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Posters - Sociedade Brasileira de Hipertensão

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<strong>Posters</strong><br />

055 056<br />

VIAS CENTRAIS ENVOLVIDAS NA MEDIAÇÃO DA<br />

RESPOSTA CARDIOVASCULAR PRODUZIDA PELA ATIVAÇÃO<br />

DO NÚCLEO DORSOMEDIAL DO HIPOTÁLAMO<br />

1 2 Fontes MAP, Dampney RAL<br />

1 2 Lab. <strong>Hipertensão</strong>, Depto. <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica, ICB-UFMG, Dept. Physiology<br />

University of Sydney<br />

Objetivos: O núcleo dorsomedial do hipotálamo (DMH) está envolvido na mediação dos aumentos<br />

da pressão arterial (PA) e freqüência cardíaca (FC) observados durante o estresse emocional (Clin.<br />

Exp. Pharmacol. Physiol. 23: 171–176, 1996). Entretanto, pouco se sabe sobre a organização das<br />

vias centrais envolvidas na resposta cardiovascular gerada pela ativação do DMH, e em particular,<br />

se esta resposta inclui uma conexão com a região rostroventrolateral do bulbo (BRVL).<br />

Métodos e Resultados: Em ratos Wistar machos anestesiados com uretana (1,3–1,5 g/Kg i.p.) a<br />

ativação do DMH, através da microinjeção <strong>de</strong> bicuculline (bic, 20 pmol), resultou em gran<strong>de</strong> aumento<br />

da PA, FC e da ativida<strong>de</strong> simpática do nervo renal (RSNA). Microinjeções bilaterais do<br />

agonista GABA, muscimol (1 nmol) na região pressora do BRVL, aboliram as respostas pressora e<br />

simpatoexcitatória evocadas pela injeção <strong>de</strong> bic no DMH, entretanto, a resposta taquicárdica não foi<br />

alterada. Adicionalmente, experimentos utilizando marcadores retrógrados i<strong>de</strong>ntificaram muitos<br />

neurônios do DMH com projeções diretas para o BRVL.<br />

Conclusão: Os resultados indicam que os componentes vasomotor e cardíaco produzidos pela ativação<br />

do DMH são mediados por vias diferentes que são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, respectivamente,<br />

dos neurônios do BRVL.<br />

Apoio financeiro: CNPq-Brasil e NHMRC - Austrália.<br />

057 058<br />

REFLEXOS CARDIOVASCULARES EM CAMUNDON-<br />

GOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL<br />

VA Peotta, AL Gava, EC Vasquez1 , SS Meyrelles<br />

Departamento <strong>de</strong> Ciências Fisiológicas, Centro Biomédico (UFES) e 1Escola Superior<br />

<strong>de</strong> Ciências da Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia <strong>de</strong> Vitória (Emescam), Vitória, ES<br />

Introdução: O camundongo vem sendo o animal mais utilizado em estudos que utilizam a biologia<br />

molecular como instrumento para o entendimento das doenças cardiovasculares. Todavia, ainda há<br />

carência <strong>de</strong> estudos sobre a função normal e sobre as diferentes fisiopatologias cardiovasculares nesta<br />

espécie. O presente estudo teve como objetivo avaliar os diferentes mecanismos neurais reflexos <strong>de</strong> regulação<br />

cardiovascular nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> hipertensão arterial experimental induzidos por inibição crônica da<br />

síntese <strong>de</strong> óxido nítrico (NO) através do N w -nitro-L-arginina-metil éster (L-NAME) ou pela administração<br />

crônica <strong>de</strong> acetato <strong>de</strong> <strong>de</strong>soxicorticosterona (DOCA) em camundongos.<br />

Métodos: Um grupo <strong>de</strong> camundongos machos (Swiss Webster) foi tratado diariamente com L-NAME<br />

(400 mg/kg; i.p.; N = 7) ou veículo (solução <strong>de</strong> NaCl 0,9%; N = 10) durante 7 dias. Um segundo<br />

grupo <strong>de</strong> animais foi tratado semanalmente com DOCA (15 mg/kg; s.c.; N = 6) mais NaCl (1%) na<br />

água <strong>de</strong> beber ou somente veículo (óleo mineral; N = 7) durante 4 semanas. Ao término do tratamento,<br />

sob anestesia com uretana (1–2 mg/g, i.p.), foram implantados cateteres na veia jugular para administração<br />

<strong>de</strong> drogas e na artéria carótida para registros da pressão arterial média (PAM) e freqüência<br />

cardíaca (FC). O barorreflexo (BR), foi avaliado por meio <strong>de</strong> infusões <strong>de</strong> fenilefrina (1 mg/g) e<br />

nitroprussiato <strong>de</strong> sódio (1 mg/g), com duração <strong>de</strong> aproximadamente 10 segundos cada uma. O reflexo<br />

cardiopulmonar (CP) Bezold-Jarisch e o quimiorreflexo (QR), foram avaliados por meio <strong>de</strong> injeções<br />

in bolus <strong>de</strong> fenilbiguanida (40 mg/kg) e cianeto <strong>de</strong> potássio (0,26 mg/g), respectivamente.<br />

Resultados: Os valores <strong>de</strong> PAM basal foram significativamente maiores nos animais com hipertensão<br />

L-NAME (125 ± 7 mmHg) e DOCA-sal (119 ± 4 mmHg) do que nos animais controles (79 ± 2 e<br />

94 ± 4 mmHg, respectivamente). Entretanto, não foram observadas diferenças significativas na FC<br />

dos animais hipertensos (L-NAME: 703 ± 15 e DOCA-sal: 700 ± 14 bpm) em relação aos seus respectivos<br />

controles (676 ± 21 e 714 ± 22 bpm). A sensibilida<strong>de</strong> do BR, avaliada pela resposta cronotrópica<br />

frente ao aumento <strong>de</strong> pressão pela fenilefrina, mostrou-se significativamente exagerada nos animais<br />

hipertensos por L-NAME (- 9,8 ± 1,4 vs. - 4,9 ± 0,5 bpm/mmHg). O reflexo CP, caracterizado por<br />

simultânea hipotensão e bradicardia, mostrou-se significativamente atenuado somente nos animais<br />

com hipertensão L-NAME (PAM - 14 ± 5 mmHg e FC - 274 ± 44 bpm) quando comparado com os<br />

controles (PAM - 30 ± 5 mmHg e FC - 461 ± 26 bpm). Por outro lado, o QR, caracterizado por<br />

aumentos <strong>de</strong> PAM e queda simultânea <strong>de</strong> FC, mostrou-se alterado apenas nos animais com hipertensão<br />

DOCA-sal (PAM + 2,5 ± 1 mmHg e FC - 40 ± 8 bpm), quando comparado com os respectivos<br />

controles (PAM + 13 ± 7 mmHg e FC - 56 ± 4 bpm).<br />

Conclusões: A exemplo do que ocorre no rato, também foi possível <strong>de</strong>senvolver hipertensão arterial<br />

no camundongo por meio <strong>de</strong> bloqueio da síntese da NO sintase ou pela administração <strong>de</strong> DOCA –sal.<br />

As alterações no BR e no CP, em sentidos opostos no grupo L-NAME parece ser conseqüência da<br />

inibição da síntese <strong>de</strong> NO e não propriamente da hipertensão, pois, a análise individual dos dados não<br />

mostrou correlação positiva entre níveis pressóricos e essas alterações reflexas. Surpreen<strong>de</strong>ntemente<br />

e em contraste com o que tem sido observado em ratos, a hipertensão por DOCA-sal no camundongo<br />

alterou apenas o QR.<br />

Apoio: CNPq, CAPES e Facitec-Vitória.<br />

Sem título-32 22<br />

26/06/03, 15:11<br />

22<br />

MICROINJEÇÃO DE MUSCIMOL NA ÁREA A5 REDUZ<br />

A RESPOSTA PRESSORA DO QUIMIORREFLEXO EM RATOS<br />

NÃO ANESTESIADOS.<br />

AS Ramos, AS Haibara<br />

Depto. <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica, ICB, UFMG, Belo Horizonte, MG<br />

Introdução: Estudos anteriores <strong>de</strong>monstraram que a microinjeção <strong>de</strong> lidocaína na área A5 promoveu<br />

redução da resposta pressora do quimiorreflexo em ratos não anestesiados. No presente estudo<br />

avaliamos o efeito da microinjeção <strong>de</strong> muscimol na área A5 sobre as respostas cardiovasculares do<br />

quimiorreflexo.<br />

Métodos e Resultados: Previamente aos experimentos, os animais (ratos Wistar, n=6) foram submetidos<br />

ao implante bilateral <strong>de</strong> cânulas-guias em direção a área A5, e implante <strong>de</strong> catéteres na<br />

artéria e veia femoral. O quimiorreflexo foi ativado com cianeto <strong>de</strong> potássio (KCN, 40 mg, i.v.)<br />

antes e após a microinjeção bilateral <strong>de</strong> muscimol (100 pmol/100 nl) na área A5. A estimulação do<br />

quimiorreflexo com KCN promoveu resposta pressora (+ 42 ± 3 mmHg) e bradicárdica (- 155 ± 27<br />

bpm). A microinjeção bilateral <strong>de</strong> muscimol na área A5 não promoveu alterações significativas<br />

sobre os parâmetros cardiovasculares basais (+ 99 ± 5 vs. + 99 ± 7 mmHg; 335 ± 15 vs. 343 ± 12<br />

bpm). Em relação às respostas cardiovasculares do quimiorreflexo, a microinjeção <strong>de</strong> muscimol<br />

promoveu atenuação da resposta pressora (+ 42 ± 3 vs. + 17 ± 7 mmHg), sem alterar a bradicardia<br />

induzida por este reflexo (- 155 ± 27 vs. –141 ± 43 bpm). O efeito do muscimol foi reversível,<br />

consi<strong>de</strong>rando que 20 min após a microinjeção <strong>de</strong> muscimol a resposta pressora do quimiorreflexo<br />

foi semelhante ao controle.<br />

Conclusão: Estes resultados indicam que: 1) os neurônios da área A5 não participam tonicamente<br />

da manutenção da pressão arterial; e 2) a área A5 participa como parte integrante do quimiorreflexo,<br />

particularmente na regulação do componente simpato-excitatório.<br />

Apoio Financeiro: CAPES, PRONEX-CNPq<br />

O INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO DEPRIME A RE-<br />

GULAÇÃO REFLEXA DA CIRCULAÇÃO<br />

JEC Lacerda, ED Moreira, MC Irigoyen, EM Krieger<br />

Laboratório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Experimental – Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>, Instituto do<br />

Coração (InCor) – HC.FMUSP, São Paulo, SP<br />

Objetivo: Avaliar o funcionamento do controle baroreflexo da freqüência cardíaca (FC) e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />

do nervo simpático renal (ANSR) em ratos com infarto agudo do miocárdio (IM-1 dia).<br />

Métodos e Resultados: Dois grupos <strong>de</strong> ratos: IM (n = 14) e infarto fictício (SHAM – SH, n = 5)<br />

foram comparados ao grupo controle (C, n = 15). Os ratos foram instrumentados com catéteres<br />

arterial e venoso e com um fino par <strong>de</strong> eletrodos no nevo renal esquerdo para a obtenção da pressão<br />

arterial (PA), FC e ANSR, respectivamente. Os dados foram processados em um sistema <strong>de</strong> aquisição<br />

(CODAS, 4 KHz). O grupo IM apresentou uma menor PAM (103 ± 10 mmHg) e maior FC (422<br />

± 58 bpm) em relação ao C (115 ± 10 mmHg e 384 ± 30 bpm). A PAM e a FC do grupo SH não<br />

foram diferentes do grupo C (110± 7 mmHg e 410 ± 46 bpm, respectivamente). A ANSR basal foi<br />

menor no grupo IM (13 ± 8 mvolt/ciclo/mmHg) em relação aos grupos C e SH (22 ± 6 e 29 ± 9<br />

mvolt/ciclo/mmHg, respectivamente). As respostas barorreflexas foram obtidas após variações da<br />

PA induzidas por injeções <strong>de</strong> fenilefrina (Phe) e nitroprussiato <strong>de</strong> sódio (NP). O IM reduziu a resposta<br />

taquicárdica quando comparado ao C (-2,1 ± 1,1 vs. -2,8 ± 0,8 bpm/mmHg), sem modificações<br />

da bradicardia reflexa. A simpatoexcitação (C, -1,7 ± 0,5; SH, -1,6 ± 0,5; e IM, -1,8 ± 0,5<br />

mvolt/ciclo/mmHg) e a simpatoinibição (C, -0,9 ± 0,4; SH, -1,0 ± 0,3; IM, -0,4 ± 0,3 mvolt/ciclo/<br />

mmHg) estavam reduzidas no IM.<br />

Conclusão: O IM (1 dia) produz hipotensão e diminuição da ativida<strong>de</strong> simpática acompanhadas <strong>de</strong><br />

diminuições no controle barorreflexo da FC e da ANSR.<br />

Apoio Financeiro: FAPESP, F.E. ZERBINI


059 060<br />

ESTUDO DA LIGAÇÃO DA ANGIOTENSINA II NO CÉ-<br />

REBRO DE RATOS APÓS HIPERTENSÃO RENOVASCULAR<br />

RS Almeida, JR Maximino, DR Fior-Chadi<br />

Departamento <strong>de</strong> Fisiologia do Instituto <strong>de</strong> Biociências, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

São Paulo<br />

Objetivo: O sistema renina-angiotensina tem um papel importante no <strong>de</strong>senvolvimento e manutenção<br />

da hipertensão. Este estudo analisou as possíveis alterações na ligação da Angiotensina II (Ang<br />

II) nos núcleos paraventricular do hipotalámo (PVN) e locus coeruleus (LC) <strong>de</strong> ratos submetidos a<br />

hipertensão renovascular utilizando a técnica da radioautografia quantitativa.<br />

Métodos e Resultados: Foram utilizados ratos machos Wistar pesando aproximadamente 200 g. Os<br />

animais foram separados em dois grupos experimentais: (1) ratos hipertensos (n = 6), os quais tiveram<br />

a artéria renal esquerda clipada, com um clipe <strong>de</strong> prata com diâmetro interno <strong>de</strong> 0,2 mm que foi<br />

colocado através <strong>de</strong> uma incisão dorsolateral, para produzir a hipertensão renal (2K1C) e, (2) ratos<br />

com cirurgia simulada (n=6). Após 30 dias a pressão arterial foi medida pelo método caudal. Os<br />

ratos foram sacrificados e seus encéfalos removidos e congelados. Secções da medula oblonga e<br />

hipotálamo foram colocadas sobre lâminas gelatinizadas. Análise radioautográfica quantitativa foi<br />

realizada utilizando a 125 I[ 1 Sar, 8 Ile]Ang II (0,3nM). Para a ligação não específica utilizou-se AngII<br />

(10 mM). Após o período <strong>de</strong> incubação as secções foram lavadas e expostas a um filme sensível a<br />

radioativida<strong>de</strong> por 6 dias. O filme foi quantificado utilizando um sistema <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> imagens.<br />

Observou-se um aumento significativo na pressão arterial média dos animais 2K1C (185 ± 8 mmHg)<br />

quando comparado ao grupo controle (113 ± 7 mmHg). Houve uma diminuição na ligação da 125 I[ 1 Sar,<br />

8 Ile]Ang II no LC do grupo 2K1C (0,25 ± 0,03 fmol/mg <strong>de</strong> proteína) em relação ao grupo controle<br />

(0,47 ± 0,07 fmol/mg <strong>de</strong> proteína). Não observamos alteração no PVN (1,64 ± 0,17 vs 1,46 ± 0,18<br />

fmol/mg <strong>de</strong> proteína, para os grupos controle e 2K1C respectivamente). Foi utilizado o teste U <strong>de</strong><br />

Mann-Whitney (p < 0,05).<br />

Conclusões: De acordo com os resultados obtidos foi observado uma alteração na ligação da Ang II<br />

no LC porém não no PVN <strong>de</strong> ratos hipertensos. Esses resultados sugerem a participação do LC nos<br />

mecanismos da hipertensão renovascular.<br />

Apoio Financeiro: Fapesp (99/12458-2, 99/10629-4 e 99/03241-0) e CNPq (521004/97-7).<br />

061 062<br />

SENSIBILIDADE DO REFLEXO CARDIOPULMONAR<br />

EM RATOS COM DIABETES EXPERIMENTAL SUBMETIDOS À<br />

SOBRECARGA SALINA<br />

VLL Oliveira, ED Moreira, MC Irigoyen, EM Krieger<br />

Divisão <strong>de</strong> Experimentação, Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> do Instituto do Coração do<br />

HCFMUSP - São Paulo, SP<br />

Objetivo: Avaliar o efeito da sobrecarga salina sobre a pressão arterial, freqüência cardíaca e a<br />

sensibilida<strong>de</strong> do reflexo cardiopulmonar em ratos diabéticos por estreptozotocina (STZ, 50 mg/Kg<br />

i.v.), através da administração <strong>de</strong> serotonina antes e após a <strong>de</strong>snervação sino-aórtica.<br />

Métodos e Resultados: Os animais foram divididos em Diabéticos e Diabéticos com sobrecarga<br />

salina (NaCl, 1% na água <strong>de</strong> beber, por 15 dias). Após 15 dias <strong>de</strong> Diabetes os animais foram<br />

cateterizados e 24 horas após, obteve-se os dados <strong>de</strong> pressão arterial e freqüência cardíaca. Após<br />

anestesia (pentobarbital sódico, 40 mg/kg i.v.), implantou-se um eletrodo <strong>de</strong> platina no nervo renal<br />

esquerdo para se obter a ativida<strong>de</strong> simpática renal (ANSR). Os valores basais <strong>de</strong> pressão arterial e<br />

freqüência cardíaca em animais acordados foram maiores no grupo Diabetes-Sal (121 ± 7 mmHg)<br />

do que no grupo Diabetes (93 ± 7 mmHg). Após anestesia não se observou diferenças na pressão<br />

arterial (121 ± 7 vs. 111 ± 4 mmHg) e na freqüência cardíaca (334 ± 16 vs. 340 ± 22 bpm). A<br />

resposta <strong>de</strong> bradicardia e hipotensão após à administração <strong>de</strong> serotonina não foi diferente entre os<br />

grupos Diabetes e Diabetes-Sal. Entretanto, a resposta da ANSR que estava bloqueada (40 ± 12, 26<br />

± 6, 42 ± 11 e 66 ± 10%) nos animais diabéticos, melhorou marcadamente no grupo Diabetes-Sal<br />

(31 ± 10, 84 ± 15, 87 ± 6 e 91 ± 9%). A <strong>de</strong>snervação sino-aórtica aumentou igualmente a ANSR nos<br />

animais Diabetes e Diabetes-Sal e não modificou as respostas reflexa do simpático renal à administração<br />

<strong>de</strong> serotonina.<br />

Conclusão: A sobrecarga <strong>de</strong> sal aumenta a pressão arterial em animais diabéticos ao mesmo tempo<br />

em que melhora a resposta reflexa da ANSR à administração <strong>de</strong> serotonina.<br />

Apoio Financeiro: FAPESP, FEJZerbini.<br />

Sem título-32 23<br />

26/06/03, 15:11<br />

23<br />

<strong>Posters</strong><br />

RESPOSTA PRESSORA À OCLUSÃO BILATERAL DAS<br />

CARÓTIDAS NO DIABETES AGUDO EXPERIMENTAL INDUZI-<br />

DO POR ESTREPTOZOTOCINA<br />

RS Parra*, LAF Men<strong>de</strong>s**, R Fazan Jr, HC Salgado<br />

Departamento <strong>de</strong> Fisiologia , Fac. <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Rib. Preto, USP<br />

Objetivo: A resposta hipertensora à oclusão bilateral das carótidas (OBC) é atribuída a uma hiperativida<strong>de</strong><br />

simpática promovendo, em ratos acordados, um aumento da pressão arterial caracterizado<br />

por um pico pressórico, <strong>de</strong> origem reflexa, seguido <strong>de</strong> uma resposta pressora mantida, <strong>de</strong> menor<br />

intensida<strong>de</strong>, provavelmente <strong>de</strong> origem isquêmica central. Neste trabalho, será avaliada em ratos<br />

diabéticos <strong>de</strong> curta duração, acordados, a resposta pressórica à OBC como índice do grau <strong>de</strong> comprometimento<br />

do simpático.<br />

Métodos e Resultados: Diabetes experimental <strong>de</strong> curta duração (n = 10, 1–2 semanas) foi induzido<br />

pela estreptozotocina (STZ, 50 mg/kg, iv) em ratos Wistar machos. Ratos controles (n = 7) receberam<br />

veículo (salina, 0,9%). A pressão arterial média (PAM em mmHg), foi registrada por cerca <strong>de</strong><br />

15 minutos, seguindo-se as OBCs durante 15, 30, 45 e 60 segundos. Os níveis <strong>de</strong> glicose sangüínea<br />

foram monitorados três dias após a STZ e no dia do experimento. A PAM basal (média ± EPM)<br />

mostrou-se reduzida nos ratos diabéticos (99 ± 2 vs. 107 ± 2 no controle), assim como a DPAM <strong>de</strong><br />

pico (54 ± 5 vs. 69 ± 5 no controle) à OBC, enquanto a DPAM mantida (41 ± 3 vs. 44 ± 3 no<br />

controle) apresentou-se inalterada. Os níveis plasmáticos <strong>de</strong> glicose se apresentaram elevados nos<br />

ratos diabéticos (445 ± 18 vs. 101 ± 5 mg/dl no controle).<br />

Conclusão: 1) O diabetes experimental <strong>de</strong> curta duração promove diminuição da PAM basal; 2)<br />

diabetes experimental <strong>de</strong> curta duração promove um amortecimento da resposta hipertensora <strong>de</strong><br />

pico à OBC, indicando um comprometimento do reflexo barorreceptor; 3) A resposta hipertensora<br />

mantida não foi afetada pelo diabetes, indicando que a isquemia cerebral induzida pela OBC foi<br />

capaz <strong>de</strong> ativar o simpático induzindo uma resposta pressórica semelhante aos ratos normais.<br />

Apoio Financeiro: FAPESP, PRONEX e PIBIC/CNPq.<br />

EFEITOS CARDIOVASCULARES PRODUZIDOS PELA<br />

INFUSÃO CRÔNICA DE ANGIOTENSINA II EM RATOS COM INI-<br />

BIÇÃO TRANSGÊNICA DA SÍNTESE DE ANGIOTENSINOGÊNIO<br />

NO CÉREBRO<br />

1,2 1 3 3 3 1 SM Caligiorne, RAS Santos, O Baltatu, D Ganten, M Ba<strong>de</strong>r, MJ Campagnole-<br />

Santos<br />

1 2 3 Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais, Unicentro Newton Paiva, MDC, Berlin<br />

Objetivos: Neste estudo avaliamos a resposta ao estresse contenção e os efeitos cardiovasculares<br />

produzidos pela infusão crônica <strong>de</strong> Angiotensina II (Ang II) em ratos transgênicos AsrAOGEN-680<br />

(TGR) que apresentam uma redução severa da síntese <strong>de</strong> angiotensinogênio exclusivamente no cérebro.<br />

Métodos e Resultados: A pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) <strong>de</strong> ratos TGR e<br />

Sprague Dawley (SD) foram registrados por telemetria (24 horas, 10 segundos a cada hora) 10 dias<br />

antes e durante 7 dias <strong>de</strong> tratamento com Ang II (6 mg/Kg/h em mini bombas osmóticas). Duas<br />

sessões <strong>de</strong> estresse <strong>de</strong> contenção (30 min) foram feitas 1 dia antes e ao final do tratamento (7 o dia).<br />

Durante esta manobra a PAM e FC foram coletadas continuamente (a cada 10 seg por 90 min). A<br />

PAM e FC dos ratos TGR foi significativamente menor do que os ratos SD tanto no período diurno<br />

(99 ± 2 mmHg vs 104 ± 2 mmHg) quanto no período noturno (105 ± 2 mmHg vs. 109 ± 2 mmHg).<br />

A manobra <strong>de</strong> estresse produziu aumento da PAM (+16 ± 0.5 mmHg) e da FC (+94 ± 0,5 bpm) nos<br />

ratos TGR que foram menores do que as respostas observadas nos ratos SD (+23 ± 0,5 mmHg e 114<br />

± 0,4 bpm, respectivamente). A resposta pressora produzida pela infusão periférica <strong>de</strong> Ang II foi<br />

significativamente atenuada nos ratos TGR (135 ± 0,5 mmHg) em comparação à resposta observada<br />

nos ratos SD (160 ± 0,4 mmHg). Além disso, a infusão <strong>de</strong> Ang II atenuou as respostas cardiovasculares<br />

ao estresse <strong>de</strong> contenção tanto nos SD como nos TGR.<br />

Conclusão: Nossos dados sugerem que a magnitu<strong>de</strong> da resposta pressora induzida pela infusão<br />

crônica <strong>de</strong> Ang II <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do sistema renina-angiotensina central. Além disso, o sistema reninaangiotensina<br />

central modula as respostas cardiovasculares induzidas pelo estresse <strong>de</strong> contenção.<br />

Apoio financeiro: CNPq e PRONEX.


<strong>Posters</strong><br />

063 064<br />

EFEITOS OPOSTOS DA AMIODARONA INTRAVENOSA<br />

SOBRE AS ATIVIDADES EFERENTES SIMPÁTICA E VAGAL EM<br />

RATOS<br />

VJD Siva1 , T Gnecchi-Ruscone2 , B Lavelli2 , V. Bellina2 , A Malliani2 , N Montano2 1Depto Ciências Biológicas, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina do Triângulo Mineiro, Uberaba,<br />

MG. 2Dipto Scienze Pre-Cliniche, L.I.T.A. di Vialba, Ospedale Sacco, Universitá <strong>de</strong>gli<br />

Studi di Milano, Milano, Itália<br />

Introdução: A amiodarona é um fármaco anti-arrítmico amplamente usado o qual abaixa a freqüência<br />

cardíaca, reduz os batimentos ventriculares prematuros e previne a fibrilação ventricular. É <strong>de</strong>sconhecido<br />

se a amiodarona exerce um efeito central direto sobre o sistema nervoso autonômico<br />

cardiovascular. Este estudo foi <strong>de</strong>senhado para se avaliar os efeitos da administração intravenosa<br />

aguda da amiodarona sobre as <strong>de</strong>scargas nervosas eferentes vagais e simpáticas.<br />

Métodos e Resultados: Os experimentos foram realizados em 25 ratos <strong>de</strong>cerebrados não-anestesiados<br />

respirando espontaneamente. Em um grupo <strong>de</strong> animais (n = 7), ativida<strong>de</strong> vagal foi registrada <strong>de</strong><br />

fibras pré-ganglionares isoladas do nervo vago cervical. Em um outro grupo (n = 13) registros <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong> simpática foram obtidos <strong>de</strong> fibras isoladas do tronco simpático cervical em animais intactos<br />

(n = 8) ou após cirurgia <strong>de</strong> baro-<strong>de</strong>snervação (n = 5). Em um grupo adicional <strong>de</strong> 5 ratos, receptores<br />

muscarínicos cardíacos foram bloqueados com atropina (5 mg/Kg, i.v.) 20 minutos após a<br />

administração <strong>de</strong> amiodarona com objetivo <strong>de</strong> se quantificar o papel relativo da ativida<strong>de</strong> nervosa<br />

vagal na mediação da bradicardia induzida pela amiodarona. Pressão arterial e ECG foram continuamente<br />

monitorizados. Registros foram realizados antes e em 1, 10, 20, 30, 45 e 60 minutos após a<br />

administração <strong>de</strong> amiodarona (50 mg/Kg, i.v.). Em todos os grupos, amiodarona induziu bradicardia<br />

e hipotensão. A ativida<strong>de</strong> vagal aumentou imediatamente, atingindo uma diferença significante após<br />

20 minutos (+ 261 ± 131%, p < 0,01), permanecendo inalterada após baro-<strong>de</strong>snervação realizada ao<br />

final do experimento. A ativida<strong>de</strong> simpática, após um rápido aumento inicial (+ 158 ± 83%, p <<br />

0,01), não observado nos animais baro-<strong>de</strong>snervados, começou a diminuir significativamente após 20<br />

minutos (- 36 ± 17%, P < 0,01). A bradicardia induzida pela amiodarona foi reduzida <strong>de</strong> 33±9% (p<br />

< 0,05) após bloqueio muscarínico cardíaco.<br />

Conclusões: A amiodarona intravenosa promove um aumento na ativida<strong>de</strong> vagal associado com<br />

uma simultânea diminuição na ativida<strong>de</strong> simpática cardiovascular. Tais efeitos po<strong>de</strong>m contribuir<br />

para a ação anti-arrítmica aguda da amiodarona.<br />

Fonte financiadora: CNPq, FUNEPU<br />

065 ENVOLVIMENTO DOS CANAIS DE POTÁSSIO NA MELHO-<br />

RA DA SENSIBILIDADE À INSULINA INDUZIDA PELA BRADICININA<br />

CRS Neves, M Ginoza, MLR Cesaretti, NEB Kohlmann, A Tavares, MT Zanella, AB<br />

Ribeiro, O Kohlmann Jr.<br />

Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, SP<br />

Objetivos: Diversos estudos têm <strong>de</strong>monstrado que a bradicinina (BK) está envolvida no metabolismo glicídico.<br />

A melhora na resistência a insulina observada em resposta ao tratamento com inibidores da ECA<br />

po<strong>de</strong> estar associada a menor <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> cininas. Entretanto, o mecanismo pelo qual a BK promove seus<br />

efeitos permanece obscuro. A BK tem sido apontada como mediadora dos efeitos vasodilatadores que estão<br />

relacionadas a liberação <strong>de</strong> prostaglandinas, NO e EDHF. Porém, em estudo anterior <strong>de</strong> nosso laboratório,<br />

observamos que o bloqueio dos sistemas como prostaglandinas e óxido nítrico, não alterou a sensibilida<strong>de</strong><br />

a insulina <strong>de</strong> ratos normotensos, indicando que o EDHF possa estar envolvido nos efeitos mediados pela<br />

insulina no metabolismo glicídico. Assim, o objetivo do presente estudo consiste em avaliar a participação<br />

do EDHF através da manipulação farmacológica utilizando agonistas e antagonistas <strong>de</strong> diferentes subtipos<br />

<strong>de</strong> canais <strong>de</strong> K + na manifestação dos efeitos da BK sob a sensibilida<strong>de</strong> à insulina.<br />

Métodos: Inicialmente, ratos Wistar normotensos (250–300 g) e hipertensos (280–330 g) tratados<br />

com BK (30 mg/min, iv) ou HOE-140 (33 mg/kg, sc e 330 mg/min, iv) foram submetidos ao clamp<br />

euglicênico hiperinsulinêmico (CEH). Uma outra série <strong>de</strong> experimentos foi realizada com ratos<br />

normotensos que foram divididos em grupos <strong>de</strong> acordo com o tratamento agudo com drogas que<br />

bloqueiam [Glibenclamida (10 mg/kg, iv); tetraetilamônio – TEA (9 mg/kg, iv); 4-aminopiridina–<br />

4AP (2,5 mg/kg, iv)] ou ativam canais <strong>de</strong> potássio [Cromakalina (100 mg/kg, iv); Pinacidil – PINA<br />

(0,3 mg/kg, iv), <strong>de</strong>rivado do Nicorandil – NIKO-LIKE (10 mg/kg, iv). Em uma terceira etapa, ratos<br />

normotensos tratados com 4-AP receberam infusões <strong>de</strong> BK (4AP + BK) enquanto ratos submetidos<br />

ao bloqueio dos receptores B2 com HOE-140 foram tratados com pinacidil (HOE + PINA).<br />

Grupos Sensibilida<strong>de</strong> à insulina (mg/kg/min/μU/ml)<br />

WCONT 19,0 ± 2,1<br />

BK 22,7 ± 2,8<br />

WHOE 9,5 ± 0,9 •<br />

SRHCONT 9,7 ± 1,3 •<br />

SHRBK 18,5 ± 1,8 ••<br />

CONT 19,0 ± 2,1<br />

GLIBEN 11,2 ± 1,6 •<br />

Grupos Sensibilida<strong>de</strong> à insulina (mg/kg/min/μU/ml)<br />

TEA 9,1 ± 2,2• 4AP 5,8 ± 0,9• 4AP + BK 12,5 ± 1,0 *•<br />

CROMA 25,4 ± 2,8<br />

NICO 38,2 ± 3,3• PINA 45,8 ± 3,8• HOE + PINA 18,8 ± 2,3•** •p


067 UTILIZAÇÃO DE CICLODEXTRINAS PARA ADMINIS- 068<br />

TRAÇÃO ORAL DE ANGIOTENSINA - (1-7) EM RATOS<br />

AP Nadu1 , RD Sinisterra2 , WX Paula2 , F Frezard1 , AG Filho1 , SS Silva1 , RAS Santos1 1.Laboratório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>, ICB; 2 Departamento <strong>de</strong> Química – UFMG – Belo<br />

Horizonte<br />

A utilização da inclusão em ciclo<strong>de</strong>xtrinas, po<strong>de</strong> ser um recurso útil para proteção <strong>de</strong> peptí<strong>de</strong>os que<br />

sofrem <strong>de</strong>gradação no trato gastrointestinal (TGI). Nesse estudo, visamos <strong>de</strong>terminar o grau <strong>de</strong><br />

absorção da Ang-(1-7) quando administrada por via oral na forma <strong>de</strong> composto <strong>de</strong> inclusão com b -<br />

ciclo<strong>de</strong>xtrina (Ang-(1-7)bCD). Para a realização dos experimentos, foram utilizados 12 ratos Wistar<br />

normais, que tiveram previamente canuladas a artéria femoral esquerda. Os animais foram divididos<br />

em 3 grupos experimentais, e submetidos a gavagem utilizando-se solução salina (0,9%/50 ml),<br />

Ang-(1-7) (100 mg/50 ml) e Ang-(1-7) bCD (100 mg/50 ml). Foram realizadas 4 coletas <strong>de</strong> sangue<br />

(1ml), sendo a primeira antes da gavagem, e as três outras com 2, 6 e 24 horas após a gavagem. Os<br />

resultados obtidos <strong>de</strong>monstraram que a Ang-(1-7)bCD é amplamente absorvida no TGI, alcançando<br />

sua concentração máxima sangüínea por volta <strong>de</strong> 6 horas (620 ± 194 pg/ml), retornando a valores<br />

próximos do basal após 24 horas da realização da gavagem (30 ± 8 pg/ml vs 25 ± 10 antes da<br />

gavagem). A administração <strong>de</strong> Ang-(1-7) isoladamente, também aumentou a concentração plasmática<br />

<strong>de</strong>sse peptí<strong>de</strong>o 6 horas após sua administração (86 ± 13 pg/ml), porém esse aumento foi cerca <strong>de</strong><br />

8 vezes menor do que o observado com a Ang-(1-7) bCD. A administração <strong>de</strong> salina não alterou os<br />

níveis plasmáticos <strong>de</strong> Ang-(1-7). Esses resultados mostram que a Ang-(1-7) bCD po<strong>de</strong> ser utilizada<br />

para administração <strong>de</strong> Ang-(1-7), e provavelmente seus análogos, por via oral.<br />

Apoio financeiro: CNPq - PRONEX<br />

069 ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS DO MIOCÁRDIO, RIM 070<br />

E FÍGADO DE RATOS (RATTUS NOVERGICUS) WISTAR SUBME-<br />

TIDOS À INFUSÃO DE ANGIOTENSINA II. INFLUÊNCIA NA FUN-<br />

ÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA E RESPOSTA AO TRATAMEN-<br />

TO COM LOSARTAN E CARVEDILOL<br />

MCF Vailati, NS Rocha, LS Matsubara, BB Matsubara<br />

Departamento <strong>de</strong> Clínica Médica, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

Veterinária e Zootecnia – UNESP - Botucatu, SP<br />

Introdução: Um aspecto pouco explorado na literatura, é o caráter sistêmico das alterações vasculares<br />

induzidas pela angiotensina II (AII). Teoricamente, todos os tecidos po<strong>de</strong>m ser afetados, visto<br />

que, os receptores da AII já foram i<strong>de</strong>ntificados em vários órgãos. Os trabalhos que avaliam o efeito<br />

da AII no miocárdio são concordantes no sentido <strong>de</strong> indicar lesões envolvendo vasos e tecido muscular.<br />

Não encontramos qualquer estudo que avaliasse o impacto <strong>de</strong>ssas lesões na função ventricular,<br />

numa fase que prece<strong>de</strong> a fibrose miocárdica.<br />

Métodos: Foram utilizados 65 ratos Wistar, machos, com aproximadamente 250 g <strong>de</strong> peso corpóreo,<br />

divididos em quatro grupos: controle (n = 16), ratos tratados com AII (n = 17), ratos tratados<br />

com AII + carvedilol (90 mg/kg/dia; n = 15) e AII + losartan (30 mg/kg/dia; n = 17). A infusão<br />

contínua <strong>de</strong> AII foi realizada na dose <strong>de</strong> 150 hg/min, através <strong>de</strong> mini-bombas osmóticas colocadas<br />

no dorso do animal. O registro das pressões arteriais caudais (PA) dos animais <strong>de</strong> cada grupo foi<br />

obtido aproximadamente 24h antes da implantação da mini-bomba e antes da realização da eutanásia.<br />

Foram realizados cortes histológicos <strong>de</strong> miocárdio, rim e fígado para coloração pela hematoxilinaeosina<br />

e observação das áreas <strong>de</strong> necrose. A intensida<strong>de</strong> das lesões foi <strong>de</strong>finida por meio <strong>de</strong> escores.<br />

Uma parte dos animais foi <strong>de</strong>stinada ao estudo histológico e a outra ao estudo do coração isolado.<br />

Também foi realizada a técnica <strong>de</strong> imunohistoquímica para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> macrófagos e vermelho-congo<br />

azul <strong>de</strong> toluidina para mastócitos e eosinófilos. Os resultados foram comparados com os<br />

ratos do grupo controle, sem qualquer tratamento, por meio <strong>de</strong> ANOVA com nível <strong>de</strong> significância p<br />

< 0,05.<br />

Resultados: A PA foi maior nos grupos AII e carvedilol em relação ao controle (165 ± 30 mmHg e<br />

181 ± 35 mmHg vs. 126 ± 13 mmHg, p < 0,01). O losartan preveniu a hipertensão. A análise<br />

histopatológica mostrou inflamação perivascular e necrose da pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> arteríolas intramiocárdicas,<br />

renais e hepáticas. Houve proteção estatisticamente significante com a utilização <strong>de</strong> carvedilol e<br />

com losartan. Foram i<strong>de</strong>ntificados macrófagos e mastócitos em todos os tecidos. A intensida<strong>de</strong> das<br />

lesões tissulares foi evi<strong>de</strong>ntemente menor do que a intensida<strong>de</strong> das lesões vasculares, sem diferença<br />

estatística entre os grupos estudados.<br />

Conclusões: 1) As lesões vasculares causadas pela AII têm caráter sistêmico, não se limitando a<br />

lesão <strong>de</strong> órgãos–alvo da hipertensão. 2) Estas lesões observadas após 72 h não causaram alterações<br />

na função ventricular. 3) As alterações histológicas causadas pela AII foram prevenidas tanto pelo<br />

carvedilol quanto pelo losartan, evi<strong>de</strong>nciando o papel das catecolaminas no mecanismo fisiopatológico.<br />

Apoio: FAPESP – projeto 98/01939-7<br />

Sem título-32 25<br />

26/06/03, 15:11<br />

25<br />

<strong>Posters</strong><br />

AVALIAÇÃO DO EFEITO DA INFUSÃO AGUDA DE AN-<br />

GIOTENSINA- (1-7) SOBRE A FUNÇÃO ENDOTELIAL EM RATOS<br />

NORMOTENSOS<br />

RF Silva, JR Silva, RAS Santos<br />

Laboratório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>, Depto. <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica, ICB-UFMG<br />

Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da Ang-(1-7) sobre a função endotelial in<br />

vivo, através <strong>de</strong> seu efeito sobre a ação vasodilatadora da acetilcolina (Ach) .<br />

Métodos: Foram utilizados ratos Wistar machos, conscientes, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e peso semelhantes (20 semanas,<br />

260–325 g). Sob anestesia por tribromo etanol 2,5% (1 ml/100 g), cânulas <strong>de</strong> polietileno<br />

(PE-10 fundido a PE-50) foram introduzidas na Aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte (via artéria carótida esquerda) e<br />

artéria e veia femorais para injeção <strong>de</strong> acetilcolina, registro da pressão arterial média (PAM) e infusão<br />

<strong>de</strong> angiotensina-(1-7) ou salina, respectivamente. Doses crescentes <strong>de</strong> Ach (3,1 ng- 25 ng i.a)<br />

foram administradas antes e após trinta minutos do início da infusão <strong>de</strong> Ang-(1-7) (7,3 pmol/min/<br />

60 min) ou veículo (0,4 ml/60 min).<br />

Resultados: No período controle a Ach produziu reduções da PAM variando <strong>de</strong> -7,2 ± 2,2 mmHg<br />

(3,1 ng) a –23,2 ± 3,9 mmHg (25 ng), associadas a aumento reflexo da freqüência cardíaca. Após<br />

infusão <strong>de</strong> Ang-(1-7) ocorreu um aumento significante do efeito hipotensor da Ach (3,1 ng: -16,3 ±<br />

2,8 mmHg e 25 ng: -31,0 ± 3,2 mmHg, p < 0,05). Administração <strong>de</strong> L-NAME (30 mg/Kg) promoveu<br />

uma redução significativa no efeito hipotensor da Ach. O aumento do efeito hipotensor da Ach<br />

não foi associado à alterações da sensibilida<strong>de</strong> do reflexo barorreceptor. A infusão <strong>de</strong> salina não<br />

alterou significativamente o efeito hipotensor da Ach.<br />

Conclusões: Nossos dados sugerem que aumentos agudos da concentração plasmática <strong>de</strong> Ang-(1-7)<br />

po<strong>de</strong>m favorecer a função vasodilatadora endotelial.<br />

ANTAGONISTA DE RECEPTOR NMDA BLOQUEIA A<br />

RESPOSTA HIPOTENSORA DA ANGIOTENSINA II NO NÚCLEO<br />

DO TRATO SOLITÁRIO<br />

1,2 1 1 3 3 1 AS Couto, RK Milaheb, RAS Santos, M Ba<strong>de</strong>r, Ovidiu Baltatu, MJ Campagnole-<br />

Santos<br />

1 2 Depto. Fisiologia e Biofísica, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais, Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina, 3MDC, Berlin, Germany<br />

Objetivos: O objetivo do presente estudo foi avaliar o envolvimento da neurotransmissão<br />

glutamatérgica sobre os efeitos cardiovasculares produzidos pela angiotensina (Ang) II no núcleo<br />

do trato solitário (nTS).<br />

Métodos e Resultados: Os experimentos foram feitos em ratos Sprague-Dawley, machos anestesiados<br />

com uretana (1,2 g/kg, i.p.). A pressão arterial pulsátil e média (PAM) e freqüência cardíaca (FC)<br />

foram monitorizadas continuamente por um transdutor <strong>de</strong> pressão conectado a um sistema <strong>de</strong> aquisição<br />

<strong>de</strong> dados (BIOPAC). Microinjeções unilateral <strong>de</strong> Ang II (10 pmol/ 50 nl) foram feitas no nTS<br />

(0,5 mm anterior, 0,5 mm lateral ao óbex e 0,3 mm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>) antes e após microinjeção <strong>de</strong><br />

antagonistas específicos <strong>de</strong> receptores ionotrópicos <strong>de</strong> glutamato: 1- MK-801, antagonistas <strong>de</strong> receptor<br />

NMDA, 1 ng/ 50 nl; 2- CNQX, antagonista <strong>de</strong> receptor não-NMDA, 200-400 pmol/ 50 nl. A<br />

microinjeção <strong>de</strong> MK-801 no nTS produziu aumento significante da PAM (9 ± 0,5 mmHg). Na presença<br />

do MK-801, a hipotensão produzida pela Ang II foi significativamente atenuada (-5 ± 0,6<br />

mmHg vs -19 ± 2 mmHg, antes do MK-801; n = 5) e a bradicardia completamente bloqueada. A<br />

microinjeção <strong>de</strong> CNQX produziu aumento da PAM e FC (12 ± 5 mmHg; 22 ± 6 bpm respectivamente).<br />

Por outro lado, o bloqueio dos receptores não-NMDA, não alterou a resposta hipotensora e<br />

bradicárdica produzidas pela Ang II no nTS (-24 ± 4 mmHg e -19 ± 4 bpm, respectivamente, após<br />

CNQX, n = 4).<br />

Conclusão: Estes resultados sugerem que os efeitos cardiovasculares produzidos pela Ang II no<br />

nTS são modulados via neurotransmissão glutamatérgica, com participação dos receptores NMDA.<br />

Apoio: CNPq, FAPEMIG, CAPES e PRONEX


<strong>Posters</strong><br />

071 072<br />

EFEITOS DA HIPERTERMIA EXTERNA EM MIOCÁR-<br />

DIO DE RATOS<br />

L Galvão, S Cristino, R Povoa, M Simões, O Mora, B Luna Filho, C Ferreira Filho, A<br />

Costa, MT Bombig, C Ferreira<br />

EPM-UNIFESP São Paulo<br />

Introdução: O coração é susceptível a diversos tipos <strong>de</strong> estresses, e a compreensão dos mecanismos<br />

envolvidos e seus aspectos fisiopatológicos são importantes para as medidas <strong>de</strong> proteção.<br />

Objetivo: Observar sob o ponto <strong>de</strong> vista comportamental, anátomo patológico, histoquímico e<br />

ultraestrutural a ação alarmógena da hipertermia no miocárdio, supra renais e fígado.<br />

Material e métodos: Foram utilizados 20 ratos Wistar, machos, adultos e divididos em 2 grupos:<br />

controle (CON) e hipertermia (HT), os quais ficaram expostos ao calor <strong>de</strong> 45 ºC no período <strong>de</strong> 30’<br />

em gaiola termica. Após o procedimento eram retirados fragmentos <strong>de</strong> fígado, supra renais e coração<br />

para microscopia ótica (MO) e coração para microscopia eletrônica. (ME).<br />

Resultados: O grupo HT apresentou distúrbios comportamentais (pelos eriçados, agitação, convulsões).<br />

A MO o grupo HT apresentou <strong>de</strong>pleção mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> lipídios em região cortical <strong>de</strong> supra<br />

renais, e <strong>de</strong> glicogênio no fígado. O coração na MO não apresentou alterações e no estudo da ME<br />

apresentou alterações mitocondriais caracterizadas por e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> cristas, lise e vacuolização<br />

(cristólise).<br />

Mitocôndrias<br />

Grupos/ Integras Lesadas Total<br />

CON 293 43 336<br />

HT 61 212* 273<br />

total 354 255 609<br />

*p < 0,05 teste do Qui-Quadrado<br />

Conclusões: O estresse pelo calor provocou alterações significantes em supra renais e fígado. No<br />

coração houve alterações ultraestruturais caracterizadas por cristólise mitocondrial.<br />

073 074<br />

INDUÇÃO DE HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUER-<br />

DA E DIREITA PELO ISOPROTERENOL-ESTUDO EXPERIMEN-<br />

TAL EM RATOS<br />

C Ferreira Filho; R Povoa, B Luna Filho; MRR Silva; M Ferreira; L Galvão, MT<br />

Bombig; C Ferreira<br />

Setor <strong>de</strong> Cardiopatia Hipertensiva e Cardiologia Experimental da EPM-UNIFESP<br />

São Paulo<br />

Introdução: A hipertrofia ventricular esquerda é um dos principais fatores <strong>de</strong> risco cardiovascular,<br />

e para a prevenção e regressão é importante conhecer os mecanismos <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adores.<br />

Objetivo: Contribuir para o entendimento dos mecanismos da hipertrofia miocárdica.<br />

Material e métodos: Foram estudados 16 ratos machos (Rattus norvegicus albinus, Ro<strong>de</strong>ntia<br />

Mammalia), com pesos <strong>de</strong> 280 g., separados em dois grupos equivalentes. O primeiro recebeu<br />

isoproterenol (ISO) s.c. emulsionado em óleo <strong>de</strong> oliva, na dose <strong>de</strong> 0,3 mg/Kg <strong>de</strong> peso. O segundo<br />

(CON), recebeu óleo <strong>de</strong> oliva s.c.. Após anestesia por éter etílico, os animais foram sacrificados e<br />

obtidos fragmentos dos ventrículos. A seguir efetuada as preparações para a coloração pelo picrosirius<br />

a histometria dos miócitos utilizando microscópio simples <strong>de</strong> luz. Para estimar a hipertrofia,<br />

foram medidos os eixos maiores e menores dos miócitos ventriculares, e calculadas as proporções<br />

<strong>de</strong> hipertrofia em relação ao controle.<br />

Resultados: Constatou-se diferentes proporções <strong>de</strong> hipertrofia miocítica presentes no VE e VD.<br />

Incremento Proporcional da Hipertrofia em Relação ao Grupo CON<br />

Eixo maior Eixo menor<br />

V. Esquerdo 1,301 1,12<br />

V. Direito 0,430 0,312<br />

Conclusões: 1- Hipertrofia concomitante dos ventrículos esquerdo e direito. 2- Mantidos os mesmos<br />

fatores <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes da hipertrofia miocítica, a HVE foi maior quando comparada a HVD.<br />

Sem título-32 26<br />

26/06/03, 15:11<br />

26<br />

PREVENÇÃO PELA PRAVASTATINA DA HIPERTROFIA<br />

VENTRICULAR ESQUERDA INDUZIDA PELO ISOPROTERENOL<br />

C Ferreira Filho , MTM Bombig, R Povoa; B Luna Filho, M Simões, L Galvão, M<br />

Ferreira M., V Schwerz, C Ferreira<br />

Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina -UNIFESP-São Paulo<br />

Introdução: A hipertrofia ventricular esquerda é um fator <strong>de</strong> risco cardiovascular, e é importante a<br />

pesquisa <strong>de</strong> fármacos envolvidos na sua prevenção.<br />

Objetivo: Contribuir para o entendimento da interação entre pravastatina e a hipertrofia ventricular<br />

esquerda.<br />

Material e Métodos: Foram estudados 24 ratos machos (Rattus norvegicus albinus, Ro<strong>de</strong>ntia<br />

Mammalia), com pesos entre 250 a 300 g, separados em quatro grupos <strong>de</strong> seis animais. O primeiro<br />

(ISO) permaneceu 7 dias apenas com dieta habitual, e a seguir recebeu isoproterenol s.c. emulsionado<br />

em óleo <strong>de</strong> oliva, na dose <strong>de</strong> 0,3 mg/Kg <strong>de</strong> peso, durante os sete dias seguintes. O segundo (PRA),<br />

recebeu 10 mg/Kg <strong>de</strong> pravastatina por gavagem durante 14 dias. O terceiro (PRA/ISO) recebeu<br />

pravastatina durante 14 dias, e isoproterenol nos últimos 7 dias. O quarto foi o controle (CON).<br />

Depois <strong>de</strong> 14 dias, os animais foram anestesiados por éter etílico, sacrificados, e retirados espécimes<br />

para o processamento, coloração por hematoxilina-eosina, e picro-sírius. Para estimar a hipertrofia,<br />

foram medidos os eixos maiores e menores dos cardiomiócitos.<br />

Resultados:<br />

CON ISO PRA PRA/ISO<br />

Eixo maior 0,687 0,910* 0,730 0,762<br />

Eixo menor<br />

* P< 0,001 Anova<br />

0,500 0,607* 0,422 0,442<br />

Conclusões: A pravastatina, ministrada concomitantemente ao isoproterenol, preveniu a hipertrofia<br />

ventricular esquerda.<br />

EFEITO POTENCIADOR DA BRADICARDIA REFLEXA<br />

PELO PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL (ANP) EM RATOS<br />

NORMOTENSOS ACORDADOS<br />

M Oliveira, J Antunes-Rodrigues, HC Salgado<br />

Departamento <strong>de</strong> Fisiologia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Ribeirão Preto -USP, Ribeirão<br />

Preto, SP.<br />

Introdução: Há evidências na literatura <strong>de</strong> que o peptí<strong>de</strong>o natriurético atrial (ANP) potência a<br />

bradicardia reflexa, em ratos normotensos, atuando sobre aferências vagais não arteriais. Neste trabalho,<br />

foram examinados: 1) o papel facilitatório do ANP sobre a bradicardia reflexa obtida por<br />

meio da ativação <strong>de</strong> aferências vagais arteriais em animais acordados; 2) o efeito do ANP sobre a<br />

bradicardia induzida pela estimulação elétrica vagal em animais anestesiados.<br />

Métodos: Foram utilizados ratos Wistar, os quais, sob a anestesia do nembutal tiveram implantados<br />

cateteres arterial (carotí<strong>de</strong>o) e venoso (femoral), e um oclusor pneumático na aorta abdominal, para<br />

o protocolo com os ratos acordados. A estimulação elétrica vagal foi feita sob anestesia da cloralose,<br />

com os vagos seccionados. Os parâmetros <strong>de</strong> estimulação foram: 2 a 64 Hz, 5V <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>, duração<br />

<strong>de</strong> 2 ms, durante 20s. Após a obtenção da primeira curva estímulo – resposta (N = 7), o ANP foi<br />

administrado através da infusão i.v. (0,1 nmol/50 ml/min, 20min.), e uma nova série <strong>de</strong> estimulações<br />

foi repetida.<br />

Resultados: O ANP não alterou as respostas bradicárdicas à estimulação elétrica vagal quando<br />

comparadas com os animais tratados com veículo do ANP (N = 7). As respostas bradicárdicas reflexas<br />

à oclusão da aorta, em animais tratados com ANP (N = 12) ou veículo (N = 8) mostraram que<br />

para um mesmo gradiente <strong>de</strong> pressão arterial média (13 + 1,3 vs.11 + 1,5 mmHg no controle), o<br />

ANP potenciou a bradicardia reflexa (-67 + 13 vs. 47 + 12 bpm no controle) induzida por estimulação<br />

<strong>de</strong> aferências vagais arteriais.<br />

Conclusões: 1) A administração aguda do ANP facilitou a bradicardia reflexa induzida pela ativação<br />

<strong>de</strong> aferências vagais arteriais, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> uma hipertensão produzida pela coarctação da aorta<br />

em animais acordados; 2) O ANP não facilitou a bradicardia <strong>de</strong>corrente da estimulação elétrica<br />

vagal em animais anestesiados. Estes resultados sugerem que o ANP <strong>de</strong>ve potenciar a bradicardia<br />

reflexa, em animais acordados, atuando centralmente ou nas aferências barorreceptoras, uma vez<br />

que uma ação sobre as terminações parassimpáticas cardíacas parece pouco provável, visto que a<br />

bradicardia <strong>de</strong>corrente da estimulação elétrica vagal não foi modulada pelo ANP.<br />

Apoio Financeiro: PRONEX, FAPESP, CNPq.


