Posters - Sociedade Brasileira de Hipertensão
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155<br />
O GENE DA RENINA E A HIPERTENSÃO ESSENCIAL:<br />
ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO MboI EM<br />
CAUCASÓIDES<br />
MAN Me<strong>de</strong>irosa , FD Fuchsb , I Roisenberga a b Departamento <strong>de</strong> Genética, Instituto Biociências e Serviço <strong>de</strong> Cardiologia, Hospital <strong>de</strong><br />
Clínicas <strong>de</strong> Porto Alegre. Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Porto Alegre-RS<br />
A hipertensão essencial (HTE) é um grupo heterogêneo <strong>de</strong> doenças que engloba formas muito raras <strong>de</strong><br />
síndromes hipertensivas men<strong>de</strong>lianas até alterações multifatoriais muito comuns, nas quais existe uma complexa<br />
interação entre genes com baixa penetrância e fatores ambientais. O sistema renina-angiotensina (SRA)<br />
apresenta um papel central na regulação da pressão sangüínea. A renina é uma enzima chave do SRA,<br />
iniciando a cascata <strong>de</strong> reações que resulta na produção <strong>de</strong> angiotensina II, um potente vasoconstritor. Dessa<br />
maneira, o gene da renina é consi<strong>de</strong>rado um bom candidato para estudos que buscam a elucidação das bases<br />
genéticas da hipertensão essencial (HTE). O gene da renina está localizado no cromossomo 1 (1q32-42), é<br />
composto por 10 exons que compreen<strong>de</strong>m aproximadamente 12 kb. Um polimorfismo no íntron 9 do gene<br />
da renina, reconhecido pela endonuclease <strong>de</strong> restrição MboI, foi associado com a susceptibilida<strong>de</strong> à HTE em<br />
diferentes grupos étnicos, entretanto os resultados ainda não são conclusivos. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi<br />
verificar a distribuição do polimorfismos MboI em caucasói<strong>de</strong>s do Sul do Brasil e avaliar a possível associação<br />
<strong>de</strong>sse polimorfismos com a HTE nesta população.<br />
Métodos: O estudo compreen<strong>de</strong>u um total <strong>de</strong> 200 indivíduos, sendo 100 hipertensos (59,8 ± 10,1 anos) selecionados<br />
no Ambulatório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> do Hospital <strong>de</strong> Clínicas <strong>de</strong> Porto Alegre e 100 indivíduos da população em<br />
geral (57,8 ± 8,2 anos), utilizados como grupo controle. Através da reação em ca<strong>de</strong>ia da polimerase (PCR), os<br />
indivíduos foram genotipados para o polimorfismo MboI do gene da renina. Um fragmento <strong>de</strong> 250 pb foi amplificado<br />
utilizando os primers apropriados. A presença do sítio <strong>de</strong> restrição para MboI (alelo +) resulta em dois<br />
fragmentos <strong>de</strong> 171 pb e 79 pb. Na ausência do sítio, o fragmento <strong>de</strong> 250 pb permanece intacto (alelo -). As<br />
freqüências alélicas nos dois grupos foram comparadas pelo teste <strong>de</strong> Chi-quadrado (c 2 ).<br />
Resultados e Conclusões: Distribuição das freqüências alélicas e genotípicas do polimorfismo MboI do<br />
gene da renina no grupo hipertenso e controle.<br />
Polimorfismo MboI Controles (n = 100) Hipertensos (n = 100)<br />
+ + 13 7<br />
Genótipos + - 37 43<br />
- - 50 50<br />
χ2 Alelos +<br />
= 2,25; df = 2; P = 0,32<br />
63 57<br />
- 137 143<br />
χ 2 = 0,43; df = 1; P = 0,51<br />
A distribuição genotípica, no grupo hipertenso e controle, está em Equilíbrio <strong>de</strong> Hardy-Weinberg. A freqüência<br />
do alelo (+) do polimorfismo para MboI na população em geral foi <strong>de</strong> 31.5%, compatível com a freqüência<br />
