Sistema multicanal para aquisiç˜ao de dados em um ... - CBPFIndex
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1 Radiação Cósmica<br />
1.1 Histórico<br />
As primeiras evidências da incidência <strong>de</strong> partículas na atmosfera da Terra foram re-<br />
veladas <strong>em</strong> 1912 por Victor F. Hess [1]. Ele utilizou eletroscópios <strong>em</strong> balões atmosféricos<br />
<strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar a variação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> partículas com a altitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scobrindo a<br />
radiação ionizante <strong>de</strong>nominada, posteriormente, raios cósmicos por Millikan [2] <strong>em</strong> 1926.<br />
Observando que a radiação presente na superfície da Terra não diminuía à medida que<br />
a distância <strong>em</strong> relação ao solo a<strong>um</strong>entava, Hess mostrou a incompatibilida<strong>de</strong> da hipótese<br />
<strong>de</strong> radiação <strong>em</strong>itida pela própria Terra. Um pouco antes, Theodor Wulf [3] escalou a<br />
Torre Eiffel e observou que o eletroscópio indicava <strong>um</strong>a taxa <strong>de</strong> partículas maior do que<br />
se esperava.<br />
Para tentar explicar estes resultados e confirmar que aquelas medidas não eram flu-<br />
tuação estatística, Hess lançou-se <strong>em</strong> balões que atingiam altitu<strong>de</strong>s na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 5 km.<br />
Após suas investigações, concluiu que o efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga por ionização do eletroscópio<br />
era <strong>de</strong>vido à ação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a radiação <strong>de</strong>sconhecida, altamente penetrante, provinda <strong>de</strong> fora<br />
da atmosfera. Por esta <strong>de</strong>scoberta, Hess recebeu o Prêmio Nobel <strong>de</strong> Física <strong>em</strong> 1936.<br />
Em 1929, com os estudos <strong>de</strong> Bothe e Kolhöster [4], foi <strong>de</strong>monstrado que a componente<br />
primária (nome dado à partícula que primeiro atinge a atmosfera) dos raios cósmicos era<br />
composta por partículas carregadas, as quais podiam ser <strong>de</strong>fletidas por campos magné-<br />
ticos, contrariando a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que foss<strong>em</strong> fótons. Mais tar<strong>de</strong>, <strong>em</strong> 1938, Pierre Auger [5]<br />
posicionou <strong>de</strong>tectores <strong>de</strong> partículas nos Alpes Franceses e percebeu coincidências nos dis-<br />
paros <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção. Como os <strong>de</strong>tectores estavam se<strong>para</strong>dos por vários metros, Auger inferiu<br />
que teria ocorrido <strong>um</strong>a chuva <strong>de</strong> partículas, a qual se estendia por todo o arranjo experi-<br />
mental instalado. Ele então estimou que a energia da componente primária era da or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> 10 15 eV e <strong>de</strong>nominou o fenômeno <strong>de</strong> Chuveiro Atmosférico Extenso (CAE).<br />
Depois disso, muitos experimentos foram <strong>de</strong>senvolvidos <strong>para</strong> <strong>de</strong>tectar raios cósmicos<br />
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