Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...
Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...
Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
um grupo dependente de algum tipo de assistência. Ao mesmo tempo, o<br />
declínio <strong>da</strong> produção familiar, seja na agricultura, seja em pequenas<br />
empresas <strong>do</strong>mésticas, reduziu um sistema de remuneração familiar que<br />
permitia aos filhos cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong>s pais envelheci<strong>do</strong>s (DEBERT & SIMÕES,<br />
1994).<br />
Imprescindível à compreensão <strong>do</strong> fenômeno <strong>do</strong> envelhecimento <strong>da</strong> população<br />
mundial, enquanto questão social, é a relação direta <strong>da</strong> influência <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> de<br />
produção capitalista na estrutura familiar, ou seja, a exploração <strong>do</strong> capital sobre o<br />
trabalho, geran<strong>do</strong> salários irrisórios, obrigan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os componentes <strong>da</strong> família a<br />
desenvolver alguma ativi<strong>da</strong>de produtiva ou comercial, fora de casa, para manter uma<br />
ren<strong>da</strong> mínima de sobrevivência. Tal situação altera substancialmente o processo de<br />
reprodução <strong>da</strong> força de trabalho, em escala amplia<strong>da</strong>, recain<strong>do</strong> sobre os mais<br />
'frágeis', <strong>do</strong> ponto de vista produtivo, o ônus pela desestruturação <strong>do</strong> trabalho<br />
<strong>do</strong>méstico (SOUZA, 1985).<br />
Com a desestruturação <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong>méstico, o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> para com os i<strong>do</strong>sos,<br />
crianças e porta<strong>do</strong>res de deficiência, antes assumi<strong>do</strong> pela mulher, tem si<strong>do</strong><br />
paulatinamente delega<strong>do</strong> às instituições presta<strong>do</strong>ras de serviços, sejam públicas,<br />
priva<strong>da</strong>s ou filantrópicas, porém, nem sempre, tais serviços são planeja<strong>do</strong>s e<br />
executa<strong>do</strong>s para garantir a digni<strong>da</strong>de de seus usuários. As políticas sociais<br />
direciona<strong>da</strong>s à população <strong>i<strong>do</strong>sa</strong> não atendem à deman<strong>da</strong> real, ten<strong>do</strong> em vista a<br />
ilegitimi<strong>da</strong>de de suas concepções. Na maioria <strong>da</strong>s vezes, nem o corte <strong>do</strong>s 60 anos<br />
de i<strong>da</strong>de, assumi<strong>do</strong> pela Organización Mundial de la Salud (2002), para países em<br />
desenvolvimento, é respeita<strong>do</strong> no momento <strong>do</strong> exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so. No<br />
Brasil, por exemplo, a Lei Orgânica <strong>da</strong> Assistência Social - LOAS (Lei n o 8.742, de 7<br />
de dezembro de 1993), mediante o Benefício <strong>da</strong> Prestação Continua<strong>da</strong> (BPC),<br />
atualiza<strong>do</strong> no Estatuto <strong>do</strong> I<strong>do</strong>so (2003), garante 1 (um) salário mínimo mensal ao<br />
36