075 PRODUÇÃO DE PGI E GMP EM RESPOSTA À ANGIO- 076<br />

2 C<br />

TENSINA-(1-7) E BRADICININA EM MICROVASOS MESENTÉRI-<br />

COS DE SHR<br />

Fernan<strong>de</strong>s L1 ; Santos RAS2 ; Fortes ZB1 ; Nigro D1 ; Tostes RCA1 ; Carvalho MHC1 1 2 Depto. Farmacologia, ICB/USP, São Paulo/SP e Depto. <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica,<br />

ICB/UFMG, Belo Horizonte, MG.<br />

Introdução: O presente trabalho investigou os efeitos da interação Ang-(1-7)/BK sobre a reativida<strong>de</strong><br />

vascular e produção dos segundos mensageiros PGI 2 e GMPc em preparações <strong>de</strong> leito mesentérico<br />

<strong>de</strong> SHR, avaliando as conseqüências da inibição da ECA sobre essas respostas.<br />

Métodos: Utilizou-se preparações isoladas <strong>de</strong> leito mesentérico <strong>de</strong> animais SHR (n = 7–8 em cada<br />

grupo), perfundidas com solução <strong>de</strong> Krebs-Henseleit em fluxo constante <strong>de</strong> 2mL/min. Os agentes<br />

BK (10 ng) e Ang-(1-7) (2,2 ug) foram aplicados em bolus, isoladamente e associados, em volumes<br />

variáveis <strong>de</strong> 30 a 80 uL. Em outro grupo repetiu-se o protocolo após a adição <strong>de</strong> enalaprilato (10 -8 M)<br />

no líquido <strong>de</strong> perfusão. Nessas preparações testou-se também o antagonista <strong>de</strong> receptor <strong>de</strong> Ang-(1-<br />

7) A-779 (4,8 ug) juntamente com BK (10 ng). Dosagens <strong>de</strong> PGI 2 e <strong>de</strong> GMPc foram realizadas em<br />

amostras <strong>de</strong> perfusato (1mL) (n = 5–6 em cada grupo) por método enzimático <strong>de</strong> imunoensaio.<br />

Resultados: Em preparações perfundidas com Krebs normal a Ang-(1-7) potencializou o relaxamento<br />

induzido por BK (8.6±1.2vs19.8±2.2%*). Nessas condições, a aplicação associada dos dois<br />

agentes resultou em aumento, embora não estatisticamente significativo, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20% e 40% na<br />

produção <strong>de</strong> PGI 2 e GMPc, respectivamente (Figura). A perfusão com Krebs + enalaprilato aumentou<br />

o relaxamento promovido por BK isolada (8,6 ± 1,2 vs. 16,7 ± 1,8*), e esse efeito foi revertido<br />

em presença <strong>de</strong> A-779 (16,7 ± 1,8 vs. 7,8 ± 1,3%*). Nessas preparações a ação potencializadora <strong>de</strong><br />

Ang-(1-7) sobre BK não foi observada. A produção dos segundos mensageiros estimulada pela<br />

associação Ang-(1-7)+BK ou BK+A-779 foi drasticamente reduzida após a inibição da ECA (Figura).<br />

*P


079<br />

<strong>Posters</strong><br />

TREINAMENTO FÍSICO E HORMÔNIOS OVARIANOS<br />

NÃO ALTERAM A REATIVIDADE VASCULAR DE RATAS SHR<br />

1 1 1 1 2 1 Lima MS**, Koo EN**, Dantas AP**, Nigro D, Michelini LC, Carvalho MHC<br />

1 2 Departamento <strong>de</strong> Farmacologia - ICB/USP, Departamento <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica<br />

– ICB/USP<br />

Objetivos: Em ratos SHR machos o treinamento físico atenua a hipertensão arterial. O objetivo do<br />

presente estudo é verificar o efeito do exercício na pressão arterial e na reativida<strong>de</strong> vascular em aorta<br />

e leito mesentérico <strong>de</strong> ratas espontaneamente hipertensas (SHR), em estro fisiológico e castradas.<br />

Métodos: Foram utilizadas ratas SHR em estro fisiológico, se<strong>de</strong>ntárias (EFS) e treinadas (EFT) e<br />

ooforectomizadas, se<strong>de</strong>ntárias (OOFS) e treinadas (OOFT). A castração foi realizada com 13 semanas<br />

(fase <strong>de</strong> hipertensão estabelecida e maturida<strong>de</strong> sexual) e o treinamento físico <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong><br />

(40% TEM) foi iniciado para os dois grupos (EFT e OOFT) com 17 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e duração<br />

<strong>de</strong> 13 semanas. Medidas <strong>de</strong> pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) foram realizadas<br />

em ratas acordadas. A reativida<strong>de</strong> vascular em anéis <strong>de</strong> aorta isolados (com e sem endotélio) e<br />

em leito mesentérico perfundido (2ml/min) foi avaliada através da resposta a agonistas (noradrenalina<br />

-NE e acetilcolina -Ach).<br />

Resultados (média±EPM): Não foram observadas diferenças entre os grupos na PAM (EFS = 182<br />

± 5 – n = 8, EFT = 183 ± 4 – n = 13, OOFS = 177 ± 5 – n = 11, OOFT = 176 ± 4 mmHg – n = 14)<br />

e FC (EFS = 405 ± 14 – n = 8, EFT = 381 ± 14 – n = 13, OOFS = 358 ± 8 – n = 11, OOFT = 391 ±<br />

11bpm – n = 14). Em aorta, a reativida<strong>de</strong> (pD 2 ) a Ach (EFS = 7,49 ± 0,07 – n = 6, EFT = 7,73 ± 0,07<br />

– n = 6, OOFS = 7,63 ± 0,07 – n = 6, OOFT = 7,28 ± 0,07 – n = 6), NE c/endotélio (EFS = 7,94 ±<br />

0,14 – n = 6, EFT = 7,84 ± 0,14 – n = 6, OOFS = 7,56 ± 0,13 – n = 7, OOFT = 7,94 ± 0,14 – n = 7),<br />

NE s/endotélio (EFS = 8,11 ± 0,13 – n = 7, EFT = 8,09 ± 0,14 – n = 6, OOFS = 8,13 ± 0,14 – n = 6,<br />

OOFT = 7,94 ± 0,14 – n = 6) foi semelhante nos quatro grupos. O mesmo ocorreu com a reativida<strong>de</strong><br />

do leito arteriolar mesentérico (pD 2 ): Ach (EFS = 0,91 ± 0,08 – n = 6, EFT = 0,748 ± 0,08 – n = 6,<br />

OOFS = 0,877 ± 0,08 – n = 6, OOFT = 0,840 ± 0,08 – n = 6) e NE (EFS = 5,21 ± 0,16 – n = 5, EFT<br />

= 5,55 ± 0,08 – n = 6, OOFS = 5,19 ± 0,21 – n = 5, OOFT = 5,02 ± 0,05 – n = 5).<br />

Conclusões: O treinamento e/ou a ooforectomia não alteram a PAM, a FC e a reativida<strong>de</strong> vascular<br />

em aorta e leito arteriolar mesentérico, em ratas SHR EF e OOF.<br />

Apoio: CAPES, CNPq.<br />

081 INTERFERÊNCIA DO LOSARTAN, ENALAPRIL E DO 082<br />

DICLOFENACO NA INTERAÇÃO LEUCÓCITO – ENDOTÉLIO EM<br />

RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS (SHR)<br />

LL Martinez, MA Oliveira, MHC Carvalho, D Nigro, RCAT Passaglia, ZB Fortes<br />

Departamento <strong>de</strong> Farmacologia, ICB, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo<br />

O uso simultâneo <strong>de</strong> antiinflamatórios não-esteroidais (NSAID) e agentes antihipertensivos (AH)<br />

representa um problema relativamente comum na prática clínica. Em nosso estudo, para investigarmos<br />

a influencia da associação <strong>de</strong> AH e NSAID no comportamento dos leucócitos, nós estudamos<br />

AH, losartan (L) e enalapril (E), e NSAID, diclofenaco (D), em ratos espontaneamente hipertensos<br />

(SHR). O número <strong>de</strong> leucócitos que rolaram, a<strong>de</strong>riram (10 minutos após aplicação tópica <strong>de</strong> leucotrieno<br />

B 4 - LTB 4 ), e migraram (2 horas após estímulo com fator <strong>de</strong> necrose tumoral -TNF-alfa) foram<br />

<strong>de</strong>terminados em vênulas da fascia espermática usando microscopia intravital. O tratamento com D<br />

(1 mg/kg/d/15 d,vo) aumentou a pressão arterial (PA) dos SHRs (C = 167,9 ± 3,5; D = 187,0 ± 2,9*).<br />

Os tratamentos com L (15 mg/kg/d/d/15, vo) ou E (10 mg/kg/d/15, vo) ou associação D+L ou D+E<br />

reduziram a PA (L = 157,7 ± 3,3*; E = 149,2 ± 4,2*; D+L = 159,9 ± 4,4*; D+E = 148,1 ± 3,5*). O<br />

numero <strong>de</strong> leucócitos rolando (C = 122,7 ± 8,1) foi reduzido pelo tratamento com D (28,5 ± 4,4*),<br />

L (73,6 ± 8,4*) e pela associação <strong>de</strong> D+L (58,6 ± 8,2*), o mesmo não ocorrendo nos tratamentos<br />

com E (83,8 ± 10,9) e com a associação D+E (91,7 ± 10,5). O número <strong>de</strong> células a<strong>de</strong>ridas após LTB 4<br />

(C = 12,0 ± 1,3) foi reduzido pelo tratamento com D (6,3 ± 0,9*), L (7,0 ± 0,7*), E (7,8 ± 0,6*), D+L<br />

(7,4 ± 0,6*) e D+E (7,1 ± 0,7*). O número <strong>de</strong> células migradas após TNF-alfa (C = 9,8 ± 0,7) foi<br />

reduzido pelo tratamento com D (4,6 ± 0,4*), E (6,0 ± 0,5*), L (6,8 ± 0,6*), D+E (6,0 ± 0,5*) e D+L<br />

(5,8 ± 0,7*). Nossos dados permitem concluir que a associação do D não interferiu com o efeito<br />

antihipertensivo do L ou do E, porém o E associado ao D reduziu a eficácia antiinflamatória <strong>de</strong>ste,<br />

pelo menos no que se refere ao rolamento leucocitário. O fato do E não ter reduzido o número <strong>de</strong><br />

rollers po<strong>de</strong> estar relacionado com o acúmulo <strong>de</strong> bradicinina que ocorre com a inibição da enzima<br />

conversora <strong>de</strong> angiotensina (ECA) interferindo assim, com o efeito antiinflamatório do D. (*p <<br />

0,05 X controle (C); n = 6).<br />

Apoio financeiro FAPESP.<br />

Sem título-32 28<br />

26/06/03, 15:11<br />

28<br />

080 CORRELAÇÃO ENTRE VASODILATAÇÃO ENDOTÉ-<br />

LIO-DEPENDENTE DA ARTÉRIA BRAQUIAL E PROTEINÚRIA DE<br />

24 HORAS E HDL DE PACIENTES DO SEXO FEMININO COM HI-<br />

PERTENSÃO ARTERIAL PRIMÁRIA<br />

E Bocanegra, M Saleh, C Amo<strong>de</strong>o, CMC Strunz, ML Kono, N Salvarani, E Oliveira, J<br />

Assef, S Barreto, R Baretto, S Pontes Jr.,<br />

Dante Pazzanese <strong>de</strong> Cardiologia, São Paulo, SP<br />

Objetivos: Disfunção endotelial foi relatada como alteração em pacientes com proteinúria e HDL<br />

diminuído. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi o <strong>de</strong> verificar se a vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da artéria braquial está relacionada à proteinúria <strong>de</strong> 24 horas e à concentração sérica<br />

<strong>de</strong> HDL.<br />

Material e Métodos: Foram examinadas 17 pacientes do sexo feminino com hipertensão arterial.<br />

As pacientes, com ida<strong>de</strong>s entre 44 e 55 anos, não possuíam antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> tabagismo, dislipi<strong>de</strong>mia,<br />

diabete melito, obesida<strong>de</strong>, insuficiência coronariana ou doença vascular cerebral. Os exames <strong>de</strong><br />

função endotelial da artéria braquial foram realizados utilizando ultra-sonografia modo B (8 MHZ),<br />

após 5 minutos <strong>de</strong> repouso, pelo mesmo observador (cego para as informações sobre as pacientes) A<br />

artéria braquial esquerda foi examinada entre 2 e 15 cm acima da fossa antecubital. O diâmetro foi<br />

medido três vezes em três locais diferentes da artéria no mesmo ciclo cardíaco concomitantemente<br />

ao início da onda R do eletrocardiograma, na fase <strong>de</strong> repouso, 90 segundos após induzir vasodilatação<br />

fluxo-mediada (endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte) pelo garroteamento do braço esquerdo durante 5 minutos<br />

e também 5 minutos após induzir vasodilatação pela administração <strong>de</strong> 5 mg <strong>de</strong> dinitrato <strong>de</strong><br />

isosorbida sublingual (endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte).<br />

Resultados: Os coeficientes <strong>de</strong> correlação <strong>de</strong> Pearson (r) entre as variáveis % <strong>de</strong> vasodilatação<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, proteinúria e HDL foram:<br />

Correlação com o Correlação com o<br />

N percentual <strong>de</strong> vasodilatação P percentual <strong>de</strong> vasodilatação P<br />

endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

Proteinúria 13 0,30 0,43 0,35 0,24<br />

HDL 17 0,01 0,97 0,40 011<br />

A correlação entra a proteinúria e a vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte foi <strong>de</strong> 0,30<br />

e 0,35, respectivamente (p = N.S.) A correlação entre o HDL e a vasodilatação endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

foi <strong>de</strong> 0,40 (p = 0,11), o que indica discreta correlação.<br />

Conclusões: Neste estudo, não houve correlação significante entre a proteinúria <strong>de</strong> 24 horas, HDL<br />

e a vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte em pacientes hipertensas.<br />

ALTERAÇÃO DA REATIVIDADE VASCULAR DA MUS-<br />

CULATURA ESQUELÉTICA COMO RESPOSTA ADAPTATIVA AO<br />

TREINAMENTO EM SHR<br />

TR França*, ZB Fortes, LC Michelini<br />

Departamento <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica e <strong>de</strong> Farmacologia, ICB/USP<br />

Objetivo: Em trabalhos anteriores <strong>de</strong>monstramos que o treinamento físico (T) <strong>de</strong>terminava em SHR<br />

redução da pressão arterial (PA) associada com à normalização da elevada razão pare<strong>de</strong>/luz <strong>de</strong> arteríolas<br />

(aa) do gracilis (Amaral et al, JHypertens. 2000). Estes resultados nos levaram a investigar no<br />

presente trabalho os efeitos do T sobre as respostas funcionais (reativida<strong>de</strong> vascular) e anatômicas<br />

<strong>de</strong> aa ao agente vasoconstritor endógeno.<br />

Métodos e Resultados: SHR e WKY, submetidos a T escalonado (50% - 70% VO2 máx., 1 h/dia, 5<br />

dias/semana durante 13 semanas), ou mantidos se<strong>de</strong>ntários (S) foram instrumentados (catéter arterial<br />

e fluxometro ultrasônico na artéria ilíaca), para registro da PA e fluxo do trem posterior em<br />

situação basal e durante a injeção <strong>de</strong> Noradrenalina (NE = 80, 160, 320 ng/Kg) em animais conscientes.<br />

Outros grupos <strong>de</strong> SHR e WKY (S + T) foram anestesiados e o músculo espinotrapézio preparado<br />

(microscopia intravital) para observações do diâmetro <strong>de</strong> aa na situação controle e durante<br />

aplicação tópica <strong>de</strong> NE. No final dos experimentos os animais foram perfundidos, a músculatura do<br />

trem posterior foi removida, seca (estufa 24h) e pesada para normalização do fluxo (Ftp) e cálculo<br />

da resistência (Rtp = PAM/Ftp); o músculo espinotrapézio foi processado para análise histológica.<br />

O T causou pequena, mas significante (p < 0,05) redução da PAM basal somente em SHR T (-6%, vs.<br />

206 ± 4 mmHg, SHR S ). O Ftp não alterou em SHR T (~ 2,1± 0,2 ml/min/g) , mas houve tendência da<br />

Rtp ser maior nos SHR S (+ 32% vs. WKY S ) e significantemente reduzida após T (-6% SHR T vs.<br />

SHR S ). NE causou aumento da PAM (~20 mmHg) em ambos os grupos SHR S , mas <strong>de</strong>terminou nos<br />

SHR S menor vasoconstrição (+15 ± 3 vs. +39 ± 7 mmHg/ml/min/g em WKY S ), que foi potencializada<br />

após T (+75% sobre a resposta em SHR S ) somente em SHR T . A curva dose resposta à aplicação<br />

tópica <strong>de</strong> NE estava <strong>de</strong>slocada para a esquerda nos SHR S e foi potencializada pelo T somente nos<br />

SHR T . No espinotrapézio T aumentou a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> capilar <strong>de</strong> SHR e WKY (~50%) mas a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

venular (aumento <strong>de</strong> 3,5 vezes) e a razão pare<strong>de</strong>/luz <strong>de</strong> arteríolas (redução <strong>de</strong> 25% com normalização<br />

dos valores) só foram alteradas nos SHR T (vs SHR s ).<br />

Conclusão: O T aumentou especificamente a reativida<strong>de</strong> à NE em arteríolas do músculo esquelético<br />

dos SHR, facilitando a vasoconstrição. A sensibilida<strong>de</strong> aumentada a NE parece ser um mecanismo<br />

compensatório para manter o tônus arteriolar e o fluxo basal da musculatura esquelética na presença<br />

do leito vascular aumentado e <strong>de</strong> razão pare<strong>de</strong>/luz <strong>de</strong> arteríolas normalizada em SHR após ao T.


083 A RESTRIÇÃO SALINA AUMENTA A VASODILATAÇÃO<br />

ENDOTÉLIO-DEPENDENTE DA ARTÉRIA BRAQUIAL DE PA-<br />

CIENTES DO SEXO FEMININO COM HIPERTENSÃO ARTERIAL<br />

PRIMÁRIA<br />

E Bocanegra, M Saleh, C Amo<strong>de</strong>o, S Barroso, R Macedo, J Assef, S Barreto, R Baretto,<br />

S Pontes Jr., W Nogueira<br />

Dante Pazzanese <strong>de</strong> Cardiologia, São Paulo, SP<br />

Objetivos: Ainda é <strong>de</strong>sconhecido se indivíduos submetidos à variação do conteúdo <strong>de</strong> sal na dieta po<strong>de</strong><br />

afetar a função endotelial vasodilatadora. Este estudo teve como objetivo <strong>de</strong>terminar e comparar o efeito<br />

da ingestão da dieta pobre <strong>de</strong> sal e dieta com quantida<strong>de</strong>s médias <strong>de</strong> sal na vasodilatação endotélio<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

Material e Métodos: Neste ensaio clínico paciente-controle, aleatorizado e uni(simples)-cego, foram estudadas<br />

16 pacientes hipertensas após variação <strong>de</strong> sal na dieta. A intervenção experimental aleatorizada consistiu<br />

em uma semana <strong>de</strong> dieta pobre em sal monitorando o sódio na urina visando excreção entre 70 e 160 mEq<br />

<strong>de</strong> sódio em 24 horas. A intervenção experimental aleatorizada consistiu em uma semana <strong>de</strong> dieta pobre em<br />

sal monitorando o sódio na urina visando excreção menor do que 70 mEq <strong>de</strong> sódio em 24 horas no mesmo<br />

grupo <strong>de</strong> pacientes. O tratamento medicamentoso foi suspenso, previamente, um mês antes do exame (fase<br />

placebo). No estudo foram incluídas as pacientes com pressão arterial diastólica menor ou igual a 110 mmHg.<br />

As pacientes, com ida<strong>de</strong>s entre 44 e 55 anos (51 ± 3,22; média ± DP) não possuíam antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> tabagismo,<br />

obesida<strong>de</strong>, dislipi<strong>de</strong>mia, diabete melito, insuficiência coronariana ou doença vascular cerebral. Os exames<br />

foram realizados utilizando ultra-sonografia modo B (8 MHZ), após 5 minutos <strong>de</strong> repouso, pelo mesmo<br />

observador (cego para as informações sobre dieta) A artéria braquial esquerda foi examinada entre 2 e 15 cm<br />

acima da fossa antecubital. O diâmetro foi medido três vezes em três locais diferentes da artéria no mesmo<br />

ciclo cardíaco concomitantemente ao início da onda R do eletrocardiograma, na fase <strong>de</strong> repouso, 90 segundos<br />

após induzir vasodilatação fluxo- mediada (endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte) pelo garroteamento do braço esquerdo<br />

durante 5 minutos e também 5 minutos após induzir vasodilatação pela administração <strong>de</strong> 5 mg <strong>de</strong> dinitrato <strong>de</strong><br />

isosorbida sublingual (endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte).<br />

Resultados: Os resultados, em relação ao estudo da artéria braquial, foram:<br />

N Média ± DP P<br />

% <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte – Dieta média em sal 16 10,40 ± 5,89 0,04*<br />

% <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte – Dieta pobre em sal 16 15,57 ± 5,99<br />

% <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte – Dieta média em sal 16 15,21 ± 7,62 0,67**<br />

% <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte – Dieta pobre em sal 16 16,34 ± 8,52<br />

*Significância do teste t pareado ao comparar vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte pós-dietas média em sal e pobre em sal. **Significância do teste t<br />

pareado bicaudal ao comparar vasodilatação endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte pós dietas média em sal e pobre em sal. Média ± DP, média ± <strong>de</strong>svio padrão.<br />

A dosagem <strong>de</strong> sódio na urina <strong>de</strong> 24 horas, no dia do exame <strong>de</strong> ultra-sonografia da artéria braquial foi <strong>de</strong><br />

130,1 ± 16,08 (média ± <strong>de</strong>svio padrão) mEq em 24 horas pós dieta média em sal e <strong>de</strong> 47,49 ± 20,71<br />

(média ± <strong>de</strong>svio-padrão) mEq em 24 horas pós dieta pobre em sal.<br />

Conclusões: Houve aumento significante do percentual <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte após uma<br />

semana <strong>de</strong> dieta pobre em sal, sendo que não houve diferença no percentual <strong>de</strong> vasodilatação endotélioin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

em pacientes hipertensas, quando comparado aos percentuais <strong>de</strong> vasodilatação pós dieta<br />

com quantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> sal.<br />

TESTE DE SENSIBILIDADE À INSULINA EM RATOS<br />

TREINADOS E SEDENTÁRIOS<br />

AD Harthmann, P Dall’ Ago, KLD De Angelis, MC Irigoyen<br />

Depto <strong>de</strong> Fisiologia - ICBS – UFRGS, Porto Alegre; Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> e Divisão<br />

<strong>de</strong> Experimentação, Instituto do Coração, HCFMUSP, São Paulo<br />

Objetivos: O treinamento físico po<strong>de</strong> ser usados como conduta não farmacológica na prevenção e<br />

no tratamento <strong>de</strong> diversas doenças. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar diferenças na ação da insulina<br />

em ratos treinados e se<strong>de</strong>ntários, através do clamp euglicêmico.<br />

Métodos e Resultados: Foram usados ratos Wistar machos, pesando em torno <strong>de</strong> 200 g, divididos<br />

em dois grupos: treinados (N = 3) e se<strong>de</strong>ntários (N = 5). O período <strong>de</strong> treino durou 10 semanas, 5<br />

sessões semanais, 2 vezes ao dia em esteira ergométrica. Ao final <strong>de</strong>ste período, foram canuladas a<br />

artéria e veia femural estabelecendo-se um “shunt” artério-venoso por um catéter <strong>de</strong> silicone. Amostras<br />

<strong>de</strong> sangue arterial foram coletadas para a medida da glicemia basal e a cada dois minutos durante<br />

a infusão <strong>de</strong> glicose. Insulina bovina (50 mU/Kg) foi infundida pela via endovenosa por 5 minutos.<br />

Após um minuto, infundimos doses crescentes <strong>de</strong> glicose que a cada dois minutos foram aumentadas<br />

para manutenção da euglicemia. Após as medidas basais o clamp foi repetido na presença <strong>de</strong><br />

atropina. No período basal a concentração máxima <strong>de</strong> glicose para manter a euglicemia não foi<br />

diferente entre os dois grupos (20,5 ± 2,7 vs. 22,5 ± 1,4 mg/kg). No entanto, após atropina a dose<br />

máxima <strong>de</strong> glicose infundida foi maior nos animais treinados (24,3 ± 1 vs. 16,7 ± 2,6 mg/kg, P <<br />

0,02).<br />

Conclusão: Esses resultados sugerem que a resistência a insulina induzida pela ação hepática da<br />

atropina é menor nos animais treinados.<br />

Apoio Financeiro: CAPES, FAPERGS, CNPq<br />

29<br />

084<br />

085 086<br />

Sem título-32 29<br />

26/06/03, 15:11<br />

<strong>Posters</strong><br />

PRESSÃO ARTERIAL E METABOLISMO GLICÍDICO<br />

DE RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS SUBMETIDOS<br />

A ADMINISTRAÇÃO NEONATAL DE MONOGLUTAMATO DE<br />

SÓDIO<br />

Rosa R, Cesaretti MLR, Ferreira CBN, Ginaoza M, Ribeiro MVR, Tavares A, Ribeiro<br />

AB, Kohlmann O<br />

Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo – Escola Paulista <strong>de</strong><br />

Medicina, São Paulo, SP<br />

A obesida<strong>de</strong> tem sido consi<strong>de</strong>rada uma doença metabólica crônica muitas vezes associada a hipertensão<br />

e doenças cardiovasculares o que têm contribuído para aumentar os riscos <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> cardiovascular.<br />

Além <strong>de</strong> estar presente em humanos, a obesida<strong>de</strong> também ocorre em animais e po<strong>de</strong> ser<br />

caracterizada por excessiva <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> gordura <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> alterações no balanço energético e<br />

metabólico. A obesida<strong>de</strong> está freqüentemente associada a um estado <strong>de</strong> resistência à insulina tanto em<br />

humanos como em animais <strong>de</strong> experimentação. A resistência à ação da insulina po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como<br />

uma resposta biológica <strong>de</strong>ficiente frente a uma dada concentração <strong>de</strong> insulina. O termo “resistência à<br />

insulina” geralmente se refere a ação <strong>de</strong>ste hormônio sobre a homeostase glicêmica. Poucos porém são<br />

os mo<strong>de</strong>los experimentais que associam a hipertensão obesida<strong>de</strong>, apesar do rato obeso da cepa Zucker<br />

apresentar pequena elevação da pressão arterial, este ainda não é o mo<strong>de</strong>lo experimental i<strong>de</strong>al para<br />

estudo da “síndrome X”<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é estudar o metabolismo glicídico e níveis tensionais quando efetuada a<br />

sobreposição da hipertensão arterial <strong>de</strong> ratos espontaneamente hipertensos, que também são resistentes<br />

a insulina, com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong> induzida pela injeção neonatal <strong>de</strong> monoglutamato <strong>de</strong> sódio.<br />

Para tanto, ratos SHR (Spontaneously Hypertensive rats) machos receberam injeções subcutâneas <strong>de</strong> 2<br />

mg/kg/dia <strong>de</strong> monoglutamato <strong>de</strong> sódio, durante os 11 primeiros dias <strong>de</strong> vida. Animais controle receberam<br />

iguais volumes <strong>de</strong> solução fisiológica. No 3 o mês <strong>de</strong> vida, os animais passaram a ser acompanhados,<br />

duas vezes por semana, sua pressão arterial <strong>de</strong> cauda e peso corporal. Ao final do 6 o mês <strong>de</strong> vida,<br />

foi implantado um cateter arterial e no dia seguinte, após 12 horas <strong>de</strong> jejum, foi realizado o teste <strong>de</strong><br />

tolerância oral a glicose. Os resultados encontram-se resumidos na tabela abaixo. * p < 0,05 vs. SHR.<br />

SHR SHR + MSG<br />

PA Basal (mmHg) 185,00 ±3,08 168,2 ± 1,5 *<br />

PA 12 semana (mmHg) 182,42 ± 2,84 186,46 ± 4,67<br />

Peso 12 semana (g) 323,75 ± 3,85 281,00 ±13,87 *<br />

ASCG (mg/dl) 173,53 ± 8,90 193,45 ± 20,97<br />

Peso cardíaco (mg/g) 2,70 ± 0,08 3,29 ± 0,13 *<br />

Gordura epididimal (g/100g) 7,14 ± 0,18 11,45 ± 0,50 *<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sobreposição <strong>de</strong> hipertensão arterial e obesida<strong>de</strong> <strong>de</strong>termina um maior acumulo <strong>de</strong> gordura<br />

visceral do que nos animais SHR. A gordura visceral, mais que o peso corporal, está intimamente<br />

associada a mortalida<strong>de</strong> cardiovascular. Mais ainda, os animais SHR+MSG apresentam maior consumo<br />

<strong>de</strong> glicose que os animais SHR. Este mo<strong>de</strong>lo po<strong>de</strong> ser útil no estudo da hipertensão arterial associada<br />

a obesida<strong>de</strong>.<br />

EFEITO DA APLICAÇÃO NA ÁREA SEPTAL MEDIAL<br />

DE N-MONOMETIL-L-ARGININA E N-PROPIL-L-ARGININA SO-<br />

BRE A PRESSÃO ARTERIAL E EXCREÇÃO DE SÓDIO INDUZI-<br />

DA PELA ANGIOTENSINA II<br />

WA Saad, LAA Camargo, S Simões, TAFB Santos, TCB Tobias, AC Ferreira, IFMS<br />

Guarda, WA Saad, AF Pereira<br />

Departamento <strong>de</strong> Odontologia UNITAU, Taubaté SP. Fac. Odontologia <strong>de</strong> Araraquara<br />

UNESP<br />

Introdução: A hipertensão induzida pelo bloqueio crônico da síntese <strong>de</strong> óxido nítrico (ON) é marcadamente<br />

reduzida por inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) e antagonistas <strong>de</strong><br />

receptores AT1 <strong>de</strong> ANG II. Isto indica a importância do sistema renina-angiotensina-aldosterona no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da hipertensão provocada pelo N G -nitro-L-arginina-methyl-ester (L-NAME) administrado<br />

cronicamente. Estes aspectos leva-nos ao estudo experimental dos mecanismos em que<br />

os receptores colinérgicos e angiotensinérgicos da área septal influenciam o equilíbrio hidrossalino<br />

e cardiovascular do organismo, pela utilização <strong>de</strong> dois inibidores irreversíveis da óxido nítrico sintetase<br />

o N-propil-L-arginina (NPA) e o N-monometil L-arginina (NMA).<br />

Material e métodos: Foram utilizados ratos Holtzman pesando entre 250–300 g. Os animais foram<br />

mantidos em gaiolas metabólicas individuais e alimentados com ração sólida e água <strong>de</strong> torneira. Os<br />

animais tiveram cânulas <strong>de</strong> aço inoxidável implantadas estereotaxicamente na área septal medial<br />

(ASM). Foram registradas a pressão arterial e a excreção <strong>de</strong> sódio.<br />

Resultados: Os resultados <strong>de</strong>stes experimentos <strong>de</strong>monstraram que a PAM após a aplicação <strong>de</strong> salina<br />

isotônica na ASM foi <strong>de</strong> 5,5 ± 0,7 mmHg. Após a injeção <strong>de</strong> NMA e NPA os valores da PAM<br />

aumentaram para 12,1 ± 0,8 mmHg e 12,5 ± 0,7 mmHg respectivamente. A injeção <strong>de</strong> ANGII<br />

induziu um aumento na PAM <strong>de</strong> 13,1 ± 0,8 mmHg. O pré tratamento com NMA à ANGII aumentou<br />

estes valores para 18,2 ± 1,0 mmHg, enquanto o pré tratamento com NPA elevou o efeito pressor da<br />

ANGII 21,0 ± 1,1 mmHg. Decorridos 15 dias da aplicação <strong>de</strong>stes bloqueadores da óxido nítrico<br />

sintetase (ONS), ainda persistiu o efeito pressor com valores <strong>de</strong> 25,1 ± 1,2 mmHg e 19,1 ± 1,1<br />

mmHg. respectivamente F (7,74) = 42,76, P < 0,001.<br />

Após a aplicação <strong>de</strong> solução salina 0,15 M NaCl na ASM a excreção <strong>de</strong> Na+ foi <strong>de</strong> 45,0 ± 1,8 uEq/<br />

120 min. A aplicação <strong>de</strong> NMA na ASM aumentou a excreção <strong>de</strong> Na+ para 108,1 ± 5,7 uEq/120 min.<br />

A injeção <strong>de</strong> NPA na ASM produziu um aumento na excreção <strong>de</strong> Na+ com valor <strong>de</strong> 113,0 ± 8,6 uEq/<br />

120 min. A injeção <strong>de</strong> ANGII na ASM produziu um aumento na excreção <strong>de</strong> Na+ com valor <strong>de</strong><br />

378,5 ± 10;9 uEq/120 min. O NMA aplicado na ASM prévia a ANGII provocou uma redução no<br />

efeito da ANGII sobre a excreção <strong>de</strong> Na+ com valor <strong>de</strong> 90,0 ± 10,0 uEq/120 min. O NPA aplicado na<br />

ASM prévio à ANGII provocou uma queda ainda maior na excreção <strong>de</strong> Na+ com valor <strong>de</strong> 70,2 ± 8,2<br />

uEq/120 min. Decorridos 15 dias da aplicação dos inibidores da ONS os valor não retornaram aos<br />

níveis iniciais quando da aplicação somente da ANGII, com valores <strong>de</strong> 118,0 ± 3,7 uEq/120 min.<br />

para o NMA e 103,1 ± 4,0 uEq/120 min para o NPA. A análise <strong>de</strong> variância mostrou que existe<br />

diferença significativa entre os diversos tratamentos F (7,72) = 199,71, P < 0,001.<br />

Conclusões: estes resultados <strong>de</strong>monstram que a ANGII aplicada na área septal medial provoca<br />

aumento da pressão arterial e da excreção <strong>de</strong> sódio, parâmetros estes que são influenciados pelo<br />

óxido nítrico. O NMA e o NPA produzem bloqueio irreversível da ONS. Estas duas substâncias<br />

influenciam os efeitos centrais da ANGII, potenciando o efeito hipertensor e inibindo o efeito<br />

natriurético. Efeitos estes que persistiram durante 15 dias após a aplicação da ANGII<br />

Suporte Financeiro: FAPESP e CNPQ


<strong>Posters</strong><br />

087 PERFIL DO PACIENTE HIPERTENSO ATENDIDO EM 088<br />

PRONTO-SOCORRO: COMPARAÇÃO COM HIPERTENSOS EM<br />

TRATAMENTO AMBULATORIAL<br />

CG Sanchez, AMG Pierin, D Mion Jr.<br />

Escola <strong>de</strong> Enfermagem USP. São Paulo - SP<br />

Introdução Os hipertensos muitas vezes não realizam o tratamento corretamente levando à falta <strong>de</strong><br />

controle da doença e atendimentos em unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência. O objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa foi <strong>de</strong>screver<br />

e comparar o perfil <strong>de</strong> hipertensos atendidos em Pronto-socorro com aqueles seguidos em ambulatório<br />

quanto a características biossociais, hábitos <strong>de</strong> vida, conhecimento sobre a doença, tratamento<br />

e níveis <strong>de</strong> pressão arterial.<br />

Métodos Foram entrevistados 100 hipertensos atendidos no Pronto-socorro e 100 em acompanhamento<br />

ambulatorial no Hospital Universitário da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (62% mulheres, 58 ±<br />

11 anos, 71% brancos, 64% com primeiro grau incompleto, 53% com ocupação manual não especializada,<br />

53% com renda inferior a 5 salários mínimos e 53% não pertencentes à comunida<strong>de</strong> do<br />

hospital).<br />

Resultados Os hipertensos atendidos no Pronto-socorro foram significativamente diferentes (p <<br />

0,05) dos pacientes <strong>de</strong> ambulatório em relação a: a) pressão arterial mais elevada (174 ± 27/109 ± 18<br />

vs. 143 + 20/88 ± 12 mmHg); b) menor renda salarial, não pertencentes à comunida<strong>de</strong> do hospital<br />

(84% vs. 23%), maior consumo <strong>de</strong> bebida alcoólica (92 vs. 17 g <strong>de</strong> etanol/dia), <strong>de</strong>scobriram ser<br />

hipertensos por sentirem-se mal (60% vs. 45%), me<strong>de</strong>m menos a pressão arterial (78% vs. 96%),<br />

<strong>de</strong>ixaram mais <strong>de</strong> tomar os remédios (44% vs. 23%) e as mulheres usam menos hormônio anticoncepcional<br />

(3% vs. 16%). Os pacientes do ambulatório citaram mais dislipi<strong>de</strong>mia (41%) como outros<br />

problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, enquanto que para os do Pronto-socorro foram diabetes (42%), problemas<br />

cardíacos (19%) e hipertireoidismo (11%). O conhecimento sobre a doença e do tratamento não foi<br />

diferente entre os hipertensos do Pronto-socorro e ambulatório.<br />

Conclusão As características <strong>de</strong>sfavoráveis po<strong>de</strong>m contribuir para que hipertensos não realizem<br />

tratamento anti-hipertensivo a<strong>de</strong>quadamente, levando a atendimentos em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emergência.<br />

089 EXCREÇÃO URINÁRIA DE PROTEÍNAS EM PACIEN- 090<br />

TES HIPERTENSOS E SUA CORRELAÇÃO COM HIPERTROFIA<br />

VENTRICULAR ESQUERDA E MONITORAMENTO AMBULATO-<br />

RIAL DA PRESSÃO ARTERIAL<br />

J Lotumolo1 , CR Garlipp1 , PV Bottini1 , JC Rocha2 Departamento <strong>de</strong> Patologia Clínica1 , Departamento <strong>de</strong> Clínica Médica2 /Disciplina<br />

<strong>de</strong> Cardiologia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas, Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong><br />

Campinas, SP<br />

A associação entre proteinúria e hipertensão arterial essencial (HAS) é bastante freqüente sendo que<br />

a presença <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s anormais <strong>de</strong> proteínas na urina tem sido consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor<br />

preditivo para eventos cardiovasculares na hipertensão. O presente estudo tem por objetivo a avaliação<br />

qualitativa da excreção <strong>de</strong> proteínas urinárias em uma população <strong>de</strong> pacientes hipertensos do<br />

Su<strong>de</strong>ste do Brasil e sua correlação com Hipertrofia Ventricular Esquerda (HVE) e o Monitoramento<br />

Ambulatorial <strong>de</strong> 24 horas da Pressão Arterial (MAPA).<br />

<strong>Hipertensão</strong> foi estabelecida como a média <strong>de</strong> pressão sangüínea > 140/90 mmHg em pelo menos<br />

três diferentes medidas (JNC-VI). Amostras isoladas <strong>de</strong> urina e sangue foram coletadas <strong>de</strong> 53 pacientes<br />

adultos hipertensos sendo submetidas às <strong>de</strong>terminações urinárias <strong>de</strong> proteína (PROT);<br />

microalbumina (MA) e alfa-1-microglobulina (A1M) e creatinina (CREA) e às <strong>de</strong>terminações séricas<br />

<strong>de</strong> colesterol, triglicéri<strong>de</strong>s, glicose e creatinina. Os pacientes foram divididos em Grupo I (HAS<br />

em uso <strong>de</strong> medicação, n = 30) e Grupo II (HAS recém-diagnosticada, sem medicação, n = 23) e<br />

submetidos a ecocardiografia e MAPA.<br />

Todos os pacientes apresentavam glicemia e função renal <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>. Características<br />

individuais como ida<strong>de</strong>, sexo e origem racial não apresentaram diferenças significativas<br />

entre os grupos analisados. Todas as amostras <strong>de</strong> urina apresentavam-se <strong>de</strong>ntro dos critérios <strong>de</strong><br />

normalida<strong>de</strong> para sedimento e análise físico-química. No grupo I, embora todos os pacientes apresentassem<br />

relação PROT/CREA <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> referência (< 0,20), alterações qualitativas na<br />

excreção <strong>de</strong> proteínas urinárias foram observadas em 30% <strong>de</strong>les (MA isolada = 23%; A1M isolada<br />

= 3%; MA + A1M = 3%). No grupo 2 (n = 23), apenas um dos pacientes apresentou relação PROT/<br />

CREA > 0,20 enquanto que alterações qualitativas foram observadas em 17% <strong>de</strong>les (MA = 13%;<br />

MA + A1M = 4%). Dislipi<strong>de</strong>mia (colesterol e/ou triglicéri<strong>de</strong>s > 200 mg/dl) foi observada em 70%<br />

dos pacientes <strong>de</strong> ambos os grupos. Não foi observada correlação entre MA e níveis séricos <strong>de</strong> colesterol<br />

ou <strong>de</strong> triglicéri<strong>de</strong>s. Comparando-se ambos os grupos, a análise estatística revelou não haver<br />

diferença significativa entre os níveis <strong>de</strong> MA e <strong>de</strong> A1M (p > 0,05). A prevalência da HVE foi <strong>de</strong> 66%<br />

nos pacientes em tratamento e 29% nos recém diagnosticados. Foram observadas diferenças significativas<br />

(p < 0,05) na pressão diastólica noturna entre os grupos estudados. A pressão diastólica<br />

ambulatorial noturna e a carga pressórica diastólica foram maiores no Grupo I. Neste grupo observou-se<br />

também uma correlação positiva entre HVE e microalbuminúria (p < 0,02) e entre colesterol<br />

total e microalbuminúria (p < 0.01).<br />

Nossos dados revelam que as alterações qualitativas na excreção <strong>de</strong> proteínas urinárias são bastante<br />

freqüentes. Sua <strong>de</strong>tecção precoce através <strong>de</strong> métodos não invasivos, permite um acompanhamento<br />

mais cuidadoso, retardando o aparecimento da disfunção renal conseqüente à HAS.<br />

Sem título-32 30<br />

26/06/03, 15:11<br />

30<br />

MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL REALIZADA PELO<br />

PACIENTE OU ENFERMEIRA AFASTA A INFLUÊNCIA DO OB-<br />

SERVADOR<br />

AMG Pierin, VF Souza, GMP Mano, JC Lima, K Ortega, EC Ignês, HE Salomão, JL<br />

Nishiura, CA Segre, D Mion Jr.<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial, HC FM USP – Escola <strong>de</strong> Enfermagem USP. São Paulo - SP<br />

Introdução: Estudos têm mostrado a influência do observador na medida da pressão arterial. Porém,<br />

pouco se sabe sobre os valores da pressão arterial medida no consultório pelo paciente. Portanto,<br />

os objetivos <strong>de</strong>ste estudo foram: a) comparar as medidas <strong>de</strong> pressão realizadas pelo médico,<br />

enfermeira e paciente; e b) i<strong>de</strong>ntificar as variáveis que interferem na medida.<br />

Métodos: Foram estudados 515 pacientes hipertensos (53 + 11 anos; 70% mulheres; 59% não brancos;<br />

56% com 1º grau; 54% com renda até 5 salários mínimos; 50% com até 10 anos <strong>de</strong> hipertensão;<br />

15% com pressão arterial < 140/90 mmHg, 17% com hipertensão leve, 13% mo<strong>de</strong>rada, 15% grave e<br />

40% hipertensão sistólica isolada; 58% não têm hábito <strong>de</strong> medir a pressão; 68% sob placebo e 32%<br />

com tratamento anti-hipertensivo). OBP foi realizada, segundo or<strong>de</strong>m aleatória, pelo médico, enfermeira<br />

ou paciente sozinho na sala, três medidas consecutivas com aparelho automático oscilométrico<br />

(DIXTAL DX 2710), com paciente na posição sentada após 5 min <strong>de</strong> repouso.<br />

Resultados: 1) a pressão medida pelo médico (160 ± 20/97 ± 15 mmHg) foi significativamente<br />

maior (p < 0,05) do que a medida realizada pela enfermeira (156 ± 20/95 ± 15 mm Hg) e paciente<br />

(156 ± 21/96 ± 15 mmHg), a pressão sistólica da enfermeira foi similar a do paciente e a diastólica<br />

significativamente menor (p < 0,05); 2) nos pacientes com hipertensão grave a pressão sistólica<br />

medida pelo paciente (192 ± 13 mmHg) foi significativamente maior (p < 0,05) do que a medida<br />

realizada pelo médico (188 ± 9 mmHg) e enfermeira (187 ± 9 mmHg) que foram similares; 3) as<br />

pressões sistólica e diastólica medidas pelas mulheres foram significativamente menores (p < 0,05)<br />

quando os médicos eram do sexo masculino ou feminino (154 ± 20/95 ± 14 vs. 160 ± 19/96 ± 14<br />

mmHg, 156 ± 21/95 ± 14 vs. 161 ± 19/96 ± 15 mmHg, respectivamente) e nos pacientes do sexo<br />

masculino não houve diferença entre a medida do paciente e médico do sexo feminino e masculino<br />

(157 ± 22/97 ± 15 vs. 159 ± 22/99 ± 16 mmHg, 162 ± 23/102 ± 17 vs. 162 ± 22/101 ± 15 mmHg).<br />

Conclusão: A medida realizada pelo paciente sozinho na sala ou pela enfermeira po<strong>de</strong> afastar a<br />

elevação na pressão arterial provocada pelo médico e sexo feminino e pressão arterial mais elevada<br />

interferem na medida pelos diferentes observadores.<br />

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E OU-<br />

TROS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES<br />

ATENDIDOS NA LIGA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL DO HOSPI-<br />

TAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA<br />

LMX Oliveira, JRC Men<strong>de</strong>s Jr., FEP Fechine, ANR Gonçalves, ST Carvalho, LGO<br />

Brito, RRR Batista, ALO Sampaio, JMA Moraes Jr., DBDN Souza, B Coutinho Filho,<br />

AMS Castro, N Salgado Filho.<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial do Hospital Universitário Presi<strong>de</strong>nte Dutra (HUPD) –<br />

UFMA, São Luís – MA<br />

Introdução: A hipertensão arterial é uma entida<strong>de</strong> clínica crônica, multifatorial, envolvendo aspectos<br />

diversos, tais como: genéticos, alimentares, ambientais, comportamentais entre outros. Apresenta<br />

alta prevalência, sendo que cerca <strong>de</strong> 15 a 20 % da população brasileira adulta po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

hipertensa, segundo dados do último Consenso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial. O diagnóstico<br />

precoce, aliado ao tratamento a<strong>de</strong>quado e à prevenção constituem os pilares <strong>de</strong> seu controle. O<br />

objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi acompanhar a evolução <strong>de</strong> pacientes atendidos na Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> do<br />

HUPD para uniformizar as fichas <strong>de</strong> atendimento, além <strong>de</strong> traçar um perfil do paciente atendido,<br />

com relação a sexo, ida<strong>de</strong>, fatores <strong>de</strong> risco etc.<br />

Métodos: Partindo-se <strong>de</strong> um universo <strong>de</strong> 489 pacientes cadastrados na Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>, foi feito<br />

o acompanhamento evolutivo <strong>de</strong> 189 pacientes durante um ano. Os pacientes cujo cadastro na Liga<br />

datava <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> um ano ou cujo prontuário não estava totalmente preenchido não foram incluídos.<br />

Os pacientes selecionados foram submetidos a exames periódicos laboratoriais, <strong>de</strong> imagem e<br />

específicos, <strong>de</strong> acordo com a necessida<strong>de</strong>.<br />

Resultados: Dos pacientes acompanhados, 120 (63,5%) eram mulheres e 69 (36,5%) eram homens.<br />

A faixa etária mais encontrada foi entre 41 a 60 anos, com 36%, seguida <strong>de</strong> 61 a 80 anos com 35%.<br />

De 21 a 40 anos, o percentual foi <strong>de</strong> 21,7% e acima dos 80 anos, 7,3%. A ocupação profissional<br />

variou, sendo que 40% eram aposentados, 35% eram donas <strong>de</strong> casa, 15,5% eram profissionais liberais,<br />

5,8 % eram funcionários públicos, 1% era agricultor, 0,5% eram estudantes e 2,2% não tinham<br />

ocupação <strong>de</strong>finida. 80 pacientes (42,3%) apresentaram hipertensão leve, 47 (25%), hipertensão<br />

mo<strong>de</strong>rada e 62 (32,7%), hipertensão severa. Durante o período <strong>de</strong> acompanhamento, os sintomas e<br />

sinais mais referidos foram: cefaléia (23,5%), nictúria (14,3%), sudoreses e câimbras (12,8%), dispnéia<br />

(12,5%), e<strong>de</strong>ma (10,5%), pali<strong>de</strong>z (7%) e emagrecimento (5,8%). Entre os antece<strong>de</strong>ntes mórbido<br />

– pessoais, 17% dos pacientes tinham diagnóstico <strong>de</strong> insuficiência cardíaca, 11,5% eram diabéticos,<br />

9,7% apresentavam angina, 8,7% história pregressa <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral, 7,1% tinham<br />

nefropatias e 6,1% eram asmáticos. Os fatores <strong>de</strong> risco mais encontrados foram etilismo (25,4%)<br />

e tabagismo (17,5%).<br />

Conclusões: O acompanhamento <strong>de</strong>sses pacientes mostrou uma presença maior do sexo feminino,<br />

com predomínio da faixa etária <strong>de</strong> 41 a 60 anos e <strong>de</strong> aposentados. Entre os pacientes estudados, as<br />

queixas clínicas mais freqüentes foram cefaléia e nictúria. A presença <strong>de</strong> co-morbida<strong>de</strong> foi observada,<br />

com predominância <strong>de</strong> insuficiência cardíaca e diabetes. Os fatores <strong>de</strong> risco mais observados<br />

foram etilismo e tabagismo.


