Indicação - Sintonia Saint Germain
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com o sofrimento de outra pessoa ou com um comportamento inconsciente, você fica presente e em contato com<br />
o Ser e, desse modo, é capaz de olhar além da forma e sentir o Ser radiante e puro da outra pessoa. No nível do<br />
Ser, todo sofrimento é visto como uma ilusão, uma conseqüência da identificação com a forma. Milagres de<br />
cura às vezes acontecem através dessa descoberta, através do despertar da consciência do Ser nos outros – se<br />
estiverem prontos.<br />
Isso é compaixão?<br />
Sim. A compaixão é a consciência de uma forte ligação entre você e todas as criaturas. Mas existem dois<br />
lados da compaixão, dois lados dessa ligação. De um lado, como ainda estamos aqui como um corpo físico,<br />
partilhamos a vulnerabilidade e a mortalidade da nossa forma física com todos os outros seres humanos e todos<br />
os seres vivos. Na próxima vez que disser “Não tenho nada em comum com essa pessoa”, lembre-se de que<br />
você tem muitas coisas em comum. Daqui a alguns anos – dois ou setenta, não faz muita diferença –, os dois<br />
terão corpos apodrecidos, depois serão pó, depois nada restará. Isso é uma percepção humilde e sensata que não<br />
deixa muito espaço para o orgulho. Isso é um pensamento negativo? Não, apenas um fato. Por que fechar os<br />
olhos para isso? Nesse sentido há uma completa igualdade entre você e todas as outras criaturas.<br />
Uma das mais poderosas práticas espirituais é meditar profundamente sobre a mortalidade das formas<br />
físicas, inclusive da sua. Isso se chama: morrer antes que você morra. Vá fundo nisso. A sua forma física está se<br />
dissolvendo, é nada. Então surge um momento quando todas as formas mentais ou pensamentos também<br />
morrem. Mas você ainda está lá – a presença divina que você é, radiante, completamente consciente. Nada que é<br />
real morre de verdade, somente os nomes, as formas e as ilusões.<br />
A realização dessa dimensão eterna, a nossa verdadeira natureza, é o outro lado da compaixão. Em um<br />
nível mais profundo, podemos reconhecer agora não só a nossa própria imortalidade, mas também a de todas as<br />
outras criaturas. No nível da forma, partilhamos a mortalidade e a precariedade da existência. No nível do Ser,<br />
partilhamos a vida eterna e radiante. Esses são dois aspectos da compaixão. Na compaixão, os sentimentos de<br />
tristeza e de alegria, aparentemente opostos, se fundem em um só e se transformam em uma profunda paz<br />
interior. Isso é a paz de Deus. É um dos mais nobres sentimentos de que os homens são capazes e possui um<br />
grande poder de cura e transformação. Mas a verdadeira compaixão, como acabei de descrever, ainda é rara. Ter<br />
uma profunda empatia pelo sofrimento de um outro ser exige um alto nível de consciência, mas representa<br />
apenas um lado da compaixão. Não é completo. A verdadeira compaixão vai além da empatia ou da simpatia.<br />
Não acontece até que a tristeza se misture com a alegria, a alegria do Ser além da forma, a alegria da vida<br />
eterna.<br />
Em direção a uma ordem de realidade diferente<br />
Não concordo que o corpo precise morrer. Estou convencido de que podemos obter a imortalidade física.<br />
Acreditamos na morte e é por isso que o corpo morre.<br />
O corpo não morre porque acreditamos na morte. O corpo existe, ou assim parece, porque acreditamos na<br />
morte. O corpo e a morte são partes da mesma ilusão, criada pelo modo egóico de consciência, que não tem<br />
percepção da Fonte da vida e vê a si mesmo como uma coisa separada e sob constante ameaça. Assim, ele cria a<br />
ilusão de que somos um corpo, um veículo físico e sólido, que está sob uma constante ameaça.<br />
A ilusão está em percebermos a nós mesmos como um corpo vulnerável, que nasce e pouco depois morre.<br />
Corpo e morte: uma ilusão. Um não existe sem o outro. Queremos manter um lado da ilusão e nos livrarmos do<br />
outro, mas isso é impossível.<br />
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