Indicação - Sintonia Saint Germain
Indicação - Sintonia Saint Germain
Indicação - Sintonia Saint Germain
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
usadas, não é necessário uma em particular. Entretanto, só existe um ponto de acesso: o Agora. Não existe<br />
salvação longe deste momento. Você está só, sem uma companhia? Acesse o Agora a partir da sua solidão.<br />
Você tem um relacionamento? Acesse o Agora a partir desse relacionamento.<br />
Não existe nada que possamos fazer, ou obter, que nos aproxime mais da salvação do que o momento<br />
presente. Não podemos fazer isso no futuro. Ou fazemos agora ou simplesmente não fazemos.<br />
Relação de amor e ódio<br />
A menos que você acesse a freqüência consciente da presença, todos os seus relacionamentos,<br />
principalmente os mais íntimos, vão apresentar defeitos profundos. Durante um tempo, eles podem dar a<br />
impressão de serem perfeitos, como quando estamos apaixonados, mas, invariavelmente, essa perfeição<br />
aparente acaba destruída por discussões, conflitos, insatisfações e até mesmo por violência física e emocional,<br />
que passa a acontecer com uma freqüência cada vez maior. Parece que a maioria dos “relacionamentos<br />
amorosos” não leva muito tempo para se tornar uma relação de amor e ódio.<br />
O amor pode se transformar em agressões furiosas, em sentimentos de hostilidade ou, num piscar de<br />
olhos, em um completo recuo da afeição. Isso é visto como normal. Os relacionamentos, então, oscilam por um<br />
tempo, por alguns meses ou anos, entre as polaridades de “amor” e ódio, e nos trazem muito prazer e muita dor.<br />
Não é pouco comum que os casais se tornem viciados nesses ciclos. Esse tipo de drama nos faz sentir vivos.<br />
Quando o equilíbrio entre as polaridades negativa e positiva é desfeito e os ciclos negativos e destrutivos<br />
acontecem com freqüência e intensidade crescentes, não demora muito para o relacionamento acabar.<br />
Pode parecer que tudo se resolveria se conseguíssemos eliminar os ciclos negativos e destrutivos,<br />
permitindo que o relacionamento florescesse sem problemas, mas isso não é possível. As polaridades são<br />
mutuamente interdependentes. Não podemos ter uma sem a outra. A positiva já contém dentro de si a negativa,<br />
ainda não manifestada. Ambas são, na verdade, aspectos diferentes de um mesmo sistema defeituoso. Estou<br />
tratando aqui dos chamados relacionamentos românticos, não do verdadeiro amor, que não possui opositores<br />
porque nasce além da mente. O amor como um estado permanente ainda é raro de encontrar, tão raro quanto a<br />
consciência nos seres humanos. Entretanto, é possível haver lampejos breves e ilusórios de amor, sempre que<br />
existir um espaço no fluxo da mente.<br />
O lado negativo de um relacionamento é mais facilmente reconhecido como um defeito ou anormalidade<br />
do que o positivo. E é muito mais fácil reconhecer a fonte da negatividade no parceiro do que vê-la em nós<br />
mesmos. Ela pode se manifestar de várias formas, tais como possessividade, ciúme, controle, ressentimento,<br />
insensibilidade e egocentrismo, cobranças emocionais e manipulação, raiva e violência física, necessidade de ter<br />
sempre razão, de discutir, criticar, julgar, culpar, agredir, irritar, ou se vingar, inconscientemente, de um<br />
sofrimento do passado imposto por um dos pais.<br />
Pelo lado positivo, há uma “paixão” pela outra pessoa. No primeiro momento, esse é um estado altamente<br />
gratificante. Sentimos que estamos intensamente vivos. Nossa existência passa a ter um significado porque, de<br />
repente, alguém precisa de nós, nos deseja, e nos faz sentir especial. Além disso, provocamos as mesmas<br />
sensações no outro, o que faz com que os dois se sintam completos. O sentimento pode se tornar tão intenso que<br />
o resto do mundo perde o significado.<br />
Você deve ter percebido que existe uma certa dependência nessa intensidade. Ficamos viciados na outra<br />
pessoa, que age sobre nós como uma droga. Quando a droga está disponível, nos sentimos muito bem. Mas a<br />
possibilidade, ainda que remota, de que ela não esteja mais ali, disponível para nós, pode levar ao ciúme, à<br />
possessividade, a tentativas de manipulação através de chantagem emocional, culpa ou acusações – o que, no<br />
fundo, é o medo da perda. Se a outra pessoa nos abandonar mesmo, pode fazer nascer a mais intensa hostilidade,<br />
ou um profundo desespero. Em segundos, a ternura amorosa pode dar lugar à agressão selvagem ou a um<br />
desgosto terrível. Onde é que está o amor agora? Será que o amor pode se transformar no seu oposto em<br />
segundos? Será que era amor de verdade ou um vício, uma dependência?<br />
– 68 –