091 RELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) E 092<br />

DISLIPIDEMIA EM PACIENTES ATENDIDOS AMBULATORIAL-<br />

MENTE NO HOSPITAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DE PER-<br />

NAMBUCO (HSE)<br />

CHH Toscano, KVS Ferreira, PC Cabral, SQ Serrano, TB Durand<br />

Hospital dos Servidores do estado (HSE) e Laboratório <strong>de</strong> Nutrição Clínica/Depto <strong>de</strong><br />

Nutrição – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pernambuco (UDPE), Recife-PE<br />

Introdução: A hipertensão arterial (HA) é um gran<strong>de</strong> problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em nosso meio, estando<br />

associada ao aumento da morbi-mortalida<strong>de</strong> cardiovascular. Desse modo torna-se indispensável<br />

conhecer os fatores <strong>de</strong> risco associados a essa condição, principalmente aqueles passíveis <strong>de</strong> intervenção.<br />

Objetivos: Avaliar a associação <strong>de</strong> níveis elevados <strong>de</strong> colesterol total (CT), HDL-colesterol (HDL-<br />

C) e triglicéri<strong>de</strong>s em pacientes com HA.<br />

Métodos: Este estudo, <strong>de</strong> caráter transversal, foi <strong>de</strong>senvolvido no Programa <strong>de</strong> Prevenção e Controle<br />

da <strong>Hipertensão</strong> Arterial dos Servidores do estado (HSE), com a participação da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pernambuco (UFPE), em março <strong>de</strong> 2000. Esse Programa conta hoje com 520 participantes<br />

na faixa etária <strong>de</strong> 17 a 85 anos, sendo que, para compor a amostra foram selecionados todos os<br />

indivíduos com índice <strong>de</strong> massa corporal (IMC) > 28 kg/m 2 e faixa etária entre 45 a 64 anos, totalizando<br />

85 pacientes. As variáveis analisadas foram: índice da massa corporal – IMC (Classificação<br />

da OMS), 1995); níveis <strong>de</strong> pressão arterial – PA (III Consenso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial,<br />

1999) e níveis séricos <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os (National Cholesterol Education Program NCEP, 1993). No processamento<br />

e análise dos dados foi utilizado o Epi-info versão 6,04, sendo que no estudo comparativo<br />

dos grupos amostrais o qui-quadrado convencional com correção <strong>de</strong> Yates foi empregado.<br />

Resultados: 60% e 17,5% dos pacientes respectivamente foram classificados como portadores <strong>de</strong><br />

obesida<strong>de</strong> leve (IMC < 35) e severa (IMC > 40). Quanto ao tipo <strong>de</strong> dislipi<strong>de</strong>mia 71,1% apresentavam<br />

hipercolesterolemia, 62,2% hipertrigliceri<strong>de</strong>mia e em relação aos valores <strong>de</strong> HDL-C, os mesmos<br />

se apresentavam <strong>de</strong>ntro da anormalida<strong>de</strong> em mais <strong>de</strong> 80% dos pacientes estudados. No que se<br />

refere a HA a média da pressão arterial (PA) tanto sistólica (PAS) quanto diastólica (PAD) se situaram<br />

na categoria <strong>de</strong> hipertensão mo<strong>de</strong>rada. Não foi encontrada associação estatisticamente significante<br />

entre as frações bioquímicas estudadas e os níveis <strong>de</strong> PAS e PAD.<br />

Conclusões: Em síntese, apesar <strong>de</strong> não ter sido evi<strong>de</strong>nciado associação entre nível <strong>de</strong> PA e dislipi<strong>de</strong>mia,<br />

vale a pena ressaltar a alta prevalência <strong>de</strong> dislipi<strong>de</strong>mia mista nessa população, condição consi<strong>de</strong>rada<br />

como importante fator <strong>de</strong> risco para doença cardiovascular, exigindo <strong>de</strong>sse modo, medidas<br />

agressivas <strong>de</strong> intervenção e controle.<br />

093 ANÁLISE DA MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA 094<br />

PRESSÃO ARTERIAL (MAPA) EM NORMOTENSOS E HIPERTEN-<br />

SOS<br />

ECC Ribeiro, NF Salgado, JA Figueiredo Neto, RL Falcão, RMS Garcia, AMB Moraes,<br />

Al Xavier<br />

Projeto <strong>de</strong> extensão (CNPq), Hospital Universitário Presi<strong>de</strong>nte Dutra - São Luís-MA<br />

e Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> do Hospital Universitário Presi<strong>de</strong>nte Dutra- São Luís-MA<br />

Introdução: Apesar dos estudos já realizados com MAPA, ainda não se tem uma padronização da<br />

interpretação dos níveis pressóricos obtidos visto que é um sistema <strong>de</strong> avaliação pouco utilizado<br />

como método diagnóstico <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial.<br />

Objetivos: Analisar o verda<strong>de</strong>iro valor da MAPA na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> hipertensão arterial sistêmica (HAS);<br />

melhor classificar um indivíduo como hipertenso, baseado em uma mensuração da pressão em 24<br />

horas analisando-se a média dos níveis pressóricos.<br />

Metodologia: Quarenta pacientes sendo 20 normotensos e 20 hipertensos, na faixa etária entre 20–<br />

40 anos nos normotensos e 35–58 anos nos hipertensos, foram submetidos à MAPA com intervalos<br />

da medições <strong>de</strong> 15 minutos durante a vigília e <strong>de</strong> 30 minutos durante o sono.<br />

Resultados: Foram realizadas mais <strong>de</strong> 80 medições nas 24h. e acima <strong>de</strong> 90% eram consi<strong>de</strong>rados<br />

válidas. 65% dos hipertensos faziam uso <strong>de</strong> medicação anti-hipertensiva. A média da pressão arterial<br />

no período total foi <strong>de</strong> 133–84 mmHg, durante a vigília foi <strong>de</strong> 137–87 mmHg e no sono foi 126–<br />

79 mmHg em pacientes hipertensos, por outro lado, no grupo-controle, a média foi <strong>de</strong> 114–70 mmHg,<br />

117–72 mmHg na vigília e 100–61 durante o sono. Em 50% dos hipertensos, a carga pressórica<br />

maior que 70% e, da pressão arterial diastólica (PAD), 35% foi entre 30-50% e 40% foi menor que<br />

30%. No grupo-controle, a carga pressórica total da pressão arterial sistólica (PAS) foi menor que<br />

30% em 90% dos pacientes e da PAD foi menor que 30% em 90% <strong>de</strong>les. Quanto ao <strong>de</strong>sconto noturno,<br />

a média nos controles foi <strong>de</strong> 14,45% (6–23) na PAS e <strong>de</strong> 15,25% (3–27) na PAD. Já nos hipertensos,<br />

a média foi <strong>de</strong> 7% (-35 +18) na PAS e <strong>de</strong> 7,85% (-31 +19). Foram observados picos <strong>de</strong> elevação<br />

da PAS em 90% dos controles e da PAD em 50%, e, em 85% dos hipertensos, os picos da PAS foram<br />

maior que 160mmHg e 60% tinham a PAD acima <strong>de</strong> 110 mmHg. A média da variabilida<strong>de</strong> pressórica<br />

nos controles foi <strong>de</strong> 13,7–8,8. Em hipertensos, a variabilida<strong>de</strong> das pressões teve uma média <strong>de</strong><br />

13,9–11,7.<br />

Conclusão: Houve relativo controle dos níveis pressóricos nos hipertensos, mostrando a importância<br />

da MAPA para o acompanhamento dos pacientes, bem como para analisar a eficácia da terapêutica<br />

anti-hipertensiva. O <strong>de</strong>scenso noturno, em hipertensos, não foi obtido. Os picos tensionais foram<br />

freqüentes entre os normotensos.<br />

Apoio Financeiro: PIBIC - CNPq<br />

Sem título-32 31<br />

26/06/03, 15:11<br />

31<br />

<strong>Posters</strong><br />

BENEFÍCIOS DO CONTROLE DE PESO NO TRATAMEN-<br />

TO DE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS COM SOBREPESO E OBE-<br />

SIDADE<br />

CHH Toscano, KVS Ferreira, PC Cabral, SQ Serrano, TB Durand<br />

Hospital dos Servidores do estado (HSE) e Laboratório <strong>de</strong> Nutrição Clínica/Depto <strong>de</strong><br />

Nutrição – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pernambuco (UDPE), Recife-PE<br />

Introdução: Segundo dados do Ministério da Saú<strong>de</strong>, a <strong>Hipertensão</strong> Arterial (HA) associada a outros<br />

fatores <strong>de</strong> risco, como obesida<strong>de</strong>, dislipi<strong>de</strong>mia e diabete está diretamente relacionada a cerca <strong>de</strong><br />

2/3 dos óbitos causados pelas doenças cardiovasculares;<br />

Objetivos: Avaliar a perda pon<strong>de</strong>ral em pacientes hipertensos, com excesso <strong>de</strong> peso e diabéticos<br />

durante o uso da substância antiobesida<strong>de</strong> Orlistat, associado a um programa <strong>de</strong> dieta hipocalórica e<br />

<strong>de</strong> modificações comportamentais.<br />

Métodos: Este estudo foi <strong>de</strong>senvolvido no Programa <strong>de</strong> Prevenção e Controle da <strong>Hipertensão</strong> Arterial<br />

do Hospital dos Servidores do estado (HSE), com a participação da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Pernambuco (UFPE), em março <strong>de</strong> 2000. Esse Programa conta hoje com 520 participantes na faixa<br />

etária <strong>de</strong> 17 a 85 anos, sendo que, para compor a amostra foram selecionados todos os indivíduos<br />

com índice <strong>de</strong> massa corporal (IMC) > 28 kg/m 2 e faixa etária entre 45 a 64 anos, totalizando 85<br />

pacientes. Todos receberam Orlistat na forma <strong>de</strong> cápsulas com 120 mg em 3 tomadas diárias e<br />

orientação alimentar com déficit calórico em torno <strong>de</strong> 500 a 800 kcal/dia além <strong>de</strong> terem participado<br />

<strong>de</strong> 8 sessões <strong>de</strong> terapia comportamental. As variáveis respostas utilizadas foram o IMC (Classificação<br />

da OMS, 1995). Os níveis <strong>de</strong> pressão arterial – PA (III Consenso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong><br />

Arterial, 1999) e níveis séricos <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os (National Cholesterol Education program NCEP, 1993) e<br />

glicose (Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus, 1995). No<br />

processamento e análise dos dados foi utilizado o Epi-info versão 6,04, sendo que no estudo comparativo<br />

dos grupos amostrais o qui-quadrado convencional com correção <strong>de</strong> Yates foi empregado.<br />

Resultados: Entre os pacientes a maioria eram mulheres (87%), 32% referiram diabete melito e<br />

cerca <strong>de</strong> 60% e 17,5% respectivamente, foram classificados como obesos leve (IMC < 35) e severo<br />

(IMC > 40). Quanto aos níveis <strong>de</strong> PA apenas 24,4% dos pacientes foram consi<strong>de</strong>radas sob controle<br />

e em relação aos parâmetros bioquímicos, 29,7%; 71,1%; 31% e 62,2% apresentavam respectivamente<br />

valores alterados <strong>de</strong> glicemia <strong>de</strong> jejum (GJ); colesterol total (CT); HDL-colesterol e triglicéri<strong>de</strong>s.<br />

Após 6 meses <strong>de</strong> tratamento houve melhora estatisticamente significativa nos índices <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong><br />

(15,4% saíram da condição <strong>de</strong> risco, adquirindo IMC < 28 kg/m 2 ); PA (52,5% passaram a<br />

condição <strong>de</strong> controlados); lipí<strong>de</strong>os séricos (100% saíram dos valores <strong>de</strong> risco para o LDL-C). No<br />

entanto, não houve alteração significante para a GJ e CT.<br />

Conclusões: Os dados <strong>de</strong>sse estudo evi<strong>de</strong>nciaram a eficácia do tratamento para obesida<strong>de</strong> quando<br />

realizado <strong>de</strong> forma abrangente, com o uso <strong>de</strong> drogas, quando indicado, associado com dieta e modificações<br />

comportamentais. A constatação mais importante foi o controle da PA em mais <strong>de</strong> 50% dos<br />

pacientes, associado a melhora do perfil bioquímico o que po<strong>de</strong> reduzir sensivelmente o risco cardiovascular.<br />

EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO SOBRE<br />

A RESPOSTA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DE INDIVÍ-<br />

DUOS HIPERTENSOS<br />

E Silva, DI Sakabe, AN Otterço, AM Catai<br />

Núcleo <strong>de</strong> Pesquisa em Esforço Físico – NUPEF/Departamento <strong>de</strong> Fisioterapia/<br />

UFSCar – São Carlos – SP<br />

Introdução: Estudos epi<strong>de</strong>miológicos apontam a hipertensão arterial sistêmica (HAS) como um<br />

dos problemas crônicos mais comuns <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e um dos principais fatores <strong>de</strong> risco para doenças<br />

cardiovasculares, atingindo 15% da população adulta. Tem sido <strong>de</strong>monstrado que a prática regular<br />

<strong>de</strong> exercício físico po<strong>de</strong> levar a resultados fisiologicamente <strong>de</strong>sejáveis, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do nível <strong>de</strong><br />

hipertensão e da maneira como é prescrito, seja como intervenção coadjuvante à terapia farmacológica<br />

ou isoladamente. Nesse sentido o propósito <strong>de</strong>ste estudo foi verificar o efeito agudo e crônico<br />

<strong>de</strong> 16 semanas <strong>de</strong> treinamento físico aeróbio sobre a pressão arterial <strong>de</strong> repouso.<br />

Métodos: Foram estudados 16 portadores <strong>de</strong> hipertensão arterial essencial <strong>de</strong> grau leve, sendo 10 do<br />

sexo masculino e 6 do sexo feminino, com ida<strong>de</strong> média (em anos) <strong>de</strong> 55,20 ± 11,99 e 43,66 ± 7,06,<br />

respectivamente. Os pacientes foram submetidos a testes <strong>de</strong> esforço físico dinâmico (TEFD), com<br />

protocolo contínuo do tipo <strong>de</strong>grau, em bicicleta ergométrica <strong>de</strong> frenagem eletromagnética (Quinton<br />

Corival 400), com a potência variando 25 watts a cada 3 minutos até a exaustão física. A freqüência<br />

cardíaca e a pressão arterial foram registradas nos 30 segundos finais <strong>de</strong> cada nível <strong>de</strong> esforço. O<br />

treinamento físico aeróbio foi prescrito baseado no TEFD sendo que foram realizados caminhada,<br />

trote, exercícios dinâmicos localizados, bicicleta ergométrica com valores <strong>de</strong> freqüência cardíaca<br />

situadas entre 70% a 85% da freqüência cardíaca pico atingida no TEFD. Cada sessão <strong>de</strong> treinamento<br />

tinha uma duração <strong>de</strong> 60 min realizados 3 vezes por semana, com duração total <strong>de</strong> 16 semanas. A<br />

pressão arterial era aferida antes e após cada sessão <strong>de</strong> treinamento. Foi realizada análise estatística<br />

utilizando-se Teste <strong>de</strong> Wilcoxon para amostras pareadas (a = 5%).<br />

Resultados: Foram observados: em repouso, como efeito crônico do exercício: a) redução significativa<br />

(p < 0,05) da pressão arterial sistólica (PAS) após o período <strong>de</strong> treinamento físico para ambos os<br />

grupos; b) redução significativa (p < 0,05) da pressão arterial diastólica (PAD) após o período <strong>de</strong><br />

treinamento somente para o grupo masculino; ainda, após as sessões <strong>de</strong> treinamento físico como<br />

efeito agudo do exercício: c) redução da PAS e PAD para o grupo masculino, sendo significativa (p<br />

< 0,05) para PAS a partir da 2 ª semana <strong>de</strong> treinamento e para PAD na 3 ª , 5 ª e 12 ª semana: d) redução<br />

da PAS no grupo feminino sendo significativa (p < 0,05) apenas na 11 ª semana e da PAD na 3 ª , 8 ª e<br />

11 ª semana.<br />

Conclusões: O treinamento físico aeróbio induziu a redução da pressão arterial, tanto aguda como<br />

cronicamente, em ambos os sexos sendo <strong>de</strong> maior magnitu<strong>de</strong> nos indivíduos do sexo masculino<br />

po<strong>de</strong>ndo estas respostas estarem relacionadas com o maior nível pressórico apresentado pelo grupo<br />

masculino na condição pré treinamento.<br />

Apoio Financeiro: CNPq - Processo: 101294/00-0. Aprovado pela Comissão <strong>de</strong> Ética da UFSCar,<br />

processo nº 36/1999.


<strong>Posters</strong><br />

095 ADERÊNCIA AO TRATAMENTO E CONTROLE DA HI- 096<br />

PERTENSÃO ARTERIAL E RISCO CARDIOVASCULAR. ANÁLI-<br />

SE PROSPECTIVA DE 100 CASOS EM AMBULATÓRIO GERAL DE<br />

CARDIOLOGIA<br />

Janczuk D, Ferreira CA, Tella MR, Saraiva JF<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Campinas – PUCCAMP<br />

Objetivos: Avaliar prospectivamente a influência da a<strong>de</strong>rência no controle da Pressão Arterial (PA),<br />

em hipertensos crônicos acompanhados em ambulatório geral <strong>de</strong> cardiologia.<br />

Métodos: 100 pacientes, hipertensos, 30M/70F, com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 64 ± 6 anos, foram avaliados<br />

prospectivamente <strong>de</strong> março a novembro <strong>de</strong> 2000, através <strong>de</strong> avaliação clínica e questionário<br />

dirigido, para verificar os efeitos da a<strong>de</strong>rência e a influência <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco associados ao<br />

controle da PA.<br />

Resultados: 64 pacientes (64%), encontravam-se a<strong>de</strong>rentes ao tratamento, dos quais 21 (32,8%)<br />

usavam apenas um medicamento e 43 (67,1%) 2 ou mais medicamentos. A PA encontrava-se controlada<br />

em 12 (18,7%) dos pacientes a<strong>de</strong>rentes e não controlada em 52 (81,3%). Não houve diferença<br />

no controle da PA em relação a sexo, ida<strong>de</strong>, raça, número <strong>de</strong> medicamentos utilizados (p = ns). 94<br />

pacientes (94%) tinham 1 ou mais fatores <strong>de</strong> risco associados.<br />

Conclusões: a) a a<strong>de</strong>rência ao tratamento não foi elemento suficiente para o controle da pressão<br />

arterial nesta população com elevada incidência <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco associados. Os autores chamam<br />

a atenção para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar outros fatores que possam interferir no controle a<strong>de</strong>quado<br />

da PA em populações <strong>de</strong> alto risco.<br />

097 CASOS NOVOS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, DISTRI- 098<br />

TO DE SAÚDE NOROESTE, CAMPINAS, ESTADO DE SÃO PAULO<br />

DF Camilo, AT Silva, CCA Volpini, CM Zoldan, DFA Cecchetti, EF Oliveira, FT<br />

Oliveira, FVM Possas, MC Buarraj, RM Claro, RVB Carvalho, EC Moura<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas – PUCCAMP – Colaboração: Distrito <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Noroeste e Unida<strong>de</strong> Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Campinas, SP<br />

A hipertensão arterial tem sido consi<strong>de</strong>rada como a patologia mais prevalente na ida<strong>de</strong> adulta contribuindo<br />

para o aumento da morbi-mortalida<strong>de</strong> por doenças cardiovasculares. Todavia não há dados<br />

precisos sobre sua prevalência no Brasil. Assim, o Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidiu pela busca ativa <strong>de</strong><br />

casos novos em março <strong>de</strong> 2001, durante a Campanha <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> diabete melito<br />

e hipertensão arterial sistêmica. Durante a Campanha buscou-se investigar prioritariamente os casos<br />

ainda não sabidos <strong>de</strong> hipertensão arterial. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong>screver a ocorrência dos<br />

casos novos <strong>de</strong> hipertensão arterial i<strong>de</strong>ntificada nesta campanha. Todas as pessoas acima <strong>de</strong> 15 anos<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> que procuraram a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para verificação da pressão arterial foram i<strong>de</strong>ntificadas<br />

e questionadas sobre tratamento prévio <strong>de</strong> hipertensão arterial, ida<strong>de</strong> atual sexo. A pressão arterial<br />

foi medida com esfigmomanômetro em posição sentada. Consi<strong>de</strong>rou-se hipertensão arterial quando<br />

a pressão arterial diastólica fosse maior ou igual a 90 mmHg e/ou a sistólica maior ou igual a 140<br />

mmHg. Foram avaliadas 12.104 sujeitos, sendo que 8.563 <strong>de</strong>sconheciam qualquer situação <strong>de</strong> pressão<br />

elevada. Esta população apresentou 51,1 ± 10,7 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, sendo 43,7% do sexo masculino<br />

e 56,3% do feminino. Do total <strong>de</strong> avaliados 37,1% apresentaram hipertensão arterial. Os casos novos<br />

atingiram mais os homens (45,7%) do que as mulheres (30,4%), p < 0,001, sendo que o risco dos<br />

homens apresentarem hipertensão arterial foi 1,9 vezes maior do que o risco das mulheres, conforme<br />

o valor do odds ratio (intervalo <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 1,8 a 2,1). A ida<strong>de</strong> dos indivíduos com pressão<br />

arterial consi<strong>de</strong>rada normal (50,0 ± 10,4 anos), p < 0,001. Embora a cobertura tenha sido baixa, a<br />

Campanha <strong>de</strong>tectou 3.174 casos novos <strong>de</strong> hipertensão arterial. Os casos novos foram agendados<br />

para consulta clínica na própria unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou atendidos <strong>de</strong> imediato caso os valores pressóricos<br />

estivessem muito altos.<br />

Sem título-32 32<br />

26/06/03, 15:12<br />

32<br />

EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO SOBRE<br />

A PRESSÃO ARTERIAL DE 24 HORAS DE INDIVÍDUOS HIPER-<br />

TENSOS: POSSÍVEIS FATORES DE INFLUÊNCIA<br />

MO Souza, L Teixeira, K Ortega, D Mion Jr, T Tinucci, CE Negrão, CLM Forjaz.<br />

Escola <strong>de</strong> Educação Física e Esporte, Hospital das Clínicas, Instituto do Coração<br />

(InCor), Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo<br />

Introdução: Embora o efeito do treinamento físico aeróbio sobre a pressão arterial clínica <strong>de</strong> indivíduos<br />

hipertensos já esteja bem <strong>de</strong>monstrado, seu efeito sobre a pressão arterial <strong>de</strong> 24 horas (PA<br />

24h) permanece controverso. Dessa forma, este estudo teve por objetivo verificar o efeito do treinamento<br />

físico sobre a PA 24h <strong>de</strong> indivíduos hipertensos, tentando i<strong>de</strong>ntificar fatores que possam<br />

diferenciar os indivíduos responsivos ao treinamento físico.<br />

Métodos: <strong>de</strong>zoito indivíduos hipertensos leves a mo<strong>de</strong>rados (11 homens e 7 mulheres), com ida<strong>de</strong><br />

40 + 8 anos, foram submetidos a 4 meses <strong>de</strong> treinamento em cicloergômetro (3 vezes/semana, intensida<strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rada, duração <strong>de</strong> 20 a 50 min). Antes e após o treinamento, a pressão arterial foi medida<br />

em repouso pelo método oscilométrico (Spacelabs, 90207) com o indivíduo na posição <strong>de</strong>itada por<br />

20 min e sentada por 65 min. Além disso, a pressão arterial foi também avaliada pela monitorização<br />

ambulatorial da pressão arterial (MAPA - Spacelabs, 90207 – programado para realizar medidas a<br />

cada 10 min).<br />

Resultados: o treinamento físico aeróbio reduziu a pressão arterial sistólica (PAS – 143 ± 9 vs. 135<br />

± 11 mmHg; p < 0,05), média (PAM - 115 ± 9 vs. 106 ± 11 mmHg; p < 0,05) e diastólica (PAD - 100<br />

± 11 vs. 93 ± 11 mmHg; p < 0,05) em repouso sentado e <strong>de</strong>itado (PAS - 138 ± 9 vs. 134 ± 9; PAM<br />

- 108 ± 8 vs. 104 ± 10; PAD - 94 ± 9 vs. 88 ± 10 mmHg; p < 0,05). Além disso, 10 (56%) hipertensos<br />

apresentaram também redução da pressão arterial <strong>de</strong> 24h maior ou igual a 4mmHg (responsivos).<br />

Comparando-se as características <strong>de</strong>sses indivíduos com as dos não-responsivos, os primeiros apresentaram<br />

ao início do estudo menor índice <strong>de</strong> massa corporal (24,4 ± 2,5 vs. 27,5 ± 2,5 kg/m 2 ; p <<br />

0,05) e freqüência cardíaca <strong>de</strong> 24h (69 ± 9 vs. 82 ± 6 bpm; p < 0,05). Além disso, com o treinamento<br />

físico, os indivíduos responsivos diminuíram mais a FC 24h e aumentaram mais a carga máxima.<br />

Conclusão: O treinamento físico aeróbio reduz a pressão arterial <strong>de</strong> repouso sentado e <strong>de</strong>itado <strong>de</strong><br />

indivíduos hipertensos. Além disso, os indivíduos hipertensos com índice <strong>de</strong> massa corporal e FC <strong>de</strong><br />

24h menores e que respon<strong>de</strong>ram mais ao treinamento físico aumentando a carga máxima e reduzindo<br />

a FC <strong>de</strong> 24 h, apresentaram queda da pressão arterial <strong>de</strong> 24 h após o treinamento físico.<br />

Apoio financeiro: CNPQ – Processo nº 830636/99-4<br />

CONVIVER COM UM PROBLEMA CRÔNICO DE SAÚ-<br />

DE: SEU SIGNIFICADO, DIFICULDADES E IMPLICAÇÕES<br />

AAO Reiners, IS Paniago, LA Fleck, MG Souza<br />

Introdução: Estudos têm <strong>de</strong>monstrado que muitos clientes hipertensos suplementam, mudam ou<br />

apenas seguem parcialmente o regime terapêutico. Na verda<strong>de</strong>, a manutenção do regime terapêutico<br />

constitui-se em uma responsabilida<strong>de</strong> do hipertenso, quando ele for capaz, e/ou <strong>de</strong> sua família. Os<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> têm a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir o suporte necessário<br />

para que estas pessoas participem efetivamente do regime terapêutico. Mas, será que isso está<br />

acontecendo? Acreditamos que não. Cremos que uma das razões seja a <strong>de</strong> que o atendimento a essas<br />

pessoas tem sido feito <strong>de</strong> forma dissociada <strong>de</strong> uma maior compreensão sobre a vivência que elas têm<br />

<strong>de</strong>ssa situação <strong>de</strong> ter um problema crônico <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando-os como pessoas com as<br />

mesmas necessida<strong>de</strong>s e dificultadas que qualquer outra pessoas teria ao enfrentar uma nova situação<br />

em sua vida. Devemos compreen<strong>de</strong>r que o regime terapêutico não é um elemento isolado, mas faz<br />

parte <strong>de</strong> todo o contexto <strong>de</strong> vida da pessoa hipertensa. Tais reflexões nos motivam a buscar, através<br />

da pesquisa, respostas que nos possibilitassem fundamentar nossas argumentações a partir da compreensão<br />

do cotidiano <strong>de</strong> pessoas hipertensas e da sua relação com a doença e o regime terapêutico,<br />

a fim <strong>de</strong> proporcionar-lhes atenção à sua saú<strong>de</strong> mais a<strong>de</strong>quada às suas necessida<strong>de</strong>s. Assim, nesta<br />

pesquisa, nossos objetivos foram: compreen<strong>de</strong>r o significado que os clientes hipertensos dão ao fato<br />

<strong>de</strong> estar com um problema crônico <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e ter que controlar o regime terapêutico; i<strong>de</strong>ntificar suas<br />

dificulda<strong>de</strong>s em controlar o regime terapêutico e <strong>de</strong>terminar as implicações que isso tem para as<br />

suas vidas.<br />

Metodologia: Este foi um estudo qualitativo realizado com oito pessoas hipertensas, moradoras do<br />

Pólo Osmar Cabral pertencente ao Distrito Sanitário Sul do município <strong>de</strong> Cuiabá, Mato grosso. A<br />

coleta <strong>de</strong> dados foi realizada por meio <strong>de</strong> entrevistas semi-estruturadas e gravadas. A análise dos<br />

dados foi feita a partir da codificação e categorização preconizada pelo referencial metodológico<br />

Groun<strong>de</strong>d Theory, e os resultados foram discutidos à luz do referencial teórico interacionismo Simbólico.<br />

Resultados e conclusão: Os resultados mostraram que, para os hipertensos pesquisados, o significado<br />

<strong>de</strong> estar com um problema crônico <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e ter que controlar o regime terapêutico é : mudanças<br />

e dificulda<strong>de</strong>s. Tais dificulda<strong>de</strong>s foram categorizadas nas seguintes subcategorias: sentindo os<br />

efeitos adversos da medicação; não tendo condições financeiras; não tendo suporte do serviço <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>; não tendo forças; tendo que trabalhar; não tendo tempo e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da família. As implicações<br />

que esta situação tem trazido às suas vidas são a resistência e uma profusão <strong>de</strong> sentimentos<br />

como <strong>de</strong>monstrado pelas seguintes subcategorias: resistindo às or<strong>de</strong>ns médicas; justificando-se;<br />

conciliando e sentindo-se ameaçados. Nossa opinião é a <strong>de</strong> que é preciso ouvir as pessoas a fim <strong>de</strong><br />

compreen<strong>de</strong>r o que se passa com elas neste processo <strong>de</strong> adoecer, tratar-se e cuidar-se crendo que,<br />

sem isto, a atenção à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas pessoas será marcada por medidas imperativas que só contribuem<br />

para aumentar o não compromisso ao programa terapêutico.


099<br />

TERAPIA NUTRICIONAL EXCLUSIVA EM UM GRUPO<br />

DE PACIENTES DISLIPIDÊMICOS COM INFARTO DO<br />

MIOCARDIO PRÉVIO<br />

Kinchoku H, Eguti AT, Chiaparine LC, Coelho OR<br />

Divisão <strong>de</strong> Nutrição e Dietética – HC/Ambulatório <strong>de</strong> Cardiologia - FCM – Unicamp<br />

– Campinas – SP<br />

Objetivo: Avaliar o efeito da orientação nutricional da dieta fase II da AHA sobre a a<strong>de</strong>são do<br />

paciente a dieta, níveis séricos <strong>de</strong> colesterol total e frações em pacientes (pt) com infarto do miocárdio<br />

(IM) .<br />

Metodologia: Foram selecionados 30 pt com IM atendidos no ambulatório <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong><br />

risco para doença arterial coronariana (DAC). Para classificação do grau <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong> foi utilizado<br />

o índice <strong>de</strong> massa corpórea (IMC) e para i<strong>de</strong>ntificar a distribuição da gordura corpórea o coeficiente<br />

abdominal glúteo (CC/CQ). Para análise estatística dos dados utilizou-se o teste-t (p < 0,05).<br />

Resultados: Do total, 22 pt (73%) eram do sexo masculino e 8 (27%) do sexo feminino com ida<strong>de</strong><br />

média <strong>de</strong> 46,9 anos e 56 anos respectivamente. Com relação ao estado nutricional, 8 pt (27%) eram<br />

eutróficos, 16 pt (53%) pré-obesos, 6 pt (20%) obeso grau I e, classificados como <strong>de</strong> alto risco para<br />

DAC 20 pt (67%) dos pacientes <strong>de</strong> acordo com CC/CQ. Apenas 12 pt (40%) seguiram as orientações<br />

nutricionais a<strong>de</strong>quadamente. Observou-se uma redução significativa apenas do colesterol total (col<br />

inicial: 227 ± 36 e final 196 ± 33 mg/dl) permanecendo os <strong>de</strong>mais valores (HDL-col, LDL-col,<br />

VLDL e triglicéri<strong>de</strong>s) inalterados ou com alteração sem significado estatístico neste grupo.<br />

Conclusão: Embora o índice <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são ao tratamento não tenha sido o esperado, os pacientes que<br />

seguiram corretamente a dieta tiveram uma diminuição significativa do colesterol total diminuindo<br />

assim a seu risco cardiovascular.<br />

101 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E HÁBITOS ALIMENTA- 102<br />

RES DE HIPERTENSOS CADASTRADOS NO PROGRAMA DE SAÚ-<br />

DE DA FAMÍLIA – VITÓRIA/ES, 2001<br />

MVL Silva, LN Fundão, MM Paiva, MPC Pereira, MDCB Molina, JG Mill<br />

Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em Ciências Fisiológicas/UFES<br />

Introdução: A hipertensão constitui-se atualmente num importante problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública em<br />

países em <strong>de</strong>senvolvimento. O conhecimento e o monitoramento da condição nutricional torna-se<br />

importante pois contribui para a <strong>de</strong>tecção, controle e prevenção das doenças cardiovasculares e seus<br />

fatores <strong>de</strong> risco, como a hipertensão arterial.<br />

Metodologia: O trabalho foi <strong>de</strong>senvolvido em duas etapas. 1)aplicação <strong>de</strong> um questionário, conforme<br />

o protocolo do Projeto Mônica e realizados inquérito dietético, Freqüência <strong>de</strong> Consumo Alimentar<br />

e 03 recordatórios <strong>de</strong> 24 horas. 2) avaliação antropométrica, bioquímica, e medidas hemodinâmicas<br />

na Clínica <strong>de</strong> Investigação Cardiovascular no Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas.<br />

Para avaliação <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> pressão arterial (PA) foi utilizado o protocolo do IV JNC (1997).<br />

A avaliação antropométrica constou <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> peso, altura, dobras cutâneas e circunferências que<br />

possibilitou a análise do Índice <strong>de</strong> Massa Corporal (IMC), Razão Cintura/Quadril (C/Q) e Percentual<br />

<strong>de</strong> Gordura (%G); segundo os padrões da OMS, 1995. Os resultados foram apresentados em<br />

percentuais, médias e <strong>de</strong>svios-padrão.<br />

Resultados: Participaram do estudo 200 pacientes cadastrados no PSF <strong>de</strong> Andorinhas – Vitória/ES.<br />

A média <strong>de</strong> peso, altura, IMC, %G e C/Q foram respectivamente 7,3 ± 15,5 kg; 1,57 ± 0,18 m; 29 ±<br />

5,5 Kg/m²; 20,5 ± 5,5% e 0,92 ± 0,009. A freqüência <strong>de</strong> baixo peso foi <strong>de</strong> 1,5%, a<strong>de</strong>quação 22% e<br />

sobrepeso 76,5%. A PA sistólica: 154 ± 24 mmHg; pressão arterial diastólica (PAD): 98 ± 15 mmHg;<br />

IMC: 29 ± 5,5; 76,5% dos hipertensos estudados apresentaram sobrepeso (IMC ≥ 25). O grupo com<br />

IMC entre 30 e 40 apresentou maior PAD, 102 ± 14,8 mmHg. O grupo analisado pertencia na sua<br />

maioria às classes C (42,4%) e D (43,4%). Os resultados dos exames bioquímicos encontramos<br />

foram: colesterol total: 210 ± 42 mg/dl; triglicerí<strong>de</strong>os: 182 ± 107 mg/dL; excreção urinária <strong>de</strong> Na <strong>de</strong><br />

24h: 246 ± 110 mmol; relação Na/K urinário: 5,5 ± 2,9. A média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> do grupo estudado foi 54,2<br />

± 11,7 anos e do total, 86,4% se encontraram nas classes C e D. realizam 3,3 ± 0,8 refeição/dia,<br />

sendo que 85% realizam o almoço no domicílio e utilizam, predominantemente, na cocção, o óleo<br />

<strong>de</strong> soja (92,5%). Cerca <strong>de</strong> 75% retiram a gordura aparente da carne e 70% retiram a pele do frango;<br />

27% consomem frituras mais do que 3 – 4 vezes/semana. O consumo diário <strong>de</strong> sal é 8 ± 5,2 g; o <strong>de</strong><br />

óleo é 30 ± 20,2 ml; e <strong>de</strong> açúcar 79,1 ± 46 g. 20% praticam ativida<strong>de</strong> física regular, <strong>de</strong>vendo-se, no<br />

entanto consi<strong>de</strong>rar as complicações <strong>de</strong>correntes da elevada faixa etária da população estudada, que<br />

muitas vezes impe<strong>de</strong> a prática da ativida<strong>de</strong> física. O consumo <strong>de</strong> verduras, legumes e frutas é muito<br />

baixos, em contraste com a freqüência <strong>de</strong> embutidos e frituras.<br />

Conclusão: A situação nutricional dos pacientes estudados compromete o controle da hipertensão<br />

arterial e, consequentemente, a prevenção dos agravos cardiovasculares, bem como aponta para a<br />

necessida<strong>de</strong> do cuidado nutricional inserido nos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família.<br />

33<br />

<strong>Posters</strong><br />

ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS EM POPU-<br />

LAÇÃO PORTADORA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, CADASTRA-<br />

DA NO CENTRO DE SAÚDE ESCOLA DO MARCO BELÉM-PARÁ<br />

MM Palmeira, FLL Marvão, JS Neves, FC Crescente<br />

Universida<strong>de</strong> do Estado do Pará. Centro <strong>de</strong> Ciências Biológicas e da Saú<strong>de</strong><br />

Introdução: Durante as últimas quatro décadas, os estudos longitudinais <strong>de</strong> observação têm <strong>de</strong>stacado<br />

<strong>de</strong> forma repetitiva a importância <strong>de</strong> hipertensão arterial sistêmica (HAS) para <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das doenças cardiovasculares (DCVs), incluindo a doença arterial coronariana, a insuficiência<br />

cardíaca e o aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral. O eletrocardiograma (ECG) é um exame subsidiário indicado<br />

mundialmente na rotina básica da avaliação do paciente portador <strong>de</strong> HAS.<br />

Objetivo: Avaliar a prevalência <strong>de</strong> anormalida<strong>de</strong>s eletrocardiográficas em portadores <strong>de</strong> HAS cadastrados<br />

<strong>de</strong> no Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Escola (CSE) do Marco – Belém/Pará.<br />

Métodos: Nos meses <strong>de</strong> janeiro e fevereiro <strong>de</strong> 2001, escolhemos aleatoriamente 300 pessoas que<br />

procuraram pela primeira vez o ambulatório <strong>de</strong> Cardiologia do CSE – Marco, Belém/PA. A população<br />

era constituída <strong>de</strong> 223 mulheres e 77 homens, na faixa etária <strong>de</strong> 20 a 75 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, com<br />

tempo <strong>de</strong> moradia superior a cinco anos no município <strong>de</strong> Belém-PA. Após consentimento voluntário<br />

e informado, os participantes respon<strong>de</strong>ram formulário padrão com informações sobre dados <strong>de</strong>mográficos<br />

e fatores <strong>de</strong> riscos para DCVs, e em seguida submetidos a avaliação do Índice <strong>de</strong> Massa<br />

Corpórea (IMC), ECG e Pressão Arterial (PA) conforme critérios do III Consenso Brasileiro <strong>de</strong><br />

HAS.<br />

Resultados: Encontramos alta prevalência <strong>de</strong> HAS na população estudada (57,5%). Os principais<br />

resultados relativos a ida<strong>de</strong> e distribuição por sexo, po<strong>de</strong>m ser observados na Tabela I. Detectamos<br />

alterações eletrocardiográficas em 65,3% no grupo <strong>de</strong> hipertensos. As anormalida<strong>de</strong>s eletrocardiográficas<br />

estão <strong>de</strong>monstradas na Tabela II.<br />

TABELA I<br />

IDADE TOTAL HOMENS MULHERES<br />

0 – 30 5,2% 1,2% 4%<br />

31 – 40 6,9% 1,2% 5,7%<br />

41 – 50 23,6% 2,8% 20,9%<br />

51 – 60 26% 5,2% 20,8%<br />

61 – 70 23,1% 5,8% 17,3%<br />

> 70 14,4% 5,2% 9,2%<br />

Sem título-32 33<br />

26/06/03, 15:12<br />

100<br />

TABELA II<br />

ALTERAÇÕES DO ECG %<br />

HVE 8,8%<br />

Distúrbios <strong>de</strong> ST-T 63,3%<br />

Desvio <strong>de</strong> Eixo 8,2%<br />

Arritmias 7,0%<br />

Bloqueios 7,0%<br />

Zona Inativa 5,7%<br />

CONCLUSÕES: A realização <strong>de</strong> ECG para avaliação inicial do paciente hipertenso tem como<br />

objetivo principal avaliar a presença e a extensão das alterações estruturais e funcionais do coração<br />

como órgão alvo na HAS. A elevada prevalência <strong>de</strong> alterações <strong>de</strong> ECG no grupo estudado nos obriga<br />

a repensar em estratégias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública eficazes para prevenir a elevada morbi-mortalida<strong>de</strong> associada<br />

a HAS.<br />

PREVALÊNCIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NOS<br />

PACIENTES RENAIS CRÔNICOS HEMODIALISADOS<br />

ADM Feitosa, FG Aragão, MFL Brayner, P Ferraz, FJD Lessa, PSR Oliveira, STSN<br />

Coelho<br />

Departamento <strong>de</strong> Medicina Clínica, CCS, UFPE, 50670-901. RealCor/Real Hospital<br />

Português <strong>de</strong> Beneficência em Pernambuco, 52010-040, Recife - Pernambuco<br />

Introdução: A pressão arterial elevada constitui hoje em dia o distúrbio crônico mais comum no<br />

mundo <strong>de</strong>senvolvido. Depen<strong>de</strong>ndo dos critérios para diagnóstico, po<strong>de</strong>-se afirmar que ela está presente<br />

em 20% a 30% da população adulta. A hipertensão arterial é o principal fator <strong>de</strong> risco para a<br />

morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> cardiovascular. A presença <strong>de</strong> níveis pressóricos elevados está claramente<br />

associada a um aumento na incidência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral, doença cardíaca coronária<br />

(infarto do miocárdio, angina do peito), insuficiência cardíaca, insuficiência renal e insuficiência<br />

vascular periférica. Nos pacientes em hemodiálise, as doenças cardiovasculares são a principal causa<br />

<strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> e a hipertensão arterial tem papel significante nesta cifra <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>.<br />

Nos estudos encontramos uma prevalência <strong>de</strong> hipertensão arterial em torno <strong>de</strong> 71% nos<br />

pacientes submetidos a hemodiálise. Des<strong>de</strong> então, outros estudos mostraram resultados semelhantes.<br />

A incidência <strong>de</strong> morte por doença cardiovascular é cerca <strong>de</strong> vinte vezes mais freqüente em<br />

pacientes sob tratamento hemodialítico do que na população geral. No Brasil existem cerca <strong>de</strong> 47.000<br />

pacientes renais crônicos mantidos em programa dialítico, sendo que 85% <strong>de</strong>sses estão em hemodiálise.<br />

Na população <strong>de</strong> renais crônicos em hemodiálise o controle da hipertensão arterial <strong>de</strong>ve ter<br />

ainda maior ênfase, pois as doenças cardiovasculares constituem a primeira causa <strong>de</strong> óbito nesses<br />

pacientes. Estas informações são realida<strong>de</strong> nos Estados Unidos, porém não sabemos os dados em<br />

nosso meio.<br />

Objetivo: Investigar a prevalência da hipertensão arterial nos pacientes renais crônicos<br />

hemodialisados.<br />

Material e Métodos: O estudo foi realizado no serviço <strong>de</strong> hemodiálise do Real Hospital Português,<br />

foram coletadas 171 fichas com distribuição aleatória, sendo consi<strong>de</strong>rados hipertensos segundo o III<br />

Consenso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> (1998), à semelhança do relatório do VI Joint National Committee<br />

(1997) e O Guia <strong>de</strong> Recomendações para o Tratamento da <strong>Hipertensão</strong> Arterial da Organização<br />

Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) e da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Internacional <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> (SIH), edição 1999.<br />

Resultados: Os pacientes analisados tinham ida<strong>de</strong> entre 13 e 83 anos. Destes, 59,1% são do sexo<br />

masculino. Com freqüência <strong>de</strong> 36,3% <strong>de</strong> cor branca, 18,1% pretos, 45,0% morenos e 0,6% amarelos.<br />

A respeito da pressão arterial, foi observado que, no momento da coleta, 84,2% eram hipertensas,<br />

<strong>de</strong>stas 0,7% controlam sem medicação, 11,1% estavam com níveis tensionais controladas com<br />

medicação, 25,0% apresentavam pressão arterial elevada mesmo com uso <strong>de</strong> medicação anti-hipertensiva<br />

e 63,2% não estavam fazendo uso <strong>de</strong> medicação e estavam com níveis pressóricos elevados,<br />

Conclusão: Concluimos que a hipertensão arterial é <strong>de</strong> alta prevalência entre os pacientes renais<br />

crônicos hemodialisados e que somente uma minoria controla a<strong>de</strong>quadamente seus níveis tensionais.


<strong>Posters</strong><br />

103 ESTUDO DE PACIENTES QUE ABANDONARAM SER- 104<br />

VIÇO MULTIPROFISSIONAL DE TRATAMENTO À HIPERTEN-<br />

SÃO ARTERIAL<br />

PCV Jardim*, LO Rodrigues, DDL Pereira, AL Magalhães, CT Sousa, TSV Jardim,<br />

FM Ibrahim, BR Macaranduba, A Bortolini, LCB Nogueira, PVO Couto, ET Monego<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial (LHA), Faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Medicina/Enfermagem e Nutrição,<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás. Goiânia, Goiás<br />

Estabelecer meios para melhorar a a<strong>de</strong>são ao tratamento da hipertensão arterial (HA) é aumentar o<br />

sucesso na terapêutica e beneficiar maior número <strong>de</strong> pacientes. Com o objetivo <strong>de</strong> conhecer os<br />

motivos do abandono, a prevalência <strong>de</strong> doenças cardiovasculares, os óbitos e a situação atual em<br />

relação ao tratamento, selecionamos os pacientes na LHA em situação <strong>de</strong> faltosos há mais <strong>de</strong> três<br />

anos. Foram realizadas visitas domiciliares e entrevistas estruturadas para questionamento sobre<br />

causa <strong>de</strong> abandono, situação atual em relação ao tratamento, aparecimento <strong>de</strong> doença cardiovascular<br />

ou óbito, hábitos <strong>de</strong> vida atuais e foram aferidos os valores da pressão arterial. I<strong>de</strong>ntificados 440<br />

pacientes faltosos, <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 1785 matriculados (24,65%). Foram <strong>de</strong>scartados 294 indivíduos<br />

por duplicação <strong>de</strong> nomes, ausência <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reços, retorno ao serviço ou residência em outras cida<strong>de</strong>s.<br />

Foram realizadas 176 tentativas <strong>de</strong> visita domiciliar, sendo efetivamente encontrados 77 indivíduos,<br />

sendo 30 homens. O maior motivo <strong>de</strong> abandono foi o óbito que ocorreu em 22 pacientes<br />

(28,57%), sendo que 40,9% por causas relacionadas a HA. A segunda causa <strong>de</strong> abandono foi por<br />

<strong>de</strong>sistência do tratamento (24,68%) e a terceira foi transferência para outro serviço (16,88%). Entre<br />

os que permaneciam vivos, 13 (23,6%) apresentavam alguma patologia relacionada à HA. Mais <strong>de</strong><br />

78% dos indivíduos relatavam estar sob tratamento, mas só 21,81% tinham sua PA controlada (PA <<br />

140 x 90 mmHg). As drogas mais usadas isoladamente ou em associação foram os diuréticos (14,29%<br />

e 35,71% respectivamente). Os simpaticolíticos <strong>de</strong> ação central foram o segundo grupo mais usado<br />

(14,29%) e os inibidores da enzima conversora o terceiro (11,9%). Apenas 7 pacientes faziam uso <strong>de</strong><br />

bebidas alcoólicas (12,73%), só 9,09% eram tabagistas mas 31 (57,41%) não tinham o hábito <strong>de</strong><br />

qualquer ativida<strong>de</strong> física. Verificamos portanto que mesmo em serviços estruturados há dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> cadastramento a<strong>de</strong>quado e a mobilida<strong>de</strong> social que é gran<strong>de</strong>, dificulta a continuida<strong>de</strong> e recuperação<br />

para o tratamento. A alta morbi-mortalida<strong>de</strong> relacionada a HA (28,57%) e o mínimo percentual<br />

<strong>de</strong> pacientes com pressão controlada sinalizam dramaticamente medidas vigorosas no sentido <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scentralização e melhor a<strong>de</strong>quação ao tratamento <strong>de</strong>sta síndrome.<br />

105 AVALIAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPU- 106<br />

LAÇÃO DA CIDADE DE MARÍLIA-SP<br />

CBA Pimentel, ACB D‘Elia, CDPA Pimentel, FC Balbão, FA Leiva, GH Mota, HC<br />

Gavassi, H Evangelista, MG Tiveron, RA Silva<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marília<br />

Objetivo: avaliar como a hipertensão arterial está distribuída na população <strong>de</strong> Marília, sua prevalência,<br />

quantos se tratavam e dos que se tratavam quantos estão corretamente tratados.<br />

Material e Método: foram avaliados 815 pessoas <strong>de</strong> ambos os sexos, com ida<strong>de</strong>s que variavam <strong>de</strong><br />

18 a 88 anos ao acaso na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marília, as medições da pressão arterial, 3 aferições com esfigmomanômetro<br />

anerói<strong>de</strong>s, previamente aferidos, realizadas na posição supina e ortostática. Para cada<br />

um foi preenchido formulário contendo todas as informações gerais (nome, ida<strong>de</strong>, sexo, profissão,<br />

escolarida<strong>de</strong>, religião, dados socioeconômicos, hábitos e histórico médico). Foram realizadas as<br />

medidas antropométricas. A classificação da normotensão e da hipertensão utilizada foi a do Sexto<br />

Consenso da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Internacional <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>.<br />

Resultados: Encontramos 59,63% (486) <strong>de</strong> normotensos assim distribuídos: i<strong>de</strong>al: 17,66% (144),<br />

normal: 20,49% (167), normal alto: 21,47% (175), nos normotensos encontramos: 2,57% (21) <strong>de</strong><br />

pessoas que se diziam hipertensos e não se tratavam. Os hipertensos, 40,36% (329) das pessoas<br />

examinadas, estavam distribuídos da seguinte forma, convenientemente medicados: 6,74% (55),<br />

não convenientemente medicados: 16,44% (134), hipertensos não tratados em estágio I: 13,98%<br />

(46), em estágio II: 20,66% (68), estágio III: 5,77% (19) e hipertensão sistólica: 2,12% (7). Da<br />

população examinada 11,16% (91) não sabiam ser portadores <strong>de</strong> hipertensão arterial e representavam<br />

27,65% <strong>de</strong> todos hipertensos. Do grupo dos que não sabiam que eram portadores <strong>de</strong> hipertensão<br />

arterial (91), 34,06% (31) se encontravam no estágio I e 65,93% (60) nos estágios II, III e<br />

hipertensão sistólica. Da população <strong>de</strong> hipertensos (329) não se tratavam 42,55% (140) e dos que se<br />

tratavam (189) apenas 29,10% (55) estavam convenientemente tratados.<br />

Conclusão: Embora a hipertensão arterial receba gran<strong>de</strong> atenção dos meios <strong>de</strong> comunicação e os<br />

conhecimentos das conseqüências sejam amplamente difundidos, ainda se observa alto porcentual<br />

<strong>de</strong> pacientes não convenientemente orientados.<br />

Sem título-32 34<br />

26/06/03, 15:12<br />

34<br />

FREQÜÊNCIA E ASSOCIAÇÃO DE HIPERTENSÃO AR-<br />

TERIAL E OBESIDADE EM ESCOLARES E ADOLESCENTES DE<br />

MACEIÓ: ESCOLAS PÚBLICAS X PRIVADAS<br />

A Mendonça, IR Rivera, MRM Ferraz, A Ávila, A Tavares, C Leite, F Canuto, G Alves<br />

Hospital Universitário. UFAL. Maceió, AL<br />

Introdução: A freqüência da obesida<strong>de</strong> vem aumentando na população, em todas as faixas etárias,<br />

mesmo em países como o Brasil, que apresentam um perfil <strong>de</strong> transição epi<strong>de</strong>miológica. Sua prevalência<br />

é <strong>de</strong>sconhecida no estado <strong>de</strong> Alagoas, em qualquer faixa etária, bem como a freqüência com<br />

que se associa à HAS.<br />

Objetivo: I<strong>de</strong>ntificar a freqüência e associação <strong>de</strong> hipertensão arterial e obesida<strong>de</strong> em escolares e<br />

adolescentes <strong>de</strong> Maceió.<br />

Métodos: Estudo transversal, seleção aleatória <strong>de</strong> escolas e alunos, <strong>de</strong> ambos os sexos, ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 7 a<br />

17 anos. Protocolo: questionário (i<strong>de</strong>ntificação), exame físico: medida da pressão arterial (PA),<br />

antropometria. Variáveis: ida<strong>de</strong>, sexo, escola (pública = PB; privada = PR), HAS (III CBHAS,1998),<br />

obesida<strong>de</strong> (IMC acima <strong>de</strong> percentil 85, NHANES I,1991). Análise estatística pelo Qui-quadrado.<br />

Resultados: Foram avaliados 418 estudantes, <strong>de</strong> 17 escolas (7 particulares), 235 do sexo feminino<br />

(56%), 236 oriundos <strong>de</strong> escolas públicas (56%), ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 12,6 anos. A freqüência <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong><br />

(Ob) foi <strong>de</strong> 17%, sendo 11% na escola pública e 25% na escola privada. A freqüência <strong>de</strong> hipertensão<br />

arterial (HAS) foi <strong>de</strong> 7%, sendo 6,5 % na escola pública e 7,5 % na escola privada. HAS e Ob<br />

estiveram presentes, em associação, em 3% da amostra total. Foi observada associação significante<br />

(*p < 0,05) entre obesida<strong>de</strong> e escola privada e entre HAS e obesida<strong>de</strong>.<br />

Conclusões: Na amostra estudada: 1. Associação <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong> e HAS ocorreu em 3% dos estudantes<br />

avaliados; 2. Obesida<strong>de</strong> apresentou associação significante com HAS e escola privada.<br />

FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES EM ESTU-<br />

DANTES DE 7 A 17 ANOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS<br />

DE MACEIÓ<br />

A Mendonça, IR Riviera, MRM Ferraz, A Àvila, A Tavares, C Leite, V Gavazza, SW Alves<br />

Hospital Universitário. UFAL. Maceió, AL<br />

Introdução: A prevalência dos fatores <strong>de</strong> risco cardiovascular no estado <strong>de</strong> Alagoas é <strong>de</strong>sconhecida,<br />

em qualquer faixa etária. Sua <strong>de</strong>finição reveste-se <strong>de</strong> importância, consi<strong>de</strong>rando serem as doenças<br />

cardiovasculares a causa mais freqüentes <strong>de</strong> morte na população.<br />

Objetivo: I<strong>de</strong>ntificar a freqüência <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco em estudantes do ensino fundamental e médio,<br />

<strong>de</strong> 7 a 17 anos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maceió, comparando-a em escolas públicas e privadas.<br />

Método: Estudos transversal, seleção aleatória <strong>de</strong> escolas e alunos <strong>de</strong> ambos os sexos, ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 7 a<br />

17 anos. Protocolo: questionário (i<strong>de</strong>ntificação, ativida<strong>de</strong> física), exame físico (medida da PA,<br />

antropometria). Variáveis estudadas: ida<strong>de</strong>, sexo, escola (pública + PB; privada = PR), tabagismo<br />

(T), HAS (III CBHAS, 1998), obesida<strong>de</strong> (IMC acima do percentual 85, NHANES I, 1991), se<strong>de</strong>ntarismo<br />

(Physycal Activity Questionnare, PAQ-C, 1997). Análise estatística pelo Qui-quadrado.<br />

Resultados: Foram avaliados 418 estudantes, <strong>de</strong> 17 escolas (7 particulares), 235 do sexo feminino<br />

(56%), 236 oriundos <strong>de</strong> escolas públicas (56%), ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 12,6 anos. A freqüência <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong><br />

(Ob), hipertensão arterial (HAS), se<strong>de</strong>ntarismo (sed) e tabagismo foi, respectivamente, 17%, 7%,<br />

56% e 3%.<br />

Escola N Sed * Ob HAS T<br />

PB 236 131 25 15 9<br />

PR 182 104 46 14 3<br />

Conclusão: Na amostra estudada: 1.) A prevalência <strong>de</strong> sed, Ob, HAS e T foi, respectivamente <strong>de</strong><br />

56%, 17%, 7% e 3%; 2) A obesida<strong>de</strong> foi significativamente mais frequente em escolas privadas.