observada para este polimorfismo em diferentes grupos <strong>de</strong> normotensos encontrados na literatura, cuja freqüência<br />
varia <strong>de</strong> 24% à 36%. Não foram encontradas diferenças significativas entre hipertensos e o grupo controle<br />
quanto à distribuição alélica do polimorfismo MboI (c 2 = 0,43; p = 0,51). Assim sendo, em relação à população<br />
estudada, os nossos resultados sugerem que o polimorfismo MboI não está associados com a HTE.<br />
157 PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA NEP-LIKE 158<br />
DE CÉLULAS MESANGIAIS EM CULTURA<br />
F Ebihara, GS Di Marco, MCC Andra<strong>de</strong>, MA Juliano, DE Casarini<br />
UNIFESP – São Paulo<br />
Introdução: A regulação da pressão arterial se faz com o balanço entre hormônios vasopressores e<br />
vaso<strong>de</strong>pressores sistêmicos e locais. A importância do sistema vaso<strong>de</strong>pressor parece residir num<br />
papel regulador da pressão sangüínea e patogênese da hipertensão. Os sistemas vaso<strong>de</strong>pressores<br />
calicreína-cinina e prostaglandinas, bem como o sistema vasopressor renina-angiotensina, estão relacionados,<br />
participando do controle da pressão arterial. As células mesangiais (CM) têm uma função<br />
biológica complexa e são alvo <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> substâncias vasoativas capazes <strong>de</strong> modificar<br />
o processo <strong>de</strong> filtração renal. A bradicinina (BK) é um peptí<strong>de</strong>o vasoativo que participa da regulação<br />
da função renal, incluindo excreção <strong>de</strong> água e sódio, e síntese <strong>de</strong> prostaglandinas, sendo que sua<br />
concentração intrarenal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da sua produção pela calicreína e <strong>de</strong>gradação pelas cininases. Inicialmente<br />
i<strong>de</strong>ntificamos doze enzimas com ativida<strong>de</strong> cininásica no intracelular e meio <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong><br />
células mesangiais primárias. Uma vez encontrado o mesmo perfil enzimático para as células<br />
mesangiais imortalizadas (CMI), neste trabalho, purificamos e caracterizamos parcialmente a<br />
endopeptidase neutra (NEP) no intracelular <strong>de</strong>stas células.<br />
Métodos: As CMI cultivadas em meio <strong>de</strong> cultura DMEM suplementado com 5% <strong>de</strong> Soro Bovino<br />
Fetal (SBF) foram mantidas por 24 horas sem o SBF antes do experimento. O lisado celular foi<br />
submetido a uma gel filtração em resina AcA-44. A ativida<strong>de</strong> enzimática foi monitorada utilizandose<br />
os substratos fluorogênicos Abz-BKQ-EDDnp, Abz-FDQ-EDDnp e Abz-rRL-EDDnp. A caracterização<br />
inicial foi feita utilizando-se o inibidor específico da NEP, tiorfan.<br />
Resultados: A enzima foi parcialmente purificada 1,27 vezes e apresentou ativida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong><br />
3579,68 U/mg. A NEP-like hidrolisou a molécula <strong>de</strong> BK nas ligações peptídicas Gly 4 -Phe 5 e Pro 7 -<br />
Phe 8 , analisados por HPLC com <strong>de</strong>tecção ultra-violeta. Utilizando-se western blotting, verificou-se<br />
a ligação da enzima com o anticorpo monoclonal anti-NEP, sugerindo, portanto, ser a enzima analisada<br />
semelhante à NEP.<br />
Conclusões: A NEP é sintetizada pelo rim e excretada na urina, sendo uma das maiores enzimas<br />
presentes na urina <strong>de</strong> rato e humana. Neste trabalho, i<strong>de</strong>ntificamos a CM como um possível sítio<br />
adicional <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> NEP, po<strong>de</strong>ndo alterar profundamente a função renal in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> modificações hemodinâmicas sistêmicas, através da sua ação sobre diferentes peptí<strong>de</strong>os biologicamente<br />
