Indicação - Sintonia Saint Germain
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A aceitação do sofrimento é uma viagem em direção à morte. Encarar o sofrimento profundo, permitindo<br />
que ele exista, colocando a sua atenção sobre ele, é entrar na morte conscientemente. Quando tiver morrido essa<br />
morte, você perceberá que não existe morte e que não há nada a temer. Só quem morre é o ego. Imagine um raio<br />
de sol que se esqueceu que é uma parte inseparável do sol, acredita que precisa lutar pela sobrevivência e,<br />
assim, cria e se apega a uma outra identidade diferente do sol. Será que a morte dessa ilusão não seria<br />
incrivelmente libertadora?<br />
Você quer ter uma morte fácil? Você prefere morrer sem sofrimento, sem agonia? Então, morra para o<br />
passado a cada instante e permita que a luz da sua presença apague o pesado e limitado “eu” que você pensou<br />
que era “você”.<br />
O caminho da cruz<br />
Existem muitos relatos de pessoas que dizem ter encontrado Deus através de um sofrimento profundo, e<br />
há também a expressão cristã “o caminho da cruz”, que acredito apontar para a mesma coisa.<br />
Esse é o nosso principal interesse aqui. Na verdade, essas pessoas não encontraram Deus através do<br />
sofrimento, porque sofrimento supõe resistência. Elas encontraram Deus através da entrega, da completa<br />
aceitação daquilo que é, aonde chegaram por força do sofrimento intenso por que passaram. Elas devem ter<br />
percebido, em algum momento, que eram elas que geravam o sofrimento.<br />
Como você compara a entrega com o encontro com Deus?<br />
Como a resistência é inseparável da mente, o abandono da resistência – a entrega – é o fim da atuação<br />
dominadora da mente, do impostor fingindo ser “você”, o falso deus. Todo o julgamento e toda a negatividade<br />
se dissolvem. A região do Ser, que tinha sido encoberta pela mente, se abre. De repente, surge uma grande<br />
serenidade dentro de você, uma imensa sensação de paz. E dentro dessa paz existe uma grande alegria. E dentro<br />
dessa alegria existe amor. E lá no fundo está o sagrado, o incomensurável, o que não pode ser nomeado.<br />
Não chamo isso de encontrar Deus, porque como se pode encontrar o que nunca foi perdido, a própria<br />
vida que é você? A palavra Deus é limitadora, não somente por causa de milhares de anos de má interpretação e<br />
uso equivocado, mas também porque pressupõe uma outra identidade que não é você. Deus é o próprio Ser, não<br />
um ser. Não pode haver nenhuma relação aqui de sujeito-objeto, nenhuma dualidade, nenhum você e Deus. A<br />
percepção de Deus é a coisa mais natural que existe. O fato estranho e incompreensível não é que possamos nos<br />
tornar conscientes de Deus, mas sim que não somos conscientes de Deus.<br />
O caminho da cruz a que você se referiu é o velho caminho para a iluminação, e até recentemente era o<br />
único caminho. Mas não o rejeite nem subestime sua eficácia. Ele ainda funciona.<br />
O caminho da cruz é uma inversão completa. Significa que a pior coisa na sua vida, a sua cruz, se<br />
transforma na melhor coisa que já aconteceu, ao forçar você para a entrega, para a “morte”, ao forçar você a se<br />
tornar nada, a se tornar como Deus, porque Deus também é coisa nenhuma.<br />
Nesse momento, para a maioria inconsciente dos seres humanos, o caminho da cruz ainda é o único<br />
caminho. Eles só vão acordar através de mais sofrimento e a iluminação, como um fenômeno coletivo, será<br />
precedida por grandes revoluções. Esse processo reflete o funcionamento de certas leis universais que governam<br />
o crescimento da consciência e já previsto por alguns videntes. Ele é descrito, dentre outros lugares, no Livro<br />
das Revelações ou Apocalipse, embora disfarçado em uma simbologia obscura e algumas vezes<br />
incompreensível. Esse sofrimento não é imposto por Deus, mas pelos próprios humanos, assim como por certas<br />
medidas defensivas que a Terra, que é um organismo vivo e inteligente, vai adotar para se proteger do ataque<br />
furioso da loucura humana.<br />
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