107 POR QUE OS PACIENTES NÃO SEGUEM ADEQUADA- 108<br />

MENTE O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA HIPERTENSÃO<br />

ARTERIAL SISTÊMICA: UM ESTUDO COM 209 PACIENTES DE<br />

UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CAMPINAS<br />

TVO Passarella, A Bastos, RG Bongiovanni, DR Garcia, FS Guimarães, G Lanzara<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da PUC - Campinas<br />

Introdução: A <strong>Hipertensão</strong> Arterial Sistêmica (HAS) é, hoje, um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública mundial, estimando-se<br />

que atinja cerca <strong>de</strong> 15% da população, havendo, ainda muitos casos não diagnosticados. A terapêutica<br />

contra a HAS é sempre tema <strong>de</strong> discussão em diversos congressos, incluindo as mudanças nos hábitos <strong>de</strong> vida e<br />

terapêutica medicamentosa. Existem várias classes <strong>de</strong> medicamentos, em variadas formas <strong>de</strong> apresentação e<br />

posologias, diferindo também quanto à eficácia, embora não exista gran<strong>de</strong> disparida<strong>de</strong> no efeito <strong>de</strong> controle<br />

pressórico. No entanto, apesar dos avanços científicos e do empenho da classe médica, o controle da HAS<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um fator fundamental: o paciente. Se não houver entendimento sobre a doença e a<strong>de</strong>são ao tratamento,<br />

não há controle dos níveis pressóricos.<br />

Objetivos: Nosso estudo buscou enten<strong>de</strong>r os motivos pelos quais os pacientes hipertensos não seguem corretamente<br />

o tratamento medicamentoso e se há também falha na relação médico-paciente no que diz respeito ao<br />

entendimento da doença e seu tratamento.<br />

Metodologia; Foram realizadas entrevistas com pacientes hipertensos do ambulatório <strong>de</strong> Clínica Médica do<br />

Hospital Maternida<strong>de</strong> Celso Pierro, no período <strong>de</strong> Out/99 a Março/00.<br />

Resultados: Dos 209 pacientes entrevistados, 82 (39,23%) eram do sexo masculino e 127 (60,77%) do sexo<br />

feminino e as ida<strong>de</strong>s variaram entre a 3ª e 9ª décadas (média 64 anos). 64 (30,62%) pacientes seguiram a<strong>de</strong>quadamente<br />

o tratamento, relatando nunca terem abandonado nem ao menos falhado algum dia com o tratamento,<br />

enquanto que 145 (69,38%) pacientes não tiveram a mesma a<strong>de</strong>são. Desses 145 pacientes, 65 (44,83%) disseram<br />

que abandonaram o uso da medicação (pelo menos temporariamente) por falta <strong>de</strong> sintomatologia, 51 (35,17%)<br />

pelo custo elevado da medicação, 49 (33,79%) por se consi<strong>de</strong>rarem curados, 44 (30,34%) pela falta <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong><br />

do medicamento em postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou farmácias, 29 (20,0%) por causa <strong>de</strong> efeitos colaterais, 24<br />

(16,55%) por consi<strong>de</strong>rarem a posologia <strong>de</strong> difícil a<strong>de</strong>quação ao dia-a-dia, 13 (8,96%) por falta <strong>de</strong> informação <strong>de</strong><br />

com tomar a medicação e 79 (54,48%) por esquecimento. Do total <strong>de</strong> pacientes, 151 (72,25%) referiram que o<br />

médico não havia informado o que era HAS e quais as suas complicações e 72 (34,45%) , que não sabiam ser a<br />

HAS uma doença crônica e portanto que o uso da medicação não era temporário. Felizmente, apenas 16 (7,5%)<br />

afirmaram que o médico não havia explicado claramente o uso da medicação.<br />

Conclusões: Po<strong>de</strong>mos concluir que o não controle da pressão arterial <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito do<br />

paciente e <strong>de</strong> seu conhecimento sobre a doença e seus riscos. Muitos não sabem ser a HAS uma doença assintomática<br />

e por isso abandonam o uso da medicação por falta <strong>de</strong> sintomatologia. Há vários também que referem que<br />

os efeitos colaterais da medicação lhes parecem paradoxais, uma vez que antes do tratamento eram completamente<br />

assintomáticos. Observamos também pacientes que associam a HAS a sintomas gerais (como sudorese,<br />

cefaléia, dor na nuca) fazendo uso da medicação apenas quando aparecem. O esquecimento, num primeiro<br />

momento, po<strong>de</strong> não parecer um fator importante; no entanto, em nosso estudo, apareceu em número significativo,<br />

mesmo entre pacientes que referiam nunca ter abandonado o tratamento. Para um controle eficaz dos níveis<br />

pressóricos, principalmente em pacientes <strong>de</strong> risco, falhas como essas po<strong>de</strong>m ser a causa do não-controle da HAS<br />

e expõem a complicações. Vale também ressaltar que, embora não fizesse parte do questionário, muitos pacientes<br />

referiram que estavam no momento seguindo corretamente o tratamento pois já haviam tido alguma complicação<br />

isquêmica da HAS o que os <strong>de</strong>ixou mais conscientes da necessida<strong>de</strong> do controle. Por último, <strong>de</strong>vemos<br />

reforçar que nossos médicos estão explicando <strong>de</strong> maneira clara o uso da medicação, mas falham na hora <strong>de</strong><br />

ressaltar a importância do tratamento como forma <strong>de</strong> prevenção das complicações da HAS.<br />

109 ESTUDO DA INFLUÊNCA DOS EXAMES ACADÊMICOS 110<br />

SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL E FREQUÊNCIA CARDÍACA AVA-<br />

LIADOS ATRAVÉS DA MAPA<br />

AR Vieira, EC Vasquez, EG Lima<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da UFES e Escola Superior<br />

<strong>de</strong> Ciências da Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia <strong>de</strong> Vitória (EMESCAM)<br />

Introdução: A investigação do comportamento da pressão arterial (PA) em situações estressantes mais próximas<br />

da realida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> permitir a avaliação da influência do nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> sobre a reativida<strong>de</strong> cardiovascular.<br />

Para isto, a monitorização ambulatorial da PA (MAPA) é um instrumento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valida<strong>de</strong>. Objetivamos neste<br />

estudo, investigar em um grupo <strong>de</strong> estudantes <strong>de</strong> medicina, as alterações que ocorrem no comportamento da PA<br />

e da freqüência cardíaca (FC) durante os exames acadêmicos.<br />

Materiais e Métodos: Foram estudados 40 alunos (22 mulheres e 18 homens), normotensos em repouso e<br />

assintomáticos, comparando-se os dois períodos básicos do ciclo acadêmico: controle (sem exames) e com<br />

exames. Foram realizadas medidas <strong>de</strong> 20 em 20 minutos durante o período <strong>de</strong> vigília e <strong>de</strong> hora em hora durante<br />

o período do sono. Todos os alunos foram pré-avaliados e selecionados por medidas casuais da PA, FC, eletrocardiograma<br />

em repouso e teste ergométrico realizado em um cicloergômetro. Os estudos consistiram em monitorização<br />

em um dia sem exames acadêmicos (controle) comparada com a MAPA realizada em dia <strong>de</strong> exames<br />

acadêmicos.<br />

Resultados: A tabela abaixo resume os valores (média ± EPM) <strong>de</strong> PA sistólica (PAS), diastólica (PAD), média<br />

(PAM) e <strong>de</strong> FC obtidos pela MAPA, antes, durante e após exames acadêmicos.<br />

PARÂMETROS CONTROLE EXAMES<br />

N 40 40<br />

Antes (120 min)<br />

PAS (mmHg) 117 ± 1,6 120 ± 1,3 *<br />

PAD (mmHg) 71 ± 1,2 72 ± 0,9<br />

PAM (mmHg) 87 ± 1,3 87 ± 0,9<br />

FC (bpm) 80 ± 1,7 86 ± 1,8 *<br />

Durante (60 min)<br />

PAS (mmHg) 118 ± 1,5 121 ± 1,5 *<br />

PAD (mmHg) 72 ± 1,3 74 ± 1,1<br />

PAM (mmHg) 87 ± 1,4 89 ± 1,1<br />

FC (bpm) 78 ± 1,4 84 ± 1,5 *<br />

Após (120 min)<br />

PAS (mmHg) 119 ± 1,4 121 ± 1,5<br />

PAD (mmHg) 73 ± 1,0 74 ± 0,9<br />

PAM (mmHg) 89 ± 1,0 90 ± 1,0<br />

FC (bpm) 78 ± 1,7 85 ± 1,8 *<br />

* P < 0,05 quando comparado com o valor no período controle<br />

Conclusões: Os resultados obtidos <strong>de</strong>monstram que a ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida antes e durante os exames acadêmicos,<br />

foi um fator <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>nte na elevação da PAS e FC. Nota-se ainda que os efeitos cronotrópicos positivos<br />

ainda prevalecem no período pós-exames. Isto indica que o estresse gerado durante ativida<strong>de</strong>s avaliativas acadêmicas<br />

tem relevante influência sobre a reativida<strong>de</strong> pressórica e principalmente cronotrópica.<br />

Apoio financeiro: CAPES<br />

Sem título-32 35<br />

26/06/03, 15:12<br />

35<br />

<strong>Posters</strong><br />

CORRELAÇÃO ENTRE O PESO E ALTURA REFERIDOS<br />

E OS VALORES OBTIDOS POR MEDIDA DIRETA<br />

PCV Jardim*, ET Monego, DLC Castro, MB Marqui, AR Miranda, AC Almeida, FD<br />

Araujo, LCB Nogueira, CAB Costa, BR Maçaranduba, CTS Sousa, TSV Jardim, LO<br />

Rodrigues<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial, Fac. Medicina / Enfermagem e Nutrição, Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás. Goiânia, Goiás<br />

A comprovação <strong>de</strong> boa acurácia dos dados referidos sobre peso e altura, tornaria <strong>de</strong>snecessário sua<br />

obtenção através <strong>de</strong> medidas diretas reduzindo custos e tempo em estudos epi<strong>de</strong>miológicos. Comparamos<br />

os dados obtidos através medidas diretas com aqueles referidos pelos indivíduos, durante<br />

entrevista domiciliar. Os domicílios foram sorteados aleatoriamente <strong>de</strong> modo a serem representativos<br />

<strong>de</strong> uma população <strong>de</strong> 119.570 pessoas. Pesquisamos indivíduos maiores <strong>de</strong> 15 anos do domicílio<br />

selecionado, sendo colhidos dados sócio-<strong>de</strong>mográficos e seus pesos e alturas referidos. O peso e<br />

altura foram a seguir aferidos diretamente através <strong>de</strong> balança eletrônica e estadiômetro a laser. Foram<br />

3.084 entrevistas sendo que 739 não se lembraram do peso e 1.340 não se lembraram da altura.<br />

Analisamos 2.345 respostas relativas ao peso e 1.744 relativas a altura. Dos que se lembraram do<br />

peso, 49,7% eram do sexo masculino e dos que se recordaram da altura 56,6% eram também masculinos.<br />

Assumimos por valor correto, aquele com erro apenas <strong>de</strong> arredondamento, o erro aceitável foi<br />

consi<strong>de</strong>rado aquele com menos <strong>de</strong> 2,5% <strong>de</strong> diferença em relação ao obtido e erro discrepante valores<br />

diferentes dos anteriores. Utilizamos teste da proporção para verificar se o erro discrepante foi<br />

ou não significativamente maior que zero.<br />

Valor referido Peso Altura<br />

n % N %<br />

Correto 583 24,86 690 39,56<br />

Erro aceitável 1225 52,24 565 32,40<br />

Erro discrepante 537* 22,90 489* 28,04<br />

* p < 0,0001 para erro discrepante maior que zero<br />

O erro discrepante continuou significativamente maior que zero mesmo quando analisamos por<br />

sexo e por diferentes ida<strong>de</strong>s. Verificamos neste grupo que a correlação entre peso e altura referidos<br />

e obtidos por medida direta não apresenta boa acurácia seja no grupo como um todo, seja quando<br />

analisamos por sexo ou ida<strong>de</strong>. Com base neste estudo, não recomendamos a utilização <strong>de</strong> peso e<br />

altura referidos para estudos populacionais.<br />

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HIPERTENSÃO ARTE-<br />

RIAL SISTÊMICA EM ITAJUBÁ-MG<br />

RN Campos, JAL Marinho, MAG Marques, GM Andra<strong>de</strong>, IDA Maluf, IS Barbosa<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Itajubá - MG<br />

Introdução: Como doença isolada, <strong>de</strong> alta prevalência, a <strong>Hipertensão</strong> Arterial (HA) é consi<strong>de</strong>rada<br />

como o maior problema médico-social do país. A falta <strong>de</strong> sintomas, na maioria dos casos, bem como<br />

a <strong>de</strong>sinformação do paciente quanto às características e conseqüências da doença, agravam a situação<br />

existente.<br />

Objetivo: Estabelecer o diagnóstico epi<strong>de</strong>miológico da <strong>Hipertensão</strong> Arterial, traçando o perfil do<br />

hipertenso em nosso município, visando ao estabelecimento <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que contemplem<br />

a previsão <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s relacionadas a esta condição clínica e provisão <strong>de</strong> meios para a prevenção<br />

primária, prevenção secundária e ainda reabilitação.<br />

Materiais e Métodos: Foram avaliados 740 indivíduos, com ida<strong>de</strong> ³ 20 anos, nas Unida<strong>de</strong>s Básicas<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Policlínica <strong>de</strong> Itajubá, através <strong>de</strong> questionário estruturado e, a seguir, seus níveis pressóricos<br />

foram mensurados. Sua faixa etária, sexo, etnia, antece<strong>de</strong>ntes familiares e co-morbida<strong>de</strong>s anotadas<br />

em protocolo individualizado. O estudo e análise estatística dos dados obtidos foram realizados<br />

através dos softwares STATISTIC 6.0, Excel 2000 e Epi Info 5.0. A significância estatística foi<br />

avaliada pelo teste qui-quadrado.<br />

Resultados: Da amostra global, 34,6% dos indivíduos possuem <strong>Hipertensão</strong> Arterial Sistêmica (HAS),<br />

sendo que 28,6% dos homens são hipertensos e 37,1% das mulheres (P < 0,05). De acordo com a<br />

etnia, 44,83% dos negrói<strong>de</strong>s, 40,28% dos caucasói<strong>de</strong>s e 33,77% dos mestiços são hipertensos (P =<br />

0,18). No estudo da faixa etária, obtivemos como hipertensos 64,7% <strong>de</strong> indivíduos com ida<strong>de</strong> > 60<br />

anos, 57,8% na população entre 51 a 60 anos, 26,7% na população <strong>de</strong> 31 a 50 anos e 4% na população<br />

< 31 anos (P < 0,01). Dos indivíduos com HAS, 39,7% possuíam mãe com HAS, pai em 31,1%<br />

dos casos, seguidos por tios 20,2% e avós 8,9%. Possuíam colaterais com HAS 38,9% dos indivíduos.<br />

Dos hipertensos, 78,6% referiram algum tipo <strong>de</strong> tratamento; <strong>de</strong>stes 33,9% o fazem com regularida<strong>de</strong>,<br />

27,8% daqueles em tratamento regular têm PA = 140/90 mmHg e 11,4% encontram-se com<br />

níveis pressóricos <strong>de</strong> grau III (PA ³ 180 X 110 mmHg). Das co-morbida<strong>de</strong>s associadas à HAS foram<br />

encontradas alterações circulatórias em 42,8% com risco relativo (RR) <strong>de</strong> 2,09 e intervalo <strong>de</strong> confiança<br />

(IC) <strong>de</strong> 95% <strong>de</strong> 1,66 a 2,63, alterações visuais em 41,6% (RR: 3,17 IC: 95% <strong>de</strong> 2,39 a 4,21);<br />

angina em 37,4% (RR: 2,53 IC: 95% <strong>de</strong> 1,93 a 3,31); insuficiência cardíaca em 36,1% (RR: 2,43 IC:<br />

95% <strong>de</strong> 1,85 a 3,21); diabetes em 23,5% (RR: 3,00 IC: 95% <strong>de</strong> 2,07 a 4,34); infarto agudo do<br />

miocárdio em 10% (RR: 4,28 IC: 95% <strong>de</strong> 2,09 a 8,73) e aci<strong>de</strong>nte vascular encefálico em 7,4% (RR:<br />

2,06 IC: 95% <strong>de</strong> 1,28 a 5,28), todos com P < 0,01.<br />

Conclusão: A hipertensão predomina na etnia negrói<strong>de</strong>, no sexo feminino, é crescente com a ida<strong>de</strong><br />

e apresenta tendência familiar. A eficácia do tratamento é discutível, pois, dos indivíduos que fazem<br />

tratamento regular, apenas 27,8% têm a pressão arterial controlada. As morbida<strong>de</strong>s correlacionadas<br />

com a hipertensão estão presentes <strong>de</strong>ntro dos limites esperados, sendo as alterações circulatórias<br />

condições freqüentes associadas à hipertensão.


<strong>Posters</strong><br />

111 A PRESSÃO ARTERIAL EM FUNCIONÁRIOS DO HOS- 112<br />

PITAL REGIONAL DO NORTE DO PARANÁ: ASSOCIAÇÃO COM<br />

VARIÁVEIS BIOPSICOSSOCIAIS, HÁBITOS DE VIDA E CONHE-<br />

CIMENTO SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL<br />

BR Cor<strong>de</strong>iro, AMG Pierin<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Londrina. Londrina. Paraná<br />

A <strong>Hipertensão</strong> Arterial é uma doença com alta prevalência atingindo cerca <strong>de</strong> 15% a 20% dos adultos<br />

e influencia o perfil <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> cardiovascular. O objetivo foi caracterizar o<br />

nível da pressão arterial <strong>de</strong> funcionários do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná –<br />

Londrina e associar com variáveis estruturais, psicossociais, hábitos <strong>de</strong> vida e o conhecimento sobre<br />

hipertensão arterial.<br />

Métodos e Resultados: A amostra foi formada por 356 funcionários (41 ± 8 anos, 65% mulheres,<br />

76% brancos, 40% com segundo grau e 26% com nível superior, 74% com companheiro, 64% com<br />

função manual não especializada ou semi especializada, Índice <strong>de</strong> Massa Corporal 26 ± 4, 17%<br />

fumantes, 23%referiram ingestão <strong>de</strong> bebida alcóolica e 30% realizam ativida<strong>de</strong> física. A pressão<br />

arterial foi medida com aparelho automático, OMRON 705, na posição sentada, após 5 min. <strong>de</strong><br />

repouso, com manguito a<strong>de</strong>quado à circunferência do braço. A prevalência da hipertensão arterial<br />

foi <strong>de</strong> 20%. A análise univariada mostrou que as variações como sexo masculino; ida<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 50<br />

anos; função <strong>de</strong> escritório e manual não especializada; pertencer à diretoria clínica; baixa escolarida<strong>de</strong>,<br />

ser responsável pelo sustento da família; ingestão <strong>de</strong> bebida alcóolica; consumo freqüente <strong>de</strong><br />

carnes; e peso elevado se associaram significativamente (p < 0,05) com elevação da pressão arterial.<br />

A análise multivariada mostrou que sexo, ocupação, consumo <strong>de</strong> carnes e a obesida<strong>de</strong><br />

113 114<br />

HIPERTENSÃO ARTERIAL NO PROGRAMA SAÚDE DA<br />

FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE MANAUS<br />

MA Tavares, GRF Herbes, GM Silva, JS Aguiar, BC Amaral, MC Oliveira, RM Castro,<br />

FR Santos, MS. Fonseca, NCS Souza, RCO Paiva, JW Cavalcante<br />

Departamento <strong>de</strong> Clínica Médica da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong> da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral do Amazonas / Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Município <strong>de</strong> Manaus.<br />

Introdução: A <strong>Hipertensão</strong> Arterial(HA) e suas complicações são as principais causas <strong>de</strong> afastamento<br />

temporário ou <strong>de</strong>finitivo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s laborativas do indivíduo. Trata-se <strong>de</strong> uma enfermida<strong>de</strong><br />

que pela sua alta prevalência e característica multifatorial, <strong>de</strong>ve ser abordada nos programas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> pública <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os níveis <strong>de</strong> atenção básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> equipes multiprofissionais.<br />

Objetivos: O presente trabalho propõe-se a i<strong>de</strong>ntificar a HA e seus fatores <strong>de</strong> risco no Programa <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Família (PSF) em Manaus, com a participação <strong>de</strong> estudantes, médicos, enfermeiros, assistentes<br />

sociais e agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Diante dos resultados serão elaboradas propostas que contribuam<br />

para a prevenção e controle da hipertensão arterial.<br />

Material e métodos: No período <strong>de</strong> Maio a Outubro/2000 foram aferidas pressão arterial (PA) <strong>de</strong><br />

733 pessoas a partir dos 20 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, sendo 238 masculino e 495 feminino e aplicado questionário<br />

relativo aos fatores <strong>de</strong> risco para HA. A medida da PA foi realizada por duas vezes, em ocasiões<br />

diferentes, no braço direito, com o paciente na posição sentada, pelo método indireto auscultatório<br />

utilizando-se esfigmomanômetro tipo anaerói<strong>de</strong> <strong>de</strong>vidamente calibrado.<br />

Resultados: A média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> dos indivíduos examinados foi <strong>de</strong> 42 anos. A prevalência global <strong>de</strong><br />

HA foi <strong>de</strong> 12,56% sendo 13% masculino e 12,12% feminino. Quanto a presença <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco<br />

entre os hipertensos do sexo masculino observamos: ingestão <strong>de</strong> gordura (39%), antece<strong>de</strong>ntes familiares<br />

(45,37%), ingestão <strong>de</strong> sal (50%), tabagismo (27,31%), álcool (23,1%) e se<strong>de</strong>ntarismo (57,56%).<br />

Quanto aos hipertensos do sexo feminino observamos: ingestão <strong>de</strong> gordura (35,95%),antece<strong>de</strong>ntes<br />

familiares (48,68%), ingestão <strong>de</strong> sal (30,7%), tabagismo (16,16%), álcool (15,15%) e se<strong>de</strong>ntarismo<br />

(55,15%).<br />

Conclusões: Observamos que a prevalência da HA eleva-se <strong>de</strong> acordo com o aumento da faixa<br />

etária, sendo maior no sexo masculino. Os fatores <strong>de</strong> risco investigados mostraram-se significativos<br />

(p < 0,05). Os resultados confirmam a hipótese <strong>de</strong> que programa para prevenção, <strong>de</strong>tecção e controle<br />

da HA <strong>de</strong>ve fazer parte das ações básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvidas no PSF e em projetos semelhantes.<br />

Sem título-32 36<br />

26/06/03, 15:12<br />

36<br />

FATORES DE RISCO PARA DOENÇA HIPERTENSIVA:<br />

ESTUDO ENTRE TRABALHADORES DA CULTURA DE CAFÉ DO<br />

MUNICÍPIO DE CACONDE-SP<br />

EM Sordi, LE Kakushi, DCM Barbosa, MEE Guanilo, M Simão, EV Veiga, EC Cárnio,<br />

MS Nogueira<br />

Departamento <strong>de</strong> Enfermagem Geral e Especializada da Escola <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong><br />

Ribeirão Preto da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Introdução: Por ser a hipertensão arterial (HA) importante fator <strong>de</strong> risco para as doenças cardiovasculares e<br />

representar a principal causa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> no país optamos por <strong>de</strong>senvolver estudo com o objetivo <strong>de</strong>: i<strong>de</strong>ntificar<br />

a exposição dos trabalhadores da cultura <strong>de</strong> café e seu familiares aos fatores <strong>de</strong> risco para a doença hipertensiva,<br />

bem como os valores alterados <strong>de</strong> pressão arterial (PA).<br />

Método: participaram do estudo 61 indivíduos selecionados aleatoriamente e que manifestaram o interesse<br />

através da assinatura do termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido, conforme resolução 196/96 do CNS.<br />

Os dados foram obtidos na própria residência dos trabalhadores por meio <strong>de</strong> entrevista estruturada com<br />

preenchimento <strong>de</strong> formulário específico e aferição dos valores <strong>de</strong> PA com o uso <strong>de</strong> esfigmomanômetro<br />

anerói<strong>de</strong> <strong>de</strong>vidamente calibrado e bolsa e borracha com largura compatível à circunferência braquial.<br />

Resultados: Da amostra estudada 31 (50,8%) eram homens, 60 (98,4%), eram brancos, 32 (52,4%) apresentavam<br />

ida<strong>de</strong> entre 19 e 39 anos e 50 (81,9%) tinham escolarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1º grau incompleto. Em relação à ocupação 29<br />

(47,5%) são agricultores, <strong>de</strong>stes 24 (82,7%), exercem suas ativida<strong>de</strong>s na carpinação e colheita <strong>de</strong> café, com jornada<br />

<strong>de</strong> trabalho diária que varia <strong>de</strong> 8 a 10 horas. Quanto aos fatores <strong>de</strong> risco 31 (50,8%) apresentaram IMC > 25 kg/m2,<br />

apenas 5(8,2%) indicaram realizar alguma ativida<strong>de</strong> física como: caminhada e futebol; 16 (26,2%), estão fumando<br />

atualmente, dos quais 13 (81,2%) tem o hábito há mais <strong>de</strong> 10 anos, a maioria 8 (50%) fuma dois tipos <strong>de</strong> cigarro<br />

papel e palha, 6 (37,5%) indicaram fumar 2 à 4 cigarros <strong>de</strong> palha/dia e 9 (56,25%) fumam menos <strong>de</strong> 20 cigarros <strong>de</strong><br />

papel/dia. Em relação à bebida alcoólica 20 (32,8%) indicaram o uso <strong>de</strong> algum tipo, sendo que 16 (80%) <strong>de</strong>stes tem<br />

o hábito há mais <strong>de</strong> 10 anos e o tipo <strong>de</strong> bebida que consomem com maior freqüência é a cerveja indicada por 12<br />

(60%0 indivíduos, 11 (90,2%) relataram fazer uso <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> bebida alcoólica somente aos finais <strong>de</strong> semana.<br />

Quanto ao hábito alimentar 55 (85,2%0 indivíduos indicaram o uso da carne vermelha, 52 (85,2%) usam carne<br />

branca, 56 (91,8%) fazem uso diário <strong>de</strong> ovo e/ou suas preparações 55 (90,1%) consomem alimentos fritos e <strong>de</strong>stes<br />

41 (67,2%) o fazem diariamente. A maioria dos entrevistados preferiu fazer uso <strong>de</strong> verduras, legumes e frutas. O uso<br />

<strong>de</strong> café foi citado por 54 (88,5%) indivíduos dos quais 36 (59%) consomem mais <strong>de</strong> 3 xícaras/dia, 13 (21,3%)<br />

preferiram uso <strong>de</strong> gordura animal para o preparo dos alimentos e 16 (26,2%) o uso <strong>de</strong> gordura animal e vegetal.<br />

Nenhum entrevistado preferiu usar sal adicional nos alimentos. Em relação ao estresse 37 (60,6%) indicaram exposição<br />

e os motivos alegados pela maioria 31 (50,8%) foram problemas econômicos, familiares e <strong>de</strong> trabalho. Quanto<br />

aos antece<strong>de</strong>ntes familiares 47 (77,0%) possuíam história familiar <strong>de</strong> HA, 35 (57,4%) <strong>de</strong> infarto, 32 (52,1%) <strong>de</strong><br />

diabetes 21 (44,3%) <strong>de</strong> AVC, 4 (6,5%) <strong>de</strong> morte súbita e 3 (4,9%) <strong>de</strong> angina. Da população estudada 9 (14,7%)<br />

apresentaram PA> 140 x 90 mmHg dos quais 5 (55,5%) já sabiam ser hipertensos e faziam tratamento medicamentoso<br />

e não medicamentoso, 4 (44,4%) não faziam tratamento, <strong>de</strong>stes 2(22,2%) ignoravam o valor <strong>de</strong> sua PA; 2<br />

(3,27%) apresentaram PAS > 140 mmHg e ignoravam esta condição: 1 (1,63%), apresentou PAD > 90 mmHg e<br />

estava em tratamento medicamentoso; dos 11(18,0%) indivíduos que preferiram saber ter a doença e fazer algum<br />

tipo <strong>de</strong> tratamento, 7 (63,6%) apresentaram valores <strong>de</strong> PA acima dos níveis <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>.<br />

Conclusão.: Estes achados indicam a exposição <strong>de</strong>sta população a vários fatores <strong>de</strong> riscos que contribuem<br />

para o aparecimento da doença, além <strong>de</strong> possuírem antece<strong>de</strong>ntes familiares que aumentam esta possibilida<strong>de</strong>.<br />

Neste sentido é <strong>de</strong> fundamental importância a implementação <strong>de</strong> programa educativo junto a esta comunida<strong>de</strong><br />

com vistas a prevenção e controle da doença hipertensiva.<br />

PREVALÊNCIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊ-<br />

MICA NO RIO GRANDE DO SUL E FATORES DE RISCO ASSO-<br />

CIADOS<br />

I Gus, M Gus, A Fischmann, C Medina<br />

Instituto <strong>de</strong> Cardiologia do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul / Fundação Universitária <strong>de</strong> Cardiologia<br />

e Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

Introdução: Apesar da <strong>Hipertensão</strong> Arterial Sistêmica (HAS) ser um importante fator <strong>de</strong> risco (FR)<br />

para doença cardiovascular são poucos os dados relativos a sua prevalência nos diferentes estados e<br />

na totalida<strong>de</strong> da população brasileira.<br />

Objetivo: Mostrar a prevalência da <strong>Hipertensão</strong> Arterial Sistêmica (HAS) no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

(RS), ano 1999–2000, e alguns prováveis Fatores <strong>de</strong> Risco (FR) da doença arterial coronariana<br />

(DAC) associados.<br />

Métodos: Um questionário padrão preenchido no domicilio por Agentes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Secretaria <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> do RS (SES/RS) e das Secretarias Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> 19 Coor<strong>de</strong>nadorias Regionais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>; amostras sangüíneas analisadas com a mesma técnica padrão no Laboratório Central da SES/<br />

RS. Criado Banco <strong>de</strong> Dados em programa EPI-INFO. Os resultados com 95% <strong>de</strong> intervalo <strong>de</strong> confiança.<br />

População pesquisada: 1063 pessoas com ida<strong>de</strong> > 20 (vinte) anos. Consi<strong>de</strong>rou-se como cifras<br />

<strong>de</strong> HAS > 160/95 na tentativa <strong>de</strong> se atenuar o efeito <strong>de</strong> regressão a média, pois as verificações <strong>de</strong><br />

pressão arterial foram feitas no mesmo dia e não em dias diferentes.<br />

Resultados: A prevalência <strong>de</strong> HAS encontrada foi <strong>de</strong> 14,4% com IC 12,3-14,4. A relação com FR:<br />

VARIÁVEIS β RR IC (95%) P<br />

Ida<strong>de</strong> (p/ano) 0,04 1,04 1,03–1,06 30) 0,78 2,18 1,44–3,31 0,002<br />

Dislipi<strong>de</strong>mia (>200 mg/dl) 0,96 2,61 1,76–3,90 126 mg/dl) -0,08 0,99 0,52–1,89 0,980<br />

Fumo -1,19 0,83 0,54–1,27 0,394<br />

Salário (2 a 5/ > 6sm*) -0,14 0,87 0,56–1,35 0,539<br />

Sexo masculino<br />

*sm= salários mínimos<br />

0,27 1,32 0,89–1,95 0,170<br />

Conclusão: A prevalência <strong>de</strong> HAS no RS continua elevada e tem como FR associados a ida<strong>de</strong>,<br />

obesida<strong>de</strong>, e a dislipi<strong>de</strong>mia. O fator sexo masculino não significativo mas em termos limítrofes. A<br />

diabete, o fumo, e as condições econômicas não mostraram significância.


115 FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCU- 116<br />

LARES EM UMA COORTE DE ADULTOS DA REGIÃO URBANA<br />

DE PORTO ALEGRE, RS<br />

RS Moraes, LB Moreira, G Pereira, M Wiehe, SC Fuchs, FD Fuchs<br />

Serviço <strong>de</strong> Cardiologia e Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Farmacologia Clínica, Hospital <strong>de</strong> Clínicas <strong>de</strong><br />

Porto Alegre e Departamento <strong>de</strong> Medicina Social, UFRGS, Porto Alegre, RS<br />

Introdução: Os fatores <strong>de</strong> risco para doenças cardiovasculares foram <strong>de</strong>scritos em países <strong>de</strong>senvolvidos.<br />

Presume-se que atuem <strong>de</strong> forma similar em nosso meio, mas faltam estudos comprobatórios<br />

especificamente <strong>de</strong>senhados para este fim. O presente estudo visa i<strong>de</strong>ntificar fatores <strong>de</strong> risco para<br />

doença cardiovascular em uma coorte <strong>de</strong> adultos <strong>de</strong> Porto Alegre, RS.<br />

Métodos: Executou-se um estudo observacional, analítico, com <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> coorte e <strong>de</strong> base<br />

populacional. Entre 1990 e 1992, foram entrevistados no domicílio 1091 adultos, com 18 anos ou<br />

mais, para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> exposição ao álcool, fumo e outras características. Foram submetidos a<br />

avaliação antropométrica e tiveram a a pressão arterial aferida por duas vezes, sendo usada a média<br />

<strong>de</strong>stas nas análises. Entre 1996 e 1998 foram novamente visitados para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> ocorrências<br />

médicas e <strong>de</strong> óbitos caracterizados, quando possível, por dados hospitalares, entrevistas com familiares<br />

e certidões <strong>de</strong> óbito. Indivíduos com DCV na avaliação inicial foram excluídos das análises<br />

univariadas e multivariadas (Cox Proportional Mo<strong>de</strong>l), que i<strong>de</strong>ntificaram os fatores <strong>de</strong> risco para<br />

morbimortalida<strong>de</strong> cardiovascular. Os <strong>de</strong>sfechos <strong>de</strong> interesse foram aferidos a partir da informação<br />

do entrevistado. As DCV, fatais ou não, foram classificadas entre os itens I-00 a I-99 do CID-10,<br />

incluindo infarto do miocárdio, angina <strong>de</strong> peito, aci<strong>de</strong>nte vascular encefálico, episódio isquêmico<br />

transitório, insuficiência cardíaca.<br />

Resultados: O estado vital foi <strong>de</strong>terminado em 90,1% (n = 982) dos participantes. Após as exclusões<br />

a amostra analisada constitui-se <strong>de</strong> 857 indivíduos, seguidos em média por 6,0 ± 1,7 anos. A<br />

tabela apresenta o RR (IC 95%) dos principais fatores <strong>de</strong> risco aferidos na amostra. Para cada 10<br />

mm <strong>de</strong> Hg <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> pressão sistólica, por exemplo, há um aumento aproximado <strong>de</strong> 40% no<br />

risco <strong>de</strong> eventos cardiovasculares (RR = 1,42, IC 95% = 1,22 a 1,80).<br />

Fator <strong>de</strong> risco RR* (IC 95%) P RR**(IC 95%) P<br />

Gênero masculino 1,38 (0,65 a 2,94) 0,407 1,50 (0,63 a 3,57) 0,36<br />

Pressão diastólica (mmHg) 1,02 (1,00 a 1,04) 0,046 0,97 (0,94 a 1,00) 0,12<br />

Pressão sistólica 1,02 (1,01 a 1,03) < 0,001 1,04 (1,02 a 1,06 0,001<br />

Fumo prévio ou atual (mmHg) 1,41 (0,66 a 3,03) 0,379 1,29 (0,55a 3,04) 0,56<br />

Índice <strong>de</strong> Massa Corporal (kg/m2 ) 1,08 (1,01 a 1,15) 0,024 1,07 (1,01 a 1,15) 0,034<br />

N=857; *RR ajustado para a ida<strong>de</strong>; **RR ajustado para ida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>mais variáveis da tabela<br />

Conclusões: Confirmou-se a importância <strong>de</strong> alguns fatores <strong>de</strong> risco tradicionais em uma população<br />

brasileira, com <strong>de</strong>staque para pressão sistólica e índice <strong>de</strong> massa corporal. A pressão diastólica não<br />

se associou com a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eventos cardiovasculares após controle <strong>de</strong> vieses <strong>de</strong> confusão,<br />

<strong>de</strong>monstrando a supremacia da sistólica na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> risco cardiovascular.<br />

117 HIPERTENSÃO ARTERIAL E DOENÇA ARTERIAL CO- 118<br />

RONARIANA (DAC)- SUA INCIDÊNCIA NOS DIVERSOS GRUPOS<br />

ETÁRIOS, E SUA RELAÇÃO COM OUTROS FATORES DE RISCO<br />

Arbache CA, Cavalcanti DO, Sanchez WG, Vassallo FS, Silva NC, Santos RMP,<br />

Magalhães HP, Egito EST, Piegas LS, Souza LCB, Jatene AD<br />

Hospital do Coração da Associação Do Sanatório Sírio - SP<br />

Objetivo: Estudar o percentil <strong>de</strong> hipertensão em pacientes com reconhecida DAC, em diferentes<br />

ida<strong>de</strong>s.<br />

Material e Métodos: Entre janeiro <strong>de</strong> 1996 a janeiro <strong>de</strong> 2001, 3068 pacientes(p) foram submetidos<br />

a revascularização do miocárdio, procedimento puro, e foram subdivididos em 4 grupos <strong>de</strong> faixa<br />

etária: GRUPO I; ida<strong>de</strong> abaixo <strong>de</strong> 40 anos, GRUPO II; entre 41 até 60 anos, GRUPO III; entre 61 até<br />

80 anos, e GRUPO IV; acima <strong>de</strong> 81 anos. Analisamos a incidência global <strong>de</strong> hipertensão e sua<br />

distribuição etária.<br />

Resultados: A taxa global foi <strong>de</strong> 63,3%, (1.942 p). No grupo I a taxa foi <strong>de</strong> 37% (28 p), grupo II foi<br />

<strong>de</strong> 74,7% (751 p), grupo III 65% (1.123 p), grupo IV 74,7% (35 p). No grupo I prepon<strong>de</strong>rou como<br />

fator <strong>de</strong> risco mutável o tabagismo. No grupo II prepon<strong>de</strong>rou a hipertensão, seguida <strong>de</strong> dislipemia ,e<br />

diabetes mellitus, o grupo III e IV teve comportamento semelhante.<br />

Conclusões: 1-Neste grupo a hipertensão incidiu com significância estatística acima da taxa populacional<br />

habitual.2- A hipertensão teve aumento significante e linear com a ida<strong>de</strong>. 3- A hipertensão<br />

submete ao risco <strong>de</strong> DAC, com o aumento da ida<strong>de</strong>, mais que outros fatores <strong>de</strong> risco(dislipemia,<br />

diabetes mellitus e tabagismo).<br />

Sem título-32 37<br />

26/06/03, 15:12<br />

37<br />

<strong>Posters</strong><br />

O EFEITO E A HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO<br />

E A MEDIDA DE PRESSÃO DE CONSULTÓRIO REALIZADA PELO<br />

PACIENTE, ENFERMEIRA, MÉDICO E MEDIDA DE ROTINA<br />

VF Souza, GMP Mano, AMG Pierin, JC Lima, K Ortega, EC Ignês, HE Salomão, JL<br />

Nishiura, CA Segre, D Mion Jr.<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial, HC FM USP – Escola <strong>de</strong> Enfermagem USP. São Paulo - SP<br />

Introdução: A medida da pressão arterial sofre influência do observador e do ambiente <strong>de</strong> consultório<br />

po<strong>de</strong>ndo, apresentar valores mais elevados do que a medida resi<strong>de</strong>ncial (MRPA) ou pela monitorização<br />

ambulatorial (MAPA), caracterizando o efeito ou hipertensão do avental branco. Portanto,<br />

o presente estudo tem como objetivos: a) i<strong>de</strong>ntificar a prevalência da hipertensão e efeito do avental<br />

branco em relação à medida realizada pelo paciente, enfermeira, médico e medida <strong>de</strong> rotina; b)<br />

i<strong>de</strong>ntificar as variáveis que interferem na hipertensão e efeito do avental branco; e c) comparar as<br />

medidas da pressão arterial realizadas no consultório pelo paciente, médico, enfermeira e <strong>de</strong> rotina,<br />

com a MAPA e MRPA.<br />

Métodos: Foram estudados 413 pacientes (52 + 13 anos, 72% mulheres, 62% brancos, 53% com 1 0<br />

grau, 50% com renda salarial até 5 salários mínimos, 52% com até 10 anos <strong>de</strong> hipertensão, 37% com<br />

droga anti-hipertensiva e os <strong>de</strong>mais placebo). A pressão foi medida nas seguintes condições: a) no<br />

consultório em or<strong>de</strong>m aleatória pelo médico, enfermeira ou paciente sozinho na sala, 3 vezes com<br />

aparelho automático oscilométrico (DIXTAL DX 720), paciente na posição sentada após 5 min <strong>de</strong><br />

repouso, precedida da medida <strong>de</strong> rotina (pelo menos 5 medidas ou até que a diferença entre as duas<br />

últimas fosse <strong>de</strong> 5 mmHg); b) em casa com aparelho automático (OMRON 705 CP), 3 vezes consecutivas,<br />

na posição sentada e após 5 min <strong>de</strong> repouso, em diferentes períodos (manhã, tar<strong>de</strong> e noite)<br />

e em sete dias consecutivos; e c) MAPA com aparelho oscilométrico (Spacelabs 90207), medidas a<br />

cada 10 min durante o dia e 15 min durante a noite e manguito <strong>de</strong> tamanho a<strong>de</strong>quado ao braço do<br />

paciente colocado no membro superior não dominante.<br />

Resultados: 1) Não houve diferença significativa (p < 0,05) na prevalência da hipertensão do avental<br />

branco ou do efeito consi<strong>de</strong>rando a medida <strong>de</strong> consultório pela enfermeira (20% e 37%), médico<br />

(24% e 41%), com o paciente sozinho na sala (21% e 38%) ou medida <strong>de</strong> rotina (23% e 35%),<br />

respectivamente. 2) A hipertensão do avental branco foi influenciada pelo sexo (mais prevalente nas<br />

mulheres, p < 0,05), ida<strong>de</strong> (similar aos normotensos e menor que os hipertensos, p < 0,05) e tempo<br />

<strong>de</strong> conhecimento da doença (menor prevalência para até um ano <strong>de</strong> conhecimento, p < 0,05). 3) O<br />

efeito do avental branco se associou (p < 0,05) com etnia (maior nos não brancos), escolarida<strong>de</strong><br />

(menor em pessoas com nível superior) e renda salarial. 4) MAPA e MRPA foram similares para a<br />

pressão sistólica, e diastólica da MRPA foi significativamente menor (p < 0,05). As medidas realizadas<br />

pela enfermeira, paciente e <strong>de</strong> rotina foram muito próximas, porém as medidas realizadas pelo<br />

médico foram superiores (p < 0,05) às realizadas pelos outros observadores, medida <strong>de</strong> rotina, MAPA<br />

e MRPA. A pressão diastólica <strong>de</strong> rotina foi inclusive similar à da MAPA.<br />

Conclusão A hipertensão e efeito do avental branco apresentaram prevalência semelhante às da<br />

literatura e foi in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do observador que realizou a medida <strong>de</strong> consultório.<br />

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO DESENCADEADO<br />

POR CRISES DE FEOCROMOCITOMA, RELATO DE UM CASO<br />

JN Praxe<strong>de</strong>s, JL Santello, EMV Macedo, AM OLiveira, LRM Carvalho, CB Dias, FM Sá<br />

Serviço <strong>de</strong> Nefrologia do Hospital das Clínicas da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicina da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo, SP<br />

Feocromocitoma é uma doenças caracterizada pelo hipertensão paroxística ou mantida <strong>de</strong>vida a um<br />

tumor localizado em uma ou ambas as adrenais ou em qualquer lugar ao longo da ca<strong>de</strong>ia simpática,<br />

e raramente em locais aberrantes como tórax, bexiga e cérebro.<br />

Os autores tem como objetivo relatar um caso que apresentou como particularida<strong>de</strong> infarto agudo do<br />

miocárdio (IAM) com artérias coronárias normais em pacientes do sexo feminino, <strong>de</strong> 41 anos. Paciente<br />

com história <strong>de</strong> hipertensão arterial sistêmica há 9 anos, em uso irregular <strong>de</strong> captopril, e<br />

vários atendimentos em pronto socorro por crises hipertensivas. Tinha diagnóstico <strong>de</strong> diabete melito<br />

tipo 2 há dois anos e fazia uso <strong>de</strong> metformina. Há 4 meses da internação apresentava episódios<br />

recorrentes <strong>de</strong> sudorese profusa, cefaléia, palpitação, associado a níveis elevados <strong>de</strong> pressão arterial.<br />

Há 15 dias da admissão apresentou dor precordial típica, sudorese e hipotensão. Os níveis<br />

plasmáticos das enzimas cardíacas encontravam-se elevados e o eletrocardiograma mostrou supra<strong>de</strong>snivelamento<br />

<strong>de</strong> V1 à V4. A paciente foi submetida a coronariografia que evi<strong>de</strong>nciou ausência <strong>de</strong><br />

lesão obstrutiva e ventrículo esquerdo com hipocinesia apical. Como a paciente não apresentava<br />

fatores <strong>de</strong> risco para ateromatose, foi suspeitado <strong>de</strong> IAM por liberação <strong>de</strong> catecolaminas. Na investigação,<br />

tomografia computadorizada e ressonância magnética <strong>de</strong> abdome evi<strong>de</strong>nciaram lesão sólida<br />

<strong>de</strong> 6,5 x 9,0 x 4,5 cm na adrenal direita <strong>de</strong> contornos regulares com presença <strong>de</strong> áreas hemorrágicas.<br />

Cintilografia <strong>de</strong> corpo inteiro com metaiodobenzilguanidina (MIBG) I-131, observou acúmulo<br />

anômalo focal do radioindicador em projeção da adrenal direita em grau acentuado. As dosagens <strong>de</strong><br />

catecolaminas séricas foram: norepinefrina (NE) = 1,737 pg/ml (VR: 40-268 pg/ml); epinefrina (E)<br />

= 517 pg/ml (VR: 0-75 pg/ml); dopamina (D): in<strong>de</strong>tectável (VR: 0-83 pg/ml); catecolaminas urinárias:<br />

NE = 297 mgc/urina 24h (VR: 14-80 mgc/urina 24h); E = 196 mgc/urina 24h (VR - 0,5-20<br />

mgc/urina 24h; dopamina = 77 mgc/urina 24h (VR - 65-400 mgc/urina 24h); metanefrina = 2,4 mg/<br />

volume 24h (VR: 0,3-0,9 mg/volume 24h); ácido vanil mandélico = 56,6 mg/urina 24h (VR: até 12<br />

mg/urina 24h), e testes <strong>de</strong> clonidina (pré- (NE = 2,607 pg/ml, E = 740 pg/ml, D = in<strong>de</strong>tectável) e<br />

pós-(NE = 2,617, E = 738, D = in<strong>de</strong>tectável)) e metoclopramida (pré-(NE = 2,450 pg/ml, E = 517<br />

pg/ml, D = in<strong>de</strong>tectável) e pós (NE = 3,196 pg/ml, E = 1,334 pg/ml, D = 370 pg/ml)); confirmaram<br />

o diagnóstico. Realizado adrenalectomia direita, a paciente evoluiu assintomática, sem uso <strong>de</strong> medicação<br />

hipotensora ou hipoglicemiante oral.<br />

Conclusão: O diagnóstico <strong>de</strong> feocromocitoma <strong>de</strong>ve ser suspeitado nos casos <strong>de</strong> hipertensão arterial<br />

paroxística e infarto agudo do miocárdio sem sinais <strong>de</strong> obstrução coronariana.


<strong>Posters</strong><br />

119 EFICÁCIA DA EDUCAÇÃO CONSCIENTIZADORA NA 120<br />

ADESÃO AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SIS-<br />

TÊMICA<br />

CB Cesarino, MC Braile, M Godoy, DM Braile<br />

Professores Doutores da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> São José do Rio Preto, SP<br />

Introdução: O maior <strong>de</strong>safio da hipertensão arterial é a a<strong>de</strong>são dos pacientes ao tratamento e o<br />

controle da pressão arterial<br />

Objetivo: Este estudo teve o objetivo <strong>de</strong> verificar a eficácia <strong>de</strong> um programa educativo, realizado<br />

pelo enfermeiro, empregando a metodologia pedagógica conscientizadora no controle da pressão<br />

arterial na a<strong>de</strong>são ao tratamento não farmacológico e na assiduida<strong>de</strong> nos retorna a consulta no ambulatório<br />

<strong>de</strong> hipertensão arterial<br />

Casuística e Método: Foram estudados dois grupos <strong>de</strong> hipertensos: o grupo controle, que participou<br />

do atendimento <strong>de</strong> rotina do ambulatório e o grupo <strong>de</strong> estudo, que além dos cuidados convencionais,<br />

participou das ativida<strong>de</strong>s educativas realizadas pelo enfermeiro seguido a metodologia pedagógica<br />

<strong>de</strong> Paulo Freire. Foi realizada medida indireta da pressão arterial quinzenalmente <strong>de</strong> ambos<br />

os grupos, sendo o grupo controle dispensado após verificação e o grupo estudo encaminhado para<br />

as ativida<strong>de</strong>s educativas. Estas ocorreram num período <strong>de</strong> 12 meses, no total <strong>de</strong> 23 encontros, sendo<br />

que após 24 meses do início do programa educativo, foram realizadas visitas domiciliares em ambos<br />

os grupos. Foram coletadas amostras <strong>de</strong> sangue para exames <strong>de</strong> colesterol total e frações (HDLc,<br />

LDLc, VLDLc), triglicéri<strong>de</strong>s, glicemia, sódio e potássio na urina <strong>de</strong> 24 horas trimestralmente.<br />

Resultados: Verificou-se que no grupo controle, não houve alterações, enquanto que no grupo estudo<br />

a pressão arterial ficou em níveis <strong>de</strong>sejáveis, com queda significante (p < 0,05), nos valores do<br />

Índice <strong>de</strong> Massa Corpórea, triglicerí<strong>de</strong>o e sódio urinário. Demonstraram-se também, neste grupo<br />

modificações no tratamento não farmacológico, tais como: maior compreensão sobre a doença, abandono<br />

do hábito <strong>de</strong> fumar e a prática <strong>de</strong> exercício físico. Não houve modificações significativas nos<br />

dois grupos com relação ao consumo <strong>de</strong> bebidas alcoólicas. Quanto aos <strong>de</strong>mais parâmetros metabólicos<br />

avaliados, também não ocorreram modificações significativas. Nas visitas domiciliares verificou-se<br />

que o grupo estudo apresentou 95,6% com a pressão arterial controlada e o grupo controle<br />

somente 34,8% (p < 0,05). Houve diferença significante entre dois grupos quanto a assiduida<strong>de</strong> no<br />

ambulatório <strong>de</strong> hipertensão arterial, já que não ocorreu abandono entre os pacientes do grupo estudo,<br />

enquanto 21,7% do grupo controle abandonaram o atendimento ambulatorial (p < 0,05).<br />

CONCLUSÕES: Constatou-se que o programa educativo utilizado com o grupo <strong>de</strong> estudo levou o<br />

paciente a assumir com maior serieda<strong>de</strong> o tratamento, trazendo melhores resultados no que concerne<br />

aos valores pressóricos na assiduida<strong>de</strong> às consultas ao ambulatório <strong>de</strong> hipertensão arterial na a<strong>de</strong>são<br />

ao tratamento não farmacológico quando comparadas ao grupo controle.<br />

121 ESTUDO SOBRE MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL EM 122<br />

ESCOLARES E ADOLESCENTES DE MACEIÓ-AL: ORIENTAÇÃO<br />

DO III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL<br />

SISTÊMICA X PRÁTICA MÉDICA<br />

IR Rivera, A Mendonça, A Ávila, MRM Ferraz, I Ceryno, J Montoni, A Tavares, C Leite<br />

Hospital Universitário – UFAL – Maceió, AL<br />

Introdução: O III Consenso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial, 1998, sugere que a medida da pressão<br />

arterial <strong>de</strong>ve ser realizada anualmente a partir dos 3 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> ou mesmo antes <strong>de</strong>ssa ida<strong>de</strong><br />

quando na vigência <strong>de</strong> situações relacionadas à genese da HAS (doenças renais, fatores <strong>de</strong> risco<br />

familiar).<br />

Objetivo: I<strong>de</strong>ntificar a freqüência da aferição da pressão arterial (PA) em escolares e adolescentes<br />

<strong>de</strong> escolas públicas (PB) e privadas (PR) da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maceió, comparando-a com a orientação do<br />

IIICBHAS, 1998.<br />

Métodos: Estudo transversal, seleção aleatória <strong>de</strong> escolas e alunos, <strong>de</strong> ambos os sexos, ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 7 a<br />

17 anos. Protocolo: questionário estruturado: medida anterior da PA = MP, número <strong>de</strong> medidas (vezes),<br />

tempo <strong>de</strong>corrido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a última medida (período), local da medida.<br />

Resultados: Foram avaliados 278 estudantes, <strong>de</strong> 17 escolas (7 privadas), 160 (57%) do sexo feminino,<br />

148 (54%) <strong>de</strong> escolas públicas, com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 12,7 anos.<br />

N *MP Vezes Período<br />

1 2 a 5 > 5 > 1 ano < 1 ano<br />

PB 148 32 20 9 3 12 20<br />

PR 130 69 34 27 8 28 41<br />

*p < 0,05<br />

Conclusões: Na amostra estudada: 1. A PA não havia sido anteriormente aferida em 64% dos estudantes;<br />

2. Houve associação significante entre medida prévia da PA e estudantes <strong>de</strong> escola privada.<br />

Sem título-32 38<br />

26/06/03, 15:12<br />

38<br />

STRESS E ALEXITIMIA: DIFERENÇAS ENTRE HO-<br />

MENS E MULHERES HIPERTENSOS<br />

R Tucci, AP Justo, ES Pazero, V Bortoletto, MEN Lipp<br />

O stress é um <strong>de</strong>sgaste geral do organismo, uma reação <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada por qualquer evento que<br />

confunda, amedronte ou emocione a pessoa profundamente. Estudos relacionados à produção <strong>de</strong><br />

stress indicam que muitos pacientes psicossomáticos apresentam dificulda<strong>de</strong>s em nomear e discriminar<br />

emoções o que po<strong>de</strong>ria funcionar como uma fonte interna <strong>de</strong> stress. Este fenômeno, nomeado<br />

por Sfíneos como alexitimia, refere-se à dificulda<strong>de</strong> que a pessoa apresenta <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong> expressar<br />

vários tipos <strong>de</strong> emoções. Alguns dos pacientes que apresentam esta característica <strong>de</strong> serem<br />

alexitímicos são também hipertensos. O presente trabalho objetivou averiguar os níveis <strong>de</strong> stress e<br />

alexitimia apresentados por homens e mulheres hipertensos, a fim <strong>de</strong> verificar a existência <strong>de</strong> uma<br />

possível correlação. Os dados foram coletados no Laboratório <strong>de</strong> Estudos Psicofisiológicos do Stress,<br />

localizado no Campus I da PUCCAMP.<br />

Participaram do estudo 40 sujeitos diagnosticados como hipertensos, sendo 20 do sexo feminino e<br />

20 do sexo masculino. A média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> da amostra foi <strong>de</strong> 43 anos, com um nível sócio econômico<br />

médio baixo.<br />

Para a coleta <strong>de</strong> dados utilizou-se a Escala <strong>de</strong> Alexitimia <strong>de</strong> Toronto – TAS , e o Inventário <strong>de</strong><br />

Sintomas <strong>de</strong> Stress para Adulto <strong>de</strong> Lipp (ISSL).<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstraram que 85% da amostra são estressados e também alexitímicos. Ao analisarmos<br />

stress e sexo, constatamos que 95% das mulheres são estressadas, em contraposição a 75%<br />

dos homens. Quanto a alexitimia, pu<strong>de</strong>mos verificar um dado significativo: 100% da amostra feminina<br />

apresentou alexitimia, enquanto que 70% dos homens apresentaram esta característica. A correlação<br />

entre sexo e alexitimia, avaliada pela prova do quiquadrado mostrou-se significativa, com<br />

um quiquadrado <strong>de</strong> 4,90 e p=0,02. De forma geral, 75% da amostra apresentou tanto stress quanto<br />

alexitimia, 10% apenas stress ou apenas alexitimia, e 5% não apresentaram nem stress e nem<br />

alexitimia. Os dados indicaram uma alta incidência <strong>de</strong> stress e alexitimia nos hipertensos <strong>de</strong>sta<br />

amostra, principalmente entre as mulheres.<br />

Este projeto foi financiado pelo CNPq. Projeto 523204/95-7. Alexitimia e stress: quiquadrado<br />

5536332, p = 456.<br />

PROGRAMA DE PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚ-<br />

DE, RELACIONADO AO CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTE-<br />

RIAL<br />

Fabiana Paula Vieira<br />

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica é um importante problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública em nosso<br />

meio e com sérias conseqüências. Cerca <strong>de</strong> 35% da população brasileira (72 milhões <strong>de</strong> brasileiros),<br />

com mais <strong>de</strong> 50 anos é portadora <strong>de</strong> hipertensão arterial sistêmica. Esta moléstia é o principal fator<br />

<strong>de</strong> risco in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, associado a 85% das mortes por aci<strong>de</strong>ntes vasculares cerebrais, a 50%–60%<br />

dos óbitos por infarto agudo do miocárdio, e a 75% dos casos <strong>de</strong> insuficiência cardíaca congestiva.<br />

A prevalência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes hipertensivos aumenta com a ida<strong>de</strong>, tanto como o risco da hipertensão. A<br />

i<strong>de</strong>ntificação e tratamento <strong>de</strong> pacientes hipertensos resulta na melhor forma provada <strong>de</strong> prevenção<br />

primária <strong>de</strong> doenças cardiovasculares em idosos.<br />

Objetivos: -I<strong>de</strong>ntificar os problemas relacionados a falta <strong>de</strong> controle da hipertensão arterial; -Possibilitar<br />

a manutenção dos valores da pressão arterial próximos à normalida<strong>de</strong>.<br />

Metodologia: Pacientes hipertensos foram encaminhados ao grupo <strong>de</strong> orientação, pelos seus respectivos<br />

cardiologistas ou foram convidados a participarem do trabalho no momento da verificação<br />

da pressão arterial. Formamos dois grupos compostos <strong>de</strong> 20 pessoas, 22 do sexo feminino e 18 do<br />

sexo masculino, com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 60 anos. Essas pessoas foram submetidas a um questionário,<br />

que nos permitiu o levantamento dos principais problemas relacionados ao <strong>de</strong>scontrole exagerado<br />

da hipertensão arterial. As reuniões passaram a serem realizadas quinzenalmente, com duração <strong>de</strong><br />

uma hora. As informações foram transmitidas por uma equipe multiprofissional cerca <strong>de</strong> duas vezes<br />

ao grupo, que também era submetido mensalmente à verificação da pressão arterial, controle <strong>de</strong><br />

peso e avaliação individual.<br />

Resultados e discussões: Através da análise das respostas, evi<strong>de</strong>nciamos que no sexo masculino,<br />

22,2% eram fumantes, 44,4% eram etilistas não diários, 84,4% apresentaram vida se<strong>de</strong>ntária e 44,4%<br />

possuíam hábito alimentar ina<strong>de</strong>quado. No sexo feminino, 18,8% eram fumantes, 9,0% eram etilistas<br />

não diários, 50% apresentaram vida se<strong>de</strong>ntária e 50% possuíam hábito alimentar ina<strong>de</strong>quado. Em<br />

ambos os sexos (97,5%), o maior problema levantado foi a falta <strong>de</strong> seguimento a<strong>de</strong>quado à terapêutica<br />

medicamentosa, estabelecida pelo médico.<br />

Conclusões: Os grupos foram acompanhados por um ano e apenas uma pessoa apresentou alteração<br />

significativa no valor da pressão arterial (180 x 100 mmHg), necessitando <strong>de</strong> intervenção médica<br />

imediata. As <strong>de</strong>mais (97,5%)mantiveram os valores da pressão arterial entre 140 x 90 mmHg e 150<br />

x 90 mmHg e não apresentaram nenhuma complicação relacionada ao <strong>de</strong>scontrole da pressão arterial.<br />

A educação e prevenção em saú<strong>de</strong> são etapas primordiais para o sucesso terapêutico e melhoria<br />

da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas.


