Indicação - Sintonia Saint Germain
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que a inconcebível imensidão e quietude do espaço, e, ainda assim, o que ele é? Um vazio, um imenso vazio.<br />
Aquilo que se apresenta para nós como espaço, no nosso mundo percebido através da mente e dos sentidos, é a<br />
forma exteriorizada do próprio Não Manifesto. É o “corpo” de Deus. E o grande milagre é que essa quietude e<br />
imensidão, que permitem o universo ser, não estão apenas lá no espaço, estão também dentro de nós. Quando<br />
estamos inteira e totalmente presentes, nós o encontramos como o espaço interior e sereno da mente vazia.<br />
Dentro de nós, ele é imenso em profundidade, não em extensão. A extensão espacial é, em última análise, uma<br />
percepção distorcida da profundidade infinita, uma característica da realidade transcendental única.<br />
De acordo com Einstein, o espaço e o tempo não são coisas separadas. Não entendo muito bem, mas<br />
acho que ele está dizendo que o tempo é a quarta dimensão do espaço. Ele chama isso de “o continuum do<br />
tempo e espaço”.<br />
Sim. O espaço e o tempo que percebemos são, em essência, uma ilusão, mas contêm um cerne de<br />
verdade. Correspondem às duas características essenciais de Deus, que são a infinitude e a eternidade, vistas<br />
como se tivessem uma existência externa, fora de nós. Dentro de nós, o espaço e o tempo possuem um<br />
equivalente que nos revela não só a verdadeira natureza de cada um deles, como também a de cada um de nós.<br />
Enquanto o espaço corresponde à quietude, a infinitamente profunda região da mente vazia, o tempo tem o seu<br />
equivalente interno na presença, na percepção do eterno Agora. Lembre-se de que não há diferença entre os<br />
dois. Quando o espaço e o tempo são percebidos, em nosso interior, como o Não Manifesto – mente vazia e<br />
presença –, o espaço exterior e o tempo continuam a existir para nós, mas perdem a importância. O mundo<br />
também continua a existir para nós, mas não nos impõe mais restrições.<br />
Portanto, o objetivo final do mundo não está dentro do mundo, mas na transcendência do mundo. Assim<br />
como nós não teríamos consciência do espaço se não houvesse objetos no espaço, o mundo é necessário para<br />
que o Não Manifesto seja percebido. Talvez você tenha ouvido o ensinamento budista “se não houvesse ilusão,<br />
não haveria a iluminação”. É através do mundo e, em última instância, através de você que o Não Manifesto é<br />
reconhecido. Estamos aqui para tornar possível que o propósito divino do universo se revele. Veja só como você<br />
é importante!<br />
A morte consciente<br />
Além do sono sem sonhos, de que já tratei, existe mais um portal involuntário. Ele se abre, por breves<br />
momentos, na hora da nossa morte física. Mesmo que tenhamos perdido todas as outras oportunidades de<br />
alcançar a realização espiritual durante a vida, um último portal vai se abrir para nós, imediatamente após o<br />
nosso corpo ter morrido.<br />
Existem inúmeros relatos de pessoas que descreveram esse portal como uma luz radiante, depois de<br />
regressarem do que é comumente conhecido como experiência de quase-morte. Muitas pessoas falam também<br />
de uma sensação de serenidade abençoada e de uma paz profunda. Em O Livro Tibetano dos Mortos 1 , ela é<br />
descrita como “o esplendor luminoso da luz branca do Vazio”, que seria o “nosso verdadeiro eu”. Esse portal<br />
abre-se apenas por breves segundos, e, a menos que você tenha encontrado a dimensão do Não Manifesto<br />
durante a vida, provavelmente o deixará escapar. Muitas pessoas carregam uma grande resistência residual,<br />
muito medo, um forte apego à experiência sensorial, uma enorme identificação com o mundo manifesto. Então,<br />
quando vêem o portal, afastam-se com medo e depois perdem a consciência. Muito do que acontece depois<br />
disso é involuntário e automático. Posteriormente, poderá haver um outro ciclo de nascimento e morte. A<br />
presença delas não foi ainda forte o bastante para uma imortalidade consciente.<br />
Então atravessar esse portal não significa destruição?<br />
Como em todos os outros portais, a nossa natureza radiante e verdadeira permanece, mas não a<br />
personalidade. Em qualquer caso, aquilo que for verdadeiro ou de real valor em nossa personalidade é que vai se<br />
1 W. Y. Evans-Wentz. O Livro Tibetano dos Mortos. Pensamento, 2000.<br />
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