Posters - Sociedade Brasileira de Hipertensão
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211 IMPORTÂNCIA DA DETERMINAÇÃO DA EXCREÇÃO 212<br />
URINÁRIA DE ALBUMINA EM DIABÉTICOS TIPO 2 HIPERTENSOS<br />
Santos ANB, Uehara MH, Zanella MT<br />
Hospital do Rim e <strong>Hipertensão</strong> – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo (UNIFESP/EPM)<br />
Estudos recentes indicam que o bloqueio da angiotensina II exerce papel importante no que diz<br />
respeito à proteção renal em pacientes diabéticos tipo 2 hipertensos com microalbuminúria (Parving<br />
HH, 2001). Este estudo teve por objetivo <strong>de</strong>terminar o papel <strong>de</strong> apenas uma <strong>de</strong>terminação anormal<br />
da excreção urinária <strong>de</strong> albumina (≥ 20 mg/min) como marcador <strong>de</strong> maior risco cardiovascular e<br />
renal. Avaliamos em nosso serviço pacientes diabéticos tipo 2 que apresentavam microalbuminúria<br />
persistente (grupo1, n = 20) (2 coletas consecutivas com albuminúria > 20 mg/min, em amostras<br />
noturnas <strong>de</strong> 12 h) e pacientes que apresentavam uma amostra positiva, porém que não confirmou em<br />
coleta posterior (grupo 2, n = 13). Resultados: observamos que pacientes do grupo 1 apresentavam<br />
maior pressão arterial sistólica (170,6 ± 15,4 vs 153,7 ± 22,4 mmHg, p = 0,01), tendência a maior<br />
pressão arterial diastólica (103,3 ± 17,2 vs. 93,7 ± 10,4 mmHg, p = 0,08) e menor hemoglobina<br />
glicosilada (7,4 ± 0,9 vs. 8,5 ± 1,8%, p = 0,03), além <strong>de</strong> maiores níveis <strong>de</strong> ácido úrico (5,7 ± 1,5 vs.<br />
3,9 ± 0,7 mg/dl, p < 0,001) e maiores valores <strong>de</strong> proteinúria (106,7 ± 157,4 vs. 11,4 ± 4,1 mg/min,<br />
p = 0,03). Os dois grupos não diferiram quanto à ida<strong>de</strong>, índice <strong>de</strong> massa corpórea e perfil lipídico do<br />
plasma. Nossos resultados sugerem que a ocorrência esporádica <strong>de</strong> microalbuminúria reflete a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> um controle glicêmico mais rígido enquanto a microalbuminúria persistente é indicativa<br />
da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhor controle da pressão arterial e do uso <strong>de</strong> antagonistas da angiotensina II<br />
para prevenir a evolução para fase proteinúrica <strong>de</strong> nefropatia diabética.<br />
213 A HIPERTENSÃO EM PACIENTES COM RINS POLICÍS- 214<br />
TICOS NO RIO GRANDE DO SUL<br />
Nunes A1.2 , Thofehrn S1 , Weber R1 , Bohn F1 , Freitag M1 , Piccoli E1 , Satler F1 , Grasselli<br />
F1 , Wainberg F1 , Roisenberg I2 , Barros E1 1. Serviço <strong>de</strong> Hemodiálise (HCPA) – 2. Departamento <strong>de</strong> Genética (UFRGS) – Porto<br />
Alegre/RS<br />
A hipertensão arterial ocorre em mais <strong>de</strong> 50% dos pacientes com rins policísticos contribuindo para<br />
progressão da doença renal. A doença renal policística autossômica dominante é a nefropatia genética<br />
mais comum, ocorrendo numa freqüência <strong>de</strong> 1:800 indivíduos da população em geral. No Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Sul existem 80 serviços <strong>de</strong> diálise, não sendo conhecido o número <strong>de</strong> pacientes com rins<br />
policísticos nessa população.<br />
Objetivos: Esse trabalho consiste na etapa inicial <strong>de</strong> um estudo que visa caracterizar a doença renal<br />
policística e seus distúrbios mais comuns, sob aspectos epi<strong>de</strong>miológicos, fenotípicos, genéticos e<br />
moleculares.<br />
Metodologia: Foram revisados os prontuários, <strong>de</strong> pacientes submetidos à diálise no início <strong>de</strong> 2001<br />
em 3 municípios do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. A amostra consiste <strong>de</strong> 243 indivíduos que foram analisados<br />
quanto a etnia, sexo, ida<strong>de</strong>, patologia <strong>de</strong> base, sintomas associados e início do tratamento dialítico.<br />
Resultados:<br />
N HAS DM Ida<strong>de</strong> Etnia Sexo<br />
caucasói<strong>de</strong> negrói<strong>de</strong> masculino feminino<br />
R+* 25 (10,3%) 66,7% 4,3% 48,24 ± 14,08 87,5% 12,5% 63,3% 36,7%<br />
R-** 218 (89,7%) 65,0% 29,1% 55,02 ± 15,12 79,4%± 20,6% 53,8% 46,2%<br />