123<br />

A ALTERAÇÃO DA INGESTÃO DE NaCL NÃO MODIFI-<br />

CA OS NÍVEIS PRESSÓRICOS EM INDIVÍDUOS PARTICIPANTES<br />

OU NÃO DE TREINAMENTO COM EXERCÍCIOS FÍSICOS<br />

AERÓBIOS SUPERVISIONADO (TFS)<br />

Simonetti LA1-2 , Simonetti JP3 , Maestá N2 , Waib PH4 , Burini RC2 1 2 PRONUT -Interunida<strong>de</strong>s USP, Centro <strong>de</strong> Metabolismo e Nutrição-Fac.Medicina,<br />

Botucatu- 3UNESP; Detp. <strong>de</strong> Enfermagem-Fac Medicina,Botucatu-UNESP; 4Fac. Medicina <strong>de</strong> Marília<br />

Objetivo: Analisar os efeitos da alteração da ingestão <strong>de</strong> NaCl em indivíduos participantes do treinamento<br />

físico aeróbio supervisionado e após um período <strong>de</strong> 3 meses <strong>de</strong> paralisação.<br />

Métodos: Foram selecionados 08 indivíduos (02 mulheres e 06 homens), adultos (52–64 anos) apresentando<br />

níveis pressóricos controlados (PAS = 127,8 ± 7,4 /PAD = 81,6 ± 4,6 mmHg), sem o uso <strong>de</strong><br />

fármacos antihipertensivos, com sobrepeso (27,6 ± 3,1 kg/m 2 ), e participantes <strong>de</strong> treinamento com<br />

exercícios físicos aeróbios supervisionado (TFS) há pelo menos 8 meses. O TFS consistiu <strong>de</strong> 15min.<br />

<strong>de</strong> aquecimento, 40 min. <strong>de</strong> caminhada/trote (50%–70% do VO 2 máx) e 15 min. <strong>de</strong> aquecimento/<br />

relaxamento). Os participantes foram avaliados ao final <strong>de</strong> 8 meses do TFS (M1) e após 3 meses da<br />

paralisação do TFS (M2). Foram submetidos a avaliações pressóricas pela MAPA <strong>de</strong> 24 horas (MAPA-<br />

SpaceLabs, 90207) com medidas realizadas a cada 15 min. no período <strong>de</strong> vigília (7:00 à 24:00<br />

horas) e 30 min. no período <strong>de</strong> sono (24:00 à 7:00 horas). Estas avaliações foram realizadas em<br />

duplicata em M1 e M2 e, em ambos os momentos, a avaliação foi feita após 5 dias <strong>de</strong> ingestão <strong>de</strong><br />

NaCl da dieta habitual e a outra após 5 dias <strong>de</strong> uma dieta assódica acrescida <strong>de</strong> 15 g <strong>de</strong> NaCl<br />

fornecidas aos indivíduos na forma <strong>de</strong> 10g para serem adicionadas entre as refeições e 5 g na forma<br />

<strong>de</strong> cápsulas <strong>de</strong> liberação entérica. Os níveis <strong>de</strong> Na urinário foram analisados na excreção <strong>de</strong> 12 horas<br />

no 5° dia das dietas acompanhadas da realização da MAPA. Além disso, em M1 e M2 foram avaliados<br />

a composição corporal (IMC e %G), níveis séricos <strong>de</strong> glicose, insulina, em teste oral <strong>de</strong> tolerância<br />

a glicose (TOTG), colesterol total (CT), triglicéri<strong>de</strong>s (TG), HDL, LDL, uréia e creatinina. O<br />

índice <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> insulínica (SI) foi calculado à partir <strong>de</strong> dados do TOTG, através da razão<br />

glicose/insulina <strong>de</strong> 2 horas.<br />

Resultados: Após 3 meses <strong>de</strong> paralisação do TFS em M2 houve queda significativa (p < 0,05) no<br />

condicionamento físico aeróbio (VO 2 máx 29,1/ 24,2 ml/kg/min -1 ). A queda do condicionamento<br />

físico não foi acompanhada <strong>de</strong> variações significativas dos perfis antropométrico/bioquímico bem<br />

como da SI. A alteração na ingestão <strong>de</strong> NaCl entre a dieta habitual e a assódica acrescida <strong>de</strong> 15g <strong>de</strong><br />

NaCl resultou em maior excreção do Na 12h em M1 (130,5/190,0 mEqNa/12h) e em M2 (153,6/<br />

186,3 mEqNa/12h) sem, no entanto, causar reflexos importantes na PA <strong>de</strong> resumo, vigília e sono na<br />

MAPA, [PAS (M1) = 127,0/131,2 (resumo), 131,5/133,7 (vigília), 114,8/122,0 (sono)], [PAD (M1)<br />

= 81,6/82,0 (resumo), 84,0/84,8 (vigília), 71,0/74,2 (sono)] e [PAS (M2) = 128,0/128,0 (resumo),<br />

130,0/129,0 (vigília), 120,/121,0 (sono)], [PAD (M2) = 81,0/80,0 (resumo), 84,5/82,1 (vigília), 74,5/<br />

73,8 (sono)].<br />

Conclusão: A alteração da ingestão <strong>de</strong> NaCl no grupo pesquisado não propiciou modificações significativas<br />

nos níveis pressóricos da MAPA <strong>de</strong> 24 horas enquanto participavam do TFS e mesmo<br />

após a diminuição do Vo 2 máx, com a paralisação do TFS por 3 meses.<br />

125<br />

FEOCROMOCITOMA: UMA CAUSA RARA DE HIPER-<br />

TENSÃO ARTERIAL NA INFÂNCIA<br />

PG Paturle, AC Simões e Silva<br />

Enfermaria <strong>de</strong> Pediatria, Hospital das Clínicas, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais.<br />

Belo Horizonte, MG<br />

O feocromocitoma é um tumor raro, responsável por aproximadamente 0,05 % dos casos <strong>de</strong> hipertensão<br />

arterial em Pediatria. O objetivo <strong>de</strong>ste relato <strong>de</strong> caso é chamar a atenção para a importância<br />

<strong>de</strong> pensar na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> feocromocitoma diante <strong>de</strong> uma criança com quadro clínico sugestivo<br />

<strong>de</strong> liberação anômala <strong>de</strong> catecolaminas, sobretudo quando associado à hipertensão arterial. Trata-se<br />

<strong>de</strong> criança do sexo masculino, 7 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, previamente hígida, que iniciou há oito meses quadro<br />

<strong>de</strong> sudorese profusa, irritabilida<strong>de</strong>, ansieda<strong>de</strong>, intolerância ao calor, constipação, exantema difuso<br />

máculo papular, fadiga, emagrecimento <strong>de</strong> 9 Kg e crises paroxísticas <strong>de</strong> cefaléia, palpitações, dor<br />

abdominal, pali<strong>de</strong>z ou rubor facial. Foi avaliado por várias especialida<strong>de</strong>s médicas, não sendo aventada<br />

qualquer hipótese diagnóstica e nem realizada medida da pressão arterial. Foi, então, encaminhado<br />

ao Hospital das Clínicas para propedêutica. À admissão encontrava-se pálido, emagrecido,<br />

com rubor facial, hipertensão arterial (200 x 170 mmHg) e taquicardia (FC = 140 bpm). Foram<br />

realizados urina rotina, dosagem sérica <strong>de</strong> escórias e eletrólitos e hemograma, que estavam sem<br />

alterações. Em seguida, fez ultra-som abdominal que revelou a presença <strong>de</strong> tumor em topografia <strong>de</strong><br />

adrenal esquerda, confirmado pela tomografia computadorizada. A partir <strong>de</strong>sses achados foi levantada<br />

a hipótese <strong>de</strong> feocromocitoma, confirmada através das dosagens <strong>de</strong> catecolaminas séricas (adrenalina<br />

162 pg/mL e noradrenalina 2500 pg/mL) e urinárias (adrenalina 51,4 mg/24h, noradrenalina<br />

222 mg/24h). A cintilografia com meta-iodo-benzil-guanidina <strong>de</strong>monstrou acúmulo anômalo e isolado<br />

do radiofármaco em projeção <strong>de</strong> adrenal esquerda. O paciente teve seus níveis pressóricos<br />

controlados com o uso <strong>de</strong> alfa-bloqueador (Prazosin) e beta-bloqueador (Propranolol), sendo realizada<br />

a exérese tumoral após duas semanas. Houve elevação pressórica durante a manipulação do<br />

tumor e queda após ligadura <strong>de</strong> sua drenagem venosa, usando-se fentolamina para os picos hipertensivos<br />

e noradrenalina após sua retirada. No pós-operatório, evoluiu com estabilida<strong>de</strong> hemodinâmica,<br />

recebendo alta com pressão arterial normal e sem medicamentos. O diagnóstico <strong>de</strong> feocromocitoma<br />

é fundamental <strong>de</strong>vido ao seu alto grau <strong>de</strong> letalida<strong>de</strong>. Além disso, a exérese tumoral po<strong>de</strong> levar à cura<br />

da hipertensão arterial.<br />

Sem título-32 39<br />

26/06/03, 15:12<br />

39<br />

124<br />

<strong>Posters</strong><br />

FATORES CORRELACIONADOS COM O FRACASSO DO<br />

CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM UMA POPULA-<br />

ÇÃO COM FÁCIL ACESSO À ASSISTÊNCIA MÉDICA<br />

A Liberman, FT Cardilli, LN Teixiera, ALT Alves, DA Sacramento<br />

Fundação Albert Sabin – Campinas<br />

Introdução: A urgência hipertensiva (UH) é uma das formas extremas <strong>de</strong> hipertensão arterial (HÁ)<br />

não controlada. Estudaremos em uma população <strong>de</strong> bom nível sócio-econômico com fácil acesso à<br />

assistência médica, os fatores correlacionados com a UH.<br />

Métodos: Foram selecionados 35 pacientes com UH atendidos no Pronto Socorro (PS) do Hospital<br />

Albert Sabin – Campinas com plano <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e com ida<strong>de</strong> entre 30 e 70 anos. Os pacientes apresentavam<br />

grau <strong>de</strong> hipertensão 2 e 3, sem doença clinicamente manifesta. Os dados foram obtidos dos<br />

prontuários do P.S. e da avaliação clínica laboratorial padronizada para este estudo.<br />

Resultados: A ida<strong>de</strong> média foi <strong>de</strong> 51 (dp 8,4) anos 57,1% do sexo feminino, 77,1% brancos, 60%<br />

tinham no mínimo o 1º grau completo e 86% tinham renda superior a 3 salários mínimos. 71,4%<br />

tinham consciência da HÁ e 60% estavam em tratamento. A pressão arterial sistólica média foi<br />

178,8 (dp 16,6) mmHg e a pressão arterial diastólica média <strong>de</strong> 109,5 (dp 11,4) mmHg. 71,4% dos<br />

pacientes eram obesos, 94,3% tinham antece<strong>de</strong>ntes familiares <strong>de</strong> HA, 60% tinham risco individual<br />

alto e 31,4% eram portadores <strong>de</strong> uma comorbida<strong>de</strong>. 60% dos pacientes não tinham médico habitual<br />

e 62,9% não tinham local habitual para o tratamento ou se tratavam no P.S. 74,3% tinham plano <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> há mais <strong>de</strong> 2 anos.<br />

Conclusões: Nesta população <strong>de</strong> baixa faixa etária com pequeno número <strong>de</strong> comorbida<strong>de</strong>s, mas<br />

com risco individual alto o fracasso do controle da HA ocorreu tanto na <strong>de</strong>tecção quanto no tratamento.<br />

Foram fatores correlacionados com o mau resultados do controle da HA a obesida<strong>de</strong>, o<br />

antece<strong>de</strong>nte familiar <strong>de</strong> HA, a falta <strong>de</strong> médico habitual e a falta <strong>de</strong> um local habitual, que não o PS<br />

para a assistência médica.<br />

126<br />

EFEITO DO ORLISTAT E DIETA HIPOCALÓRICA SO-<br />

BRE GORDURA CORPORAL, PRESSÃO ARTERIAL E PERFIL<br />

BIOQUÍMICO EM PACIENTES HIPERTENSOS, NÃO DIABÉTI-<br />

COS, PORTADORES DE OBESIDADE ABDOMINAL<br />

KMB Carvalho, AN Faria, MT Zanella<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo/Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina<br />

Introdução: O Orlistat é um agente anti-obesida<strong>de</strong>, sendo consi<strong>de</strong>rado droga <strong>de</strong> escolha particularmente<br />

em pacientes portadores da síndrome plurimetabólica, em função <strong>de</strong> seus benefícios sobre os<br />

perfis lipídico e glicídico. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar o efeito do Orlistat sobre o perfil<br />

bioquímico e pressão arterial, <strong>de</strong> acordo com o grau <strong>de</strong> perda pon<strong>de</strong>ral.<br />

Metodologia: Dezesseis pacientes (5 homens e 11 mulheres), hipertensos e obesos centrípetos (IMC<br />

= 34,8 ± 6,7 kg/m 2 ; RCQ = 0,99 ± 0,08), com ida<strong>de</strong> = 44,3 ± 8,7 anos receberam 120 mg <strong>de</strong> Orlistat<br />

3 vezes ao dia , durante 16 semanas. Todos os pacientes receberam orientação para dieta hipocalórica,<br />

equivalente ao gasto metabólico <strong>de</strong> repouso, medido por calorimetria indireta (19,5 ± 2,37 kcal/<br />

kgP/dia). Foram avaliados, antes e <strong>de</strong>pois do tratamento, gordura corporal total medida pela<br />

bioimpedância (GORD T), gordura visceral medida pela US (GORD V), perfil bioquímico e lipídico:<br />

glicemia <strong>de</strong> jejum (GLI), colesterol total (COL), HDL- colesterol (HDL), LDL-colesterol (LDL),<br />

VLDL-colesterol (VLDL) e triglicéri<strong>de</strong>s (TRIG), além da pressão arterial sistólica e diastólica <strong>de</strong><br />

consultório (PAS e PAD).<br />

Resultados: houve redução significante <strong>de</strong> peso (90,7 ± 18,7 kg vs 87,0 ± 19,8 kg; p = 0,0002), <strong>de</strong><br />

gordura corporal total (36,5 ± 16,3 kg vs 34,1 ± 18,6 kg; p = 0,0110) e PAS (133,6 ± 124,1 vs 124,1<br />

± 7,6 mmHg, p = 0,011). No grupo como um todo observou-se correlação positiva entre a variação<br />

<strong>de</strong> peso e a mudança nos níveis <strong>de</strong> COLT e GLIJ (r = 0,56; p = 0,02 e r = 0,5; p = 0,05, respectivamente).<br />

Entre os pacientes que mostraram perda pon<strong>de</strong>ral > 5% (37,5%; n = 6), houve redução<br />

significante da GORD V (4,4 ± 1,44 vs 3,7 ±1,55 cm, p = 0,032), GLI (100,2 ± 4,95 vs. 88,7 ±<br />

6,31mg/dl, p = 0.022), COL (213,3 ± 37,39 vs 180,2 ± 25,73 mg/dl, p = 0,007), LDL (141,7 ± 34,91<br />

vs 117,3 ±22,64 mg/dl, p = 0,020), VLDL (25,3 ± 8,8 vs. 17,7 ± 5,46 mg/dl, p = 0,039) e TRIG<br />

(126,7 ± 41,89 vs. 89,0 ± 27,79 mg/dl, p = 0,040). Entre aqueles com perda <strong>de</strong> peso < 5% do peso<br />

inicial, não houve mudança significante entre os parâmetros estudados.<br />

Conclusões: o Orlistat mostrou-se efetivo na indução da perda <strong>de</strong> peso nesta população, associandose<br />

a melhora dos níveis <strong>de</strong> colesterol total e glicemia <strong>de</strong> jejum no grupo como um todo e significativa<br />

melhora <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>mais parâmetros entre aqueles indivíduos com perda pon<strong>de</strong>ral superior a<br />

5 % do peso inicial. Contudo, não houve melhora do perfil bioquímico e pressão arterial, entre<br />

aqueles pacientes que apresentaram menor perda pon<strong>de</strong>ral, sugerindo que o efeito benéfico encontrado<br />

em alguns pacientes, foi associado a perda <strong>de</strong> peso, nos pacientes mais responsáveis, e não<br />

pelo efeito específico da medicação.


<strong>Posters</strong><br />

127 HIPERTENSÃO ARTERIAL NAS ESCOLAS DO ENSINO 128<br />

MÉDIO DE SOROCABA. PROJETO DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA<br />

E AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA<br />

FM Santos, LA Mattos, FMX Oliveira, T Kamakis, MA Reis, MN Camargo, CIS<br />

Rodrigues, FA Almeida<br />

Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia - Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas <strong>de</strong> Sorocaba - PUC/SP<br />

A hipertensão arterial (HA) por ser assintomática é <strong>de</strong>sconhecida pela maioria dos sues portadores. A prevenção<br />

primária e a <strong>de</strong>tecção precoce são as formas mais efetivas <strong>de</strong> evitar as sérias complicações<br />

tardias da doença. Este é um projeto <strong>de</strong> iniciação científica, com estudantes <strong>de</strong> medicina, especialmente treinados<br />

para apresentar palestras aos alunos do ensino médio durante suas aulas regulares.<br />

Objetivos: 1. Levar o conhecimento sobre a doença a uma população na qual a prevalência é ainda baixa; 2. Estimular<br />

a <strong>de</strong>terminação periódica da pressão arterial (PA) como forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção precoce da doença; 3. Reforçar hábitos <strong>de</strong><br />

vida saudáveis que impe<strong>de</strong>m o aparecimento e a progressão da HA; 4. Tomar os jovens multiplicadores da informação<br />

aos seus familiares; 5. Desenvolver nos futuros médicos a responsabilida<strong>de</strong> educativa como forma <strong>de</strong> participação<br />

social; 6. Integrar universida<strong>de</strong> à comunida<strong>de</strong> e 8. Avaliar a prevalência <strong>de</strong> hipertensão nesta população.<br />

Métodos: As informações são apresentadas com o auxilio <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s em linguagem simples abordando o que é<br />

hipertensão arterial, suas causas, conseqüências e as principais medidas higino-dietéticas para evitá-la. Antes e ao<br />

final das apresentações aplicamos um questionário para avaliar, respectivamente, o conhecimento prévio sobre a<br />

doença e o aproveitamento das palestras. A seguir, em uma parcela aleatória dos alunos (25%) <strong>de</strong>terminamos a PA,<br />

3 vezes consecutivas para avaliarmos a prevalência da doença nesta população <strong>de</strong> jovens.<br />

Resultados: Até o momento aproximadamente 2 mil alunos assistiram as palestras e a PA foi <strong>de</strong>terminada em 445<br />

dos quais também avaliamos os questionários. Destes, 46,5% eram mulheres, 80% brancos e 17,1% negros ou<br />

mulatos. Tivemos excelentes receptivida<strong>de</strong>s dos alunos e educadores ás palestras. O <strong>de</strong>sconhecimento sobre as<br />

características da doença, suas causas e conseqüências é a regra ( ver gráfico) a maioria acredita que ter pressão<br />

elevada e que esta é acompanhada <strong>de</strong> sintomas <strong>de</strong> alerta. Aproximadamente 60% dos alunos já tiveram sua pressão<br />

arterial <strong>de</strong>terminada anteriormente, mas não sabem informar se estava normal ou elevada O aproveitamento das<br />

palestras (avaliado pelos questionários) foi quase que completo (ver gráfico) entre os alunos com ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15 a 25<br />

anos (17,6 ± 2,0 anos; média ± DP) a prevalência <strong>de</strong> hipertensão arterial foi <strong>de</strong> 17,3%, sendo 74% em homens (p<br />

< 0,001). Não houve diferença <strong>de</strong> prevalência <strong>de</strong> HA entre os brancos (16,2%) e os negros ou mulatos (19,7%). A<br />

maioria (76,6%) tinha HA estágio 1 ou a forma “leve” e apresentava antece<strong>de</strong>ntes familiares para a doença. A<br />

hipertensão foi mais prevalente em indivíduos com maior índice <strong>de</strong> massa corporal (p < 0,05)<br />

Conclusões: A hipertensão<br />

arterial continua sendo<br />

uma doença pouco conhecida.<br />

A introdução <strong>de</strong><br />

informações sobre a<br />

doença e suas conseqüências<br />

no currículo escolar<br />

parece ser uma forma efetiva<br />

<strong>de</strong> prevenção primária,<br />

pois sua prevalência<br />

já alta é nesta faixa etária.<br />

Estes dados <strong>de</strong>vem<br />

servir <strong>de</strong> alerta ás autorida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> educação e saú<strong>de</strong>.<br />

129 ANÁLISE DOS NÍVEIS PLASMÁTICOS DE HOMOCIS- 130<br />

TEINA EM PACIENTES HIPERTENSOS E SUA CORRELAÇÃO<br />

COM A EXCREÇÃO DE ALBUMINA URINÁRIA<br />

Lopes DCCL, D’Avila R, Guerra EMM, Júnior OK, Ribeiro AB, Tavares A<br />

Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo/UNIFESP<br />

Introdução: A homocisteina é um aminoácido sulfatado que é formado durante o metabolismo da<br />

metionina. Inúmeros estudos indicam ser a hiperhomocisteinemia um fator <strong>de</strong> risco in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

doenças aterotrombóticas. Além disto, a hiperhomocisteinemia po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como possível causa<br />

<strong>de</strong> microalbuminúria (fator aterogênico, lesão <strong>de</strong> células endoteliais, geração <strong>de</strong> peróxido <strong>de</strong> hidrogênio<br />

e indução do estado <strong>de</strong> pró-coagulação), já que existem trabalhos que mostram uma interrelação entre<br />

hiperhomocisteinemia e microalbuminúria, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> hipertensão arterial e/ou <strong>de</strong> diabetes mellitus.<br />

Isto po<strong>de</strong> explicar a ligação entre microalbuminúria e o aumento do risco <strong>de</strong> lesão micro e macrovascular.<br />

Objetivos: Analisar a possível associação entre os níveis plasmáticos <strong>de</strong> homocisteina e a excreção <strong>de</strong><br />

albumina urinária em homens e mulheres hipertensos, não diabéticos, assim como com massa corpórea,<br />

níveis <strong>de</strong> colesterol e triglicéri<strong>de</strong>s.<br />

Material e Métodos: População: 54 pacientes hipertensos (PAD entre 90 e 110 mmHg) não diabéticos, <strong>de</strong><br />

ambos os sexos com ida<strong>de</strong> entre 18 e 60 anos e que apresentam microalbuminúria (acima <strong>de</strong> 15 ìg/min). Os<br />

pacientes foram submetidos a coleta <strong>de</strong> sangue para dosagem da homocisteina, colesterol, triglicéri<strong>de</strong>s, potássio,<br />

ácido úrico, glicemia e <strong>de</strong> urina, para dosagem da microalbuminúria. As medicações anti-hipertensivas<br />

foram suspensas por um período <strong>de</strong> 3 a 4 semanas antes da coleta da homocisteina. A dosagem <strong>de</strong> homocisteina<br />

foi feita através <strong>de</strong> cromatografia líquida <strong>de</strong> alta pressão no Laboratório <strong>de</strong> Genética Médica da Escola Paulista<br />

<strong>de</strong> Medicina. A dosagem da microalbuminúria, feita através da técnica <strong>de</strong> imunoensaio enzimático, foi realizada<br />

no Laboratório da Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia.<br />

Resultados: Os resultados po<strong>de</strong>m ser observados na tabela abaixo:<br />

Mulheres (n = 34) Homens (n = 20) Mulheres vs. Homens Todos (n = 54)<br />

Ida<strong>de</strong> (anos) 51,6 ± 6,5 46,2 ± 9,4 NS 49,6 ± 8,1<br />

Peso (Kg) 72,8 ± 11,6 79,9 ± 11,7 p = 0,03 75,4 ± 12,1<br />

IMC (Kg/m2 ) 30,3 ± 4,1 27,2 ± 3,2 p = 0,005 29,2 ± 4,0<br />

Albuminúria (ìg/min) 46,4 ± 41,5 23,3 ± 18,6 p = 0,02 37,9 ± 36,4<br />

Colesterol (mg/dL) 230,8 ± 36,9 217,1 ± 38,8 NS 225,7 ± 37,9<br />

Triglicéri<strong>de</strong>s (mg/dL) 133,2 ± 41,7 148,5 ± 46,6 NS 138,9 ± 43,4<br />

Homocisteina (ìMol/L) 10,7 ± 3,1 21,0 ± 9,8 p = 0,0001 14,6 ± 8,1<br />

Houve significativa correlação negativa, para os 54 pacientes, entre a<br />

homocisteina e a microalbuminúria (r = -0,31 – p = 0,02).<br />

Conclusões: A análise <strong>de</strong> 54 pacientes hipertensos não diabéticos e com microalbuminúria evi<strong>de</strong>nciou:<br />

1) a microalbuminúria foi menor nos pacientes do sexo masculino; 2) não houve diferenças nos níveis<br />

sangüíneos <strong>de</strong> colesterol e triglicéri<strong>de</strong>s entre homens e mulheres; 3) os níveis <strong>de</strong> homocisteína foram<br />

mais elevados nos homens que nas mulheres; 4) houve significativa correlação negativa entre os níveis <strong>de</strong><br />

homocisteina e os valores <strong>de</strong> microalbuminúria.<br />

Fapesp<br />

Sem título-32 40<br />

26/06/03, 15:12<br />

40<br />

CORRELAÇÃO ENTRE MEDIDAS ISOLADAS DE PRES-<br />

SÃO ARTERIAL E PRESSÃO AMBULATORIAL DE 44 HORAS EM<br />

RENAIS CRÔNICOS TRATADOS POR HEMODIÁLISE<br />

VS Silva (1) , BB Matsubara (2) , K Okoshi (2) , MJDB Felippe (1) , LC Martin (1) , JST<br />

Caramori (1) , P Barretti (1) , RJS Franco (1)<br />

(1) (2) Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia, Disciplina <strong>de</strong> Cardiologia; Depto. <strong>de</strong> Clínica Médica -<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Botucatu – UNESP, Botucatu, SP<br />

Objetivo: avaliar o significado <strong>de</strong> medidas da pressão arterial obtidas rotineiramente no início e fim<br />

<strong>de</strong> hemodiálise.<br />

Pacientes e métodos: 32 pacientes do serviço <strong>de</strong> diálise do HCFMB-UNESP com ida<strong>de</strong> 45±14 anos<br />

(14 mulheres; 2 diabéticos) do, no período <strong>de</strong> 5/2000 a 02/2001, foram submetidos a ecocardiografia<br />

para medida da massa ventricular esquerda, monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA)<br />

por todo o período interdialítico, anotados seu peso, altura, bem como a medida <strong>de</strong> pressão arterial<br />

nas <strong>de</strong>z últimas sessões <strong>de</strong> hemodiálise antes da realização da MAPA. Foram calculados os coeficientes<br />

<strong>de</strong> correlação entre as diferentes variáveis estudadas.<br />

Resultados: Houve correlação estatisticamente significante entre índice <strong>de</strong> massa ventricular esquerda<br />

e médias <strong>de</strong> pressão arterial <strong>de</strong> 44 horas sistólica (r = 0,40) e diastólica (r = 0,38); bem como<br />

entre índice <strong>de</strong> massa ventricular esquerda e médias <strong>de</strong> pressão arterial sistólica (r = 0,28) e diastólica<br />

(r = 0,30) obtidas antes <strong>de</strong> diálise em <strong>de</strong>z sessões consecutivas. A correlação entre pressão<br />

arterial sistólica e diastólica obtidas no fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>z sessões <strong>de</strong> hemodiálise e índice <strong>de</strong> massa ventricular<br />

esquerda não atingiu significância estatística. Houve correlação estatisticamente significante<br />

entre médias <strong>de</strong> pressão arterial <strong>de</strong> 44 horas sistólica e diastólica e médias <strong>de</strong> pressão arterial sistólica<br />

(r = 0,59) e diastólica (r = 0,80) obtidas antes <strong>de</strong> diálise em <strong>de</strong>z sessões consecutivas. A correlação<br />

entre médias <strong>de</strong> pressão arterial <strong>de</strong> 44 horas sistólica e diastólica e médias <strong>de</strong> pressão arterial<br />

sistólica (r = 0,37) e diastólica (r = 0,69) obtidas no fim <strong>de</strong> diálise em <strong>de</strong>z sessões foi estatisticamente<br />

significante, entretanto mais fraca que aquela obtida com pressões feridas antes <strong>de</strong> diálise.<br />

Conclusão: A média da pressão arterial no início <strong>de</strong> diálise parece ser um parâmetro válido para o<br />

acompanhamento da pressão arterial.<br />

DEHIDROGENASE LÁCTICA COMO MARCADOR SÉ-<br />

RICO NA AGRESSÃO RENAL POR RADIOCONTRASTE EM PA-<br />

CIENTES HIPERTENSOS<br />

DR Costa, AM Oliveira, AS Lobo, LRM Carvalho, CB Dias, JL Santello, JN Praxe<strong>de</strong>s<br />

Introducão e objetivos: O uso <strong>de</strong> radiocontraste em pacientes hipertensos sabidamente tem um<br />

potencial nefrotóxico em exames e ou procedimentos, mesmo usando-se medidas <strong>de</strong> proteção renal.<br />

Na avaliação do grau <strong>de</strong> agressão do radiocontraste usa-se habitualmente a variação dos níveis séricos<br />

<strong>de</strong> creatinina antes e após a realização do exame e ou procedimento No presente trabalho utilizamos<br />

a variação dos níveis séricos da <strong>de</strong>hidrogenase láctica (DHL) como alternativa para avaliação<br />

do dano renal nessas situações .<br />

Pacientes e métodos: Foram estudados 27 pacientes hipertensos com média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 50,52 ±<br />

3,435, submetidos a arteriografia e ou angioplastia <strong>de</strong> artérias renais. Foram avaliados os níveis<br />

séricos <strong>de</strong> creatinina e DHL, antes e após 24 e 48 horas do exame e ou procedimento. Como medidas<br />

<strong>de</strong> proteção renal foram utilizadas expansão salina e/ou teofilina e n-acetilcisteína. Os pacientes<br />

foram subdivididos em dois grupos: Grupo A (creatinina sérica menor que 1,8 mg/dl, n = 13) e<br />

grupo B (creatinina sérica maior ou igual 1,8 mg/dl, n = 14 ).<br />

Resultados: Os valores dos parâmetros estudados encontram-se na tabela abaixo:<br />

Parâmetros Grupo A n = 13 Grupo B n = 14 P<br />

Ida<strong>de</strong> (média ± SE) 41 ± 4.2 59 ± 4.2 0.44<br />

Creatinina pré 1.0 ± 0.05 3.8 ± 0.65 < 0.0001<br />

Creatinina pós 24h 1.0 ± 0.07 4.3 ± 0.6 < 0.0001<br />

Creatinina pós 48h 1.0 ± 0.06 5.1 ± 0.6 < 0.0001<br />

DHL pré 445.7 ± 89 512 ± 48.86 0.04<br />

DHL pós 24h 673 ± 135.8 729 ± 160 0.29<br />

DHL pós 48h 575.5 ± 143.2 1369 ± 692 0.0006<br />

*Obs : 1) Os valores estão expostos em média ± erro padrão.<br />

2) Os valores <strong>de</strong> creatinina e DHL séricas no grupo A não diferiram estatisticamente após 24 a 48 h (p > 0,05).<br />

No grupo B os valores <strong>de</strong> creatinina sérica não diferiram, porém os <strong>de</strong> DHL elevaram-se significativamente<br />

após 24 a 48 h (p < 0,05).<br />

Comentários: Embora não houve diferença significativa, a elevação da creatinina sérica foi<br />

percentualmente maior no grupo B (24h (13.7%) 48h (32.9%)) quando comparado com o grupo A<br />

((24h (0%) e 48h(1.2%)).<br />

Conclusão: A dosagem dos níveis séricos da DHL po<strong>de</strong> ser usada como método alternativo para<br />

avaliação da agressão renal do radiocontraste. Os pacientes do grupo B mostraram maior elevação<br />

dos marcadores sugerindo maior vulnerabilida<strong>de</strong> à agressão do radiocontraste.


131 PACIENTES CRÍTICOS E AS RECOMENDAÇÕES ATU- 132<br />

AIS DA MEDIDA INDIRETA DA PRESSÃO ARTERIAL ( IIICBHA-<br />

1998) : ALGUMAS CONSIDERAÇÕES<br />

CRF Araujo1 , EV Veiga2 , ML Costa Junior 3 , MS Nogueira4 , EC Carnio5 1Enfermeira, mestranda do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação Enfermagem Fundamental<br />

do Departamento <strong>de</strong> Enfermagem Geral e Especializada – Escola <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong><br />

Ribeirão Preto da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (DEGE-EEERP-USP). 2, 4, 5 Professoras<br />

Doutora dos DEGE-EERP-USP, 3 Professor Doutor do Departamento Materno Infantil<br />

da Saú<strong>de</strong> Pública EERP-USP<br />

O presente estudo tem como objetivo avaliar as etapas do procedimento recomendado pelo III CBHA (1998) para a<br />

medida indireta da pressão arterial realizados entre profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Terapia Intensiva (U.T.I.).<br />

Metodologia: Foi utilizado um instrumento (quadro1), on<strong>de</strong> observou-se diretamente a execução da medida indireta<br />

da pressão arterial <strong>de</strong> diferentes profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que atuam em UTI comparando-os com as etapas propostas no<br />

III CBHA (1998), acrescendo-se dos itens: lavagem das mãos e se estabelece interação com o cliente.<br />

Resultados: chama a atenção a freqüência <strong>de</strong> itens <strong>de</strong> procedimento ina<strong>de</strong>quados, <strong>de</strong>scritos abaixo.<br />

Quadro 1: Etapas do procedimentos da aferição da medida indireta da pressão arterial.<br />

Ítens NSA<br />

1. lava as mãos antes e após<br />

2. estabelece interação com o cliente ♥<br />

3. explica o procedimento ao cliente ♥<br />

4. posiciona o braço do cliente<br />

5. localiza a artéria braquial pelo método palpatório<br />

6. indaga sobre a ingesta <strong>de</strong> “drogas” ♥<br />

7. indaga sobre ingesta <strong>de</strong> dieta hipossódica ♥<br />

8. solicita membros inferiores relaxados e não cruzados ♥<br />

9. indaga sobre valor habitual da p.a ♥<br />

10. coloca o manguito no local a<strong>de</strong>quado<br />

11. posiciona o olhar ao nível da coluna <strong>de</strong> mercúrio e/ou manômetro<br />

12. faz uso do estetoscópio<br />

13. posiciona a campânula ou diafragma sobre a artéria braquial<br />

14. <strong>de</strong>termina o nível máximo <strong>de</strong> insuflação através da palpação<br />

15. <strong>de</strong>sinsufla o manguito 2 a 3 segundos<br />

16. aguarda no mínimo 30 segundos para nova verificação<br />

17. anota <strong>de</strong> acordo com o valor encontrado<br />

18. informa valor encontrado<br />

19. em caso <strong>de</strong> pa elevada verifica em intervalos menores quanto:<br />

20. não está com bexiga cheia ♥<br />

21. não praticou ativida<strong>de</strong> física ♥<br />

22. não ingeriu bebida alcóolica ♥<br />

23. não ingeriu café ♥<br />

24. não fumou ♥<br />

25. não conversou durante a medida ♥<br />

NSA ♥ - Itens que nem sempre se aplicam em pacientes internados em U.T.I.<br />

Conclusão: Observou-se que nem todas as etapas do procedimento da medida indireta da pressão arterial proposta pelo<br />

III CBHA(1998) se aplicam a pacientes internados em UTI. Acredita-se que rever as questões relacionadas a essas<br />

etapas em pacientes admitidos em U.T. I. seja necessário. Bem como <strong>de</strong>senvolver protocolos operacionais e efetivos<br />

direcionados a pacientes críticos, com objetivos <strong>de</strong> obter valores precisos da pressão arterial.<br />

133 CONSULTA DE ENFERMAGEM APLICADA A CLIEN- 134<br />

TES PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL:UTILIZAÇÃO<br />

DA TEORIA DO AUTOCUIDADO DE OREM<br />

F Manzini, JP Simonetti.<br />

Departamento <strong>de</strong> Enfermagem, Curso <strong>de</strong> Graduação em Enfermagem, Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Escola, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, UNESP, Botucatu – SP<br />

Introdução: O interesse em <strong>de</strong>senvolver uma ativida<strong>de</strong> junto a indivíduos portadores <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial<br />

(HA) <strong>de</strong>u-se pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionarmos um melhor atendimento e aumentar o índice <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são ao<br />

tratamento, propondo uma modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong> enfermagem individualizada para <strong>de</strong>tectar os <strong>de</strong>svios <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> dos mesmos, baseando-se na realização <strong>de</strong> entrevista e exame físico, através da Consulta <strong>de</strong> Enfermagem.<br />

Outro aspecto que contribuiu para a realização <strong>de</strong> tal estudo foi o trabalho que o Conselho Regional <strong>de</strong> Enfermagem<br />

(COREn) do estado <strong>de</strong> São Paulo vem <strong>de</strong>senvolvendo para que os serviços <strong>de</strong> enfermagem sejam organizados,<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> da assistência prestada, através da implantação do Processo <strong>de</strong><br />

Enfermagem. Na população em geral, os riscos para a HA são menores para os adultos com Pressão Arterial<br />

(PA) sistólica menor que 120 mm Hg e com PA diastólica menor que 80 mmHg. Vários estudos mostram que,<br />

apesar <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 90% dos portadores <strong>de</strong> HA estarem classificados <strong>de</strong>ntro da hipertensão primária ou essencial,<br />

<strong>de</strong> origem <strong>de</strong>sconhecida, existem diversos fatores, <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco, que po<strong>de</strong>m interferir no<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento e agravamento <strong>de</strong>sta doença , sendo eles: ida<strong>de</strong>, sexo, antece<strong>de</strong>ntes familiares, raça, obesida<strong>de</strong>,<br />

estresse, vida se<strong>de</strong>ntária, uso <strong>de</strong> álcool, uso <strong>de</strong> tabaco, uso <strong>de</strong> anticoncepcionais, alimentação rica em sódio<br />

e gorduras.<br />

Objetivos: Avaliar a implantação <strong>de</strong> Consulta <strong>de</strong> Enfermagem ambulatorial aplicada a indivíduos portadores <strong>de</strong><br />

HA, fazer um levantamento das dúvidas apresentadas pelos pacientes quanto à doença e ao tratamento, estimulálos<br />

para o autocuidado e elaborar um plano assistencial <strong>de</strong> enfermagem para um maior controle dos níveis da PA<br />

e dos fatores <strong>de</strong> riscos.<br />

Métodos: Esta pesquisa foi encaminhada ao Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa para ser apreciada, tendo recebido<br />

parecer favorável para a sua realização, em um centro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> - escola no interior do Estado <strong>de</strong> São Paulo,<br />

pertencente a uma instituição governamental. No ano <strong>de</strong> 1999 iniciou-se um trabalho para selecionar indivíduos<br />

portadores <strong>de</strong> HA para que esta clientela fosse atendida <strong>de</strong> forma mais organizada, buscando um maior controle<br />

da doença. De acordo com os encaminhamentos médicos, realizou-se a Consulta <strong>de</strong> Enfermagem nos meses <strong>de</strong><br />

agosto a novembro <strong>de</strong> 2000 e <strong>de</strong> fevereiro a abril <strong>de</strong> 2001, constituindo-se em um total <strong>de</strong> 36 pacientes que foram<br />

encaminhados e que não faltaram às Consultas <strong>de</strong> Enfermagem previamente agendadas. O instrumento <strong>de</strong> coleta<br />

<strong>de</strong> dados utilizado foi baseado na Teoria do Autocuidado <strong>de</strong> Orem.<br />

Resultados: A amostra foi constituída por 61,1% <strong>de</strong> mulheres, 61% na faixa etária <strong>de</strong> 50 a 70 anos, 72,2%<br />

casados, 44,4% donas <strong>de</strong> casa, 47,2% aposentados e 72,4% com 1 o grau incompleto. Quanto aos hábitos <strong>de</strong> vida,<br />

obteve-se 11,1% <strong>de</strong> tabagismo, 11,4% <strong>de</strong> etilismo, 47,2% fazem ativida<strong>de</strong> física, 25% têm uma ingestão salina<br />

elevada, 69,4% ingerem alimentos gordurosos. Em relação aos antece<strong>de</strong>ntes familiares 66,6% dos indivíduos<br />

entrevistados referiram tê-los. O Índice <strong>de</strong> Massa Corporal (IMC) em 33,3% dos casos foi £ 25 Kg/m 2 e 30,5%<br />

variou entre > 27 ≤ 30Kg/m 2 . Os principais <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> foram: 30,5% varizes, 27,7% e<strong>de</strong>ma e 11,1%<br />

constipação. A PA foi aferida nas posições sentado, em pé e <strong>de</strong>itado, sendo que a média dos níveis pressóricos<br />

para a PA sistólica foi < 140 mm Hg e PA diastólica < 90 mm Hg, em 49,2% dos pacientes.<br />

Conclusões: Notou-se que há uma dificulda<strong>de</strong> em relação ao encaminhamento dos pacientes para a realização da<br />

Consulta <strong>de</strong> Enfermagem, <strong>de</strong>vendo haver um trabalho <strong>de</strong> conscientização da equipe médica, <strong>de</strong>stacando-se a importância<br />

<strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong> enfermagem. Mais <strong>de</strong> 50% dos pacientes não estavam com a PA controlada,<br />

inclusive boa parte <strong>de</strong>les referiu não seguir algumas das recomendações do tratamento não farmacológico, evi<strong>de</strong>nciando<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um constante acompanhamento <strong>de</strong>sta clientela para estimulá-la a seguir tais recomendações,<br />

bem como orientá-la quanto às dúvidas que po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem existir em relação à doença e ao tratamento.<br />

Sem título-32 41<br />

26/06/03, 15:12<br />

41<br />

<strong>Posters</strong><br />

LIGA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL DE RIBEIRÃO<br />

PRETO E REGIÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMI-<br />

COS DE ENFERMAGEM<br />

CC Beretta, AM Faustino, CM Zamarioli, MES Guanilo, DCM Barbosa, L Kusomota,<br />

CRF Araujo, EV Veiga, MS Nogueira.<br />

Departamento <strong>de</strong> Enfermagem Geral e Especializada da Escola <strong>de</strong> Enfermagem da<br />

Escola De Ribeirão Preto-USP<br />

Introdução: A Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial <strong>de</strong> Ribeirão Preto e Região (LHA-RP) teve sua origem<br />

no final da década <strong>de</strong> 80, a partir <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> profissionais interessados em <strong>de</strong>senvolver programas<br />

<strong>de</strong> prevenção e controle para a hipertensão arterial (H A), com vistas a aten<strong>de</strong>r a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um modo geral, permanecendo sem ativida<strong>de</strong>s programadas rotineiramente por um período aproximado<br />

<strong>de</strong> cinco anos. Em meados <strong>de</strong> 1997, por iniciativa dos membros da diretoria da LHA-RP, foi<br />

aberto espaço junto ao Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Escola da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Ribeirão Preto-USP,<br />

para que acadêmicos <strong>de</strong> enfermagem e medicina atuassem junto ao atendimento dos clientes hipertensos.<br />

Nesta ocasião havia um coor<strong>de</strong>nador médico e outro enfermeiro responsáveis pelas ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvidas pelos acadêmicos, que realizavam atendimento ambulatorial às quartas-feiras no<br />

horário das 17:00h às 20:00h, focalizando a assistência no tratamento e prevenção <strong>de</strong> complicações<br />

<strong>de</strong>correntes da HA, além <strong>de</strong> orientações quanto a modificação no estilo <strong>de</strong> vida; participação também<br />

em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa e serviços <strong>de</strong> extensão à comunida<strong>de</strong> (feiras <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, semana do<br />

coração, dia nacional <strong>de</strong> combate e prevenção à hipertensão arterial). A partir do segundo semestre<br />

<strong>de</strong> 2000, a LHA-RP mudou seu enfoque <strong>de</strong> atuação com o encerramento da participação dos acadêmicos<br />

<strong>de</strong> enfermagem nas ativida<strong>de</strong>s ambulatoriais, os quais passaram a investir na organização <strong>de</strong><br />

programas com vistas à disseminação <strong>de</strong> conteúdos referentes à hipertensão para diferentes comunida<strong>de</strong>s.<br />

Assim, é objetivo <strong>de</strong>ste estudo divulgar a participação dos acadêmicos junto a LHA-RP.<br />

Metodologia: através <strong>de</strong> reuniões quinzenais no segundo semestre <strong>de</strong> 2000 os acadêmicos <strong>de</strong> enfermagem<br />

aprofundaram conhecimentos sobre a temática hipertensão e <strong>de</strong>finiram formas <strong>de</strong> atuação<br />

junto aos diferentes grupos da comunida<strong>de</strong>. Organizaram ciclos <strong>de</strong> seminários que são oferecidos<br />

por graduandos e profissionais <strong>de</strong> diferentes áreas (enfermagem, medicina, farmácia, psicologia,<br />

educação física e nutrição) para graduandos <strong>de</strong> diferentes cursos; além <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa voltados<br />

para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco para a hipertensão arterial entre adolescentes da re<strong>de</strong><br />

pública <strong>de</strong> ensino, trabalhadores <strong>de</strong> indústrias sucroalcooleiras e trabalhadores agrícolas, bem como<br />

a efetiva participação nas campanhas <strong>de</strong> esclarecimento à população.<br />

Resultados: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> março está ocorrendo, semanalmente, o ciclo <strong>de</strong> seminários com<br />

previsão <strong>de</strong> término para junho <strong>de</strong> 2001; início da coleta <strong>de</strong> dados entre trabalhadores da indústria<br />

sucroalcooleira, agrícola e adolescentes, cujos dados possibilitarão traçar um perfil dos indivíduos<br />

<strong>de</strong> diferentes seguimentos sobre a exposição aos fatores <strong>de</strong> riscos para a doença hipertensiva e posterior<br />

implantação <strong>de</strong> programa educativo visando a prevenção e controle <strong>de</strong>sta, para cada comunida<strong>de</strong><br />

específica.<br />

Conclusão: a participação dos acadêmicos nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> organização <strong>de</strong> eventos e pesquisa os<br />

têm motivado na busca <strong>de</strong> aprofundamentos dos conhecimentos na área e envolvido acadêmicos <strong>de</strong><br />

outros cursos na temática, o que certamente facilitará no investimento <strong>de</strong> programas para a prevenção<br />

e controle da doença.<br />

PERFIL PSICOLÓGICO DOS HIPERTENSOS ATENDI-<br />

DOS NO SERVIÇO DE PSICOLOGIA DA LIGA DE HIPERTENSÃO<br />

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF)<br />

FR Santos, AO Silva, FB Nogueira, DMN Costa, RB Paula, LC Britto<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> / Divisão <strong>de</strong> Nefrologia - UFJF<br />

Introdução: Antes da criação dos serviços <strong>de</strong> atendimento multiprofissional ao paciente hipertenso<br />

(ligas <strong>de</strong> hipertensão), pouca atenção era dispensada aos problemas psicológicos <strong>de</strong>stes pacientes,<br />

especialmente no que tange à sua relação com a hipertensão arterial. Com o estímulo à criação das<br />

ligas <strong>de</strong> hipertensão e a conseqüente participação <strong>de</strong> psicólogos no atendimento ao hipertenso, o<br />

aspecto psicológico passou a ser mais valorizado pelos médicos e enfermeiros das ligas. Deste modo,<br />

a inserção do psicólogo no grupo multiprofissional das ligas <strong>de</strong> hipertensão é cada vez maior.<br />

Objetivo: Avaliar o perfil psicológico <strong>de</strong> pacientes hipertensos encaminhados pelo clínico ao Serviço<br />

<strong>de</strong> Psicologia da Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> – Divisão <strong>de</strong> Nefrologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong><br />

Fora.<br />

Métodos: Foram avaliados cinqüenta e um pacientes hipertensos acompanhados por duas psicólogas<br />

da Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> durante um tempo médio <strong>de</strong> vinte e quatro meses. O atendimento constava<br />

<strong>de</strong> consultas semanais <strong>de</strong> 30 minutos <strong>de</strong> duração, nas quais era trabalhada a relação do paciente<br />

com sua doença e à partir do entendimento <strong>de</strong>sta eram colhidos os dados psicológicos.<br />

Resultados: A principal razão dos encaminhamentos clínicos eram os sintomas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> (19,4%).<br />

No entanto a análise dos dados <strong>de</strong>monstrou que os conflitos familiares eram mais prevalentes<br />

(28,47%). Como conseqüências <strong>de</strong>stas alterações observamos um elevado percentual <strong>de</strong> sensação<br />

<strong>de</strong> perda, <strong>de</strong>pressão e insônia.<br />

Conclusão: Conflitos familiares e ansieda<strong>de</strong> constituíram aproximadamente 50% das alterações<br />

psicológicas dos pacientes atendidos na liga <strong>de</strong> hipertensão da UFJF e estavam fortemente associados<br />

a alterações como sensação <strong>de</strong> perda, <strong>de</strong>pressão e insônia.


<strong>Posters</strong><br />

135 LOWER LEVELS OF ANTIBODIES AGAINST OXIDIZED 136<br />

LOW DENSITY LIPOPROTEIN IN NORMOLIPIDEMIC SMOKERS<br />

EC Faria1 , A Zaratin1 , P Boschov2 , L Lagrost3 , A Lottemberg4 , M Gidlund5 .<br />

Dept. of Clinical Pathology/NMCE/Unicamp1 ; Dept. Biophysics UNIFESP2 , Lip.<br />

Biochem. Lab./ Dept.Med. 3 ; Lipid Lab.,FM-USP4 ; Dept. of Immunology ICB-IV-USP5 ,<br />

São Paulo, Brazil1,2,4,5 , France3 The purpose of this study was to <strong>de</strong>tect antibodies against oxidized low <strong>de</strong>nsity lipoprotein (oxLDL)<br />

in serum from smokers (S). Blood samples were drawn in the fasting period in healthy normolipi<strong>de</strong>mic<br />

volunteers [32 mo<strong>de</strong>rate smokers (S) and 33 controls (C)], immediately after smokers smoked 1<br />

cigarette. The antibodies against oxLDL were <strong>de</strong>termined by ELISA. In addition in a sub-group (10<br />

S and 9 C), the <strong>de</strong>gree of oxLDL was measured by the Thiobarbituric Acid Reactive Species (TBARS)<br />

assay. CETP activity was also <strong>de</strong>termined. The data were analyzed by the Mann-Whitney test at pvalue<br />

≤ 0.05.<br />

Smokers showed a lower relative percentage of antibodies against oxLDL when compared to controls<br />

but TBARS levels were not different between the groups. CETP was increased when measured by<br />

RIA and <strong>de</strong>creased by an endogenous radiometric assay.<br />

ASSAYS SMOKERS CONTROLS<br />

Antibodies against oxLDL (relative %) 35.58 ± 3.32 ‡ 44.70 ± 2.70<br />

TBARS<br />

(nMol of malondial<strong>de</strong>y<strong>de</strong>/100µg of LDL) 1.35 ± 0.41 0.92 ± 0.29<br />

Relative% = (actual OD value - lowest OD value /highest OD - lowest OD values); ‡ p ≤ 0.01<br />

OxLDL and antibodies against oxLDL are strongly associated with the progression of atherosclerosis.<br />

We found that normolipi<strong>de</strong>mic smokers presented lower serum levels of antibodies against oxLDL.<br />

A possible explanation is that this is an indirect effect of elevated levels of oxLDL (i.e. antigen<br />

excess in the ELISA). This could explain some of the <strong>de</strong>leterious effects of smoking and emphasize<br />

that the complex relationship between levels of oxLDL and corresponding autoantibodies has to be<br />

further investigated.<br />

42<br />

SEVERAL DISLIPIDEMIC PLASMA PATTERNS IN PA-<br />

TIENTS PRESENTING THE ACQUIRED IMMUNODEFICIENCY<br />

SYNDROME<br />

EC Faria, EM Albuquerque, VMS Moda, RJ Pedro, DO Magro, LN Castilho<br />

Dept. <strong>de</strong> Clin. Pathology and Internal Med; NMCE/UNICAMP<br />

The purpose of this study was to establish the serum lipidic, lipoproteic, and apoproteic profiles of<br />

HIV positive (HIV+) patients and <strong>de</strong>termine their association with the following variables: viral<br />

load, global count of CD4 lymphocytes, kind of medication and duration of use of protease inhibitors.<br />

Two hundred and fifty-seven HIV+ patients were studied and followed by the Infectious Diseases<br />

Clinic of the Medical School/University of Campinas. Two hundred and thirty-eight were being<br />

treated with anti-retroviral therapy; 12 had never been treated and 7 did not inform what kind of<br />

medication was being used. Fifty-six healthy and normolipi<strong>de</strong>mic volunteers composed the control<br />

group. The HIV+ patients and controls were previously submitted to anthropometric analysis and<br />

biochemical serum measurements following a 12-hour fast: total cholesterol (Chol T), HDL<br />

cholesterol (HDL-chol), triglyceri<strong>de</strong> (TG), LDL cholesterol (LDL-chol), phospholipids (PL), free<br />

fatty acids (FFA), apolipoproteins A1 (Apo 1), B (Apo B), lipoprotein “a” (Lpa) and lipoprotein<br />

electrophoresis. Dislipi<strong>de</strong>mias were phenotypically classified according to WHO / Fredrickson. The<br />

confirmation of hyperlipi<strong>de</strong>mia type III was obtained by <strong>de</strong>termining Apo E genotype by PCR.<br />

In the HIV+ group 43.2% had cholesterol and/or triglyceri<strong>de</strong> levels higher than the recommen<strong>de</strong>d<br />

values. We observed that 35.4% of these patients had hyperlipoproteinemia type IV; 25.2% had type<br />

IIa; 23.4% had type IIb; 0.9% had type V and 0.4% had type III. When we compared HIV+ patients<br />

with the controls the following statistically significant differences were found: <strong>de</strong>creased HDL-chol<br />

and Apo A1 levels (1.4 and 1.1 times, respectively) and increased concentration of VLDL-chol (1.9<br />

times), TG (2.4 times) and FFA (2.8 times), besi<strong>de</strong>s a higher Chol T/HDL-chol ratio (1.6 times). A<br />

significant negative correlation was observed between the duration of protease inhibitor use and<br />

HDL-chol and Apo A1 concentrations. Cholesterolemia was inversely correlated with the viral load.<br />

We conclu<strong>de</strong> that the prevalence of dislipi<strong>de</strong>mia in HIV+ subjects was 43%. Phenotype IV was the<br />

most frequent. The only type III case may be associated with the use of protease inhibitors.<br />

Approximately fifty per cent of the HIV+ population presented pro-atherogenic phenotypes IIa and<br />

IIb. Other modifications were observed in serum profiles of the HIV+ group, some of them having<br />

a pro-atherogenic nature (PA): <strong>de</strong>creased HDL-chol (PA), increased chol/HDL-Chol ratio (PA) and<br />

increased FFA. The hypoalphalipoproteinemia, but not the hypertriglyceri<strong>de</strong>mia, was associated<br />

with the medication used.<br />

137 MECANISMO DE LIBERAÇÃO DE NO DO trans- 138 TRATAMENTO COM DOADOR DE NO (SNAC) PREVI-<br />

[RU(NO)(NH ) (POET) ](PF ) E NITROPRUSSIATO DE SÓDIO EM<br />

3 4 3 6 3<br />

RATOS NORMOTENSOS ACORDADOS<br />

1 2 2 BF Barros, JCToledo, DW Franco, MH Krieger.<br />

2 1 IQ-USP-São Carlos; Dep. Biofísica e Fisiologia, I.B.- UNICAMP – Campinas<br />

Objetivo: 1) Determinar a curva dose-efeito do RuNO; 2) Investigar o mecanismo <strong>de</strong> liberação <strong>de</strong><br />

NO do RuNO versus Nitroprussiato <strong>de</strong> Sódio (SNP), por meio <strong>de</strong> um sequestrador <strong>de</strong> NO específico,<br />

o carboxy-PTIO (c-PTIO) e o inibidor da guanilato ciclase, o Azul <strong>de</strong> Metileno (MB).<br />

Métodos: Ratos Wistar machos (3 meses) foram canulados (ia e iv femorais) para registro da pressão<br />

arterial (AT CODAS, 1000 Hz). A <strong>de</strong>terminação da curva dose-efeito foi efetuada via administração<br />

in bolus <strong>de</strong> doses equimolares <strong>de</strong> RuNO (2,5; 5; 10; 20; 40; 60; 80; 100; 200 e 400 nmoles/<br />

Kg) e SNP. Utilizou-se o Software Prisma para calcular E Máx e Ec 50 da curva. Após 5 min <strong>de</strong> infusão,<br />

foram administradas in bolus doses equimolares dos doadores <strong>de</strong> NO (10, 20 e 40 nmoles/Kg) em<br />

ratos normotensos que receberam via infusão contínua PBS e c-PTIO (0,6 ou 3 mmoles/Kg.min) e<br />

outro grupo que recebeu via infusão contínua PBS e MB (83 mmoles/Kg.min).<br />

Resultados: O RuNO produz queda dose <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> pressão: DPAM = 3 ± 0,4 a 39 ± 2,3 mmHg,<br />

para as doses <strong>de</strong> 2,5 a 400 nmoles/Kg, respectivamente. O RuNO apresentou E Máx <strong>de</strong> –39 ± 2,3<br />

mmHg e Ec 50 <strong>de</strong> 16 nmoles/Kg. Durante infusão <strong>de</strong> c-PTIO (3mmoles/Kh.min) foi observado elevação<br />

da pressão arterial basal <strong>de</strong> ratos normotensos em cerca <strong>de</strong> 15%. Essa mesma dose promoveu<br />

inibição total do efeito hipotensor do RuNO e <strong>de</strong> apenas 55%, 42% e 41% (10, 20 e 40 nmoles/Kg,<br />

respectivamente) do SNP. Durante a infusão contínua <strong>de</strong> MB o efeito hipotensor do RuNO foi totalmente<br />

inibido, enquanto que o efeito do SNP sofreu redução <strong>de</strong> apenas 33%, 28% e 17% (10, 20 e<br />

40 nmoles/Kg, respectivamente).<br />

Conclusões: O RuNO produz redução <strong>de</strong> até 38% na PAM <strong>de</strong> ratos normotensos, sendo 15% menor<br />

(nas doses <strong>de</strong> 20 a 80 nmoles/kg) do que o SNP. A infusão <strong>de</strong> c-PTIO nos permite concluir que o<br />

RuNO é um doador direto <strong>de</strong> NO e que seu efeito hipotensor é totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do NO liberado<br />

diretamente por redução e apresenta um mecanismo <strong>de</strong> ação totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da via GMPc.<br />

Ao contrário do SNP, que apresenta mecanismo vasodilatador parcialmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> GMPc e<br />

via <strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> NO <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> enzima <strong>de</strong> membrana, a NADH oxidoredutase, entre outros<br />

mecanismos <strong>de</strong> metabolização.<br />

Apoio Financeiro: FAPESP<br />

Sem título-32 42<br />

26/06/03, 15:12<br />

NE HIPERTROFIA CARDÍACA EM CAMUNDONGOS<br />

Moura AL, Santos KFR, Krieger MH, Spadari-Bratfisch RC<br />

Instituto <strong>de</strong> Biologia. Departamento <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica. UNICAMP – SP<br />

Objetivos: Avaliar os efeitos da hipercolesterolemia e da administração <strong>de</strong> um tiol “NO-doador”<br />

(SNAC) na ativida<strong>de</strong> cronotrópica e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> hipertrofia em coração <strong>de</strong> camundongos<br />

ko LDL - /-.<br />

Material e Métodos: Utilizamos átrio direito e ventrículo esquerdo <strong>de</strong> camundongos ko LDL - /-,<br />

com 3 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, pesando 18–23 g. Os camundongos foram distribuídos nos seguintes grupos:<br />

camundongos controles, não alimentados com dieta hipercolesterolêmica (CT), camundongos alimentados<br />

por 15 dias com dieta hipercolesterolêmica (HC) e camundongos HC que, além da dieta<br />

hipercolesterolêmica, receberam simultaneamente SNAC (NO-doador), administrado por via intraperitoneal,<br />

na concentração <strong>de</strong> 0,51 mM/Kg/dia (HC+SNAC). Após o sacrifício, o coração foi isolado,<br />

os ventrículos dissecados e pesados. O átrio direito foi isolado e preparado para o registro<br />

isométrico dos batimentos espontâneos. O tecido foi tratado “in vitro” com fenoxibenzamina (10<br />

mM) e corticosterona (10 mM) antes da obtenção <strong>de</strong> curvas concentração-efeito à isoprenalina.<br />

Foram calculados a freqüência <strong>de</strong> batimentos basal, pD 2 , resposta máxima da isoprenalina, e o peso<br />

dos ventrículos. Os dados são expressos em média ± SEM. Para comparação das médias foi utilizada<br />

ANOVA seguida <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> Tukey. As diferenças foram consi<strong>de</strong>radas significativas quando p <<br />

0,05.<br />

Resultados: 1) Os átrios direitos isolados <strong>de</strong> camundongos HC e HC + SNAC apresentaram ativida<strong>de</strong><br />

cronotrópica basal significativamente diminuída em relação ao CT (265 ± 6; 256 ± 7 e 373 ± 8<br />

bpm, respectivamente, p < 0,05). 2) A resposta máxima à isoprenalina não sofreu alterações significativas:<br />

CT: 160 ± 8; HC: 190 ± 22 e HC + SNAC: 213 ± 28 bpm. 3) Átrios direitos <strong>de</strong> camundongos<br />

HC apresentaram supersensibilida<strong>de</strong> à isoprenalina em relação ao controle (pD 2 : 8,96 ± 0,11 vs.<br />

8,55 ± 0,08, respectivamente, p < 0,05); em átrios <strong>de</strong> camundongos HC+SNAC este efeito não foi<br />

observado (pD 2 : 8,59 ± 0,09). 4) Tais disfunções cronotrópicas foram acompanhadas por alterações<br />

no peso das câmaras cardíacas: a hipertrofia ventricular esquerda observada em camundongos HC<br />

(HC: 4,6 ± 0,1 mg/g peso corporal vs. CT: 3,0 ± 0,08 mg/g peso corporal, p < 0,05) foi prevenida<br />

pelo tratamento com SNAC (HC + SNAC: 3,6 ± 0,39 mg/g peso corporal vs CT: 3,0 ± 0,08 mg/g<br />

peso corporal, p > 0,05).<br />

Conclusão: A dieta hipercolesterolêmica induziu hipertrofia ventricular esquerda e diminuição da<br />

ativida<strong>de</strong> cronotrópica basal, com aumento <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> para isoprenalina. O tratamento simultâneo<br />

com tiol NO-doador (SNAC) foi capaz <strong>de</strong> prevenir a hipertrofia e o aumento <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong><br />

para isoprenalina, indicando que estas alterações cardíacas po<strong>de</strong>m ser melhoradas com o uso <strong>de</strong>ste<br />

composto.<br />

Suporte financeiro: FAPESP.


