strong><br />

um <strong>do</strong>s que aí viviam, submeti<strong>do</strong>s a um regime de extrema rigidez. [...] O<br />

presídio político cria<strong>do</strong> em 1938, após a cessão <strong>da</strong> ilha à União, não traria<br />

grandes mu<strong>da</strong>nça ao traça<strong>do</strong> urbano. Substituíam-se homens, apenas.<br />

Saíam os ladrões, os assassinos de Pernambuco, condena<strong>do</strong>s a longas<br />

penas, para chegarem os comunistas, aliancistas e integralistas de to<strong>do</strong> o<br />

Brasil, homens letra<strong>do</strong>s movi<strong>do</strong>s por ideais considera<strong>do</strong>s subversivos,<br />

submeti<strong>do</strong>s ao serviço braçal, encontran<strong>do</strong> o derivativo <strong>da</strong> Arte para<br />

sublimarem aqueles dias de humilhação, fazen<strong>do</strong> teatro nas horas de<br />

descanso, como um refrigério para seus atormenta<strong>do</strong>s espíritos. E saem os<br />

presos comuns, transferi<strong>do</strong>s para a Ilha Grande, no Rio de Janeiro, somente<br />

permanecen<strong>do</strong> ali os que se haviam mostra<strong>do</strong> úteis aos trabalhos <strong>do</strong> dia a<br />

dia.<br />

A história de Fernan<strong>do</strong> de Noronha começou a tomar novo rumo, em relação ao<br />

processo de conquista <strong>do</strong>s direitos de ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia <strong>da</strong> população insular, a partir <strong>do</strong>s<br />

anos 80, culminan<strong>do</strong> em 1987, quan<strong>do</strong> tomou posse o primeiro Governa<strong>do</strong>r Civil <strong>do</strong><br />

Arquipélago, vincula<strong>do</strong> ao Ministério <strong>do</strong> Interior (MINTER). Pela primeira vez, a meta<br />

principal <strong>do</strong> Governo passou a ser "...a recuperação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia <strong>da</strong> população<br />

civil de Fernan<strong>do</strong> de Noronha, que há déca<strong>da</strong>s habita o Território, sem que antes<br />

tenha ti<strong>do</strong> direitos e deveres formalmente explicita<strong>do</strong>s e legalmente constituí<strong>do</strong>s"<br />

(BRASIL, 1988).<br />

Termina<strong>da</strong> a Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial, restou o Território Federal, rígi<strong>do</strong> e<br />

hierárquico. Restaram uns poucos que haviam atravessa<strong>do</strong> os muitos<br />

tempos noronhenses, descendentes de presos, de guar<strong>da</strong>s, de gente <strong>do</strong><br />

Continente que se haviam acostuma<strong>do</strong> à solidão <strong>da</strong>quelas paragens e à<br />

extrema beleza <strong>do</strong> lugar. Restavam pesca<strong>do</strong>res, agricultores, construtores,<br />

carpinteiros, cozinheiros, professores leigos, que por serem bons nas<br />

tarefas que cumpriam, eram necessários ao funcionamento diário.<br />

Restavam crianças que cresciam sob o <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> Exército, depois <strong>da</strong><br />

Aeronáutica, <strong>do</strong> EMFA e, finalmente, <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Interior (MINTER),<br />

perío<strong>do</strong> em que a ilha recebeu seu único Governa<strong>do</strong>r civil e tempo <strong>da</strong>s mais<br />

significativas mu<strong>da</strong>nças, enquanto território sob o <strong>do</strong>mínio <strong>da</strong> União (1987 /<br />

1988). A população <strong>do</strong>brou, nesse tempo não militariza<strong>do</strong> mas ain<strong>da</strong><br />

fronteira e território federal (SILVA & MELO, 2000).<br />

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