total 243 (100%) 52,4% 26,2% 54,32 ± 15,06 81,4% 18,6% 61,6% 38,4%<br />
*pacientes em diálise com rins policísticos - **pacientes em diálise sem rins policísticos - ( ) = número amostral<br />
HAS: hipertensão arterial sistêmica – DM: diabetes mellitus<br />
Nos pacientes avaliados a doença <strong>de</strong> base mais freqüente foi hipertensão arterial (52,4%), seguida<br />
por diabete mellitus (26,2%), glomerulopatias (13,5%) e doença renal policística (8,5%). A prevalência<br />
<strong>de</strong> macrohematúria, urolitíase, infecção do trato urinário, cistos hepáticos e divertículos encontrada<br />
em pacientes com rins policísticos foi <strong>de</strong> 51%, 25%, 20%, 56%, 37%, respectivamente.<br />
Discussão e Conclusões: A prevalência <strong>de</strong> pacientes com rins policísticos na população <strong>de</strong>studa,<br />
em hemodiálise, é semelhante a <strong>de</strong> outros estudos internacionais. Nessa população, a presença <strong>de</strong><br />
hipertensão é elevada embora sem diferenças significativas quando comparada com os pacientes<br />
sem a presença <strong>de</strong> rins policísticos.<br />
Sem título-32 61<br />
26/06/03, 15:14<br />
61<br />
<strong>Posters</strong><br />
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À HIPERTROFIA<br />
VENTRICULAR ESQUERDA EM RENAIS CRÔNICOS TRATADOS<br />
POR HEMODIÁLISE<br />
R Barsante (1) , BB Matsubara (2) , K Okoshi (2) , MJDB Felippe (1) , LC Martin (1) , JST<br />
Caramori (1) , P Barretti (1) , RJS Franco (1)<br />
(1) (2) Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia, Disciplina <strong>de</strong> Cardiologia; Depto. <strong>de</strong> Clínica Médica -<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Botucatu – UNESP, Botucatu, SP<br />
Objetivo: i<strong>de</strong>ntificar fatores <strong>de</strong> risco para hipertrofia ventricular esquerda em pacientes tratados por<br />
diálise.<br />
Pacientes e métodos: 32 pacientes do serviço <strong>de</strong> diálise do HCFMB-UNESP com ida<strong>de</strong> 45 ± 14<br />
anos (14 mulheres; 2 diabéticos) do, no período <strong>de</strong> 5/2000 a 02/2001, foram submetidos a ecocardiografia<br />
para medida da massa ventricular esquerda, monitorização ambulatorial da pressão arterial<br />
por todo o período interdialítico, anotados seu peso, altura, dosagens <strong>de</strong> paratormônio, hematócrito,<br />
albumina e KT/V. Foram calculados os coeficientes <strong>de</strong> correlação entre as diferentes variáveis estudadas.<br />
Resultados: Houve correlação estatisticamente significante entre índice <strong>de</strong> massa ventricular esquerda<br />
e médias <strong>de</strong> pressão arterial <strong>de</strong> 44 horas sistólica (r = 0,40) e diastólica (r = 0,38); entre<br />
espessura da pare<strong>de</strong> posterior e paratormônio (r = 0,28); entre encurtamento fracional e hematócrito<br />
(r = 0,40) e correlação inversa entre diâmetro diastólico e hematócrito (r = -0,29).<br />
Conclusão: O nível <strong>de</strong> pressão arterial ambulatorial <strong>de</strong> 44 horas influenciou o grau <strong>de</strong> hipertrofia<br />
ventricular sendo que o hiperparatiroidismo e o hematócrito tiveram influência apenas sobre a geometria<br />
ventricular. Por outro lado, o <strong>de</strong>sempenho sistólico correlacionou-se inversamente com a<br />
intensida<strong>de</strong> da anemia.<br />
AVALIAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA EXTRA-<br />
SÍSTOLES VENTRICULARES DURANTE O TESTE ERGOMÉTRICO<br />
DE PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA<br />
E Trezza, PAM Lozano, MG Freitas<br />
Introdução: A hipertrofia ventricular esquerda (HVE) é comprovadamente um fator <strong>de</strong> risco para morte<br />
súbita, estando o risco aumentado quando existem arritmias ventriculares concomitantes. A hipertensão<br />
arterial sistêmica (HAS), pela sua alta prevalência, é a causa mais comum <strong>de</strong> HVE. Tendo observado uma<br />
alta incidência <strong>de</strong> extra-sístoles ventriculares (EVs) nos testes ergométricos (TE) realizados na Unida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Registros Gráficos do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina do Campus <strong>de</strong> Botucatu da<br />