139 ALTERAÇÕES NA MICROCIRCULAÇÃO MESENTÉRI- 140<br />

CA INDUZIDAS POR DROGAS ANTI-HIPERTENSIVAS DE AÇÃO<br />

CENTRAL (CLONIDINA E RILMENIDINA) EM RATOS ESPONTA-<br />

NEAMENTE HIPERTENSOS<br />

1 1 1 2 1 V Estato, AP Gonzalez, CV Araújo, P Bousquet, E Tibiriçá<br />

1Departamento <strong>de</strong> Fisiololgia e Farmacodinâmica, IOC/FIOCRUZ, Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

Brasil, 2LNPCV, ULP, Strasbourg, France<br />

Introdução: O sistema nervoso simpático é <strong>de</strong> fundamental importância no controle do tônus vascular.<br />

Estudos em microcirculação <strong>de</strong>monstraram que o aumento da pressão arterial na hipertensão<br />

primária ocorre essencialmente em vasos microscópicos, com diâmetros inferiores a 100 µm. No<br />

presente trabalho, investigamos os efeitos da administração central <strong>de</strong> clonidina e rilmenidina, drogas<br />

anti-hipertensivas simpato-inibitórias <strong>de</strong> ação central, na microcirculação <strong>de</strong> ratos hipertensos.<br />

Métodos: Ratos machos SHR (200–250 g, n = 21) foram anestesiados com pentobarbital (75 mg/kg<br />

i.p.), traqueostomizados e cateterizados para medidas da pressão arterial média (PAM) e frequência<br />

cardíaca (FC). Em aparelho estereotáxico uma cânula foi introduzida e fixada para a administração<br />

intracisternal (i.c.) <strong>de</strong> drogas (10 µl). O mesentério foi exposto e com a técnica <strong>de</strong> microscopia<br />

intravital, arteríolas terminais (< 30 µm) foram observadas e gravadas durante 90 min para análise<br />

posterior.<br />

Resultados: A administração i.c. <strong>de</strong> clonidina (1 µg/kg) e rilmenidina (30 µg/kg), induziu uma<br />

queda significativa da PAM <strong>de</strong> 158 ± 7 à 74 ± 7 mmHg e <strong>de</strong> 144 ± 8 à 78 ± 15 mmHg (P < 0,05),<br />

respectivamente. Na microcirculação, clonidina e rilmenidina induziram aumento do diâmetro das<br />

arteríolas <strong>de</strong> 11 ± 1% e 20 ± 10% (P < 0,05), respectivamente. Resultados semelhantes foram observados<br />

com infusão contínua <strong>de</strong> clonidina i.v. por 15 min (10 µg/kg). Por outro lado, a ativação<br />

simpática central com L-glutamato (0,5 mg/kg, i.c.), um aminoácido excitatório do sistema nervoso<br />

central, induziu aumento da PAM <strong>de</strong> 159 ± 10 à 198 ± 8 mmHg (P < 0,05), e redução do diâmetro<br />

das arteríolas mesentéricas em 26 ± 6% (P < 0,05). Seguindo o mesmo protocolo <strong>de</strong> estereotaxia<br />

citado a cima, em um outro grupo <strong>de</strong> animais, foram analisados os parâmetros <strong>de</strong> débito cardíaco e<br />

resistência vascular sistêmica. A administração aguda (i.c.) <strong>de</strong> clonidina induziu queda significativa<br />

do débito cardíaco em 43 ± 6 % e não induziu alterações significativas na RVS. Por outro lado, a<br />

administração <strong>de</strong> rilmenidina, induziu queda do débito cardíaco <strong>de</strong> 36 ± 4 % porém, acompanhada<br />

<strong>de</strong> queda significativa da RVS em 27 ± 10 % (P < 0,05).<br />

Conclusões: Nossos resultados preliminares sugerem que a queda da pressão arterial <strong>de</strong>corrente da<br />

redução da ativida<strong>de</strong> simpática central, pela clonidina e a rilmenidina, po<strong>de</strong> estar relacionada à<br />

vasodilatação <strong>de</strong> arteríolas terminais na microcirculação.<br />

Apoio: CNPq<br />

141 RESPOSTA PRESSORA À OCLUSÃO BILATERAL DAS 142<br />

CARÓTIDAS NO DIABETES AGUDO EXPERIMENTAL INDUZI-<br />

DO POR ESTREPTOZOTOCINA: EFEITO DO TRATAMENTO<br />

INSULÍNICO<br />

RS Parra*, LAF Men<strong>de</strong>s**, R Fazan Jr, HC Salgado<br />

Departamento <strong>de</strong> Fisiologia , Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Ribeirão Preto, USP<br />

Objetivo:. A resposta hipertensora à oclusão bilateral das carótidas (OBC) é atribuída a uma hiperativida<strong>de</strong><br />

simpática promovendo, em ratos acordados, um aumento da pressão arterial caracterizado<br />

por um pico pressórico, <strong>de</strong> origem reflexa, seguido <strong>de</strong> uma resposta pressora mantida, <strong>de</strong> menor<br />

intensida<strong>de</strong>, provavelmente <strong>de</strong> origem isquêmica central. Neste trabalho, foi avaliada em ratos diabéticos<br />

<strong>de</strong> curta duração (1–2 semanas), acordados, a resposta pressórica à OBC como índice do<br />

grau <strong>de</strong> comprometimento do simpático, bem como o efeito do tratamento insulínico.<br />

Métodos: Diabetes experimental <strong>de</strong> curta duração (n = 8) foi induzido pela estreptozotocina (STZ,<br />

50mg/kg, iv) em ratos Wistar machos. Ratos controles (n = 7) receberam veículo (salina, 0,9%). A<br />

terapia insulínica consistiu <strong>de</strong> injeções diárias, subcutânea, <strong>de</strong> 9 UI/kg.A pressão arterial média<br />

(PAM em mmHg), foi registrada por cerca <strong>de</strong> 15 minutos, seguindo-se as OBCs durante 15, 30, 45<br />

e 60 segundos. Os níveis <strong>de</strong> glicose sangüínea foram monitorados três dias após a STZ e no dia do<br />

experimento.<br />

Resultados: A PAM basal (média ± EPM) mostrou-se reduzida nos ratos diabéticos (99 ± 2 vs. 107<br />

± 2 no controle), assim como a DPAM <strong>de</strong> pico (54 ± 5 vs. 69 ± 5 no controle) à OBC, enquanto a<br />

DPAM mantida (41 ± 3 vs. 44 ± 3 no controle) apresentou-se inalterada. A terapia insulínica preveniu<br />

a alteração na PAM basal (110 ± 1), assim como na DPAM <strong>de</strong> pico (61 ± 2). Os níveis plasmáticos<br />

<strong>de</strong> glicose apresentaram-se bastante elevados nos ratos diabéticos (445 ± 18 vs. 101 ± 5 mg/<br />

100 ml no controle), porém significativamente reduzidos (196 ± 34 mg/100 ml) naqueles tratados<br />

com insulina.<br />

Conclusões: 1) O tratamento insulínico preveniu as alterações observadas na PAM basal; 2) O diabetes<br />

agudo experimental promove um amortecimento da resposta hipertensora <strong>de</strong> pico à OBC,<br />

indicando um comprometimento do reflexo barorreceptor; 3) A resposta hipertensora mantida não<br />

foi afetada pelo diabetes, indicando que a isquemia cerebral induzida pela OBC foi capaz <strong>de</strong> ativar<br />

o simpático induzindo uma resposta pressórica semelhante aos ratos normais; 4) A prevenção <strong>de</strong><br />

uma hiperglicemia franca com a insulina impediu a atenuação da resposta pressora <strong>de</strong> pico provocada<br />

pela OBC, indicando que mesmo uma hiperglicemia aguda po<strong>de</strong> induzir a atenuação da resposta<br />

pressora reflexa dos animais diabéticos.<br />

Apoio Financeiro: FAPESP, PRONEX e PIBIC/CNPq.<br />

Sem título-32 43<br />

26/06/03, 15:12<br />

43<br />

<strong>Posters</strong><br />

PARTICIPAÇÃO DA VARIABILIDADE DA PRESSÃO<br />

ARTERIAL NA LESÃO DE ÓRGÃOS-ALVO<br />

1 2 1 V Berni, S Lacchini, MC Irigoyen.<br />

1 2 Laboratório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Experimental e Laboratório <strong>de</strong> Genética e Cardiologia<br />

Molecular, Instituto do Coração (InCor) – HC.FMUSP, São Paulo, SP<br />

Objetivo: Estudar o efeito da variabilida<strong>de</strong> da pressão arterial (PA) no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> lesões<br />

em órgãos-alvo.<br />

Material e Métodos: Ratos Wistar machos foram divididos em 3 grupos: 1) controle (cirurgia sham,<br />

n = 5), 2) <strong>de</strong>snervação sino-aórtica <strong>de</strong> 1 dia (DSA1, n = 6), e 3) DSA <strong>de</strong> 21 dias (DSA21, n = 6). A<br />

pressão intra-arterial foi registrada pela artéria femoral (30 min., CODAS) e os animais foram perfundidos<br />

com formol para análise histológica <strong>de</strong> rins, pulmões e coração. Os cortes (5 mm) foram<br />

corados (H-E e masson) para avaliação estrutural e da <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> colágeno.<br />

Resultados: A PA aumentou no grupo DSA1 em relação ao controle (129 ± 3,6 vs. 106 ± 10,9<br />

mmHg) e normalizou no DSA21 (114 ± 11,2 mmHg). A labilida<strong>de</strong> da PA manteve-se elevada 1 dia<br />

(9,5 ± 3,5 vs. 4,8 ± 1,6) e 21 dias (8,7 ± 2,6) após a DSA. A análise histológica não mostrou alteração<br />

no coração após a DSA. No rim, observou-se tumefação dos túbulos proximais e proteinúria 1<br />

dia após a DSA, não verificando-se alterações importantes após 21 dias. No pulmão, ocorreram<br />

pontos <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma e lesão alveolar nos ratos DSA1, enquanto nos ratos DSA21 ocorreu espessamento<br />

da pare<strong>de</strong> alveolar e ocorreu espessamento da pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> artérias.<br />

Conclusões: A DSA aguda provocou hipertensão e aumento <strong>de</strong> labilida<strong>de</strong> da PA, enquanto a DSA<br />

crônica apresenta normotensão com labilida<strong>de</strong> da PA aumentada. A análise histológica mostrou<br />

alterações teciduais compatíveis com hipertensão aguda tanto no rim como no pulmão. As alterações<br />

pulmonares 21 dias após a DAS, especialmente o espessamento da pare<strong>de</strong> arterial, po<strong>de</strong>m estar<br />

associadas à labilida<strong>de</strong> da PA verificada neste mo<strong>de</strong>lo.<br />

Apoio Financeiro: FAPESP, F.E. ZERBINI<br />

CONTROLE TÔNICO E REFLEXO CARDIOVASCULAR<br />

EM RATOS OBESOS PELO GLUTAMATO MONOSSÓDICO (MSG)<br />

E TRATADOS COM DIETA RICA EM SACAROSE POR 60 DIAS<br />

AB Oliveira, RR Campos, MS Dolnikoff.<br />

Depto. Fisiologia, UNIFESP-EPM, São Paulo<br />

Introdução: Trabalhos anteriores <strong>de</strong>monstraram que o tratamento neonatal com glutamato<br />

monossódico (MSG) promove, em ratos, obesida<strong>de</strong>, hiperinsulinemia e resistência à insulina. Verificou-se<br />

também que estas alterações metabólicas não estão associadas ao aumento da pressão arterial<br />

(PA). O presente trabalho investiga o controle tônico e a ativida<strong>de</strong> barorreflexa nos ratos normais<br />

(C) e obesos (MSG) e como estes parâmetros se comportam nos animais tratados, por 60 dias,<br />

com sobrecarga <strong>de</strong> sacarose (sac) na dieta.<br />

Métodos: Ratos Wistar machos foram injetados (s.c.), no período neonatal, com solução <strong>de</strong> glutamato<br />

monossódico (MSG, 4 g/kg, n = 12) e salina (C, n = 12). Aos 2 meses <strong>de</strong> vida 6 ratos normais<br />

(Csac) e 6 obesos (MSGsac) passaram a receber solução <strong>de</strong> sacarose (20%) no lugar da água <strong>de</strong><br />

beber. Ao completarem 4 meses os animais foram submetidos à cirurgia para cateterização da artéria<br />

e veia femoral para registro da PA, freqüência cardíaca (FC) e administração <strong>de</strong> drogas. A cirurgia<br />

foi realizada vinte quatro horas antes dos experimentos e os animais foram anestesiados com Ketamina/<br />

xilazina (20–40 mg/Kg) ou halotano. Os dados foram adquiridos “on line” por meio <strong>de</strong> uma placa<br />

analógico-digital MacLab (Power 800). O tono simpático foi avaliado pela administração i.v.<strong>de</strong><br />

Hexametônio (Hexa) (10 mg/Kg) e o componente parassimpático do barorreflexo por meio da administração<br />

<strong>de</strong> 100 mg/ml <strong>de</strong> fenilefrina (Fenil). O componente simpático do barorreflexo foi avaliado<br />

por meio da administração <strong>de</strong> 130 mg/ml <strong>de</strong> nitroprussiato <strong>de</strong> sódio (Nitro).<br />

Resultados (± EPM): A PA bem como a FC, na condição basal (C = 113,65 ± 3,44; 375,52 ± 12,98 e<br />

MSG= 115,50 ± 1.40 mmHg; 353,82 ± 8,12 bpm) não foram diferentes entre os grupos. O mesmo ocorreu<br />

na avaliação barorreflexa (ganho ao nitro, C = -3,93; MSG = -3,65 bpm/mmHg e ganho à fenil, C = -2,43;<br />

MSG = -2,60 bpm/mmHg) e na resposta ao hexa (C = 65,35 ± 8,81; 407,50 ± 20,09 e MSG = 57,51 ± 9,54<br />

mmHg; 406,13 ± 7,99 bpm) mostrando que tanto a PA, o controle barorreflexo e a inibição simpática e não<br />

se alteram nos ratos MSG quando comparado aos normais. Os ratos Csac e MSGsac mostraram aumento<br />

(p < 0.01) da PA basal (Csac = 128,15 ± 1,02 e MSGsac = 128,49 ± 1,28 mmHg). O componente<br />

simpático do barorreflexo diminuiu com a sobrecarga <strong>de</strong> sac (p < 0.01): ganho ao nitro, Csac = -1,16 e<br />

MSGsac = -1,92 bpm/mmHg). No componente parassimpático houve alteração (p < 0.01) apenas nos<br />

ratos Csac (ganho à fenil, Csac = -4.04 e MSGsac = -2,25 bpm/mmHg). Chama atenção a resposta ao<br />

hexa. Após a sobrecarga <strong>de</strong> sac, a inibição simpática, apesar <strong>de</strong> significativa (p


<strong>Posters</strong><br />

143 PADRÃO HEMODINÂMICO DE ANIMAIS TRATADOS 144<br />

POR L-NAME EM DIFERENTES FASES: CONTRIBUIÇÃO DOS<br />

SISTEMAS SIMPÁTICO E ANGIOTENSINÉRGICO<br />

VC Biancardi, CT Bergamaschi, RR Campos<br />

Disciplina <strong>de</strong> Fisiologia Cardiovascular e Respiratória, UNIFESP - Escola Paulista<br />

<strong>de</strong> Medicina, São Paulo<br />

Introdução: Estudos em humanos e animais têm <strong>de</strong>monstrado que a hipertensão arterial, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da origem, é acompanhada <strong>de</strong> alterações hemodinâmicas que po<strong>de</strong>m ser caracterizadas por: 1)<br />

aumento da resistência periférica total (RPT) com débito cardíaco (DC) normal ou baixo; 2) aumento<br />

do DC com RPT normal e 3) um padrão <strong>de</strong> transição com aumento <strong>de</strong> DC e progressivo aumento<br />

<strong>de</strong> RPT (Ferrario e Page, 1978). Além disso, vários estudos têm <strong>de</strong>monstrado que o sistema nervoso<br />

simpático (SNS) e o sistema renina angiotensina (SRA) estão envolvidos no <strong>de</strong>senvolvimento e na<br />

manutenção da hipertensão experimental. Consi<strong>de</strong>rando esses dados, o objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi: 1)<br />

avaliar a participação do SNS e do SRA na geração e manutenção da hipertensão induzida por L-<br />

NAME e 2) avaliar o padrão hemodinâmico neste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> hipertensão.<br />

Métodos: Ratos Wistar machos foram divididos em três grupos: 1) animais controle (n = 11); 2)<br />

hipertensos tratados por L-NAME (20 mg/kg/dia, oral), 2 dias (n = 12) e 3) L-NAME 7 dias (n =<br />

12). 24 horas anteriores ao experimento, os animais tiveram artéria e veia femorais cateterizadas<br />

para registro <strong>de</strong> pressão arterial média (PAM) e infusão <strong>de</strong> drogas, respectivamente. No dia do experimento,<br />

os ratos foram anestesiados lentamente com uretana (1,4 g/kg, IV) e a PAM, freqüência<br />

cardíaca (FC), DC e volume sistólico (VS) foram medidos usando a técnica da termodiluição<br />

(Cardiomax).<br />

Resultados: A diminuição da PAM em resposta ao hexametônio (10 mg/kg,IV) foi significantemente<br />

maior em animais tratados por L-NAME 7 dias (<strong>de</strong> 166 ± 1,4 para 78 ± 7,9 mmHg) quando<br />

comparados com animais tratados por L-NAME 2 dias (<strong>de</strong> 153 ± 0,7 para 88 ± 6,2 mmHg). Somente<br />

a RPT <strong>de</strong>cresceu após a injeção <strong>de</strong> hexametônio sem alteração no DC em ambos os grupos. Por<br />

outro lado, não foram constatadas diferenças no <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> PAM em resposta ao captopril em<br />

ambos os grupos: L-NAME 2 dias (<strong>de</strong> 164 ± 1,4 para 144 ± 7 mmHg) e L-NAME 7 dias (<strong>de</strong> 162 ±<br />

1,6 para 147 ± 4,4 mmHg). Da mesma forma, apenas a RPT sofreu <strong>de</strong>créscimo após a injeção <strong>de</strong><br />

captopril.<br />

Conclusão: Esses dados sugerem que existe um progressivo aumento no tono simpático neste mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> hipertensão mas o mesmo não acontece com o SRA. Em ambas as fases, aguda ou crônica,<br />

o aumento da PAM é <strong>de</strong>vida ao aumento da RPT.<br />

Apoio financeiro: FAPESP; CNPq.<br />

145 EFEITO DA MICROINJEÇÃO DE ANGIOTENSINAS NO 146<br />

BULBO VENTROLATERAL CAUDAL SOBRE A RESISTÊNCIA VAS-<br />

CULAR EM RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS<br />

1,3 2 1 1 PM Ferreira**; AC Alzamora; RAS Santos; MJ Campagnole-Santos<br />

1 2 Lab. <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>, Depto. Fisiologia e Biofísica/UFMG; Depto. <strong>de</strong> Ciências<br />

Biológicas/UFOP; 3Depto Ciências Fisiológicas/UFG<br />

Objetivos: Em estudos anteriores mostramos que o efeito hipotensor produzido pela microinjeção<br />

<strong>de</strong> Angiotensina (Ang) II e Ang-(1-7) no bulbo ventrolateral caudal (CVLM) não era <strong>de</strong>vido a alterações<br />

da freqüência cardíaca ou do débito cardíaco. Assim, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar as<br />

alterações da resistência <strong>de</strong> diferentes leitos vasculares produzidas pela microinjeção <strong>de</strong> angiotensinas<br />

na CVLM em ratos normotensos e espontaneamente hipertensos (SHR).<br />

Métodos e Resultados: Microinjeção unilateral <strong>de</strong> salina (100 nl) ou Ang-(1-7) (40 pmoles) ou Ang<br />

II (40 pmoles) foram feitas na CVLM em ratos Wistar e SHR anestesiados com uretana (1,2 mg/Kg).<br />

A pressão arterial pulsátil e média (PAM), a freqüência cardíaca (FC) e o fluxo sangüíneo (FS)<br />

(Transonic) foram monitorizados continuamente através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> dados acoplado<br />

à computador (Biopac). A resistência vascular (RV) foi calculada através da relação entre as<br />

alterações <strong>de</strong> PAM e do FS, antes e após a microinjeção dos peptí<strong>de</strong>os ou salina. A microinjeção <strong>de</strong><br />

Ang-(1-7) e Ang II na CVLM produziu queda significativa da PAM, nos ratos Wistar (-14 ± 1,4<br />

mmHg, n = 7 e –9 ± 1,3 mmHg, n = 9, respectivamente) semelhante a observada nos SHR (-11 ± 1,8<br />

mmHg, n = 5 e –14 ± 2,8 mmHg, n = 6, respectivamente). Não foram observadas alterações significativas<br />

da FC nos ratos Wistar ou SHR. Nos ratos Wistar, a microinjeção <strong>de</strong> Ang-(1-7) produziu<br />

queda da RV tanto femural (DRV = -16 ± 6,9 mmHg/ml/min, 12%, n = 7) como renal (DRV = -3,6 ±<br />

0,8 mmHg/ml/min, 10%, n = 8), enquanto que a microinjeção <strong>de</strong> Ang II produziu queda apenas da<br />

RV renal (DRV = -6,3 ± 1,2 mmHg/ml/min, 16%, n = 9). Nos SHR, tanto a Ang-(1-7) quanto a Ang<br />

II produziram queda apenas na RV renal (DRV = -8,1 ± 1,4 mmHg/ml/min, 12% e DRV = -6,1 ± 1,4<br />

mmHg/ml/min, 7%, n = 4, respectivamente). A microinjeção <strong>de</strong> salina não produziu alteração significativa<br />

da resistência vascular femural ou renal, nos ratos Wistar ou SHR.<br />

Conclusão: Esses resultados mostram que o efeito hipotensor produzido pela Ang-(1-7) na CVLM<br />

é <strong>de</strong>terminado pela diminuição da resistência vascular <strong>de</strong> pelo menos dois territórios (renal e femural)<br />

enquanto que o efeito <strong>de</strong> Ang II não envolve a alteração da resistência vascular femural. Nos ratos<br />

SHR, a alteração da resistência vascular femural não está envolvida nas respostas produzidas pelos<br />

dois peptí<strong>de</strong>os na CVLM. Os dados sugerem que o efeito produzido pela Ang II e Ang-(1-7) na<br />

CVLM envolve a participação <strong>de</strong> diferentes populações neuronais e/ou diferentes vias periféricas<br />

que po<strong>de</strong>m estar parcialmente comprometidas nos SHR.<br />

Apoio: CNPq, FAPEMIG, CAPES e PRONEX<br />

Sem título-32 44<br />

26/06/03, 15:12<br />

44<br />

ANÁLISE DA EXPRESSÃO DO RNAm DO ANGIOTEN-<br />

SINOGÊNIO NO NÚCLEO DO TRATO SOLITÁRIO E NÚCLEO<br />

PARAVENTRICULAR DO HIPOTÁLAMO DE RATOS HIPERTEN-<br />

SOS PELA COARCTAÇÃO DA AORTA ABDOMINAL<br />

JR Maximino, MFR Ferrari, DR Fior-Chadi.<br />

Departamento <strong>de</strong> Fisiologia do Instituto <strong>de</strong> Biociências, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

São Paulo<br />

Objetivo: O sistema angiotensinérgico está envolvido no <strong>de</strong>senvolvimento e manutenção da pressão<br />

arterial em diferentes mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> hipertensão. Este trabalho analisou a expressão do RNAm do<br />

angiotensinogênio (AOGEN), precursor da Angiotensina II (Ang II), no núcleo do trato solitário<br />

(NTS) e núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN) <strong>de</strong> ratos hipertensos pela coarctação da aorta<br />

abdominal utilizando a técnica da hibridização in situ.<br />

Métodos e Resultados: Foram utilizados ratos machos Wistar Kyoto pesando aproximadamente<br />

250 g. Os animais foram submetidos a uma coarctação da aorta abdominal (n = 6) ou a uma operação<br />

simulada (n = 6). Os animais foram sacrificados 2 horas, 3 ou 7 dias após a cirurgia e seus<br />

encéfalos foram removidos e congelados. Secções foram obtidas da medula oblonga e hipotálamo<br />

para análise do NTS e PVN, respectivamente. As secções foram colocadas em lâminas com poli-llisina,<br />

pré-hibridizadas e então hibridizadas com uma sonda <strong>de</strong> oligonucleotí<strong>de</strong>o complementar ao<br />

RNAm do AOGEN, marcado com 35 S. As secções foram lavadas e expostas a um filme sensível a<br />

radioativida<strong>de</strong> por 4 semanas. O filme foi quantificado utilizando um sistema <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> imagens.<br />

Foi observado uma diminuição na expressão do RNAm do AOGEN no NTS 3 dias após a cirurgia<br />

(0,087 ± 0,004 vs 0,062 ± 0,003 para os grupos controle e coarctado respectivamente, p < 0,05). Não<br />

houve alteração nos outros dois períodos analisados: 2 horas (0,092 ± 0,007 vs. 0,081 ± 0,004) e 7<br />

dias (0,068 ± 0,003 vs. 0,061 ± 0,004). Nenhuma alteração significativa foi observada no PVN: 2<br />

horas (0,063 ± 0,007 vs. 0,050 ± 0,006), 3 dias (0,069 ± 0,003 vs. 0,059 ± 0,008) e 7 dias (0,076 ±<br />

0,006 vs. 0,071 ± 0,007). Foi utilizado o teste U <strong>de</strong> Mann-Whitney para a análise estatística.<br />

Conclusões: Os resultados <strong>de</strong>monstraram uma diminuição na expressão do RNAm do AOGEN no<br />

NTS 3 dias após a coarctação da aorta abdominal, o que po<strong>de</strong> ser relevante para a compreensão do<br />

papel do sistema nervoso central no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> hipertensão.<br />

Apoio Financeiro: Fapesp (99/10629-4, 99/10219-0 e 99/10218-4) e CNPq (521004/97-7).<br />

A DESNERVAÇÃO SINO-AÓRTICA EM RATOS: UMA<br />

NOVA ABORDAGEM CIRÚRGICA<br />

ED Moreira, F Ida, VLL Oliveira, EM Krieger<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> – Divisão <strong>de</strong> Experimentação do InCor-HCFMUSP, São<br />

Paulo, SP<br />

Objetivo: Desenvolver uma nova abordagem cirúrgica para a realização da DSA em ratos diminuindo<br />

o traumatismo e evitando a simpatectomia cervical.<br />

Métodos e Resultados: Os animais foram submetidos à DSA através <strong>de</strong> duas técnicas :1) técnica<br />

convencional, N = 7 (DSA1); 2) nova técnica, N = 6 (DSA2). Os sinais <strong>de</strong> PA foram digitalizados e<br />

processados através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> dados. A <strong>de</strong>snervação foi testada pela resposta<br />

reflexa da FC após administração <strong>de</strong> fenilefrina e nitroprussiato <strong>de</strong> sódio. A DSA1 foi realizada pela<br />

técnica convencional (Circ Res 15: 511–521, 1964). A DSA2 constou <strong>de</strong> uma incisão mediana,<br />

próximo a região maxilar inferior, on<strong>de</strong> foi isolado e seccionado o laríngeo superior e o nervo <strong>de</strong><br />

Hering (presso carotí<strong>de</strong>o) na bifurcação das carótidas <strong>de</strong> ambos os lados. A PAM (DSA1: 113 ± 14<br />

e DSA2: 117 ± 15 mmHg) e a FC (DSA1: 354 ± 32 e DSA2: 364 ± 52 bpm) foram semelhantes entre<br />

os 2 grupos e os controles (N = 5;107 ± 9 mmHg e 361 ± 36 bpm). A variabilida<strong>de</strong> da PA dos grupos<br />

<strong>de</strong>snervados (DSA1: 11 ± 4 vs. DSA2: 10 ± 4), foi maior do que nos controles (5 ± 2). A resposta<br />

bradicárdica estava igualmente <strong>de</strong>primida nos grupos <strong>de</strong>snervados (0,89 ± 0,56 vs. 0,70 ± 0,33 bpm/<br />

mmHg, na DSA1 e na DSA2) em relação aos controles (1,81 ± 0,72), assim como a taquicardia<br />

reflexa (DSA1: 0,99 ± 0,48 e DSA2: 0,94 ± 0,27 vs. 3,07 ± 1,19 bpm/mmHg, nos controles).<br />

Conclusão: A nova técnica cirúrgica da DSA provoca <strong>de</strong>pressão da regulação do baroreflexo semelhante<br />

à técnica clássica, com menor traumatismo e mantendo íntegro o simpático cervical.<br />

Suporte financeiro: Fapesp, Fundação E, J. Zerbini


147 VARIABILIDADE DO INTERVALO CARDÍACO E DA 148<br />

PRESSÃO ARTERIAL EM CAMUNDONGOS COM DESVERVAÇÃO<br />

SINO-AÓRTICA: ESTUDO POR ANÁLISE ESPECTRAL<br />

R Fazan Jr. 1 , M Oliveira2 , VJ Dias da Silva1 , HC Salgado2 .<br />

Departamento <strong>de</strong> Ciências Biológicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina do Triângulo<br />

Mineiro, Uberaba, MG1 e Departamento <strong>de</strong> Fisiologia da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong><br />

Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, SP2 Introdução: A relativa facilida<strong>de</strong> em se conseguir manipulações genéticas em camundongos, faz<br />

<strong>de</strong>ssa espécie um gran<strong>de</strong> foco <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> pesquisadores. Entretanto, o pequeno tamanho dos<br />

camundongos requer uma adaptação das técnicas rotineiramente usadas em animais maiores. No<br />

presente estudo investigamos, por meio da <strong>de</strong>snervação sino aórtica, o papel dos barorreceptores no<br />

controle da pressão arterial (PA) e intervalo cardíaco (IC), em camundongos normais.<br />

Métodos e Resultados: Na véspera dos experimentos, sob anestesia do pentobarbital sódico (40 µg/<br />

g, ip), camundongos da linhagem C57Black foram implantados com cânulas <strong>de</strong> polietileno (PE10)<br />

na carótida e na jugular externa, e submetidos à <strong>de</strong>snervação sino-aórtica (DSA, N = 7), segundo a<br />

técnica <strong>de</strong>scrita por Krieger (1964), ou cirurgia fictícia (CON, N = 9). No dia seguinte, sem efeito da<br />

anestesia, a cânula arterial foi conectada a um transdutor <strong>de</strong> pressão e, após período <strong>de</strong> adaptação do<br />

animal ao ambiente experimental, 30 min <strong>de</strong> PA pulsátil basal foi registrada em um microcomputador<br />

(amostragem 2 kHz). Os valores, batimento a batimento da PA sistólica e diastólica foram <strong>de</strong>tectados<br />

e os intervalos entre valores sucessivos <strong>de</strong> PA diastólica foram medidos. Os valores basais da PA<br />

sistólica, diastólica e IC não foram diferentes entre animais CON (122 ± 3.6, 91 ± 5 mmHg e 121 ±<br />

13 ms) e DSA (126 ± 7, 96 ± 7 mmHg e 118 ± 5 ms). Análise espectral, por mo<strong>de</strong>lamento<br />

autorregressivo, das séries, batimento a batimento <strong>de</strong> IC e PA sistólica foi realizada, e os componentes<br />

oscilatórios encontrados em baixa (BF 0,1 a 1 Hz) e alta freqüência (AF 1 a 5 Hz) encontram-se<br />

na tabela abaixo, juntamente com a variância total das séries temporais (valores médios ± EPM):<br />

Intervalo Cardíaco (ms2 ) Pressão Sistólica (mmHg2 )<br />

var BF AF var BF AF<br />

CON 20,6 ± 5 1,85 ± 0,9 3,09 ± 1,1 19,2 ± 5 4,02 ± 1,0 1,74 ± 03<br />

DSA 8,5 ± 2* 0,22 ± 0,1* 1,83 ± 0,3 43,9 ± 11* 4,81 ± 2,3 6,75 ± 1,7<br />

*p < 0,05 comprado ao grupo CON.<br />

Conclusões: A análise espectral mostrou que os componentes oscilatórios (lento e rápido) <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong><br />

do IC e da PA camundongos, encontrados em outras espécies animais, também estão presentes<br />

em camundongos. Entretanto, a elucidação do significado funcional dos ritmos <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong><br />

encontrados requerem estudos complementares. Os resultados mostram que a DSA, apesar <strong>de</strong><br />

não alterar os níveis basais, aumenta a variabilida<strong>de</strong> total da PA e reduz da variabilida<strong>de</strong> do IC. Mais<br />

ainda, a maior variabilida<strong>de</strong> da PA nos animais com DSA não foi <strong>de</strong>vido ao aumento <strong>de</strong> suas variações<br />

rítmicas, mostrando que a falta dos barorreceptores reduz a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impedir variações<br />

randômicas da PA.<br />

149<br />

O TREINAMENTO FÍSICO E A REGULAÇÃO DA PRES-<br />

SÃO ARTERIAL EM RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTEN-<br />

SOS (SHR)<br />

1 1 1 3 2 1 Zamo FS**, Berni V*, De La Fuente R*, Coelho MA, Oliveira EM, Irigoyen MC<br />

1 Lab. <strong>Hipertensão</strong> Experimental, 2 Lab. Genética e Cardiologia Molecular, InCor –<br />

FMUSP, 3 EEEFE-USP, São Paulo<br />

Objetivos: Estudar os efeitos do treinamento físico (TF) sobre o perfil hemodinâmico em ratos<br />

espontaneamente hipertensos (SHR) antes e após o estabelecimento da hipertensão.<br />

Material e Métodos: Ratos machos SHR se<strong>de</strong>ntários (SED, n = 6) foram comparados com ratos<br />

machos SHR jovens (1 mês) e adultos (3 meses) treinados sob baixa (JOTB, n = 4;e ADTB, n = 10,<br />

respectivamente) e alta intensida<strong>de</strong>s (JOTA, n = 4;e ADTA, n = 8). O protocolo <strong>de</strong> TF foi <strong>de</strong> 12<br />

semanas, 1h/dia, 5 vezes/semana a 50% e a 70%, baixa e alta intensida<strong>de</strong>s respectivamente. Foram<br />

feitos registros <strong>de</strong> pressão arterial (PA, mmHg) e freqüência cardíaca (FC).<br />

Resultados: O TF reduziu significativamente a PA diastólica do grupo JOTB quando relacionado<br />

com os grupos ADTB (135 ± 1 vs. 151 ± 2; p < 0,05), ADTA (135 ± 1 vs. 156 ± 1; p < 0,01) e JOTA<br />

(135 ± 1 vs. 158 ± 7; p < 0,01). Essa redução significativa também foi verificada na PA sistólica<br />

quando comparado o grupo JOTB com ADTB e JOTA (191 ± 3 vs. 217 ± 3 e vs. 222 ± 9; p < 0,01).<br />

Quanto à PA média verificou-se atenuação significante no grupo JOTB ao relacioná-lo com o ADTB<br />

(163 ± 2 vs. 180 ± 2; p < 0,01) e também quando relacionamos JOTB com ADTA e JOTA (163 ± 2<br />

vs. 185 ± 2 e vs. 188 ± 7 respectivamente, com p < 0,001). Não se verificou diferenças na FC em<br />

nenhum dos grupos analisados.<br />

Conclusões: Os resultados obtidos sugerem que o TF <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong> reduz a PA <strong>de</strong> SHR<br />

apenas quando realizado precocemente, antes do estabelecimento da hipertensão. O TF <strong>de</strong> alta intensida<strong>de</strong><br />

não modifica a PA em animais com a hipertensão estabelecida nem em animais jovens,<br />

antes do estabelecimento da hipertensão. O TF em esteira parece não modificar a FC em ratos<br />

espontaneamente hipertensos.<br />

Sem título-32 45<br />

26/06/03, 15:13<br />

45<br />

<strong>Posters</strong><br />

PARTICIPAÇÃO DE RECEPTORES AT NA INVERSÃO<br />

1<br />

DA VARIAÇÃO CIRCADIANA DA PRESSÃO ARTERIAL PRODU-<br />

ZIDA POR INFUSÃO CRÔNICA DE ANGIOTENSINA II EM RA-<br />

TOS<br />

ANG Braga, MS Lemos, RAS Santos<br />

Laboratório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>, ICB - UFMG – Belo Horizonte<br />

Objetivo: Neste estudo foi avaliada a contribuição dos receptores AT 1 no efeito da infusão crônica<br />

<strong>de</strong> angiotensina II (Ang II) sobre a variação circadiana da pressão arterial e freqüência cardíaca e a<br />

resposta ao estresse <strong>de</strong> contenção em ratos.<br />

Métodos e Resultados: A pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) <strong>de</strong> ratos Wistar<br />

machos foram registradas por telemetria, por um período <strong>de</strong> 33 dias, com coletas a cada 10 minutos<br />

por 10 segundos durante 24 horas. Animais tratados ou não com losartan (10 mg/Kg na água <strong>de</strong><br />

beber) receberam infusão sub-cutânea (mini bombas osmóticas) <strong>de</strong> Ang II (6 µg/h) ou veículo (NaCl<br />

0,9%) por sete dias. O tratamento com losartan, iniciado três dias antes da implantação das minibombas,<br />

foi suspenso ao final da infusão. Estresse <strong>de</strong> contenção foi realizado antes, durante e após<br />

a infusão, com sete dias <strong>de</strong> intervalo. A infusão <strong>de</strong> Ang II produziu aumento significante nos níveis<br />

da PAM diurnos (91 ± 0,3 mmHg - controle; 127 ± 0,8 mmHg – infusão) como noturnos (101 ± 0,4<br />

mmHg - controle; 121 ± 0,7 mmHg), invertendo a variação circadiana <strong>de</strong>sse parâmetro, bradicardia<br />

sem alteração <strong>de</strong> ritmo circadiano, e atenuou o aumento da PAM produzido pelo estresse <strong>de</strong> contenção.<br />

Os animais que receberam losartan seguido <strong>de</strong> infusão <strong>de</strong> salina apresentaram leve, mas significante,<br />

redução dos valores diurnos e noturnos da PAM e FC, sem alteração da variação circadiana.<br />

A elevação da pressão arterial, a atenuação do aumento da PAM em resposta ao estresse e a inversão<br />

da variação circadiana da PAM produzidas pela Ang II foram abolidas pelo tratamento com losartan.<br />

Em presença <strong>de</strong> losartan a infusão <strong>de</strong> Ang II produziu redução da FC especialmente à noite, reduzindo<br />

a variação circadiana <strong>de</strong>sse parâmetro.<br />

Conclusão: Estes dados mostram que os efeitos da Ang II sobre a PAM e sua variação circadiana<br />

são mediados por receptores AT 1 . Receptores AT 2 po<strong>de</strong>m estar envolvidos nas alterações <strong>de</strong> FC<br />

produzidas por esse pepti<strong>de</strong>o.<br />

Apoio financeiro: PRONEX, CAPES, CNPq e FAPEMIG<br />

150<br />

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO E DOS HOR-<br />

MÔNIOS OVARIANOS NA RESISTÊNCIA À INSULINA EM RATAS<br />

SHR<br />

1 1 2 2 3 1 Koo EN**, Lima MS**, Furukawa LNS, Heimann JC, Michelini LC, Carvalho MHC<br />

1 2 Departamento <strong>de</strong> Farmacologia - ICB/USP, Laboratório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong><br />

Experimental – Fac. <strong>de</strong> Medicina / USP, 3Departamento <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica –<br />

ICB/USP<br />

Objetivos: Sabe-se que a sensibilida<strong>de</strong> à insulina está alterada na hipertensão e na menopausa. O<br />

objetivo do presente estudo é verificar o efeito do treinamento físico crônico na sensibilida<strong>de</strong> à<br />

insulina <strong>de</strong> ratas espontaneamente hipertensas (SHR), em estro fisiológico e castradas.<br />

Métodos: Foram utilizadas ratas SHR em estro fisiológico, se<strong>de</strong>ntárias (EFS) e treinadas (EFT) e<br />

ooforectomizadas, se<strong>de</strong>ntárias (OOFS) e treinadas (OOFT). A castração foi realizada com 13 semanas<br />

(fase <strong>de</strong> hipertensão estabelecida e maturida<strong>de</strong> sexual) e o treinamento físico <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong><br />

(40% TEM) foi iniciado para os dois grupos (EFT e OOFT) com 17 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e duração<br />

<strong>de</strong> 13 semanas. Medidas <strong>de</strong> pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) foram realizadas<br />

em ratas acordadas; glicemia basal (GLI), sensibilida<strong>de</strong> à insulina (SENS-CLAMP), em animais<br />

anestesiados.<br />

Resultados (média ± EPM): A PAM (EFS = 182 ± 5 -n = 8, EFT = 183 ± 4 -n = 13, OOFS = 177<br />

± 5 – n = 11, OOFT = 176 ± 4 mmHg – n = 14) e a FC (EFS = 405 ± 14 – n = 8, EFT = 381 ± 14 –<br />

n = 13, OOFS = 358 ± 8 – n = 11, OOFT = 391 ± 11 bpm – n = 14) não foram diferentes nos quatro<br />

grupos. A GLI (mg/dL) foi maior (p < 0,05) nos grupos OOF vs. EF (OOF = 84,5 ± 2,45 – n = 18,<br />

EF = 76,0 ± 2,37 – n = 18). A SENS-CLAMP (mg.kg -1 .min -1 ) estava aumentada no grupo EFS (p <<br />

0,05) (EFS = 13,21 ± 1,82 – n = 7, EFT = 6,47 ± 1,82 – n = 7, OOFS = 7,42 ± 1,82 – n = 7, OOFT<br />

= 5,82 ± 1,71 – n = 8).<br />

Conclusões: O aumento da glicemia basal nos grupos OOF indica uma diminuição da sensibilida<strong>de</strong>,<br />

o que foi confirmado pelas medidas <strong>de</strong> clamp. Esta diminuição não é melhorada pelo exercício<br />

físico. Além disso o exercício não parece ser benéfico nos grupos EF.<br />

Apoio: CAPES, CNPq.


151<br />

<strong>Posters</strong><br />

AVALIAÇAO DA CONTRIBUIÇÃO DA ANGIOTENSINA-<br />

(1-7) ENDÓGENA PARA A POTENCIAÇÃO DA BRADICININA<br />

PELO CAPTOPRIL, EM RATOS<br />

LG Maia, MC Ramos, CV Lima, RAS SANTOS.<br />

Laboratório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>, Departamento <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica, ICB, UFMG<br />

O objetivo <strong>de</strong>sse trabalho foi avaliar a contribuição da Angiotensina (Ang)-(1-7) no mecanismo <strong>de</strong><br />

potenciação da bradicinina (BK) pelo Captopril. Vinte e quatro horas antes do experimento ratos<br />

Wistar machos (250–320g), foram anestesiados com tribromo etanol 2,5% (1 ml/100 g) e cânulas <strong>de</strong><br />

polietileno (PE 10 conectado a PE 50) foram introduzidas na arteria femoral para medida <strong>de</strong> pressão<br />

arterial e nas veias femorais para infusão e injeção intravenosa. Curvas dose-resposta <strong>de</strong> BK (40–<br />

1250 ng, n = 13), Ang I (5–20 ng, n = 6) ou Ang II (1,25–10 ng, n = 6) foram feitas antes, 10 minutos<br />

após Captopril (10 mg/Kg i.v.) e 10 após o início da infusão do antagonista <strong>de</strong> Ang-(1-7), A-779 (83<br />

ng/min/60 min) ou salina (0,4 ml/60min). A infusão <strong>de</strong> A-779 ou salina se iniciou 60 minutos após<br />

a administração <strong>de</strong> Captopril. O tratamento com Captopril produziu redução do efeito pressor da<br />

Ang I em aproximadamente 75% sem alterar o efeito pressor da Ang II. Esse efeito do Captopril não<br />

foi alterado pela infusão <strong>de</strong> A-779 ou salina. O efeito hipotensor da BK aumentou 10-20 vezes após<br />

administração <strong>de</strong> Captopril. A infusão <strong>de</strong> A-779 produziu redução significativa da potenciação do<br />

efeito hipotensor da BK pelo Captopril: em presença <strong>de</strong> A-779 o efeito <strong>de</strong> uma dose dupla <strong>de</strong> BK foi<br />

igual ao efeito produzido por uma dose simples <strong>de</strong>sse peptí<strong>de</strong>o. Esses resultados sugerem que a<br />

Ang-(1-7) ou um mecanismo relacionado a esse peptí<strong>de</strong>o contribui para a potenciação do efeito<br />

hipotensor da BK pelo Captopril, sem envolvimento direto da enzima conversora <strong>de</strong> angiotensina<br />

(ECA). Esses dados também sugerem que a Ang-(1-7) po<strong>de</strong> contribuir para os efeitos cardiovasculares<br />

dos inibidores da ECA, que envolvam a BK.<br />

Apoio Financeiro: PRONEX-CNPq.<br />

153 EFEITO DA ANGIOTENSINA-(1-7) NAS ARRITMIAS DE 154<br />

REPERFUSÃO EM COROAÇÃO ISOLADO DE RATO<br />

AJ Ferreira, RAS Santos, AP Almeida<br />

Laboratório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>, ICB, UFMG, Belo Horizonte/MG<br />

Objetivo: Este trabalho avaliou os efeitos da Angiotensina-(1-7) nas arritmias <strong>de</strong> reperfusão em<br />

corações isolados <strong>de</strong> ratos.<br />

Materiais e resultados: Corações <strong>de</strong> ratos wistar machos foram perfundidos com Solução <strong>de</strong> Krebs-<br />

Ringer mantida a temperatura <strong>de</strong> 37 ± 1 o C, constantemente gaseificada com uma mistura <strong>de</strong> O 2<br />

(95%) e CO 2 (5%) e submetidos a uma pressão constante <strong>de</strong> 65 mmHg <strong>de</strong> acordo com a técnica <strong>de</strong><br />

Langendorff. A ativida<strong>de</strong> elétrica foi registrada por meio <strong>de</strong> um Eletrocardiograma (Derivação<br />

bipolar). Isquemia regional foi induzida pela ligação da artéria coronária esquerda por 15 minutos.<br />

Após o período <strong>de</strong> isquemia, os corações foram reperfundidos por 30 minutos. As arritmias cardíacos<br />

foram <strong>de</strong>finidas pela presença <strong>de</strong> taquicardia ventricular e/ou fibrilação ventricular após a liberação<br />

da ligadura da artéria coronária esquerda. Ang II (0,20 nM, n = 10) produziu um significante<br />

aumento na incidência e na duração das arritmias <strong>de</strong> reperfusão. Por outro lado, Ang-(1-7) quando<br />

presente na Solução <strong>de</strong> Krebs-Ringer (0,22 nM, n = 11) reduziu a incidência e a duração das arritmias.<br />

O efeito antiarritmogênico da Ang-(1-7) foi bloqueado pela antagonista seletivo do receptor<br />

da Ang-(1-7), o A-779 (2 nM, n = 9) e pelo pré-tratamento com inibidor da síntese <strong>de</strong> prostaglandina<br />

(indometacina, n = 8). Entretanto, não foi bloqueado pelo antagonista do receptor B 2 da bradicinina,<br />

o HOE 140 (100 nM, n = 10) e nem pelo pré-tratamento com o inibidor da síntese <strong>de</strong> óxido nítrico<br />

(L-NAME, n = 8).<br />

Conclusão: Estes resultados sugerem que o efeito antiarritmogênico da Ang-(1-7) é mediado pelo<br />

seu receptor específico. Além disso, a liberação <strong>de</strong> prostaglandinas endógenas induzidas por baixas<br />

concentrações <strong>de</strong> Ang-(1-7) contribui para a diminuição das injúrias <strong>de</strong> isquemia e <strong>de</strong> reperfusão<br />

reversíveis e/ou irreversíveis.<br />

Apoio financeiro: PRONEX, CNPq, CAPES e FAPEMIG.<br />

Sem título-32 46<br />

26/06/03, 15:13<br />

46<br />

152<br />

A FREQÜÊNCIA INTRÍNSECA DE MARCAPASSO CAR-<br />

DÍACO FOI ATENUADA EM RATOS COM DIABETES CRÔNICO<br />

EXPERIMENTAL TRATADOS COM INSULINA<br />

1 1 2 1 LAF Men<strong>de</strong>s, RS Parra, R Fazan Jr, HC Salgado<br />

Deptos. <strong>de</strong> 1Fisiologia da FMRP – USP, Ribeirão Preto, SP e 2Ciências Biológicas da<br />

FMTM, Uberaba, MG<br />

Introdução: Estudos em preparação isolada e in vivo mostram que ratos com diabetes, induzido por<br />

estreptozotocina (STZ), apresentam uma <strong>de</strong>pressão na ativida<strong>de</strong> basal do marcapasso cardíaco. No<br />

presente trabalho, ratos que receberam STZ foram tratados com insulina, a fim <strong>de</strong> se averiguar se a<br />

insulina era capaz <strong>de</strong> prevenir alterações presentes na Freqüência Intrínseca <strong>de</strong> Marcapasso (FIMP)<br />

cardíaco documentada nos animais diabéticos.<br />

Métodos: Ratos Wistar machos receberam em dose única STZ (50 mg/kg i.v.) ou veículo (N = 7).<br />

Os animais que receberam STZ foram divididos em um grupo não tratado (N = 7), e outro (N =<br />

11)com reposição insulínica (9 UI/kg, s.c.) diária. Após 12–16 semanas, foi realizado um registro da<br />

freqüência cardíaca (FC) por um período basal (30 min), e em seguida foi realizado o duplo bloqueio<br />

farmacológico com Metilatropina (4 mg/kg) e Propranolol (5 mg/kg).<br />

Resultados: A glicemia dos diferentes grupos foi a seguinte: veículo 114 ± 8 mg/dl, STZ 346 ± 6<br />

mg/dl e STZ + insulina 110 ± 7 mg/dl. A FC basal dos animais injetados com STZ tratados com<br />

insulina (306 ± 12 bpm), ou não (290 ± 5 bpm), estava diminuída em relação ao grupo que recebeu<br />

veículo (347 ± 8 bpm). Com o duplo bloqueio farmacológico, a FIMP dos animais que receberam<br />

STZ tratados com insulina (334 ± 12 bpm), ou não (308 ± 4 bmp), também se apresentou diminuída<br />

em relação ao grupo controle (382 ± 8 bpm).<br />

Conclusões: A FIMP se apresentou reduzida nos animais com diabetes crônico experimental induzido<br />

por STZ, e o tratamento insulínico diário não preveniu esta atenuação. Esses dados sugerem<br />

que, talvez, não seja a hiperglicemia a responsável pela alteração no marcapasso cardíaco encontrado,<br />

uma vez que a glicemia estava restaurada nos animais com tratamento insulínico.<br />

Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq, PRONEX I<br />

INDUÇÃO DO RECEPTOR B1 DE CININAS EM CÉLU-<br />

LAS ENDOTELIAIS SOB ESTRESSE OXIDATIVO<br />

TV Gualberto, DV Schnei<strong>de</strong>r, VF Merino, JB Pesquero, CRA Bertoncini<br />

CEDEME/ Departamento <strong>de</strong> Biofísica – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo - SP<br />

Introdução: Os organismos aeróbicos estão permanentemente sujeitos ao processo <strong>de</strong> estresse oxidativo,<br />

cujas causas e conseqüências estão associadas com a presença <strong>de</strong> radicais livres que se formam<br />

como intermediários da redução do oxigênio (IROS) e do nitrogênio. São eles, o ânion radical<br />

superóxido, o peróxido <strong>de</strong> hidrogênio (H 2 O 2 ), o radical hidroxila e o óxido nítrico (NO). De fato, a<br />

maior parte das moléculas <strong>de</strong> oxigênio (>90%) é reduzida diretamente à água pela citocromo oxidase,<br />

prevenindo a liberação <strong>de</strong> IROS. No entanto, o mecanismo cineticamente favorável é a das etapas<br />

monoeletrônicas formando IROS, as quais causam lesões em importantes biomoléculas, como as<br />

proteínas e o DNA. Daí a importância das várias <strong>de</strong>fesas antioxidantes, como as vitaminas C e E e as<br />

enzimas removedoras <strong>de</strong> IROS, superóxido dismutase e catalase, entre outras. Porém, quando os<br />

níveis <strong>de</strong> IROS sobrepõem-se a estas <strong>de</strong>fesas, po<strong>de</strong> ocorrer o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento ou agravamento <strong>de</strong><br />

várias patologias, como câncer, artrite e doenças cardiovasculares. Entretanto, a hipertensão é uma<br />

doença classicamente estudada e clinicamente tratada, entre outras etiologias, como o resultado <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>sequilíbrio entre os sistemas renina-angiotensina (RA) e calicreina-cininas (CC), on<strong>de</strong> prevalece<br />

o efeito vasoconstritor do primeiro sobre a vasodilatação mediada pela bradicinina. Por outro<br />

lado, os dados <strong>de</strong> estudos recentes têm <strong>de</strong>monstrado que o estado redox das células, principalmente<br />

o resultado do balanço entre as concentrações absolutas <strong>de</strong> IROS e óxido nítrico (NO), po<strong>de</strong> contribuir<br />

significativamente para a disfunção endotelial. Além disso, o fator <strong>de</strong> transcrição NF-kappa B,<br />

conhecido como mediador da resposta ao estresse oxidativo, tem sido apontado como um dos principais<br />

indutores do Receptor B1 <strong>de</strong> cininas (BKB1R) em animais injetados com lipopolissacarí<strong>de</strong>os<br />

(LPS). Assim, nós formulamos a hipótese <strong>de</strong> que o estresse oxidativo induziria a expressão e funcionalida<strong>de</strong><br />

do BKB1R em células <strong>de</strong> mamíferos em cultura.<br />

Métodos: Células endoteliais <strong>de</strong> camundongo foram tratadas por 30 min com 1 mM <strong>de</strong> H 2 O 2 em PBSA<br />

ou 10 ug/ml <strong>de</strong> LPS e incubadas por mais 5 h a 37 0 C em meio <strong>de</strong> cultura F5. RT-PCR e “Cytosensor”<br />

foram utilizados para <strong>de</strong>tectar o m-RNA e a funcionalida<strong>de</strong> do BKB1R, respectivamente.<br />

Resultados: Os níveis <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> m-RNA e os valores da taxa <strong>de</strong> acidificação do meio extracelular<br />

em resposta ao agonista do BKB1R em células expostas a H 2 O 2 foram semelhantes aqueles<br />

induzidos por LPS. Nas células não tratadas, foram observados menos <strong>de</strong> 20% do total <strong>de</strong> m-RNA<br />

<strong>de</strong> BKB1R induzido por LPS e H 2 O 2 . Também foi muito baixa a resposta das células controle quando<br />

submetidas à análise por “Cytosensor”.<br />

Conclusões: Nossos resultados mostram a indução do receptor B1 <strong>de</strong> cininas por IROS in vitro.<br />

Como o radical superóxido é um vasoconstritor fisiológico, produzido entre outras fontes pela NAPDH<br />

oxidase induzida pela angiotensina II, é possível sugerir que o receptor B1 venha a se constituir num<br />

novo elo entre os sistemas RA e CC, além da ECA e da angiotensina 1-7. Neste caso, a indução <strong>de</strong><br />

BKB1R por superóxido po<strong>de</strong>ria implicar numa compensadora vasodilatação, aliviando o agravamento<br />

da hipertensão, quando esta é imposta pela elevação <strong>de</strong> IROS e/ou baixa biodisponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> NO. Por conseguinte, BKB1R, um receptor em estudo para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> drogas contra<br />

inflamação e dor, po<strong>de</strong>rá vir a estabelecer-se também como um alvo para agentes farmacológicos<br />

reguladores da homeostase vascular.