ativos. O estudo <strong>de</strong>ssa enzima po<strong>de</strong>ria ser útil para o entendimento das ações dos inibidores<br />
usados no tratamento da hipertensão, uma vez que esta enzima po<strong>de</strong> hidrolisar a BK e está presente<br />
nos mesmos locais da enzima conversora <strong>de</strong> angiotensina I; e ainda é capaz <strong>de</strong> produzir Angiotensina<br />
1-7 a partir <strong>de</strong> Angiotensina I, peptí<strong>de</strong>o este importante no contrabalanço das ações da Angiotensina<br />
II. A possibilida<strong>de</strong> da hipertensão resultar tanto do excesso <strong>de</strong> substâncias vasopressoras, como<br />
<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> substâncias vaso<strong>de</strong>pressoras, tem estimulado a procura <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los experimentais<br />
com ratos e/ou cultura <strong>de</strong> células, que facilitem o estudo <strong>de</strong>sses sistemas hormonais na patogenia<br />
dos vários tipos <strong>de</strong> hipertensão.<br />
Sem título-32 47<br />
26/06/03, 15:13<br />
47<br />
156<br />
<strong>Posters</strong><br />
TREINAMENTO ALTERA A COMPOSIÇÃO CORPORAL<br />
DE RATAS SHR CASTRADAS<br />
1 1 1 2 1 Lima MS**, Koo EN**, Tostes RCA, Michelini LC, Carvalho MHC<br />
1 2 Departamento <strong>de</strong> Farmacologia - ICB/USP, Departamento <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica<br />
– ICB/USP<br />
Objetivos: O objetivo do presente estudo é verificar o efeito do exercício e da ooforectomia nos<br />
pesos (corporal, coração, ventrículo esquerdo e músculo espinotrapézio) <strong>de</strong> ratas espontaneamente<br />
hipertensas (SHR), em estro fisiológico e castradas.<br />
Métodos: Foram utilizadas ratas SHR em estro fisiológico, se<strong>de</strong>ntárias (EFS) e treinadas (EFT) e<br />
ooforectomizadas, se<strong>de</strong>ntárias (OOFS) e treinadas (OOFT). A castração foi realizada com 13 semanas<br />
(fase <strong>de</strong> hipertensão estabelecida e maturida<strong>de</strong> sexual) e o treinamento físico <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong><br />
(40% TEM) foi iniciado para os dois grupos (EFT e OOFT) com 17 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e duração<br />
<strong>de</strong> 13 semanas. Foram analisados os pesos: total (PT), do coração (CO), ventrículo esquerdo (VE),<br />
músculo espinotrapézio (ESP) e gordura retroperitoneal (RETRO).<br />
Resultados (média ± EPM): O PT (g) dos grupos OOF mostrou um aumento <strong>de</strong> 20% em relação<br />
aos grupos EF (OOF = 246,8 ± 2,07, n = 35 vs. EF = 205,6 ± 1,8, n = 46, p < 0,0001). O treinamento<br />
aumentou o PT (g) somente no grupo EF (EFT = 210,0 ± 2,5, n = 24 vs. EFS = 201,3 ± 2,6, n = 22,<br />
p < 0,05). A ooforectomia aumentou a massa seca do ESP (g/100g peso corpóreo) (OOF = 0,0209 ±<br />
0,0005, n = 28 vs. EF = 0,0175 ± 0,0005, n = 27, p < 0,05) e diminuiu a do CO (g/100 g peso<br />
corpóreo ) (OOF = 0,0884 ± 0,0011, n = 27 vs. EF = 0,0988 ± 0,0011, n = 27, p < 0,05). O treinamento<br />
aumentou a massa seca do VE nos grupos T (g/100 g peso corpóreo) (T = 0,0755 ± 0,0009, n<br />
= 29 vs. S = 0,0728 ± 0,0009, n = 28, p < 0,05). Não foram <strong>de</strong>tectadas diferenças na RETRO.<br />
Conclusões: Estes índices sugerem que a ooforectomia bem como o treinamento físico alteram a<br />
composição corporal <strong>de</strong> ratas SHR, sendo que estas alterações parecem ser sítio-específicas.<br />
Apoio: CAPES, CNPq.<br />
MODULAÇÃO DA VASOCONSTRIÇÃO INDUZIDA POR<br />