UNESP, analisamos uma amostra <strong>de</strong> exames sucessivos, <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> HAS, procurando i<strong>de</strong>ntificar<br />
fatores predisponentes para estas arritmias.<br />
Métodos: Foram analisados 102 TE consecutivos, <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> HAS, realizados para avaliação da<br />
própria hipertensão, para pesquisa <strong>de</strong> arritmia ao esforço ou para investigação <strong>de</strong> dor torácica. Foram<br />
excluídos os casos <strong>de</strong> coronariopatias comprovadas, com ou sem infarto prévio, cardiopatia chagásica ou<br />
dilatada, valvulopatia adquirida e cardiopatia congênita. Digitálicos, anti-arrítmicos, beta-loqueadores,<br />
diuréticos e vasodilatadores coronários foram suspensos pelo tempo necessário, antes da realização do<br />
teste. Foram realizados testes <strong>de</strong> esforço máximo, em esteira, limitados por sintomas, usando-se o Protocolo<br />
<strong>de</strong> Bruce, Os exames foram interpretados segundo os critérios do Consenso Nacional <strong>de</strong> Ergometria,<br />
da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Cardiologia (1995).<br />
Resultados: 56 pacientes eram homens e 46 mulheres, com ida<strong>de</strong> variando entre 20 e 84 anos (média <strong>de</strong><br />
53,78). As cifras da PA antes do teste variaram <strong>de</strong> 110 x 70 (foram incluidos alguns pacientes com hipertensão<br />
hiperreativa ao esforço) e 210 x 120. No final do esforço os níveis variaram <strong>de</strong> 140 x 90 até 250 x<br />
130. Apenas 21 pacientes apresentavam sobrecarga ventricular esquerda (SVE) pelo critério <strong>de</strong> Sokolov.<br />
47 apresentavam alterações inespecíficas da repolarização ventricular em <strong>de</strong>rivações esquerdas, sendo 30<br />
discretas (ondas T achatadas), 11 mo<strong>de</strong>radas (ondas T negativas assimétricas) e 6 intensas (segmento ST<br />
infra-<strong>de</strong>snivelado com T minus-plus ou negativas assimétricas). 50% dos pacientes apresentaram EVs<br />
monomorfas ou polimorfas, com ou sem pares, durante o esforço. 16 testes foram sugestivos <strong>de</strong> insuficiência<br />
coronária, 32 foram normais e 54 induziram alterações inespecíficas da repolarização ventricular,<br />
com padrão <strong>de</strong> ST e T não isquêmico. A incidência <strong>de</strong> EVs não foi estatisticamente diferente quando se<br />
consi<strong>de</strong>raram sexo (M - 56% x F - 46%) e faixa etária. SVE não se mostrou um fator <strong>de</strong> risco para EVs<br />
(SVE+: 43% x SVE-: 51%). No conjunto dos pacientes com alterações inespecíficas da repolarização<br />
ventricular mo<strong>de</strong>radas ou intensas foi observada uma incidência maior <strong>de</strong> EVs polimorfas e <strong>de</strong> pares do<br />
que naqueles sem estas alterações: (ARV+: 52,9% x ARV- 30% para EVs polimorfas e 29,4% x 20% para<br />
pares). A incidência <strong>de</strong> EVs não foi estatisticamente maior entre os TE sugestivos <strong>de</strong> isquemia ou que<br />
induziram alterações inespecíficas <strong>de</strong> ST e T, quando comparados com os TE em que não ocorreram<br />
alterações da repolarização ventricular. As cifras tensionais sistólicas e diastólicas antes do esforço ou no<br />
final do mesmo não influiram na incidência <strong>de</strong> EVs.<br />
Conclusões: Extra-sístoles ventriculares, durante o teste <strong>de</strong> esforço máximo, em esteira, em portadores<br />
<strong>de</strong> HAS, são muito freqüentes e, no grupo analisado, sua ocorrência foi estatisticamente maior apenas no<br />
grupo <strong>de</strong> pacientes que apresentavam alterações inespecíficas da repolarização ventricular mo<strong>de</strong>radas ou<br />
intensas no ECG controle. Sexo, ida<strong>de</strong>, SVE, níveis sistólicos e diastólicos da PA antes ou no pico do<br />
esforço e conclusão do teste quanto à presença <strong>de</strong> isquemia não influíram significativamente na incidência<br />
<strong>de</strong> EVs. A baixa incidência <strong>de</strong> SVE, pelos critérios <strong>de</strong> Sokolov, renova a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados para<br />
não excluir esta possibilida<strong>de</strong> com base apenas no ECG.