155<br />

O GENE DA RENINA E A HIPERTENSÃO ESSENCIAL:<br />

ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO MboI EM<br />

CAUCASÓIDES<br />

MAN Me<strong>de</strong>irosa , FD Fuchsb , I Roisenberga a b Departamento <strong>de</strong> Genética, Instituto Biociências e Serviço <strong>de</strong> Cardiologia, Hospital <strong>de</strong><br />

Clínicas <strong>de</strong> Porto Alegre. Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Porto Alegre-RS<br />

A hipertensão essencial (HTE) é um grupo heterogêneo <strong>de</strong> doenças que engloba formas muito raras <strong>de</strong><br />

síndromes hipertensivas men<strong>de</strong>lianas até alterações multifatoriais muito comuns, nas quais existe uma complexa<br />

interação entre genes com baixa penetrância e fatores ambientais. O sistema renina-angiotensina (SRA)<br />

apresenta um papel central na regulação da pressão sangüínea. A renina é uma enzima chave do SRA,<br />

iniciando a cascata <strong>de</strong> reações que resulta na produção <strong>de</strong> angiotensina II, um potente vasoconstritor. Dessa<br />

maneira, o gene da renina é consi<strong>de</strong>rado um bom candidato para estudos que buscam a elucidação das bases<br />

genéticas da hipertensão essencial (HTE). O gene da renina está localizado no cromossomo 1 (1q32-42), é<br />

composto por 10 exons que compreen<strong>de</strong>m aproximadamente 12 kb. Um polimorfismo no íntron 9 do gene<br />

da renina, reconhecido pela endonuclease <strong>de</strong> restrição MboI, foi associado com a susceptibilida<strong>de</strong> à HTE em<br />

diferentes grupos étnicos, entretanto os resultados ainda não são conclusivos. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi<br />

verificar a distribuição do polimorfismos MboI em caucasói<strong>de</strong>s do Sul do Brasil e avaliar a possível associação<br />

<strong>de</strong>sse polimorfismos com a HTE nesta população.<br />

Métodos: O estudo compreen<strong>de</strong>u um total <strong>de</strong> 200 indivíduos, sendo 100 hipertensos (59,8 ± 10,1 anos) selecionados<br />

no Ambulatório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> do Hospital <strong>de</strong> Clínicas <strong>de</strong> Porto Alegre e 100 indivíduos da população em<br />

geral (57,8 ± 8,2 anos), utilizados como grupo controle. Através da reação em ca<strong>de</strong>ia da polimerase (PCR), os<br />

indivíduos foram genotipados para o polimorfismo MboI do gene da renina. Um fragmento <strong>de</strong> 250 pb foi amplificado<br />

utilizando os primers apropriados. A presença do sítio <strong>de</strong> restrição para MboI (alelo +) resulta em dois<br />

fragmentos <strong>de</strong> 171 pb e 79 pb. Na ausência do sítio, o fragmento <strong>de</strong> 250 pb permanece intacto (alelo -). As<br />

freqüências alélicas nos dois grupos foram comparadas pelo teste <strong>de</strong> Chi-quadrado (c 2 ).<br />

Resultados e Conclusões: Distribuição das freqüências alélicas e genotípicas do polimorfismo MboI do<br />

gene da renina no grupo hipertenso e controle.<br />

Polimorfismo MboI Controles (n = 100) Hipertensos (n = 100)<br />

+ + 13 7<br />

Genótipos + - 37 43<br />

- - 50 50<br />

χ2 Alelos +<br />

= 2,25; df = 2; P = 0,32<br />

63 57<br />

- 137 143<br />

χ 2 = 0,43; df = 1; P = 0,51<br />

A distribuição genotípica, no grupo hipertenso e controle, está em Equilíbrio <strong>de</strong> Hardy-Weinberg. A freqüência<br />

do alelo (+) do polimorfismo para MboI na população em geral foi <strong>de</strong> 31.5%, compatível com a freqüência<br />

observada para este polimorfismo em diferentes grupos <strong>de</strong> normotensos encontrados na literatura, cuja freqüência<br />

varia <strong>de</strong> 24% à 36%. Não foram encontradas diferenças significativas entre hipertensos e o grupo controle<br />

quanto à distribuição alélica do polimorfismo MboI (c 2 = 0,43; p = 0,51). Assim sendo, em relação à população<br />

estudada, os nossos resultados sugerem que o polimorfismo MboI não está associados com a HTE.<br />

157 PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA NEP-LIKE 158<br />

DE CÉLULAS MESANGIAIS EM CULTURA<br />

F Ebihara, GS Di Marco, MCC Andra<strong>de</strong>, MA Juliano, DE Casarini<br />

UNIFESP – São Paulo<br />

Introdução: A regulação da pressão arterial se faz com o balanço entre hormônios vasopressores e<br />

vaso<strong>de</strong>pressores sistêmicos e locais. A importância do sistema vaso<strong>de</strong>pressor parece residir num<br />

papel regulador da pressão sangüínea e patogênese da hipertensão. Os sistemas vaso<strong>de</strong>pressores<br />

calicreína-cinina e prostaglandinas, bem como o sistema vasopressor renina-angiotensina, estão relacionados,<br />

participando do controle da pressão arterial. As células mesangiais (CM) têm uma função<br />

biológica complexa e são alvo <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> substâncias vasoativas capazes <strong>de</strong> modificar<br />

o processo <strong>de</strong> filtração renal. A bradicinina (BK) é um peptí<strong>de</strong>o vasoativo que participa da regulação<br />

da função renal, incluindo excreção <strong>de</strong> água e sódio, e síntese <strong>de</strong> prostaglandinas, sendo que sua<br />

concentração intrarenal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da sua produção pela calicreína e <strong>de</strong>gradação pelas cininases. Inicialmente<br />

i<strong>de</strong>ntificamos doze enzimas com ativida<strong>de</strong> cininásica no intracelular e meio <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong><br />

células mesangiais primárias. Uma vez encontrado o mesmo perfil enzimático para as células<br />

mesangiais imortalizadas (CMI), neste trabalho, purificamos e caracterizamos parcialmente a<br />

endopeptidase neutra (NEP) no intracelular <strong>de</strong>stas células.<br />

Métodos: As CMI cultivadas em meio <strong>de</strong> cultura DMEM suplementado com 5% <strong>de</strong> Soro Bovino<br />

Fetal (SBF) foram mantidas por 24 horas sem o SBF antes do experimento. O lisado celular foi<br />

submetido a uma gel filtração em resina AcA-44. A ativida<strong>de</strong> enzimática foi monitorada utilizandose<br />

os substratos fluorogênicos Abz-BKQ-EDDnp, Abz-FDQ-EDDnp e Abz-rRL-EDDnp. A caracterização<br />

inicial foi feita utilizando-se o inibidor específico da NEP, tiorfan.<br />

Resultados: A enzima foi parcialmente purificada 1,27 vezes e apresentou ativida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong><br />

3579,68 U/mg. A NEP-like hidrolisou a molécula <strong>de</strong> BK nas ligações peptídicas Gly 4 -Phe 5 e Pro 7 -<br />

Phe 8 , analisados por HPLC com <strong>de</strong>tecção ultra-violeta. Utilizando-se western blotting, verificou-se<br />

a ligação da enzima com o anticorpo monoclonal anti-NEP, sugerindo, portanto, ser a enzima analisada<br />

semelhante à NEP.<br />

Conclusões: A NEP é sintetizada pelo rim e excretada na urina, sendo uma das maiores enzimas<br />

presentes na urina <strong>de</strong> rato e humana. Neste trabalho, i<strong>de</strong>ntificamos a CM como um possível sítio<br />

adicional <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> NEP, po<strong>de</strong>ndo alterar profundamente a função renal in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> modificações hemodinâmicas sistêmicas, através da sua ação sobre diferentes peptí<strong>de</strong>os biologicamente<br />

ativos. O estudo <strong>de</strong>ssa enzima po<strong>de</strong>ria ser útil para o entendimento das ações dos inibidores<br />

usados no tratamento da hipertensão, uma vez que esta enzima po<strong>de</strong> hidrolisar a BK e está presente<br />

nos mesmos locais da enzima conversora <strong>de</strong> angiotensina I; e ainda é capaz <strong>de</strong> produzir Angiotensina<br />

1-7 a partir <strong>de</strong> Angiotensina I, peptí<strong>de</strong>o este importante no contrabalanço das ações da Angiotensina<br />

II. A possibilida<strong>de</strong> da hipertensão resultar tanto do excesso <strong>de</strong> substâncias vasopressoras, como<br />

<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> substâncias vaso<strong>de</strong>pressoras, tem estimulado a procura <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los experimentais<br />

com ratos e/ou cultura <strong>de</strong> células, que facilitem o estudo <strong>de</strong>sses sistemas hormonais na patogenia<br />

dos vários tipos <strong>de</strong> hipertensão.<br />

Sem título-32 47<br />

26/06/03, 15:13<br />

47<br />

156<br />

<strong>Posters</strong><br />

TREINAMENTO ALTERA A COMPOSIÇÃO CORPORAL<br />

DE RATAS SHR CASTRADAS<br />

1 1 1 2 1 Lima MS**, Koo EN**, Tostes RCA, Michelini LC, Carvalho MHC<br />

1 2 Departamento <strong>de</strong> Farmacologia - ICB/USP, Departamento <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica<br />

– ICB/USP<br />

Objetivos: O objetivo do presente estudo é verificar o efeito do exercício e da ooforectomia nos<br />

pesos (corporal, coração, ventrículo esquerdo e músculo espinotrapézio) <strong>de</strong> ratas espontaneamente<br />

hipertensas (SHR), em estro fisiológico e castradas.<br />

Métodos: Foram utilizadas ratas SHR em estro fisiológico, se<strong>de</strong>ntárias (EFS) e treinadas (EFT) e<br />

ooforectomizadas, se<strong>de</strong>ntárias (OOFS) e treinadas (OOFT). A castração foi realizada com 13 semanas<br />

(fase <strong>de</strong> hipertensão estabelecida e maturida<strong>de</strong> sexual) e o treinamento físico <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong><br />

(40% TEM) foi iniciado para os dois grupos (EFT e OOFT) com 17 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e duração<br />

<strong>de</strong> 13 semanas. Foram analisados os pesos: total (PT), do coração (CO), ventrículo esquerdo (VE),<br />

músculo espinotrapézio (ESP) e gordura retroperitoneal (RETRO).<br />

Resultados (média ± EPM): O PT (g) dos grupos OOF mostrou um aumento <strong>de</strong> 20% em relação<br />

aos grupos EF (OOF = 246,8 ± 2,07, n = 35 vs. EF = 205,6 ± 1,8, n = 46, p < 0,0001). O treinamento<br />

aumentou o PT (g) somente no grupo EF (EFT = 210,0 ± 2,5, n = 24 vs. EFS = 201,3 ± 2,6, n = 22,<br />

p < 0,05). A ooforectomia aumentou a massa seca do ESP (g/100g peso corpóreo) (OOF = 0,0209 ±<br />

0,0005, n = 28 vs. EF = 0,0175 ± 0,0005, n = 27, p < 0,05) e diminuiu a do CO (g/100 g peso<br />

corpóreo ) (OOF = 0,0884 ± 0,0011, n = 27 vs. EF = 0,0988 ± 0,0011, n = 27, p < 0,05). O treinamento<br />

aumentou a massa seca do VE nos grupos T (g/100 g peso corpóreo) (T = 0,0755 ± 0,0009, n<br />

= 29 vs. S = 0,0728 ± 0,0009, n = 28, p < 0,05). Não foram <strong>de</strong>tectadas diferenças na RETRO.<br />

Conclusões: Estes índices sugerem que a ooforectomia bem como o treinamento físico alteram a<br />

composição corporal <strong>de</strong> ratas SHR, sendo que estas alterações parecem ser sítio-específicas.<br />

Apoio: CAPES, CNPq.<br />

MODULAÇÃO DA VASOCONSTRIÇÃO INDUZIDA POR<br />

ESTIMULAÇÃO A-ADRENÉRGICA PELO SISTEMA RENINA-<br />

ANGIOTENSINA NA AORTA DE RATOS HIPERTENSOS TRG<br />

MREN-2 E SPRAGUE-DAWLEY<br />

SF Côrtes1 , DM Rover-Silva2 , BA Rezen<strong>de</strong>2 , MJC Santos2 , VS Lemos2 1 2 Departamento <strong>de</strong> Farmacologia-ICB/UFMG-Belo Horizonte. Departamento <strong>de</strong><br />

Fisiologia e Biofísica-ICB/UFMG- Belo Horizonte<br />

Objetivo. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi estudar a contribuição do sistema renina-angiotensina vascular<br />

na modulação da vasoconstrição induzida por estimulação dos receptores a-adrenérgicos na<br />

aorta <strong>de</strong> rato.<br />

Métodos. Foram utilizados anéis <strong>de</strong> aorta <strong>de</strong> ratos transgênicos que <strong>de</strong>senvolvem hipertensão arterial,<br />

TGR mRen-2, e do seu controle ratos Sprague-Dawley (SD) (8–10 meses). Os vasos foram<br />

mantidos em solução <strong>de</strong> Krebs-Henseleit (mmol/L): NaCl 110.8, KCl 5.9, NaHCO 3 25.0, MgSO 4<br />

1.07, CaCl 2 2.29, NaH 2 PO 4 2.33 e glicose 11.51, a 37 °C, sob tensão <strong>de</strong> 1 g e aerados com carbogênio.<br />

Os anéis foram conectados a hastes metálicas acopladas a transdutores isométricos. Curvas concentração-resposta<br />

cumulativas forma construídas com a fenilefrina (10–9 a 3 x 10–5 mol/L) em vasos<br />

contendo ou não endotélio funcional. Uma segunda curva foi construída 20 minutos após incubação<br />

com diferentes drogas e comparada com a primeira.<br />

Resultados. A resposta contrátil a fenilefrina nos ratos hipertensos foi significativamente menor<br />

quando comparada aos ratos normotensos. O L-NAME (10 -6 mol/L) aumentou a resposta contrátil<br />

da fenilefrina na aorta dos ratos mRen-2 e após o bloqueio da óxido nítrico sintase, a resposta da<br />

fenilefrina tornou-se comparável nos dois mo<strong>de</strong>los. Inibição da ECA pelo captopril (10- 5 mol/L)<br />

potencializou a resposta contrátil da fenilefrina na aorta dos ratos mRen-2 e diminuiu a resposta<br />

contrátil nos vasos dos ratos SD, sendo ambos os efeitos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> endotélio funcional. O<br />

efeito do captopril nos ratos hipertensos foi abolido quando os vasos foram pré-tratados com angiotensina<br />

(1-7) (10- 9 mol/L). O bloqueio dos receptores AT 1 e AT 2 da angiotensina II, pelo CV11974<br />

(10 -8 mol/L) e PD 123319 (10 -6 mol/L) respectivamente, diminuiu a resposta contrátil da fenilefrina<br />

nos ratos SD, mas não afetou a resposta nos ratos trangênicos. Este efeito ocorreu apenas nos vaos<br />

contendo endotélio funcional. O bloqueio dos receptores da angiotensina (1-7) e da bradicinina pelo<br />

A-779 (10 -7 mol/L) e FR173657(10 -6 mol/L) respectivamente, aumentou a resposta contrátil da<br />

fenilefrina nos ratos mRen-2, mas não nos ratos SD. Este efeito foi visto somente nos vasos contendo<br />

endotélio funcional.<br />

Conclusão. Po<strong>de</strong>-se concluir que existe na aorta <strong>de</strong> rato um sistema renina-angiotensina funcional<br />

que modula a contração induzida por estimulação a-adrenérgica. Na aorta <strong>de</strong> ratos SD, a estimulação<br />

<strong>de</strong> receptores endoteliais AT 1 e AT 2 potencializam a resposta contrátil da fenilefrina. Nos ratos<br />

hipertensos mRen-2, a modulação da contração mediada por receptores AT 1 e AT 2 foi abolida. Uma<br />

estimulação aumentada dos receptores endoteliais da bradicinina e da angiotensina (1-7), com conseqüente<br />

liberação <strong>de</strong> NO, po<strong>de</strong> contribuir para a diminuição da resposta contrátil da fenilefrina nos<br />

ratos hipertensos.<br />

Apoio Financeiro. CNPq.


<strong>Posters</strong><br />

159 CARACTERIZAÇÃO DA AÇÃO HIPOTENSORA DO VE- 160<br />

NENO DA SERPENTE BOTHROPS ALTERNATUS<br />

Melo SESFC, Moreno Jr, H, Adalla AV, Hyslop S<br />

Departamento <strong>de</strong> Farmacologia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas, Universida<strong>de</strong><br />

Estadual <strong>de</strong> Campinas (UNICAMP)<br />

Introdução: Venenos <strong>de</strong> serpentes do gênero Bothrops produzem efeitos cardiovasculares tais como<br />

coagulopatias, sangramentos sistêmicos, hipotensão arterial e insuficiência renal. Os mecanismos<br />

envolvidos na hipotensão causada por venenos botrópicos não têm sido estudados sistematicamente,<br />

apesar do envolvimento da bradicinina ser conhecido há mais <strong>de</strong> 50 anos (Rocha e Silva, et al.,<br />

1949).<br />

Objetivo: Neste estudo, avaliamos o envolvimento <strong>de</strong> bradicinina na resposta hipotensora do veneno<br />

da B. alternatus em ratos. Também investigamos a ação <strong>de</strong> diferentes frações do veneno sobre a<br />

pressão arterial.<br />

Materiais e Métodos: Ratos Wistar machos (200-300 g) anestesiados com pentobarbital sódico<br />

(Hypnol ® , 40 mg/kg, i.p.), sendo canuladas uma artéria carótida para medida direta da pressão arterial<br />

sistêmica (PAS) e uma veia femoral para administração do veneno e <strong>de</strong> drogas. A PAS e a<br />

freqüência cardíaca (FC) foram continuamente registradas durante todo o experimento (Transonics<br />

Recor<strong>de</strong>r System). O veneno, as frações e as drogas foram dissolvidos em salina e administrados in<br />

bolus (0,1 ml) após 15 minutos para a estabilização da PAS. Em alguns experimentos o veneno foi<br />

dialisado utilizando-se membranas <strong>de</strong> celulose (limites <strong>de</strong> filtração 2 kDa e 12 kDa) antes <strong>de</strong> ser<br />

administrado aos ratos.<br />

Resultados: O veneno bruto da B. alternatus causou hipertensão <strong>de</strong> forma dose-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (1–100<br />

mg/kg) com queda máxima <strong>de</strong> 69,8 ± 6,2% na maior dose (Média ± DP, n = 5) e com retorno da PAS<br />

a 80% dos níveis basais em 30 minutos. Ratos pré-tratados com Nv- L-nitro-arginina metil éster (L-<br />

NAME, 20 mg/kg), inibidor da biossíntese <strong>de</strong> óxido nítrico (NO), reduziu a hipotensão máxima<br />

causada pelo veneno (100 mg/kg) <strong>de</strong> 69,8 ± 6,2% para 29,1 ± 16,6% (n = 5, p < 0,05). Ratos prétratados<br />

com captopril (2 mg/kg), um inibidor da enzima conversora da angiotensina e potencializador<br />

do efeito da bradicinina, apresentaram acentuação da hipotensão causada pelo veneno (50 mg/kg)<br />

<strong>de</strong> 51,2 ± 5,5% para 80,8 ± 9,4% (n = 5, p < 0,05). O veneno dialisado apresentou os seguintes<br />

resultados com dose fixa <strong>de</strong> 100 mg/kg: hipotensão <strong>de</strong> 46,9 ± 6,8% para membrana com limite <strong>de</strong> 2<br />

kDa e 30,3 ± 5,5% para membrana com limite <strong>de</strong> 12 kDa, ambas significativamente menores que a<br />

resposta ao veneno total. Foram testadas várias frações obtidas do veneno após cromatografia por<br />

gel filtração. Todas as frações mostraram fraca ação hipotensora quando administrada sozinha. Na<br />

combinação <strong>de</strong> duas frações, as frações 2 e 4 reproduziram o quadro hipotensor do veneno, sendo<br />

que a fração 4 potencializou a fração 2. A ação da fração 2 também foi potencializada pelo captopril.<br />

De modo semelhante, a fração 4 potencializou a hipotensão causada pela bradicinina.<br />

Conclusões: O veneno da B. alternatus produziu resposta hipotensora dose-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte em ratos<br />

que foi parcialmente mediada por NO, o qual po<strong>de</strong> ter sido liberado pela bradicinina proveniente da<br />

ativida<strong>de</strong> enzimática tipo calicreína do veneno e presente na fração 2. A ação potencializadora da<br />

fração 4 sugere a presença <strong>de</strong> peptí<strong>de</strong>os potencializadores da bradicinina (PPB) neste veneno, situação<br />

já conhecida para os venenos <strong>de</strong> B. jararaca e B. insulinaris.<br />

Suporte financeiro: CNPq (SESFCM e HMJ ±).<br />

161<br />

DIABETES TIPO 2: ESTUDO DA REATIVIDADE MICRO-<br />

VASCULAR<br />

R. Comandini, R. França, Z.B. Fortes<br />

Departamento <strong>de</strong> Farmacologia, ICB-USP, São Paulo-SP<br />

Introdução: Diminuição da resposta vasodilatadora <strong>de</strong> BK e histamina em microvasos mesentéricos<br />

foi <strong>de</strong>monstrada em ratos diabéticos tipo 1 (Fortes e cols., 1983). O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é verificar<br />

a reativida<strong>de</strong> microvascular para mediadores inflamatórios no diabetes tipo 2.<br />

Métodos: O diabetes foi induzido por injeção <strong>de</strong> estreptozotocina (STZ-140 mg/Kg,ip) em ratos<br />

Wistar machos com 2 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Após 8 semanas da indução do diabetes tipo 2, os animais foram<br />

anestesiados com hidrato <strong>de</strong> cloral 450 mg/Kg. Alterações do diâmetro <strong>de</strong> arteríolas (A) e vênulas<br />

(V) da microcirculação mesentérica, após aplicação tópica <strong>de</strong> acetilcolina (ACh-16 nmol),<br />

nitroprussiato <strong>de</strong> sódio (NPS-38 nmol), histamina (Hist-2,7 nmol), BK (30 pmol) e PAF (39 pmol),<br />

foram estudadas no sistema <strong>de</strong> microscopia intravital.<br />

Resultados: O efeito vasodilatador da histamina, BK e PAF foi menor nos animais diabéticos (D)<br />

quando comparado com os animais controle (C) (Tabela). Por outro lado, a resposta vasodilatadora<br />

<strong>de</strong> ACh e NPS não foi diferente em animais controle e diabético, em arteríolas e vênulas.<br />

Conclusão: O diabetes tipo 2 parece afetar a resposta microvascular para mediadores inflamatórios,<br />

não interferindo sobre a resposta <strong>de</strong> agentes vasodilatadores <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte ou in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> endotélio.<br />

Tabela: Aumento do diâmetro arteriolar e venular(%).<br />

Hist 2,7 nmol BK 30 pmol PAF 39 pmol<br />

A V A V A V<br />

C 12,6 ± 0,8 12,3 ± 1,3 12,6 ± 1,7 11,2 ± 0,6 10,9 ± 1,0 9,6 ± 1,5<br />

(n = 9) (n = 11) (n = 8) (n = 10) (n = 9) (n = 9)<br />

D 7,9 ± 1,0* 10,0 ± 0,9 5,5 ± 0,4* 6,4 ± 1,2* 5,4 ± 0,4* 4,0 ± 1,2*<br />

(n = 10) (n = 18) (n = 9) (n = 17) (n = 10) (n = 9)<br />

*p < 0,05 em comparação com C.<br />

Apoio financeiro: FAPESP.<br />

Sem título-32 48<br />

26/06/03, 15:13<br />

48<br />

EFEITOS DA OCITOCINA SOBRE O CORAÇÃO ISOLA-<br />

DO DE RATO APÓS PRÉ-TRATAMENTO COM ESTROGÊNIO E<br />

PROGESTERONA<br />

FN Cunha, DV Vassallo.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas, Centro Biomédico, UFES,<br />

Vitória, ES<br />

Neste trabalho objetivamos avaliar os efeitos do pré-tratamento com estrogênio e com progesterona<br />

sobre as ações da ocitocina na ativida<strong>de</strong> mecânica do coração. Foram usados corações <strong>de</strong> ratos<br />

perfundidos pela técnica <strong>de</strong> Langendorff, com solução <strong>de</strong> Krebs-Henseleit, aerada com carbogênio,<br />

a 37 O C, em fluxo constante (10 ml/min). Foram registradas pressões sistólicas isovolumétricas<br />

(PSI) através <strong>de</strong> um balão colocado no ventrículo esquerdo (VE). Curvas concentração-resposta <strong>de</strong><br />

ocitocina (30 a 1000 mUI) foram obtidas <strong>de</strong> VEs em pressão diastólica inicial <strong>de</strong> 5 mmHg, em 3<br />

grupos <strong>de</strong> ratos controle (C), pré-tratados com estrogênio (E- 12,4 mg/dia, SC) e com progesterona<br />

(P- 30 mg/dia, IM) por 30 dias. A ocitocina promoveu redução da freqüência cardíaca espontânea,<br />

igualmente nos 3 grupos. A PSI controle foi maior no grupo E, e menor no grupo P, do que no grupo<br />

C (C = 75,7 ± 6,39 mmHg; E = 102 ± 8,82 mmHg; P = 57,8 ± 2,59 mmHg; P < 0,05). A ocitocina<br />

promoveu redução da PSI nos 3 grupos, mais acentuadamente no grupo E (na dose <strong>de</strong> 1000 mUI: C<br />

= 21,7 ± 3,28 mmHg; E = 19,2 ± 2,28 mmHg; P = 17,8 ± 2,88 mmHg; P < 0,05 em relação aos<br />

respectivos controles). A pressão diastólica aumentou, igualmente nos 3 grupos (na dose <strong>de</strong> 1000<br />

mUI: C = 7,79 ± 0,4 mmHg; E = 10,4 ± 1,31 mmHg; P = 8,92 ± 1,31 mmHg; P < 0,05 em relação à<br />

pressão diastólica inicial <strong>de</strong> 5 mmHg, igual nos 3 grupos), enquanto que a pressão <strong>de</strong> perfusão<br />

coronariana diminuiu (nas doses <strong>de</strong> zero e 1000 mUI, respectivamente: C = 93,6 ± 2,43 vs. 77,3 ±<br />

2,52 mmHg, P < 0,01; E = 89,2 ± 3,54 vs. 65,9 ± 3,19 mmHg, P < 0,01; P = 86,2 ± 3,21 vs. 70 ± 3,16<br />

mmHg, P < 0,01). Os resultados sugerem que o pré-tratamento com estrogênio aumenta, enquanto<br />

que a progesterona reduz, o <strong>de</strong>sempenho sistólico do coração <strong>de</strong> ratos. A ocitocina promoveu redução<br />

da PSI e da freqüência cardíaca espontânea; promoveu vasodilatação coronariana que, provavelmente,<br />

foi a causa do aumento observado na pressão diastólica.<br />

162<br />

PARTICIPAÇÃO DOS FATORES NEURO-HUMORAIS NA<br />

MANUTENÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL NO DIABETES EXPE-<br />

RIMENTAL APÓS SOBRECARGA SALINA<br />

1 1,2 1,2 G Calicchio, CY Maeda, MC Irigoyen<br />

1Laboratório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Experimental, Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> - Instituto do<br />

Coração (InCor), HC . FMUSP, São Paulo, SP e 2Laboratório <strong>de</strong> Fisiologia<br />

Cardiovascular, Departamento <strong>de</strong> Fisiologia, ICBS, UFRGS, Porto Alegre, RS<br />

Objetivos: Determinar a participação <strong>de</strong> 3 sistemas pressores (renina-angiotensina, arginina-vasopressina,<br />

tônus neurogênico) na pressão arterial do diabetes em sobrecarga salina.<br />

Métodos e resultados: Ratos Wistar machos foram divididos em 4 grupos: Diabetes +sal (DS),<br />

Diabetes + água (DA), Controle + sal (CS), Controle + água (CA). O diabetes foi induzido pela<br />

administração <strong>de</strong> estreptozotocina (STZ, 50 mg/Kg) . A sobrecarga salina foi induzida por NaCl<br />

(1%) na água <strong>de</strong> beber. A PA foi obtida com o animal acordado. A sensibilida<strong>de</strong> dos sistemas pressores<br />

foi avaliada pela resposta <strong>de</strong>pressora da PA, utilizando bloqueios farmocológico com: iAVP; (10<br />

mgKg), Losartan; (10 mg/ g), Hexametônio; (20 mg/Kg), um a cada dia. O diabetes foi confirmado<br />

pelo aumento da glicemia em torno <strong>de</strong> 400% nos animais tratados com STZ. Não se observou diferenças<br />

no hematócrito em todos os grupos estudados. O diabetes reduziu a PAM (93 ± 4,0 mmHg)<br />

comparado com controles (101 ± 1 mmHg). A sobrecarga salina não produziu modificações no<br />

grupo CS, enquanto aumenta significantemente a PAM no DS(↑30%). O aumento na PAM no grupo<br />

DS foi acompanhado <strong>de</strong> um aumento da resposta <strong>de</strong>pressora a vasopressina nesses animais (↑40%).<br />

Não se observam diferenças nos grupos em resposta ao bloqueio do receptor AT1, enquanto que a<br />

resposta <strong>de</strong>pressora ao hexametônio foi semelhante em todos os grupos (↓~50 mmhg).<br />

Conclusão: Estes resultados sugerem que o aumento da PAM induzido pela sobrecarga salina em<br />

animais diabéticos está associado com alterações neurohumorais que modulam o tônus neurogênico.<br />

Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq, FINEP.


163 CARACTERIZAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL E 164<br />

DAS DISFUNÇÕES ENDOTELIAIS NA FASE INICIAL DA ATERO-<br />

GÊNESE EM CAMUNDONGOS LDLR-/- Santos KFR1 ; Shishido SM2 ; Laurindo FRM3 ; De Oliveira MG2 ; Spadari-Bratfisch<br />

RC1 ; Kriger MH1 1 2 3 Depto Fisiologia - IB, Instituto <strong>de</strong> Química - IQ, Unicamp, Instituto do Coração<br />

(Incor), Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, SP<br />

Objetivos: As disfunções endoteliais que ocorrem no estágio inicial da aterogenese ainda não estão<br />

totalmente esclarecidas; por isso objetivamos: 1) Caracterizar as alterações nas respostas vasodilatadoras<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes ou não do endotélio e nos níveis pressóricos no estágio inicial da aterogênese em<br />

camundongos LDLR -/- (Knock out para receptor da lipoproteína LDL). 2)Verificar se essas disfunções<br />

são revertidas pelo tratamento com Snac (S-nitroso-N-aceticisteina),um nitrosotiol doador <strong>de</strong><br />

NO.<br />

Métodos e resultados: Camundongos LDLR -/- com 3 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, foram divididos em 3 grupos:<br />

1-Controle: receberam dieta normal; 2-HC: receberam dieta hipercolesterolêmica (1%colesterol,<br />

0.5% ácido cólico), 3-HC+Snac: receberam dieta hipercolesterolêmica e Snac na dose <strong>de</strong> 51 mmol/<br />

Kg ip diariamente. O período experimental foi <strong>de</strong> 15 dias. Após esse período foi <strong>de</strong>terminado o<br />

percentual <strong>de</strong> vasorelaxamento, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do endotélio, em resposta à Acetilcolina - Ach (10 -9 a<br />

10 -5 M), e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do endotélio em resposta ao Nitroprussiato <strong>de</strong> Sódio - SNP (10 -9 a 10 -5 M)<br />

em anéis <strong>de</strong> aorta <strong>de</strong> camundongos LDLR -/- pré contraídos com Phe (10 -9 a 10 -5 M). A pressão<br />

arterial caudal (PA) e a Freqüência Cardíaca (FC) foram medidas através <strong>de</strong> um sistema computadorizado<br />

<strong>de</strong> oclusão caudal. O relaxamento à Ach do grupo HC foi maior que no grupo controle (EC75:<br />

3,63 x 10 -7 M vs. 1,39 x 10 -6 M), o tratamento com Snac+HC recuperou esse incremento no<br />

vasorelaxamento. O relaxamento ao SNP foi menor no HC em relação ao grupo controle (EC50:<br />

2.34 x 10 -7 M vs. 2,39 x 10 -8 M), o tratamento com Snac+HC recuperou essa perda <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong><br />

no vasorelaxamento. A PA e a FC no grupo HC foram maiores que no grupo controle (129 ± 4,5<br />

mmHg e 481± 12 bpm vs 105 ± 5 mmHg e 431 ± 21,5 bpm, respectivamente), a administração<br />

aguda <strong>de</strong> Snac no grupo HC+ Snac causou uma redução nos níveis da PAM para valores menores<br />

que o controle (90,5 ± 6,5 mmHg, 480 ± 5 bpm vs. 105 ± 5 mmHg e 431 ± 21,5 bpm).<br />

Conclusão: No estágio inicial da aterogênese em camundongosLDLR -/- , há um aumento no<br />

vasorelaxamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do endotélio e um <strong>de</strong>créscimo no vasorelaxmento in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

endotélio, provavelmente por um aumento na liberação <strong>de</strong> NO. Foi caracterizado um incremento <strong>de</strong><br />

22,85 % na PA do grupo HC. O tratamento com Snac parece não ter prevenido a instalação do<br />

quadro hipertensivo mesmo diante <strong>de</strong> sua comprovada ação aguda. Sua ação está relacionada á<br />

restauração das disfunções vasorelaxantes observadas no estágio inicial do processo aterosclerótico.<br />

165<br />

ADENOSINE RECEPTORS IN ISOLATED RIGHT ATRIA<br />

FROM TREADMILL TRAINED RATS<br />

FBM Priviereo, E Antunes, G <strong>de</strong> Nucci, A Zanesco<br />

Departament of Physical Education, UNESP, Rio Claro, SP, Brazil. Department of<br />

Pharmacology, UNICAMP, SP<br />

INTRODUCTION. Endogenous a<strong>de</strong>nosine is produced by the heart during ischaemia and exercise<br />

as a natural cardioprotectant nucleosi<strong>de</strong>. The mechanisms by which a<strong>de</strong>nosine protects the heart still<br />

unknown. The aim of this work is to evaluate the efficacy of CPA, an A1 a<strong>de</strong>nosine receptors agonist,<br />

in isolated right atria from running trained rats.<br />

METODS: Male Wistar rats were submitted to treadmill training program for two weeks and four<br />

weeks, five days a week, during 60 minutes each session. After two or four exercise training, the<br />

right atria were isolated and concentration-response curves to CPA were obtained in presence of<br />

atropine (3 μM) and propanolol (1μM).<br />

RESULTS: There were no alterations in the heart rate after two (366 ± 6 beats/min) or four (337 ±<br />

12 beats/min) weeks of run training as compared to its matched-control group (388 ± 8 and 364 ± 8<br />

beats/min for two or four weeks, respectively). No changes were found in the potency of CPA for<br />

two (8.16 ± 0.17 and 7.89 ± 0.7 for control and trained groups respectively) and for four weeks (7.89<br />

± 0.07 and 7.90 ± 0.07 for control and trained groups respectively). In contrast, the maximal responses<br />

for A1 a<strong>de</strong>nosine receptor agonist were significantly higher in both trained groups (-217 ± 13 and -<br />

207 ± 15 beats/min for two and four weeks respectively)as compared to control groups (-148 ± 9 and<br />

-166 ± 10 beats/min for two and four weeks respectively).<br />

CONCLUSION: Run training program for two and four induced na enhancement of maximal negative<br />

chronotropic response mediated by A1 receptors in rat isolated right atria without changes in potency<br />

or in heart rate.<br />

Financial support: FAPESP<br />

Sem título-32 49<br />

26/06/03, 15:13<br />

49<br />

<strong>Posters</strong><br />

EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO E DOS HORMÔ-<br />

NIOS OVARIANOS SOBRE A REATIVIDADE VASCULAR DA MUS-<br />

CULATURA ESQUELÉTICA DE RATAS SHR<br />

1 1 1 2 1 Koo EN**, Lima MS**, Fortes ZB, Michelini LC, Carvalho MHC<br />

1 2 Departamento <strong>de</strong> Farmacologia - ICB/USP, Departamento <strong>de</strong> Fisiologia e Biofísica<br />

– ICB/USP<br />

Objetivos: Em ratos SHR machos o treinamento físico produz alterações vasculares que levam à<br />

redução da pressão arterial. O objetivo do presente estudo é verificar o efeito do exercício na pressão<br />

arterial e na reativida<strong>de</strong> vascular <strong>de</strong> arteríolas <strong>de</strong> músculo esquelético <strong>de</strong> ratas espontaneamente<br />

hipertensas (SHR), em estro fisiológico e castradas.<br />

Métodos: Foram utilizadas ratas SHR em estro fisiológico, se<strong>de</strong>ntárias (EFS) e treinadas (EFT) e<br />

ooforectomizadas, se<strong>de</strong>ntárias (OOFS) e treinadas (OOFT). A castração foi realizada com 13 semanas<br />

(fase <strong>de</strong> hipertensão estabelecida e maturida<strong>de</strong> sexual) e o treinamento físico <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong><br />

(40% TEM) foi iniciado para os dois grupos (EFT e OOFT) com 17 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e duração<br />

<strong>de</strong> 13 semanas. Medidas <strong>de</strong> pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) foram realizadas<br />

em ratas acordadas. A reativida<strong>de</strong> vascular foi avaliada por microscopia intravital, observandose<br />

alterações no diâmetro <strong>de</strong> arteríolas do músculo espinotrapézio às aplicações tópicas <strong>de</strong> substâncias<br />

vasoconstritoras e vasodilatadoras, em animais anestesiados.<br />

Resultados (média±EPM): Não foram observadas diferenças entre os grupos na PAM (EFS = 182<br />

± 5 – n = 8, EFT = 183 ± 4 – n = 13, OOFS = 177 ± 5 – n = 11, OOFT = 176 ± 4 mmHg – n = 14)<br />

e FC (EFS = 405 ± 14 – n = 8, EFT = 381 ± 14 – n =13, OOFS = 358 ± 8 – n = 11, OOFT = 391 ±<br />

11bpm – n = 14). As alterações <strong>de</strong> diâmetro arteriolar foram semelhantes tanto para agentes vasodilatadores<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes como in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do endotélio: acetilcolina (16 nmol) (EFS = 25,2 ± 5,33%<br />

- n = 10, EFT = 14,9 ± 4,87% - n = 12, OOFS = 31,0 ± 6,37% - n = 7, OOFT = 20,3 ± 5,33% - n =<br />

10), nitroprussiato <strong>de</strong> sódio (38 nmol) (EFS = 21,7 ± 6,43% - n = 8, EFT = 24,1 ± 5,7% - n = 10,<br />

OOFS = 40,2 ± 8,13% - n = 5, OOFT = 18,6 ± 6,87% - n = 7). Maior sensibilida<strong>de</strong> (parada <strong>de</strong> fluxo)<br />

à NE (30 pmol) foi observada no grupo EFS (45% - n = 11) vs. EFT (18% - n = 11) e no grupo OOFT<br />

(40% - n = 10) vs OOFS (29% - n = 7).<br />

Conclusões: O treinamento e/ou a ooforectomia não alteram a PAM, a FC e as respostas vasodilatadoras<br />

em músculo esquelético, em ratas SHR EF e OOF. No entanto, a presença ou não do estrógeno<br />

<strong>de</strong>termina o padrão <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> à NE produzida pelo exercício.<br />

Apoio: CAPES, CNPq.<br />

166 PROTEÇÃO MIOCÁRDICA AO ESTRESSE INDUZIDO<br />

PELO CALOR<br />

S Cristino, B Luna Filho, L Galvão, R Povoa, M Simôes, O Mora, C Ferreia Filho, M<br />

T Bombig, M R Silva, C Ferreira<br />

EPM – UNIFESP- São Paulo – SP<br />

Fundamento: o miocárdio é vulnerável a diversos tipos <strong>de</strong> alarmógenos sendo importante, a procura<br />

<strong>de</strong> fármacos que possam proteger o coração nestas situações.<br />

Objetivo: avaliar o efeito protetor do trandolapril no miocárdio <strong>de</strong> ratos submetidos ao estresse<br />

induzido pelo calor.<br />

Delineamento: estudo experimental.<br />

Material: foram utilizados 40 ratos Wistar-EPM, machos, adultos, divididos em 4 grupos: controle<br />

(CON), estresse (ES), trandolapril (TR) e trandolapril mais estresse (TR + ES).<br />

Métodos: Os grupos CON e ES receberam gavagem <strong>de</strong> água e os grupos TR e TR+ES receberam<br />

trandolapril na dose <strong>de</strong> 3 mg/kg diariamente, durante 2 semanas. Ao final da segunda semana os<br />

animais dos grupos HT e TR + HT foram submetidos ao estresse induzido pelo calor (42° C) em<br />

gaiola térmica durante 20 minutos. Todos os animais foram sacrificados ao final do experimento e<br />

retirados fragmentos <strong>de</strong> fígado, supra-renais e coração para microscopia ótica (MO) e coração para<br />

microscopia eletrônica (ME).<br />

Resultados: Os grupos ES e TR+ES apresentaram distúrbios comportamentais (pelos eriçados,<br />

agitação, convulsões). A MO dos grupos expostos ao calor revelou <strong>de</strong>pleção mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os<br />

em região cortical <strong>de</strong> supra-renais e <strong>de</strong> glicogênio no fígado. O coração à MO não apresentou alterações<br />

nos 4 grupos, no entanto à ME no grupo ES encontrou-se alterações mitocondriais caracterizadas<br />

por e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> cristas, lise e vacuolização (cristólise). No grupo que recebeu proteção pelo<br />

trandolapril e estresse pelo calor (TR+ES) foi observado diminuição estatisticamente significante<br />

da cristólise.<br />

Mitocôndrias<br />

Grupos Íntegras Lesadas Total<br />

CON 293 43 336<br />

ES 61 212 273<br />

TR 260 42 302<br />

TR+ES 252* 68 320<br />

Total<br />

*P < 0,05 teste do qui-quadrado<br />

866 365 1231<br />

Conclusão: houve proteção miocárdica pelo trandolapril ao estresse induzido pelo calor, caracterizada<br />

pela preservação da integrida<strong>de</strong> mitocondrial.


167<br />

169<br />

<strong>Posters</strong><br />

REATIVIDADE DA MICROCIRCULAÇÃO MESENTÉRI-<br />

CA E O EFEITO BENÉFICO DO MINALRESTAT, UM NOVO INIBI-<br />

DOR DA ALDOSE REDUTASE<br />

Akamine EH1 , Hohman TC2 , Fortes ZB1 Departamento <strong>de</strong> Farmacologia, Instituto <strong>de</strong> Ciências Biomédicas, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo, São Paulo, SP<br />

Introdução: Alterações funcionais dos vasos da microcirculação são observadas tanto no diabetes<br />

mellitus quanto na galactosemia. A via dos poliois (aldose redutase e poliol <strong>de</strong>sidrogenase) está<br />

envolvida nas complicações do diabetes po<strong>de</strong>ndo ter papel importante nos distúrbios vasculares<br />

<strong>de</strong>ssa doença.<br />

Objetivo: Verificar se um novo inibidor da aldose redutase, o minalrestat, reverte a resposta diminuída<br />

<strong>de</strong> arteríolas e vênulas a agentes vasodilatadores que também têm capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a<br />

permeabilida<strong>de</strong> vascular em ratos diabéticos e galactosêmicos.<br />

Métodos: Ratos Wistar machos (170 – 190g) tornados diabéticos por injeção <strong>de</strong> aloxana (40 mg/Kg,<br />

i.v.) – 30 dias – ou galactosêmicos por dieta contendo 50% <strong>de</strong> galactose – 7 dias – e seus respectivos<br />

controles foram tratados ou não com minalrestat por gavagem (10 mg/kg/d). O mesentério dos ratos<br />

anestesiados foi exposto para verificar o aumento do diâmetro (em %) das arteríolas e vênulas em<br />

reposta à aplicação tópica (0,01 mL) <strong>de</strong> histamina 50 mg/mL, bradicinina 3 mg/mL e PAF 6 mg/mL,<br />

por <strong>de</strong>slocamento da imagem observada em microscópio acoplado a circuito fechado <strong>de</strong> TV.<br />

Resultados: As respostas à bradicinina, histamina e ao PAF em arteríolas (5,4 ± 0,6; 5,2 ± 0,4 e 4,5<br />

± 0,6) e vênulas (4,6 ± 0,6; 4,6 ± 0,5 e 4,4 ± 0,3) foram diminuídas em ratos diabéticos em comparação<br />

com arteríolas (12,0 ± 1,0; 9,9 ± 1,2 e 10,5 ± 1,1) e vênulas (14,2 ± 1,4; 11,4 ± 0,7 e 10,3 ±<br />

0,6) <strong>de</strong> ratos controles. Similarmente ao encontrado em ratos diabéticos, arteríolas (3,0 ± 0,1; 4,4 ±<br />

0,6 e 4,1 ± 0,3) e vênulas (2,7 ± 0,2; 3,1 ± 0,3 e 3,9 ± 0,4) <strong>de</strong> ratos galactosêmicos apresentaram<br />

respostas diminuídas à bradicinina, histamina e ao PAF. O minalrestat corrigiu esta alteração tanto<br />

em arteríolas (11,3 ± 1,0; 12,6 ± 1,0 e 13,4 ± 1,2) e vênulas (11,1 ± 0,8; 12,8 ± 0,9 e 9,8 ± 0,4) <strong>de</strong><br />

ratos diabéticos quanto em arteríolas (11,9 ± 0,9; 10,8 ± 1,3 e 10,3 ± 0,7) e vênulas (9,8 ± 0,9; 8,6 ±<br />

1,2 e 9,9 ± 1,3) <strong>de</strong> ratos galactosêmicos.<br />

Conclusão: A via dos poliois está envolvida na resposta diminuída <strong>de</strong> arteríolas e vênulas à bradicinina,<br />

histamina e ao PAF em ratos diabéticos. É possível que a ativação da via dos poliois tenha um<br />

papel importante no <strong>de</strong>senvolvimento da disfunção vascular no diabetes mellitus.<br />

Apoio financeiro: FAPESP.<br />

PARTICIPAÇÃO ISOLADA DA PRESSÃO PULSO E DA<br />

RELAÇÃO LDL/HDL NA PREDIÇÃO DE EVENTOS CARDIOVASCU-<br />

LARES EM 10 ANOS PELA EQUAÇÃO DE MÚLTIPLOS FATORES<br />

DE RISCO DE FRAMINGHAM EM PREVENÇÃO SECUNDÁRIA<br />

A Alessi, M Zaparolli, G Büchele, CC Paulo, RJ Westphal, GA Rocha, DB Précoma,<br />

COL Dusilek<br />

Cardiologia Clínica - Hospital Nossa Senhora das Graças – Curitiba – Pr. Heart<br />

Care Network – Merck Sharp & Dohme - Brasil<br />

Introdução: A alta morbi-mortalida<strong>de</strong> associada a insuficiência coronária estimula a aplicação racional<br />

<strong>de</strong> métodos discriminatórios <strong>de</strong> eventos. A prevenção cardiológica envolve estratificar e i<strong>de</strong>ntificar<br />

os pacientes com maior risco, através em equações utilizando fatores <strong>de</strong> risco para doença<br />

arterial aterosclerótica. Este trabalho tem objetivo <strong>de</strong> avaliar a influência dos marcadores <strong>de</strong> risco<br />

emergentes, como a pressão <strong>de</strong> pulso e a relação Ldl/Hdl, comparado aos resultados tradicionais da<br />

equação <strong>de</strong> múltiplos fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> Framingham.<br />

Metodologia: Os Fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> eventos coronarianos em pacientes com diagnóstico confirmado<br />

<strong>de</strong> Ico, internados em hospital geral, no período <strong>de</strong> janeiro 2000 à janeiro <strong>de</strong> 2001, foram coletados<br />

em banco <strong>de</strong> dados específico. Eles compreen<strong>de</strong>ram: ida<strong>de</strong>, pressão arterial, perfil lipídico,<br />

tabagismo, diabete, uso <strong>de</strong> medicação anti-hipertensiva e a presença <strong>de</strong> menopausa, sendo aplicados<br />

em fórmula específica <strong>de</strong> predição <strong>de</strong> eventos cardiovasculares em 10 anos. A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> risco<br />

foi testada quando seu grau <strong>de</strong> associação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte com a pressão pulso e a relação Ldl/Hdl <strong>de</strong><br />

cada paciente.<br />

Resultados: A amostra foi <strong>de</strong> 124 pacientes (pts) com 69 (55,6%) homens. Os FR foram: ida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

63,5 ± 9 anos, pressão arterial sistólica (144 ± 18,6 mmHg), pressão arterial diastólica (89 ± 8,5<br />

mmHg), colesterol total ( 202 ± 38,4 mg/dl), Hdl colesterol (49 ± 12 mg/dl), triglicerí<strong>de</strong>os (158 ± 59<br />

mg/dl), Ldl colesterol (119 ± 43,1 mg/dl), tabagismo 26 pts (21%), glicemia (105 ± 41 mg/dl),<br />

sendo 35 pts (28,2%) diabéticos, uso <strong>de</strong> medicação anti-hipertensiva 47pacientes (37,9%) e 48 pacientes<br />

(87%) mulheres menopausadas. O risco cardiovascular para os próximos 10 anos foi <strong>de</strong> 14,55<br />

± 0,7% e o risco esperado foi <strong>de</strong> 7,62 ± 0,31%, p < 0,05. A relação Ldl/Hdl foi 2,54 ± 0,9 e pressão<br />

<strong>de</strong> pulso foi 56 ± 13,24 mmHg. A correlação <strong>de</strong> Sperman entre relação Ldl/Hdl e risco cardiovascular<br />

(r = 0,47, p < 0.001) e com a pressão <strong>de</strong> pulso (r = 0,22, p = 0,01).<br />

Conclusão: A população estudada apresentou o dobro <strong>de</strong> risco cardiovascular esperado, <strong>de</strong>mostrando<br />

ter maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eventos mórbidos cardiovasculares nos próximos 10 anos. Portanto merecem<br />

uma abordagem preventiva secundária efetiva. Quando se utiliza isoladamente relação Ldl/<br />

Hdl e a pressão <strong>de</strong> pulso ambos foram fracos preditores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes quando comparados com a<br />

análise baseada na equação <strong>de</strong> múltiplos fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> Framingham, que para essa população<br />

constitui melhor guia preditor <strong>de</strong> eventos e intervenções terapêuticas.<br />

50<br />

168 EFEITO DO TREINAMENTO FISICO NA RESPOSTA<br />

CRONOTROPICA AO AGONISTA DE RECEPTORES DE ADENO-<br />

SINA A1 EM ÁTRIOS DIREITOS ISOLADOS DE RATOS<br />

FBM Priviero, E Antunes, G De Nucci, A Zanesco<br />

Departamento <strong>de</strong> Educação Física, UNESP, Rio Claro, SP. Departamento <strong>de</strong><br />

Farmacologia , UNICAMP, SP<br />

Introdução: A<strong>de</strong>nosina é constantamente produzida no coração, sendo que durante condições <strong>de</strong><br />

isquemia ou durante exercício físico, sua produção aumenta e parece possuir uma ação cardioprotetora.<br />

O mecanismo pelo qual a a<strong>de</strong>nosina protege e/ou reduz lesões miocárdicas permanece ainda <strong>de</strong>sconhecido.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar a eficácia do CPA, um agonista <strong>de</strong> receptores do<br />

subtipo A 1 , em átrios direitos isolados <strong>de</strong> ratos treinados em esteira.<br />

Métodos: Ratos Wistar foram submetidos a um programa <strong>de</strong> corrida em esteira, cinco dias por<br />

semana, em sessões <strong>de</strong> 60 minutos cada, por duas ou quatro semanas. Após o término do treinamento,<br />

os átrios direitos foram isolados e curvas concentração-efeito ao CPA foram obtidas na presença<br />

<strong>de</strong> atropina (3 mM) e propranolol (1 mM). A freqüência cardíaca foi também avaliada.<br />

Resultados: Não houve alteração na freqüência cardíaca após duas (ctl: 388 ± 8 vs. treinado: 366 ±<br />

6 bat/min) ou quatro (ctl: 364 ± 8 vs. treinado: 337 ± 12 bat/min) semanas <strong>de</strong> treinamento. A potência<br />

do CPA não foi alterada tanto nos animais que treinaram por duas (ctl: 8,16 ± 0,17 vs. treinado:<br />

7,89 ± 0,7) ou por quatro semanas (ctl: 7,89 ± 0,07 vs. treinado: 7,90 ± 0,07). No entanto, a resposta<br />

máxima para o CPA em ambos os grupos treinados foi significativamente maior (-217 ± 13 e -207 ±<br />

15 bat/min para duas e quatro semanas, respectivamente) quando comparado aos animais controles<br />

(-148 ± 9 e -166 ± 10 bat/min para duas e quatro semanas, respectivamente).<br />

Conclusão: O programa <strong>de</strong> corrida em esteira por duas ou quatro semanas <strong>de</strong>terminou aumento da<br />

resposta cronotrópica máxima mediada por receptores do subtipo A 1 no átrio direito isolado <strong>de</strong> ratos<br />

sem mudanças na potência ao CPA ou na freqüência cardíaca.<br />

Apoio Financeiro: FAPESP<br />

170<br />

OLHA A PRESSÃO BRASIL!<br />

AM Souza, CB Cesarino, CS Prates, JCA Ayoub, JFV Martin<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Enfermagem <strong>de</strong> São José do Rio Preto<br />

Sem título-32 50<br />

26/06/03, 15:13<br />

Introdução: A hipertensão arterial acomete predominantemente a faixa etária produtiva, sendo um<br />

problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> peso para a economia dos países. Portanto torna-se evi<strong>de</strong>nte a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> programas que propiciem esclarecimentos e orientações à população.<br />

Objetivos: Este estudo teve como objetivo <strong>de</strong>screver a experiência na participação como graduanda<br />

<strong>de</strong> enfermagem no Dia Nacional <strong>de</strong> Prevenção e Combate à <strong>Hipertensão</strong> Arterial “OLHA A PRES-<br />

SÃO BRASIL!”.<br />

Metodologia: A Campanha foi <strong>de</strong>senvolvida em São José do Rio Preto, Fernandópolis e Votuporanga<br />

no dia 04/05/2000. A conduta dos 29 postos <strong>de</strong> aferição foi padronizada com treinamento prévio dos<br />

participantes. Utilizando como instrumento para coleta <strong>de</strong> dados o formulário que constou <strong>de</strong> dados<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação (sexo, ida<strong>de</strong> e raça) e dados sobre hipertensão arterial (tratamento medicamentoso<br />

e valores pressóricos medidos neste dia).<br />

Resultados: Foram analisados 4.246 formulários, dos quais 18% apresentavam cifras tensionais<br />

alteradas e apenas 30% dos que sabiam ser hipertensos e faziam tratamento estavam com a pressão<br />

arterial controlada. A ida<strong>de</strong> média foi 52 anos, sendo 54% mulheres e 46% homens. Quanto a raça<br />

82% eram da cor branca.


