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Edição 34 - Memorial da América Latina

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<strong>da</strong> indústria de alimentos. Não obstante<br />

algumas empresas petrolíferas já estejam<br />

reconhecendo que a mistura de X%<br />

de álcool na gasolina pode aumentar em<br />

X% o tempo de “dominação” do império,<br />

o lobby ain<strong>da</strong> é contra a agroenergia,<br />

porque esta não deixa de ser uma ameaça.<br />

Diante disto, só com legislação que<br />

obrigue a mistura, será possível criar um<br />

poderoso mercado consumidor. O potencial<br />

deste mercado é enorme.<br />

A legislação americana prevê um<br />

consumo de 136 bilhões de litros em 2022<br />

e a União Européia, mais de 10 bilhões<br />

no mesmo período, sem falar em China,<br />

Japão, Coréia e outros países importantes.<br />

Mesmo no Brasil, o Proalcool só<br />

se firmou para valer quando o governo<br />

obrigou, por lei, a mistura do álcool à<br />

gasolina. Aliás, foi este mesmo princípio<br />

que orientou a posição do atual governo<br />

ao implantar o Programa de Biodiesel.<br />

Os países <strong>da</strong> <strong>América</strong> <strong>Latina</strong><br />

deveriam criar legislações harmoniza<strong>da</strong>s<br />

neste quesito, tornando-se o<br />

primeiro grande conjunto global produtor<br />

de biocombustíveis.<br />

Eliminar os mitos: os “adversários”<br />

dos biocombustíveis tratam de alimentar<br />

a mídia com desinformações. Todos os<br />

dias se noticia, mundo afora, um fantasma<br />

hipoteticamente criado pela agroenergia:<br />

vai haver escassez de alimentos porque as<br />

terras cultiva<strong>da</strong>s com estes serão usa<strong>da</strong>s<br />

para produção de biocombustíveis. Na<strong>da</strong><br />

mais escan<strong>da</strong>losamente falso. Dados conhecidos<br />

mostram que há disponibili<strong>da</strong>de<br />

de terra para isso, no mundo todo.<br />

Em recente estudo econométrico<br />

realizado pela Fun<strong>da</strong>ção Getúlio Vargas,<br />

importante e respeita<strong>da</strong> instituição acadêmica<br />

brasileira, ficou absolutamente provado<br />

que o aumento recente dos preços<br />

dos alimentos se deve a dois fatores:<br />

Primeiro, o desequilíbrio entre<br />

oferta e deman<strong>da</strong>: nos últimos anos, a<br />

deman<strong>da</strong> de alimentos, especialmente<br />

nos países emergentes cresceu mui-<br />

to mais que a oferta, gerando estoques<br />

mundiais ca<strong>da</strong> vez menores.<br />

Segundo, a especulação dos<br />

grandes fundos nos mercados futuros.<br />

Aliás, com a crise financeira<br />

mundial, os especuladores saíram do<br />

mercado agrícola e os preços já caíram<br />

bastante.<br />

Fonte: USDA (Jun/2009) Nota: calculado com base no estoque inicial e o consumo do mesmo ano.<br />

Elaboração: GV Agro<br />

Mas o exemplo brasileiro é o mais<br />

importante. Hoje no país se cultivam 72<br />

milhões de hectares de to<strong>da</strong>s as plantas, e<br />

apenas 5% disto (3,6 milhões de hectares)<br />

são plantados com cana para produzir etanol.<br />

Outro tanto é destinado para açúcar.<br />

E temos cerca de 71 milhões de hectares,<br />

parte do que é hoje ocupado com pastagens,<br />

por ser agricultados, em função de<br />

boas condições de solo e clima. Destes,<br />

apenas 22 milhões de hectares serviriam<br />

para a cana, de modo que ain<strong>da</strong> sobrariam,<br />

só no Brasil, cerca de 50 milhões de hectares<br />

para a produção de alimentos. É a<br />

mesma área hoje cultiva<strong>da</strong>, o que nos permite<br />

dobrar, horizontalmente, a produção.<br />

E to<strong>da</strong> a <strong>América</strong> <strong>Latina</strong> tem espaço<br />

generoso para isso. Adicionalmente, a<br />

perspectiva de fazer álcool do bagaço de<br />

cana e <strong>da</strong>s folhas de cana corta<strong>da</strong> crua com<br />

colhedeiras, viabiliza dobrar a produção<br />

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