Indicação - Sintonia Saint Germain
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nascem e para onde retomam. Preste mais atenção ao silêncio do que aos sons. Prestar atenção ao silêncio<br />
exterior cria um silêncio interior, e a mente fica serena. Um portal está se abrindo.<br />
Cada som nasce no silêncio e morre no silêncio. Sua curta duração é cercada pelo silêncio. O silêncio<br />
torna possível que o som aconteça. É uma parte intrínseca, mas não manifesta de cada som, cada nota musical,<br />
cada melodia, cada palavra. O Não Manifesto está presente neste mundo como silêncio. Essa é a razão pela qual<br />
dizem que nada neste mundo é tão parecido com Deus quanto o silêncio. Só o que temos de fazer é prestar<br />
atenção a ele. Mesmo durante uma conversa, fique consciente dos espaços entre as palavras, dos curtos espaços<br />
de silêncio entre as frases. Ao fazer isso, uma dimensão de serenidade cresce dentro de você. Não conseguimos<br />
prestar atenção ao silêncio sem que, ao mesmo tempo, estejamos serenos em nosso interior. O silêncio está do<br />
lado de fora e a serenidade dentro de nós. Você penetrou no Não Manifesto.<br />
O espaço<br />
Do mesmo modo que o som não pode existir sem o silêncio, nenhuma coisa pode existir sem o nada, sem<br />
o espaço vazio. Cada objeto material ou cada corpo veio do nada, é cercado pelo nada e vai voltar para o nada.<br />
Até mesmo no interior de cada corpo físico existe muito mais “nada” do que “algo”. Os físicos nos dizem que a<br />
solidez da matéria é uma ilusão. Até matéria aparentemente sólida, como o nosso corpo, é quase 100 por cento<br />
espaço vazio, tão grandes são as distâncias entre os átomos em comparação com o tamanho deles. Além disso,<br />
mesmo no interior de cada átomo, a maior parte é de espaço vazio. O que resta é mais como uma freqüência<br />
vibracional do que partículas de matéria sólida, mais como uma nota musical. Os budistas sabem disso há mais<br />
de 2.500 anos. “Forma é o vazio, o vazio é forma”, afirma o Sutra do Coração, também conhecido como o<br />
Sutra da Sabedoria, um dos mais antigos e conhecidos textos budistas. A essência de todas as coisas é o vazio.<br />
O Não Manifesto não se apresenta nesse mundo só como silêncio.. Ele também é o espaço que perpassa<br />
todo o universo físico, por dentro e por fora. É tão fácil de não percebermos quanto o silêncio.. Todos nós<br />
prestamos atenção às coisas no espaço, mas quem presta atenção ao próprio espaço?<br />
Você está sugerindo que o “vazio” ou “nada” não é apenas nada e que existe alguma qualidade<br />
misteriosa neles? O que é o nada?<br />
Você não pode fazer uma pergunta como essa. A sua mente está tentando transformar nada em algo. No<br />
momento em que você faz isso, já o perdeu. O nada – o espaço – é a aparência do Não Manifesto como um<br />
fenômeno externalizado, em um mundo percebido pelos sentidos. É o máximo que alguém pode dizer a esse<br />
respeito, e até mesmo isso é uma espécie de paradoxo. O nada não pode se tornar um objeto de conhecimento.<br />
Não se pode fazer um doutorado sobre o “nada”. Quando os cientistas estudam o espaço, geralmente o<br />
transformam em alguma coisa e assim deixam de captar a verdadeira essência dele. Por isso, não me surpreende<br />
que a última teoria sobre o espaço seja de que ele não é completamente vazio, que é preenchido por alguma<br />
substância. Quando existe uma teoria, não é difícil encontrar uma tese para comprová-la, ao menos até que outra<br />
teoria apareça.<br />
O “nada” só pode vir a ser um portal para o Não Manifesto se você não tentar se apoderar dele ou<br />
compreendê-lo.<br />
Não é isso o que estamos fazendo aqui?<br />
Não necessariamente. Estou aqui lhe dando umas pistas para mostrar como trazer a dimensão do Não<br />
Manifesto para a sua vida. Ninguém está tentando compreendê-lo. Não há nada para compreender.<br />
O espaço não tem “existência”. A palavra “existir” significa “destacar-se”. Não conseguimos<br />
compreender o espaço porque ele não se destaca. Embora não tenha uma existência em si mesmo, ele possibilita<br />
que todas as outras coisas existam. O silêncio também não tem uma existência, nem tampouco o Não Manifesto.<br />
O que acontece então quando desviamos a nossa atenção dos objetos no espaço e passamos a perceber o<br />
espaço em si? Qual é a essência desta sala? Os móveis, os quadros, etc. estão dentro da sala, mas eles não são a<br />
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