ESTIMULAÇÃO A-ADRENÉRGICA PELO SISTEMA RENINA-<br />
ANGIOTENSINA NA AORTA DE RATOS HIPERTENSOS TRG<br />
MREN-2 E SPRAGUE-DAWLEY<br />
SF Côrtes1 , DM Rover-Silva2 , BA Rezen<strong>de</strong>2 , MJC Santos2 , VS Lemos2 1 2 Departamento <strong>de</strong> Farmacologia-ICB/UFMG-Belo Horizonte. Departamento <strong>de</strong><br />
Fisiologia e Biofísica-ICB/UFMG- Belo Horizonte<br />
Objetivo. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi estudar a contribuição do sistema renina-angiotensina vascular<br />
na modulação da vasoconstrição induzida por estimulação dos receptores a-adrenérgicos na<br />
aorta <strong>de</strong> rato.<br />
Métodos. Foram utilizados anéis <strong>de</strong> aorta <strong>de</strong> ratos transgênicos que <strong>de</strong>senvolvem hipertensão arterial,<br />
TGR mRen-2, e do seu controle ratos Sprague-Dawley (SD) (8–10 meses). Os vasos foram<br />
mantidos em solução <strong>de</strong> Krebs-Henseleit (mmol/L): NaCl 110.8, KCl 5.9, NaHCO 3 25.0, MgSO 4<br />
1.07, CaCl 2 2.29, NaH 2 PO 4 2.33 e glicose 11.51, a 37 °C, sob tensão <strong>de</strong> 1 g e aerados com carbogênio.<br />
Os anéis foram conectados a hastes metálicas acopladas a transdutores isométricos. Curvas concentração-resposta<br />
cumulativas forma construídas com a fenilefrina (10–9 a 3 x 10–5 mol/L) em vasos<br />
contendo ou não endotélio funcional. Uma segunda curva foi construída 20 minutos após incubação<br />
com diferentes drogas e comparada com a primeira.<br />
Resultados. A resposta contrátil a fenilefrina nos ratos hipertensos foi significativamente menor<br />
quando comparada aos ratos normotensos. O L-NAME (10 -6 mol/L) aumentou a resposta contrátil<br />
da fenilefrina na aorta dos ratos mRen-2 e após o bloqueio da óxido nítrico sintase, a resposta da<br />
fenilefrina tornou-se comparável nos dois mo<strong>de</strong>los. Inibição da ECA pelo captopril (10- 5 mol/L)<br />
potencializou a resposta contrátil da fenilefrina na aorta dos ratos mRen-2 e diminuiu a resposta<br />
contrátil nos vasos dos ratos SD, sendo ambos os efeitos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> endotélio funcional. O<br />
efeito do captopril nos ratos hipertensos foi abolido quando os vasos foram pré-tratados com angiotensina<br />
(1-7) (10- 9 mol/L). O bloqueio dos receptores AT 1 e AT 2 da angiotensina II, pelo CV11974<br />
(10 -8 mol/L) e PD 123319 (10 -6 mol/L) respectivamente, diminuiu a resposta contrátil da fenilefrina<br />
nos ratos SD, mas não afetou a resposta nos ratos trangênicos. Este efeito ocorreu apenas nos vaos<br />
contendo endotélio funcional. O bloqueio dos receptores da angiotensina (1-7) e da bradicinina pelo<br />
A-779 (10 -7 mol/L) e FR173657(10 -6 mol/L) respectivamente, aumentou a resposta contrátil da<br />
fenilefrina nos ratos mRen-2, mas não nos ratos SD. Este efeito foi visto somente nos vasos contendo<br />
endotélio funcional.<br />
Conclusão. Po<strong>de</strong>-se concluir que existe na aorta <strong>de</strong> rato um sistema renina-angiotensina funcional<br />
que modula a contração induzida por estimulação a-adrenérgica. Na aorta <strong>de</strong> ratos SD, a estimulação<br />
<strong>de</strong> receptores endoteliais AT 1 e AT 2 potencializam a resposta contrátil da fenilefrina. Nos ratos<br />
hipertensos mRen-2, a modulação da contração mediada por receptores AT 1 e AT 2 foi abolida. Uma<br />
estimulação aumentada dos receptores endoteliais da bradicinina e da angiotensina (1-7), com conseqüente<br />
liberação <strong>de</strong> NO, po<strong>de</strong> contribuir para a diminuição da resposta contrátil da fenilefrina nos<br />
ratos hipertensos.<br />
Apoio Financeiro. CNPq.