Download - Biblioteca Digital de Obras Raras e Especiais - USP
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— 2 —<br />
Não assim com o espirito esclarecido dos povos cultos<br />
hodiernos que não confiam no reconhecimento da serpente,<br />
muito que seja obsequiada, ao contrario, fazem-lhe guerra<br />
franca e terrivel.<br />
E' assim que na índia ingleza, (nos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong><br />
noroeste e no Oudh) ha os kanjars, caçadores <strong>de</strong> serpentes,<br />
pagos pelo governo a 2 rupias mensaes (approximadamente<br />
2$000) e mais 200 réis por cada cabeça que passe <strong>de</strong> 20 por<br />
mez, apresentadas aos commissarios em chefe a quem são distribuid"S<br />
mappas coloridos das espécies venenosas. Também<br />
por uma estatística official, morreram em 1880—19,060 e<br />
em 1881—18,610 pessoas, victimas da extraordinária quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ophidios que existem ahi.<br />
Em outros paizes diversos meios lêm sido tentados. O Dr.<br />
Urueta, mencionando a existência, no seu paiz natal—a Colômbia,<br />
<strong>de</strong> dous pássaros—culebrero e guacabo, aventa a idéa<br />
<strong>de</strong> domestical-os e fazer crescer <strong>de</strong> qualquer modo o seu numero<br />
(elles são muito ariscos e raros), pois vivem quasi exclusivamente<br />
<strong>de</strong> serpentes.<br />
No Brazil, como mostraremos no primeiro capitulo do<br />
nosso trabalho, abundam extraordinariamente as serpentes<br />
venenosas, e parecendo-nos difficillimo, para não dizer impossível,<br />
acabar ou mesmo diminuir-lhes muito o numero, os<br />
meios que se nos apresentam praticaveis são <strong>de</strong> duas or<strong>de</strong>ns :<br />
procurar evitar as mor<strong>de</strong>duras por precauções em cujo <strong>de</strong>talhe<br />
não <strong>de</strong>vemos entrar ou, uma vez penetrado o veneno<br />
nos nossos tecidos, aniquilal-o em seus perniciosos effeitos.<br />
Este foi o fim que tivemos, escolhendo para assumpto <strong>de</strong><br />
nossa dissertação inaugural as feridas envenenadas pela peconha<br />
dos ophidios, sabendo, <strong>de</strong> ha muito, que ura nosso