Indicação - Sintonia Saint Germain
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sala. O chão, as paredes, o teto definem os limites da sala, mas também não são a sala. Qual é, então, a essência<br />
da sala? O espaço, é claro, o espaço vazio. Não haveria nenhuma “sala” sem ele. Como o espaço é “nada”,<br />
podemos dizer que aquilo que não está lá é mais importante do que aquilo que está. Portanto, tome consciência<br />
do espaço à sua volta. Não pense a respeito. Sinta-o do jeito que é. Preste atenção ao “nada”.<br />
Ao agir assim, acontece uma mudança de consciência dentro de você. E o motivo é que o equivalente<br />
interno dos objetos situados no espaço, tais como móveis, paredes, etc., são os objetos da nossa mente:<br />
pensamentos, emoções e os objetos dos sentidos. E o equivalente interno do espaço é a consciência, que torna<br />
possível a existência dos objetos da nossa mente, assim como o espaço torna possível que todas as coisas<br />
existam. Portanto, se desviar a atenção das coisas – os objetos no espaço –, você automaticamente desvia a<br />
atenção dos objetos da sua mente também. Em outras palavras, você não pode pensar e estar consciente do<br />
espaço, ou do silêncio. Ao tomar consciência do espaço vazio à sua volta, você se torna consciente do espaço de<br />
mente vazia, da consciência pura, que é o Não Manifesto. É assim que a contemplação do espaço pode se tornar<br />
um portal para você.<br />
O espaço e o silêncio são dois aspectos de uma mesma coisa, do mesmo nada. São formas exteriorizadas<br />
do espaço e do silêncio interior, que significam a serenidade, o útero infinitamente criativo de toda a existência.<br />
Muitos seres humanos não têm a menor consciência dessa dimensão. Não existe espaço interior, não existe<br />
serenidade, não existe equilíbrio. Em outras palavras, eles conhecem o mundo, ou pensam que conhecem, mas<br />
não conhecem Deus. Identificam-se exclusivamente com as formas físicas e psicológicas que construíram, mas<br />
não têm consciência da essência. E, como cada forma é altamente instável, vivem com medo. O medo causa<br />
uma profunda e distorcida percepção de nós mesmos e de outros seres humanos, uma distorção na nossa visão<br />
do mundo.<br />
Se uma revolução cósmica provocasse o fim do universo, o Não Manifesto não seria afetado. O livro A<br />
Course in Miracles (Um curso em milagres) expressa essa verdade de modo comovente: “Nada real pode ser<br />
ameaçado. Nada irreal existe. Aqui reside a paz de Deus”.<br />
Se você mantém uma conexão consciente com o Não Manifesto, você valoriza, ama e respeita<br />
profundamente o manifesto e cada forma de vida contida nele, como uma expressão da Vida Única além da<br />
forma. Você também sabe que cada forma vai se dissolver e que, no fim, nada lá fora tem tanta importância.<br />
Você “conquistou o mundo”, nas palavras de Jesus, ou, como Buda colocou, “você passou para a outra<br />
margem”.<br />
A verdadeira natureza do espaço e do tempo<br />
Pense agora no seguinte: se não existisse nada, só o silêncio, ele não teria nenhum significado, porque<br />
você nem ia saber o que era aquilo. Só quando o som apareceu é que o silêncio passou a ter um sentido. Da<br />
mesma forma, se só existisse o espaço, sem nenhum objeto, ele também nada significaria para você. Imagine-se<br />
como um ponto de consciência flutuando na imensidão do espaço, sem nenhuma estrela, nenhuma galáxia,<br />
somente o vazio. O espaço não teria imensidão, ele nem estaria ali. Não haveria velocidade, nem movimento de<br />
um ponto para outro. São necessários ao menos dois pontos de referência para que a distância e a velocidade<br />
possam ter um significado. O espaço só passa a ter um significado no momento em que a Unidade se transforma<br />
em dois, e em que, como “dois”, se transforma em “dez mil coisas”, que é como Lao-Tsé chama o mundo<br />
manifesto. É assim que o espaço se amplia cada vez mais. Portanto, o mundo e o espaço surgem no mesmo<br />
momento.<br />
Nada poderia ser sem que houvesse o espaço, ainda que o espaço não seja nada. Mesmo antes que o<br />
mundo existisse, antes do “Big Bang” se você preferir, não existia nenhum espaço vazio esperando para ser<br />
preenchido. Não existia nenhum espaço, assim como não existia coisa alguma. Só existia o Não Manifesto, a<br />
Unidade. Quando a Unidade se transformou em “dez mil coisas”, o espaço, de repente, mostrou que estava ali,<br />
permitindo que as mil coisas existissem. De onde ele terá surgido? Será que Deus o criou para acomodar o<br />
mundo? Claro que não. O espaço é coisa nenhuma. Portanto, ele nunca foi criado.<br />
Saia de casa em uma noite clara e olhe para o céu. Os milhares de estrelas que podemos ver a olho nu não<br />
passam de uma fração infinitesimal do que existe lá por cima. Os telescópios mais potentes já conseguem<br />
identificar um bilhão de galáxias, cada uma formando um “mundo isolado”, contendo, cada um, bilhões e<br />
bilhões de estrelas. Ainda assim, o que inspira mais respeito é o próprio espaço sem fim, a profundidade e a<br />
quietude que possibilitam que toda essa grandeza exista. Nada poderia inspirar mais respeito e grandiosidade do<br />
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