171 EFEITOS DO ORLISTAT SOBRE OS LÍPIDES PLASMÁTI-<br />

COS EM PACIENTES PORTADORES DE HIPERTRIGLICERIDEMIA<br />

VS Nunes, EC Faria, MQTS Neves, SK Alarcon, ER Nakandakare, LM Harada, DB<br />

Kaplan, MR Danelo, ECR Quintão<br />

Laboratório <strong>de</strong> Lípi<strong>de</strong>s (L1M10) da Disciplina <strong>de</strong> Endocrinologia do HC-FMUSP e<br />

Departamento <strong>de</strong> Patologia Clínica FCM-UNICAMP<br />

Avaliamos os efeitos do inibidor da lipase pancreática, Orlistat, sobre o perfil lipídico em hipertrigliceridêmicos,<br />

não diabéticos, mantidos em dieta pobre em gordura. Dezoito pacientes, 10 F e 8 M,<br />

com trigliceri<strong>de</strong>mia (TG) <strong>de</strong> 416 ± 142 mg/dL e colesterolemia (Col) <strong>de</strong> 215 ± 49 mg/dL receberam<br />

Orlistat 120 mg, 3 vezes/dia, por 12 semanas seguido <strong>de</strong> placebo pelo mesmo período <strong>de</strong> tempo. Os<br />

lípi<strong>de</strong>s e as lipoproteínas foram medidos por métodos enzimático-colorimétricos no início e ao final<br />

dos dois períodos <strong>de</strong> tratamento. Os dados foram analisados pelos testes <strong>de</strong> Wilcoxon e Sperman. A<br />

redução <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2,5% do peso após Orlistat foi altamente significativa (80 ± 16 x 78 ± 16 Kg) e<br />

mantida no período placebo (78 ± 16). A trigliceri<strong>de</strong>mia sofreu redução significativa <strong>de</strong> 20% com<br />

Orlistat que foi mantida no período placebo (416 ± 141 x 331 ± 191 x 323 ± 190 mg/dL). A colesterolemia<br />

e LDL-C apresentaram discreta redução com a droga, porém não atingiram significância<br />

inferior à 0,05. Não houve alteraçâo na concentração <strong>de</strong> HDL-c com tratamento.<br />

Concluímos que o Orlistat, reduzindo a absorção <strong>de</strong> gordura alimentar, provocou importante redução<br />

do TG e com isto promoveu uma maior eficiência da dieta hipogordurosa, apesar da redução do<br />

peso ter sido discreta.<br />

51<br />

172<br />

173 A PRESSÃO ARTERIAL EM FUNCIONÁRIOS DO HOS- 174<br />

PITAL REGIONAL DO NORTE DO PARANÁ: ASSOCIAÇÃO COM<br />

VARIÁVEIS BIOPSICOSSOCIAIS, HÁBITOS DE VIDA E CONHE-<br />

CIMENTO SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL<br />

BR Cor<strong>de</strong>iro, AMG Pierin, D Mion Jr.<br />

Escola <strong>de</strong> Enfermagem USP. São Paulo - SP<br />

Introdução: A <strong>Hipertensão</strong> arterial é uma doença com alta prevalência atingindo cerca <strong>de</strong> 15% a<br />

20% os adultos e influencia o perfil <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> cardiovascular. Os objetivos <strong>de</strong>ste<br />

estudo foram: caracterizar o nível da pressão arterial <strong>de</strong> funcionários do Hospital Universitário Regional<br />

do Norte do Paraná – Londrina e associar com variáveis estruturais, psicossociais, hábitos <strong>de</strong><br />

vida e o conhecimento sobre hipertensão arterial.<br />

Método: A amostra foi formada por 356 funcionários (41 ± 8 anos, 65% mulheres, 76% brancos,<br />

40% com segundo grau e 26% com nível superior, 74% com mais <strong>de</strong> 5 salários mínimos, 74% com<br />

companheiro, 64% com função manual não especializada ou semi-especializada, Índice <strong>de</strong> massa<br />

corporal = 26 ± 4, 17% fumantes, 23% referiram ingestão <strong>de</strong> bebida alcoólica e 30% realizar ativida<strong>de</strong><br />

física). A pressão arterial foi medida com aparelho semi automático (OMRON 705) na posição<br />

sentada, após 5 min <strong>de</strong> repouso, com manguito a<strong>de</strong>quado à circunferência do braço.<br />

Resultados: A prevalência da hipertensão arterial foi <strong>de</strong> 20%. A análise univariada mostrou que as<br />

variáveis como sexo masculino, ida<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 50 anos, função <strong>de</strong> escritório e manual não especializada,<br />

pertencer à diretoria clínica, baixa escolarida<strong>de</strong>, ser responsável pelo sustento da família,<br />

ingestão <strong>de</strong> bebida alcoólica, consumo freqüente <strong>de</strong> carnes e peso elevado se associaram significativamente<br />

(p < 0,05) com elevação da pressão arterial. A análise multivariada mostrou que o sexo,<br />

ocupação, consumo <strong>de</strong> carnes e a obesida<strong>de</strong> confirmaram a elevação significativa da pressão arterial.<br />

Mais <strong>de</strong> 90% dos funcionários tinham conhecimento sobre o que é a hipertensão arterial e tratamento<br />

não farmacológico. A maioria apresentou médio estado e traço <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> (77% e 87%,<br />

respectivamente).<br />

Conclusão: O presente estudo mostrou que funcionários <strong>de</strong> um hospital apresentam prevalência <strong>de</strong><br />

hipertensão semelhante à <strong>de</strong> outras populações e que a pressão arterial foi influenciada por variáveis<br />

biossociais e hábitos <strong>de</strong> vida.<br />

Sem título-32 51<br />

26/06/03, 15:13<br />

<strong>Posters</strong><br />

HIPERALDOSTERONISMO IDIOPÁTICO COM DIAG-<br />

NÓSTICO TARDIO E EXCELENTE RESPOSTA À ESPIRONOLAC-<br />

TONA<br />

JV Oliveira, PR Guimarães, JB Ferreira, LAS Câmara, MM Abi-Ackel, MAA Reis.<br />

Hospital Socor – Belo Horizonte – MG<br />

Introdução: O hiperaldosteronismo primário produz uma síndrome constituída por hipertensão arterial<br />

sistêmica(HAS), supressão da ativida<strong>de</strong> plasmática <strong>de</strong> renina(APR), retenção <strong>de</strong> sódio e aumento da secreção<br />

tubular <strong>de</strong> potássio, o que provoca habitualmente hipocalemia. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cura e ou uma abordagem medicamentosa<br />

mais racional, associada a uma relativa baixa prevalência e às manifestações clínicas inespecíficas<br />

tornam o seu diagnóstico um <strong>de</strong>safio para todos os clínicos que lidam com pacientes hipertensos.<br />

Relato <strong>de</strong> Caso: ALAA, 61 anos, sexo feminino, leucodérmica, encaminhada com história <strong>de</strong> HAS <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 23 anos<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Relatava que já havia usado vários antihipertensivos e não conseguia precisar há quanto tempo tinha HAS<br />

<strong>de</strong> difícil controle, com história <strong>de</strong> cifras <strong>de</strong> até 300/150 mmHg e 02 episódios <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma agudo <strong>de</strong> pulmão no<br />

último ano, associados a crise hipertensiva. Estava usando nifedipina retard 20 mg BID, losartan 50 mg MID,<br />

atenolol 50 mg, BID, hidroclorotizida 50 mg/amilorida 5 mg MID. Queixava tosse produtiva com expectoração<br />

clara há 04 dias, dispnéia e sibilos principalmente à noite. Dieta habitual hipossódica. Sem outro passado mórbido<br />

relevante. Peso: 62 kg, Altura: 1,50 m, IMC: 28. Ectoscopia: paciente obesa e sem outras alterações significativas<br />

à ectoscopia. ACV: Pulsos periféricos normais, BNR B2 hiperfonética, SSE pico precoce BEEM, PA 210/105 mm<br />

Hg(ambos membros superiores – manguito padrão), FC 60bpm. AR: Eupneica, FR 15 ipm, discretos sibilos basais.<br />

Abdome:NDN. Exames complementares: Hemograma: nada digno <strong>de</strong> nota (NDN); uréia: 45 mg%; creatinina: 0,9<br />

mg%; ácido úrico: 4,9 mg%; glicemia: 101 mg%; sódio sérico: 143 mEq/l; potássio sérico: 2,5 mEq/l; exame <strong>de</strong><br />

urina rotina: NDN; gasometria arterial: pH: 7,520; pCO 2 : 47,7 mmHg; pO 2 : 56 mm Hg; Bic: 36,6 mEq/l; BE:<br />

+12,2; SaO 2 : 90,6%. ECG: Ritmo sinusal- alterações difusas repolarização ventricular. Ecocardiograma: Ventrículo<br />

esquerdo com aumento mo<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> seus diâmetros e hipertrofia mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> suas pare<strong>de</strong>s. Função sistólica<br />

diminuída em grau mo<strong>de</strong>rado. Paciente foi internada. Suspen<strong>de</strong>mos betabloqueador, diurético e losartan. Iniciamos<br />

amlodipina, prazosin e suplemento oral <strong>de</strong> potássio. Recebeu alta 07 dias após, com PA 160/100mmHg,<br />

assintomática, sem suplementação oral <strong>de</strong> potássio, com reinternação programada para 03 semanas. Potássio sérico<br />

à alta: 3,2 mEq/l. Medicamentos à alta: amlodipina 10mg MID, prazosin slow-release(SR) 2mg TID. Reinternouse<br />

após 28 dias com PA 130/90 mmHg e com queixas <strong>de</strong> palpitações taquicárdicas e fugazes. Estava orientada a<br />

ingerir dieta livre em sódio. Sódio urinário 24 h: 142 mEq. Potássio urinário 24 h: 30,6 mEq; Potássio sérico:<br />

2,6mEq/l; sódio sérico: 138 mEq/l. Após 8h <strong>de</strong> jejum foram obtidos os seguintes exames em repouso e 2h após<br />

<strong>de</strong>ambulação: aldosterona sérica repouso: 14 ng%; aldosterona sérica 2h após <strong>de</strong>ambulação: 40,2 ng%; cortisol<br />

sérico repouso: 10,9 mcg%; cortisol sérico 2h após <strong>de</strong>ambulação: 5,7 mcg%; APR em repouso: 0,7 ng/ml/h; APR<br />

2h após <strong>de</strong>ambulação: 0,6 ng/ml/h; Relação aldosterona sérica/APR em repouso: 20; Relação aldosterona sérica/<br />

APR 2 h após <strong>de</strong>ambulação: 67. Tomografia <strong>de</strong> abdome: NDN. Suspen<strong>de</strong>mos prazosin e amlodipina e iniciamos<br />

espironolactona 200mg/dia e verapamil <strong>de</strong> ação prolongada 180 mg/dia. Após retornar em 30 dias a paciente<br />

encontrava-se assintomática, PA 130/80 mmHg; Potássio sérico: 5 mEq/l; creatinina 1mg%. Após 01 ano <strong>de</strong> controle<br />

clínico, a paciente continuava assintomática, PA 120/80 mmHg, uréia: 32 mg%; creatinina 1 mg%; potássio<br />

sérico: 4,8 mEq/l; APR: 3,7 ng/ml/h; aldosterona em urina 24 h: 31 mcg/24h. Medicamentos em uso: espironolactona<br />

50mg BID e verapamil <strong>de</strong> ação prolongada 180 mg MID.<br />

Conclusão: O hiperaldosteronismo primário é uma causa importante <strong>de</strong> hipertensão endócrina. Apresentamos um<br />

caso <strong>de</strong> hiperaldosteronismo primário cuja prova funcional e tomografia <strong>de</strong> abdome sugerem hiperaldosteronismo<br />

idiopático. Ressaltamos o grave comprometimento cardiovascular ocasionado pela HAS, o potássio sérico baixo<br />

que nos alertou para a possibilida<strong>de</strong> da pesquisa diagnóstica e a excelente resposta ao tratamento com espironolactona.<br />

Em todo paciente com HAS grave <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>scartada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma causa <strong>de</strong> HAS secundária.<br />

O potássio sérico baixo ou a relação aldosterona sérica/APR maior que 30, 2h após <strong>de</strong>ambulação são exames <strong>de</strong><br />

fáceis obtenção em pacientes hipertensos, mesmo em uso da maioria das drogas antihipertensivas, e extremamente<br />

úteis na pesquisa diagnóstica <strong>de</strong> hipertensão mineralocorticói<strong>de</strong>.<br />

VALIDAÇÃO DO APARELHO DE MEDIDA DE PRESSÃO<br />

ARTERIAL DIXTAL DX2710<br />

GMP Mano, VF Souza, AMG Pierin, JC Lima, K Ortega, EC Ignês, HE Salomão, JL<br />

Nishiura, CA Segre, D Mion Jr.<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial, HC FM USP – Escola <strong>de</strong> Enfermagem USP. São Paulo SP<br />

Introdução: Existe uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aparelhos automáticos <strong>de</strong> medida da pressão arterial no<br />

mercado, porém, para que possam ser utilizados com a <strong>de</strong>vida acurácia <strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r às normas<br />

estabelecidas por entida<strong>de</strong>s internacionais como a Britsh Hypertension Society (BHS) e Association<br />

for the Advancement of Medical Instrumentation (AAMI). Para tanto, o objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi<br />

avaliar o aparelho automático tipo oscilométrico – Dixtal DX2710 utilizado na Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong><br />

do Hospital das Clínicas da FM USP <strong>de</strong> acordo com o protocolo da BHS e AAMI.<br />

Método: Foram realizadas 3 medidas consecutivas em 93 pacientes (53 mulheres, nas faixa etárias<br />

15 a 30 anos-21, 30 a 45-21, 45 a 60-27 e 60 a 90 25) com intervalo <strong>de</strong> 2 min, em ambiente isolado,<br />

<strong>de</strong> forma aleatória por dois observadores <strong>de</strong>vidamente treinados para medir a pressão, com aparelho<br />

<strong>de</strong> coluna <strong>de</strong> mercúrio conectado em via Y com o aparelho automático. Para avaliar a acurácia a<br />

classificação do aparelho foi feita <strong>de</strong> acordo com as normas da BHS e AAMI consi<strong>de</strong>rando as diferenças<br />

entre a coluna <strong>de</strong> mercúrio e o aparelho automático.<br />

Resultados: As médias das pressões arteriais obtidas pelos observadores foram 148 ± 38/93 ± 25<br />

mm Hg e do aparelho 148 ± 37/89 ± 26 mmHg. Consi<strong>de</strong>rando as diferenças entre as medidas do<br />

observador e aparelho automático, <strong>de</strong> acordo com critérios da BHS, obteve-se classificação “A”<br />

para a pressão sistólica (69% das diferenças < 5, 90% < 10 e 97% < 15 mmHg) e “B” para a pressão<br />

diastólica (63% das diferenças < 5, 83% < 10 e 93% < 15 mmHg) O <strong>de</strong>svio padrão das diferenças foi<br />

4,13 mm Hg para a sistólica e 4,87 mmHg para a diastólica , portanto, <strong>de</strong>ntro do exigido pela AAMI<br />

(< 8 mm Hg).<br />

Conclusão: O aparelho automático tipo oscilométrico Dixtal DX2710 po<strong>de</strong> ser utilizado, pois foi<br />

aprovado <strong>de</strong> acordo com as recomendações internacionais.


<strong>Posters</strong><br />

175 A INFLUÊNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE A DOEN- 176<br />

ÇA E A ATITUDE FRENTE À TOMADA DOS REMÉDIOS NO CON-<br />

TROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL<br />

MAAM Strelec, AMG Pierin, Mion Jr D<br />

Escola <strong>de</strong> Enfermagem USP. São Paulo - SP<br />

Introdução: A hipertensão arterial é uma doença com elevada prevalência e complicações cardiovasculares<br />

quando não tratada a<strong>de</strong>quadamente e altos índices <strong>de</strong> controle ina<strong>de</strong>quado da pressão<br />

arterial. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi relacionar o controle da pressão arterial com o Teste <strong>de</strong> Morisky<br />

e Green, conhecimento sobre a doença, atitu<strong>de</strong> frente à tomada dos remédios, comparecimento às<br />

consultas e juízo subjetivo do médico.<br />

Método: Foram estudados 130 pacientes hipertensos (73% mulheres, 60 ± 11 anos, 58% casados,<br />

70% brancos, 45% aposentados, 45% com o 1º grau incompleto, 64% com renda familiar entre 1 e<br />

3 salário mínimo, índice <strong>de</strong> massa corporal 30 ± 7 Kg/m 2 , 11 ± 9,5 anos <strong>de</strong> conhecimento da doença<br />

e 8 ± 7 anos <strong>de</strong> tratamento).<br />

Resultados: 1) Apenas 35% dos hipertensos apresentavam pressão arterial controlada. 2) Os pacientes<br />

controlados apresentaram mais tempo <strong>de</strong> tratamento (p


179<br />

ESTUDO TRANSVERSAL SOBRE O CONTROLE DA<br />

PRESSÃO ARTERIAL NO SERVIÇO DE NEFROLOGIA DA ESCO-<br />

LA PAULISTA DE MEDICINA – UNIFESP<br />

JB Freitas, O Kohlmann Jr, AB Ribeiro, A Tavares<br />

Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia , Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina – UNIFESP<br />

Introdução: O presente estudo objetivou observar o controle da hipertensão arterial em um serviço<br />

médico brasileiro altamente especializado.<br />

Métodos: Estudo transversal, envolvendo 1.210 pacientes hipertensos. Foram coletados diretamente<br />

dos prontuários médicos e <strong>de</strong> enfermagem, no período <strong>de</strong> 01/2000 a 05/2000 os seguintes dados:<br />

sexo, ida<strong>de</strong>, índice <strong>de</strong> massa corpórea (IMC), relação cintura quadril (RCQ), pressão arterial (PA),<br />

classe <strong>de</strong> anti-hipertensivos prescritos e o número <strong>de</strong> hipotensores por receita. Para a avaliação da<br />

obesida<strong>de</strong> seguiu-se a classificação pelo IMC segundo a OMS. Para a estratificação dos níveis pressóricos<br />

seguiu-se o recomendado pelo III Consenso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>.<br />

Resultados: A maioria dos pacientes (73%) eram mulheres e a maior concentração (31,7%) situavase<br />

nas faixas etárias entre 50 a 59 anos. Para os homens, a maior concentração (28,3%) foi dos 60<br />

aos 69 anos. O percentual encontrado, do total <strong>de</strong> hipertensos, com PA controlada, foi <strong>de</strong> 20,9%,<br />

enquanto que para os hipertensos diabéticos foi <strong>de</strong> 13,4%, quando consi<strong>de</strong>rados como valores normais<br />

abaixo <strong>de</strong> 130/85mmHg. Foi ainda observada uma elevada prevalência <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong> quando<br />

consi<strong>de</strong>rado o IMC, sendo 38% <strong>de</strong> obesos e apenas 19,6% <strong>de</strong>ntro dos valores normais. Os valores<br />

médios da RCQ da população atendida (0,95 ± 0,0), mostraram obesida<strong>de</strong> abdominal, predominantemente<br />

nas mulheres (p< 0,05). Dos pacientes em geral, 70% usavam <strong>de</strong> 1 a 3 anti-hipertensivos.<br />

Conclusões: O percentual <strong>de</strong> pacientes hipertensos com níveis pressóricos controlados é baixo,<br />

somado à alta prevalência <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong>. Os dados sugerem também que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicamentos<br />

anti-hipertensivos prescritos po<strong>de</strong> ser insuficiente para o controle dos níveis pressóricos e<br />

apontam para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma revisão das estratégias <strong>de</strong> tratamento globais para o hipertenso.<br />

Apoio: Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo Amaro - UNISA<br />

53<br />

180<br />

181 O ESTILO DE VIDA DA MULHER HIPERTENSA 182<br />

Santos ZMA, Silva RM<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial do Hospital <strong>de</strong> Messejana. Fortaleza-Ce<br />

O estudo abordou o estilo <strong>de</strong> vida da mulher hipertensa no contexto <strong>de</strong> vida. Investigou os fatores<br />

sócio-econômicos e culturais relacionados com a síndrome multifatorial da hipertensão arterial.<br />

Tratou-se <strong>de</strong> um estudo exploratório-<strong>de</strong>scritivo, com abordagem quantitativa. Foi <strong>de</strong>senvolvido em<br />

uma Instituição <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência estadual no atendimento aos clientes com doenças do coração<br />

e do pulmão, situada no município <strong>de</strong> Fortaleza-CE. A amostra foi constituída por 200 mulheres<br />

hipertensas com ida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> 20 anos. Os dados foram coletados através <strong>de</strong> entrevista semiestruturada,<br />

realizada durante as consultas <strong>de</strong> enfermagem, nos meses <strong>de</strong> janeiro, fevereiro e março<br />

<strong>de</strong> 2001. Os dados foram analisados, conforme a técnica <strong>de</strong> análise categorial <strong>de</strong> Bardin. Os resultados<br />

foram distribuídos em 02 categorias: caracterização sócio-<strong>de</strong>mográfica das mulheres pesquisadas<br />

e <strong>de</strong>scrição do estilo <strong>de</strong> vida. Na população pesquisada 145 (73%) mulheres encontram-se na<br />

faixa etária <strong>de</strong> 40 a 69 anos, 159 (80%) resi<strong>de</strong>m com a família e 30 (15%) resi<strong>de</strong>m com parentes, e<br />

em lar para idosos e 11 (5%) moram sozinhas; 122 (61%) tem o 1 o grau e 118 (59%) tem renda<br />

familiar <strong>de</strong> 1 a 2 salários mínimos. A maioria proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza-CE. As ocupações <strong>de</strong>stas mulheres<br />

estão relacionadas com o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> e a renda familiar. A obesida<strong>de</strong> e o excesso <strong>de</strong><br />

peso estão presentes em 180 (90%) mulheres, com predomínio nas não-brancas. A maioria mora em<br />

casa própria (85%) com instalações hidrossanitárias e elétricas. Porém, 38% não dispõe <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

esgoto. Cerca <strong>de</strong> 118 (59%) tem renda mensal <strong>de</strong> 01 e 02 salários mínimos. O uso <strong>de</strong> gordura vegetal<br />

predominou em 99% das entrevistadas e 89% usam pouco sal na dieta. Em torno <strong>de</strong> 127 (64%) não<br />

fumam e nenhuma faz uso <strong>de</strong> bebida alcoólica. A maioria (90%) toma café, e <strong>de</strong>stas 129 (65%)<br />

consomem até 3 xícaras por dia. Cerca <strong>de</strong> 75% são católicas. Dentre as 200 mulheres, 144 (72%)<br />

referem satisfação ao acordar e 32% apresentam insônia. O se<strong>de</strong>ntarismo está presente em 50% e<br />

<strong>de</strong>stas 28% referiam temperamento estressado. Concluindo, foram evi<strong>de</strong>nciados nas entrevistadas:<br />

faixa predominante entre 40 e 69 anos, nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> elementar, e baixa renda familiar,<br />

predomínio <strong>de</strong> sobrepeso e obesida<strong>de</strong>, e se<strong>de</strong>ntarismo. Concluiu-se ainda que o estilo <strong>de</strong> vida da<br />

mulher hipertensa, está relacionado com a síndrome multifatorial e multigênica da hipertensão arterial.<br />

Os resultados <strong>de</strong>ste estudo certamente contribuirão para o planejamento e implementação das<br />

estratégias educativas para o engajamento no autocuidado, objetivando a manutenção da vida, da<br />

saú<strong>de</strong> e do bem estar do cliente, família e comunida<strong>de</strong>.<br />

Sem título-32 53<br />

26/06/03, 15:13<br />

<strong>Posters</strong><br />

O EFEITO DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS AERÓ-<br />

BIOS SOBRE AS VARIÁVEIS PRESSÓRICAS E LIPÍDICAS EM INDI-<br />

VÍDUOS HIPERTENSOS E O EFEITO DO DESTREINAMENTO<br />

Barrile SR, Pagani Jr.,CR, Santos AS<br />

Universida<strong>de</strong> do Sagrado Coração/USC - Bauru/SP<br />

Introdução: A i<strong>de</strong>ntificação e o tratamento da hipertensão arterial e da dislipi<strong>de</strong>mia busca reduzir o risco <strong>de</strong><br />

doenças cardiovasculares. O exercício aeróbio tem sido proposto como terapêutica não medicamentosa antihipertensiva<br />

e também na redução <strong>de</strong> lipoproteínas plasmáticas. Caso ocorra a interrupção do exercício, os<br />

parâmetros da Pressão Arterial (PA) e da dislipi<strong>de</strong>mia ten<strong>de</strong>m a retornar a valores próximos ou iguais aos valores<br />

iniciais.<br />

Objetivo: O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi verificar o efeito <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> condicionamento físico sobre a PA e<br />

variáveis do metabolismo lipídico como Triglicerí<strong>de</strong>os (TG), Colesterol Total (Col.Total), e suas frações como<br />

LDL, VLDL e HDL, será estudado também essas variáveis frente a um período <strong>de</strong> <strong>de</strong>streinamento no qual os<br />

indivíduos permanecerão sem ativida<strong>de</strong> física orientada.<br />

Métodos: Foram estudados 12 indivíduos hipertensos, sendo 2 homens e 10 mulheres com ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 57,25 ± 8,97<br />

anos, IMC <strong>de</strong> 32,40 ± 6,19 Kg/m 2 , sendo analisado as variáveis pressóricas PA Sistólica (PAS) e PA Diastólica<br />

(PAD), Freqüência Cardíaca (FC) e variáveis lipídicas como as lipoproteínas (HDL, LDL, VLDL) e Triglicerí<strong>de</strong>os,<br />

num período <strong>de</strong> 4 meses <strong>de</strong> exercício físico aeróbio com intensida<strong>de</strong> entre 60 a 80% da FC máx , e posteriormente<br />

dois meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>streinamento, sendo consi<strong>de</strong>rado 4 momentos: o momento inicial (M1), 2 meses <strong>de</strong> condicionamento<br />

físico (M2), 4 meses <strong>de</strong> condicionamento físico (M3) e 2 meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>streinamento (M4).<br />

Resultados: Houve redução da PAS <strong>de</strong> 131,77 ± 11,76 mmHg (M1) para 130,27 ± 6,98 mmHg e 129,68 ± 11,11<br />

mmHg, M2 e M3 respectivamente, e após a interrupção do mesmo, os níveis elevaram-se para 130,03 ± 11,26<br />

mmHg, contudo, este valor permaneceu abaixo do inicial. Os níveis iniciais da PAD eram <strong>de</strong> 84,72 ± 8,37 mmHg<br />

e após 4 meses <strong>de</strong> exercício eram <strong>de</strong> 83,90 ± 7,10 mmHg, com a inativida<strong>de</strong> este valor foi <strong>de</strong> 84,65 ± 7,95<br />

mmHg. Observou-se que os indivíduos adquiriram condicionamento físico, sendo que a FC diminuiu <strong>de</strong> 78,18 ±<br />

11 bpm (M1) para 74,19 ± 8,74 bpm (M4). Com relação ao Col. Total e suas frações há diferenças, no que se<br />

refere ao exercício e o <strong>de</strong>streinamento. Ocorreram <strong>de</strong>créscimos importantes no Col. Total <strong>de</strong> 217,66 ± 45,18 mg/<br />

dl (M1) para 191,83 + 30,90 mg/dl (M2), entretanto após 4 meses <strong>de</strong> exercício houve um aumento para 244,83 ±<br />

73,77 mg/dl, assim como no período <strong>de</strong> <strong>de</strong>streinamento em que os valores superaram os iniciais. Houve aumento<br />

do HDL após 2 meses <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física, <strong>de</strong> 54,33 ± 6,60 mg/dl para 60,50 ± 14,25 mg/dl, porém este aumento<br />

não continuou após 4 meses, e ao final do <strong>de</strong>streinamento o valor era <strong>de</strong> 58,17 ± 7,55 mg/dl. Em relação ao<br />

VLDL houve diminuição nos dois primeiros meses <strong>de</strong> 18,77 ± 11,14 mg/dl para 16,37 + 5,83 mg/dl, ocorrendo<br />

diminuição para 15,56 + 4,62 mg/dl (M3), e aumentou após o <strong>de</strong>streinamento para 19,33 + 7,50 mg/dl. O LDL<br />

também diminuiu nos dois primeiros meses <strong>de</strong> 135,58 ± 36,95 mg/dl para 118,77 + 28,10 mg/dl, porém aumentou<br />

após 4 meses <strong>de</strong> exercício (150,67 + 30,81 mg/dl), assim como no período <strong>de</strong> <strong>de</strong>streinamento (163,58 ±<br />

71,27 mg/dl). A variável Triglicerí<strong>de</strong>o respon<strong>de</strong>u bem ao condicionamento físico sendo observado diminuição<br />

<strong>de</strong> 122,92 ± 67,23 mg/dl para 107,25 ± 34,70 mg/dl (M2) e 102,75 ± 45,97 mg/dl (M3), com aumento <strong>de</strong> 116,50<br />

± 47,29 mg/dl após o período <strong>de</strong> <strong>de</strong>streinamento.<br />

Consi<strong>de</strong>rações finais: A resposta após 2 meses <strong>de</strong> exercício foi mais satisfatória que após 4 meses, observando<br />

um retornos dos parâmetros estudados após o período <strong>de</strong> <strong>de</strong>streinamento. Interessante observar que esses indivíduos<br />

tinham a PA controlada no M1, pois faziam uso <strong>de</strong> medicação anti-hipertensiva e respon<strong>de</strong>ram bem a<br />

ativida<strong>de</strong> física. Embora alguns resultados não tenham sido estatisticamente significativos, sabe-se da limitação<br />

do estudo no que se refere às possíveis intervenções, <strong>de</strong>ntre elas a nutricional, que não foi aplicada. Houve<br />

apenas a intervenção do condicionamento físico.<br />

Apoio: CNPq/PIBIC – Iniciação Científica<br />

EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS PELA MULHER COM HI-<br />

PERTENSÃO ARTERIAL E SUA RELAÇÃO COM O AUTOCUIDADO<br />

Santos ZMA, Silva RM<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> do Hospital <strong>de</strong> Messejana. Fortaleza- CE<br />

O estudo abordou as experiências vivenciadas pela mulher com a hipertensão arterial e sua repercussão<br />

no autocuidado. Tratou-se <strong>de</strong> um estudo exploratório-<strong>de</strong>scritivo, com abordagem quantitativa e<br />

fundamentou-se na teoria do autocuidado <strong>de</strong> Orem. Foi <strong>de</strong>senvolvido em uma Instituição <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> referência Norte e Nor<strong>de</strong>ste no atendimento aos clientes com doenças do coração e do pulmão,<br />

nos níveis <strong>de</strong> atenção primária, secundária e terciária, situada no município <strong>de</strong> Fortaleza-CE. A<br />

amostra foi constituída por 200 mulheres hipertensas com ida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> 20 anos. Os dados foram<br />

coletados através <strong>de</strong> uma entrevista semi-estruturada, realizada durante às consultas <strong>de</strong> enfermagem,<br />

nos meses <strong>de</strong> fevereiro, março e abril <strong>de</strong> 2001. Os dados foram analisados, conforme a técnica<br />

<strong>de</strong> análise categorial <strong>de</strong> Bardin. Os resultados foram distribuídos em 02 categorias: <strong>de</strong>scrição sócio<strong>de</strong>mográfica<br />

das mulheres pesquisadas; e experiências vivenciadas com a hipertensão arterial e a<br />

relação com o autocuidado. Na população pesquisada 145 (73%) mulheres encontram-se na faixa<br />

etária <strong>de</strong> 40 a 69 anos, 159 (80%) resi<strong>de</strong>m com a família e 30 (15%) resi<strong>de</strong>m com parentes, e em lar<br />

para idosos e 11 (5%) moram sozinhas; 122 (61%) tem o 1 o grau e 118 (59%) tem renda familiar <strong>de</strong><br />

1 a 2 salários mínimos. As ocupações <strong>de</strong>stas mulheres estão relacionadas com o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

e a renda familiar. A obesida<strong>de</strong> e o excesso <strong>de</strong> peso estão presentes em 180 (90%) mulheres, com<br />

predomínio nas não-brancas. O tempo <strong>de</strong> diagnóstico e <strong>de</strong> tratamento não influenciaram a a<strong>de</strong>rência.<br />

Cerca <strong>de</strong> 172 (86%) mulheres <strong>de</strong>scobriram sua hipertensão, em uma consulta médica, mediante<br />

queixas, que na maioria, estavam relacionadas com o climatério e 150 (75%) mulheres têm história<br />

familiar <strong>de</strong> hipertensão arterial. Concluindo, foram percebidos nas mulheres: presença da síndrome<br />

multifatorial da hipertensão; déficit <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong>sta síndrome; a<strong>de</strong>rência parcial ao tratamento;<br />

a faixa etária predominante entre 40 a 69 anos; vários diagnósticos associados; mulheres<br />

angustiadas, sofridas e com auto-estima baixa; nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> elementar e baixa renda familiar;<br />

e prática ineficaz do autocuidado. Concluiu-se ainda que as experiências vivenciadas pelas<br />

mulheres com a tentativa <strong>de</strong> engajamento no autocuidado, revelaram que esta prática é influenciada<br />

pela ida<strong>de</strong>, estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, problemas sociais relacionados ao alcoolismo e drogadição;<br />

orientação sócio-cultural, condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e recursos financeiros e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong>. Certamente<br />

estes resultados contribuirão para nortear as condutas no atendimento individualizado e, às<br />

elaboração e implementação das ações educativas à esta clientela.


<strong>Posters</strong><br />

183 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE HIPERTENSOS IDO- 184<br />

SOS EM SEGUIMENTO NUMA UNIDADE PÚBLICA DE SAÚDE<br />

DE RIBEIRÃO PRETO – SP<br />

EJ Cesarino, M Hayashida, RGV Palhares, M Simão, S Godoy, MS Nogueira<br />

Associação Ribeirãopretana <strong>de</strong> Ensino, Pesquisa e Assistência ao Hipertenso –<br />

AREPAH; Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Farmacêuticas <strong>de</strong> Ribeirão Preto – USP; Escola <strong>de</strong><br />

Enfermagem <strong>de</strong> Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto – SP<br />

Introdução: A mortalida<strong>de</strong> por enfermida<strong>de</strong> cardíaca hipertensiva em Ribeirão Preto – SP na década<br />

<strong>de</strong> 1960 era uma das maiores da América Latina. Nas últimas décadas observa-se um aumento<br />

progressivo do envelhecimento da população <strong>de</strong>vido a diversos fatores que têm proporcionado uma<br />

maior taxa <strong>de</strong> sobrevida <strong>de</strong>ste seguimento populacional. Assim temos por objetivo no presente estudo<br />

analisar algumas características clínicas <strong>de</strong> hipertensos idosos que fazem seguimento clínico<br />

numa unida<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> do interior paulista.<br />

Método: A população estudada foi constituída por 123 hipertensos idosos com ida<strong>de</strong> = 65 anos,<br />

representando 40,86% do total <strong>de</strong> hipertensos em seguimento clínico no Ambulatório <strong>de</strong> Cardiologia<br />

e <strong>Hipertensão</strong> Arterial Prof. Dr. Sergio Henrique Ferreira, do Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Escola da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Ribeirão Preto – USP seguidos por apenas um cardiologista, no período <strong>de</strong><br />

novembro <strong>de</strong> 1997 a abril <strong>de</strong> 2001. Realizamos estudo retrospectivo dos prontuários a partir <strong>de</strong> um<br />

instrumento padrão aplicado no momento da admissão do cliente ao ambulatório. Foram excluídos<br />

5 (4,06%) indivíduos que evoluíram para óbito no período, totalizando 118 indivíduos estudados.<br />

Resultados: Da amostra estudada 37 (31,36%) eram do sexo masculino e 81 (68,44%) do feminino,<br />

a ida<strong>de</strong> variou <strong>de</strong> 65 a 95 anos (71,53 ± 6,09 anos), 101 (85,59%) eram brancos; a variação do peso<br />

foi <strong>de</strong> 36,5 a 116,5 Kg (73,33 ± 14,67 kg) e da altura <strong>de</strong> 1,30 a 1,90m (1,60 ± 0,10m). A duração<br />

conhecida da <strong>Hipertensão</strong> Arterial Sistêmica (HAS) variou <strong>de</strong> 1 a 255meses (109,43 ± 82,16<br />

meses).Em relação aos antece<strong>de</strong>ntes familiares para a doença, 34 (28,81%) indicaram a HAS, 32<br />

(27,12%) AVC, 29 (24,58%) IAM, 39 (33,05%) morte súbita e 21 (17,80%) doença renal. Quanto ao<br />

estilo <strong>de</strong> vida, 34 (28,81%) fumam, 32 (27,12%) possuem o hábito <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> bebida alcoólica,<br />

10 (8,47%) utilizam anticoncepcionais orais, 109 (92,37%) consomem alimentos preparados com<br />

gordura vegetal e 5 (4,24%) com gordura animal, 2 (1,69%) acrescentam sal na alimentação. No<br />

geral 11 (94,07%) indicaram apresentar alguma sintomatologia da doença. A pressão arterial sistólica<br />

(PAS), na posição <strong>de</strong>itada variou <strong>de</strong> 110 a 220 mmHg (159,81 ± 24,95 mmHg) e a pressão<br />

arterial diastólica (PAD) na mesma posição, <strong>de</strong> 60 a 120 mmHg (89,89 ± 11,80 mmHg). A PAS, na<br />

posição sentada variou <strong>de</strong> 110 a 220 mmHg (152,99) ± 23,82 mmHg) e a PAD, na mesma posição<br />

variou <strong>de</strong> 60 a 120 mmHg (89,21 ± 13,04 mmHg). Em relação à classificação da HAS, 22 (18,64%)<br />

eram portadores <strong>de</strong> HAS estágio I, 17 (14,40%) estágio II, 16 (13,56%) estágio III e 33 (27,97%)<br />

possuíam hipertensão arterial sistólica isolada, sendo que apenas 27 (22,88%) estavam sob controle<br />

terapêutico, com PA = 140 x 90 mmHg.<br />

Conclusão: Neste estudo, as mulheres hipertensas idosas constituíram-se numa importante parcela<br />

<strong>de</strong> indivíduos em seguimento com significativos antece<strong>de</strong>ntes e fatores <strong>de</strong> risco para as doenças cardiovasculares,<br />

com baixo índice <strong>de</strong> controle terapêutico, havendo necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementarmos medidas<br />

higieno-dietéticas e farmacológicas mais efetivas para que possamos mudar o panorama atual.<br />

185 PARTICIPAÇÃO ISOLADA DA PRESSÃO PULSO E DA 186<br />

RELAÇÃO LDL/HDL NA PREDIÇÃO DE EVENTOS CARDIOVASCU-<br />

LARES EM 10 ANOS PELA EQUAÇÃO DE MÚLTIPLOS FATORES<br />

DE RISCO DE FRAMINGHAM EM PREVENÇÃO SECUNDÁRIA<br />

A Alessi, M Zaparolli, G Büchele, CC Paulo, RJ Westphal, GA Rocha, DB Précoma,<br />

COL Dusilek<br />

Cardiologia Clínica - Hospital Nossa Senhora das Graças – Curitiba – Pr. Heart<br />

Care Network – Merck Sharp & Dohme - Brasil<br />

Introdução: A alta morbi-mortalida<strong>de</strong> associada a insuficiência coronária estimula a aplicação racional<br />

<strong>de</strong> métodos discriminatórios <strong>de</strong> eventos. A prevenção cardiológica envolve estratificar e i<strong>de</strong>ntificar<br />

os pacientes com maior risco, através em equações utilizando fatores <strong>de</strong> risco para doença<br />

arterial aterosclerótica. Este trabalho tem objetivo <strong>de</strong> avaliar a influência dos marcadores <strong>de</strong> risco<br />

emergentes, como a pressão <strong>de</strong> pulso e a relação Ldl/Hdl, comparado aos resultados tradicionais da<br />

equação <strong>de</strong> múltiplos fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> Framingham.<br />

Metodologia: Os Fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> eventos coronarianos em pacientes com diagnóstico confirmado<br />

<strong>de</strong> Ico, internados em hospital geral, no período <strong>de</strong> janeiro 2000 à janeiro <strong>de</strong> 2001, foram coletados<br />

em banco <strong>de</strong> dados específico. Eles compreen<strong>de</strong>ram: ida<strong>de</strong>, pressão arterial, perfil lipídico,<br />

tabagismo, diabete, uso <strong>de</strong> medicação anti-hipertensiva e a presença <strong>de</strong> menopausa, sendo aplicados<br />

em fórmula específica <strong>de</strong> predição <strong>de</strong> eventos cardiovasculares em 10 anos. A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> risco<br />

foi testada quando seu grau <strong>de</strong> associação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte com a pressão pulso e a relação Ldl/Hdl <strong>de</strong><br />

cada paciente.<br />

Resultados: A amostra foi <strong>de</strong> 124 pacientes (pts) com 69 (55,6%) homens. Os FR foram: ida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

63,5 ± 9 anos, pressão arterial sistólica (144 ± 18,6 mmHg), pressão arterial diastólica (89 ± 8,5<br />

mmHg), colestrol total ( 202 ± 38,4 mg/dl), Hdl colesterol (49 ± 12mg/dl), triglicerí<strong>de</strong>os (158 ± 59<br />

mg/dl), Ldl colesterol (119 ± 43,1 mg/dl), tabagismo 26 pts (21%), glicemia (105 ± 41 mg/dl),<br />

sendo 35 pts (28,2%) diabéticos, uso <strong>de</strong> medicação anti-hipertensiva 47pts (37,9%) e 48 pts (87%)<br />

mulheres menopausadas. O risco cardiovascular para os próximos 10 anos foi <strong>de</strong> 14,55 ± 0,7 % e o<br />

risco esperado foi <strong>de</strong> 7,62 ± 0,31%, p < 0,05. A relação Ldl/Hdl foi 2,54 ± 0,9 e pressão <strong>de</strong> pulso foi<br />

56 ± 13,24 mmHg. A Correlação <strong>de</strong> Speraman entre relação Ldl/Hdl e risco cardiovascular (r = 0,47,<br />

p < 0,001) e com a pressão <strong>de</strong> pulso (r = 0,22, p = 0,01).<br />

Conclusão: A população estudada apresentou o dobro <strong>de</strong> risco cardiovascular esperado, <strong>de</strong>mostrando<br />

ter maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eventos mórbidos cardiovasculares nos próximos 10 anos. Portanto merecem<br />

uma abordagem preventiva secundária efetiva. Quando se utiliza isoladamente relação Ldl/<br />

Hdl e a pressão <strong>de</strong> pulso ambos foram fracos preditores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes quando comparados com a<br />

análise baseada na equação <strong>de</strong> múltiplos fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> Framingham, que para essa população<br />

constitui melhor guia preditor <strong>de</strong> eventos e intervenções terapêuticas.<br />

54<br />

COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL EM RE-<br />

LAÇÃO À FAIXA ETÁRIA EM VERANISTAS DO LITORAL PARA-<br />

NAENSE<br />

K Sato, VB Nascimento, SG Silva<br />

Departamento <strong>de</strong> Educação Física, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná. Curitiba<br />

Há uma direta proporcionalida<strong>de</strong> entre o aumento <strong>de</strong> níveis tensionais e riscos <strong>de</strong> eventos cardiovasculares.<br />

Nos últimos 40 anos, as doenças cardiovasculares, tem sido apontadas como a primeira<br />

causa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> entre brasileiros. Portanto, é <strong>de</strong> extrema importância a utilização <strong>de</strong> estudos<br />

populacionais que venham a indicar o comportamento da pressão arterial (PA) conforme o incremento<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi verificar se ocorrem alterações significativas na Pressão<br />

Arterial Sistólica (PAS) e Pressão Arterial Diastólica (PAD) conforme o aumento da ida<strong>de</strong>, indicando<br />

possíveis complicações relacionadas ao elevado nível <strong>de</strong> PA. Através do projeto “Caminha Paraná”<br />

da Secretaria <strong>de</strong> Esporte e Cultura do Paraná, foi coletada a PA referente 6.394 indivíduos,<br />

<strong>de</strong>stes 1.772 homens e 4.622 mulheres, veranistas do litoral paranaense, com ida<strong>de</strong> superior a 20<br />

anos. A pressão arterial foi coletada segundo as normas da Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, (1998).<br />

As médias para PAS e PAD por faixa etária são apresentados abaixo:<br />

n PAS PAD<br />

Homens 20 – 29 478 121,32 ± 13,11 79,18 ± 9,09<br />

30 – 39 481 122,60 ± 12,48 80,50 ± 9,34<br />

40 – 49 421 126,72 ± 14,19 83,60 ± 9,80<br />

50 – 59 248 129,45 ± 16,35 84,38 ± 9,99<br />

> 60 144 133,62 ± 19,90 83,48 ± 11,86<br />

Mulheres 20 – 29 2036 118,58 ± 15,57 76,52 ± 10,64<br />

30 – 39 1316 121,96 ± 16,39 78,29 ± 11,14<br />

40 – 49 673 127,70 ± 16,82 81,14 ± 10,95<br />

50 – 59 310 132,03 ± 16,77 82,62 ± 11,20<br />

> 60 287 132,33 ± 16,75 82,72 ± 11,10<br />

Observou-se que com o aumento da ida<strong>de</strong>, há aumento nos níveis <strong>de</strong> PAS e PAD para ambos os<br />

sexos. Esse aumento da PA coinci<strong>de</strong> com estudos epi<strong>de</strong>miológicos em outros grupos populacionais,<br />

e é <strong>de</strong>vido a fatores como aterosclerose, alterações da composição corporal e <strong>de</strong>mais modificações<br />

anátomo funcionais do sistema circulatório, que são característicos do processo <strong>de</strong> envelhecimento.<br />

FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR (FRCV) EM<br />

TRABALHADORES ADMINISTRATIVOS DE UMA UNIVERSIDA-<br />

DE PÚBLICA<br />

ET Monego, PCV Jardim, MRG Peixoto, MAC Reis, TSV Jardim, CS Freitas, LG Maia,<br />

ALA Magalhães, CTS Sousa, MM Carvalho, PGS Silva<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial, Fac. Medicina/Enfermagem e Nutrição, Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás. Goiânia, Goiás<br />

O conhecimento dos FRCV em uma população favorece a adoção <strong>de</strong> medidas que visem a prevenção<br />

das doenças cardiovasculares. Avaliamos os trabalhadores administrativos da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> Goiás que aceitaram participar do projeto. Respon<strong>de</strong>ram a questionário estruturado com<br />

relação a ativida<strong>de</strong> física, tabagismo, alcoolismo, alimentação, conhecimento sobre os valores <strong>de</strong><br />

pressão arterial (PA) e foram examinados quanto a medidas antropométricas, PA, colesterol e glicemia<br />

plasmáticos. Estudamos 462 indivíduos, sendo 257 homens (55,6%), a ida<strong>de</strong> média foi 40,9<br />

anos (18 a 69), com maior freqüência para ida<strong>de</strong>s entre 40 e 49 anos (41,8%).<br />

Variáveis estudadas N %<br />

Tabagistas 79 17,1<br />

Ex-tabagistas 117 25,3<br />

Uso <strong>de</strong> álcool 275 59,5<br />

Ativ. física regular 138 29,9<br />

PA ≥ 140 x 90 125 27,0<br />

Colesterol ≥ 220 mg/dl 111 24,0<br />

Glicemia ≥ 140 mg/dl 15 3,2<br />

IMC ≥ 25 < 30 Kg/m2 179 38,7<br />

IMC ≥ 30 Kg/m2 67 14,5<br />

Sem título-32 54<br />

26/06/03, 15:13<br />

Chama a atenção o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> hipertensos e <strong>de</strong> hipercolesterolêmicos. É alarmante o alto<br />

percentual <strong>de</strong> obesos ou com sobrepeso, representando mais <strong>de</strong> 53% dos examinados. Gran<strong>de</strong> percentual<br />

<strong>de</strong> indivíduos fazem uso <strong>de</strong> bebidas alcoólicas, o tabagismo apesar <strong>de</strong> ainda prevalente mostra<br />

tendência a <strong>de</strong>clínio com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> abandonos ao mesmo e a prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física<br />

regular é pouco freqüente. Estas informações sinalizam sobre a gran<strong>de</strong> importância <strong>de</strong> medidas<br />

educativas com relação aos FRCV, garantindo <strong>de</strong>tecção precoce, tratamento oportuno e, especialmente,<br />

a prevenção no sentido <strong>de</strong> se evitar o aparecimento <strong>de</strong> doenças cardiovasculares.


187 PERFIL DA CLIENTELA ATENDIDA EM UMA CAMPA- 188<br />

NHA DE PREVENÇÃO E COMBATE À HIPERTENSÃO ARTERIAL<br />

Monteiro DA, Pirez MPHR, Santos ZMA<br />

Hospital <strong>de</strong> Messejana. Fortaleza-CE<br />

A hipertensão arterial constitui um importante fator <strong>de</strong> risco para doença cardiovascular e cerebrovascular,<br />

e atualmente tem prevalência <strong>de</strong> 20% a 25% na população brasileira com ida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong><br />

20 anos. Mediante esta problemática, torna-se cada vez mais imprescindível educar a população<br />

sobre a sua prevenção e controle da hipertensão e doença cardiovascular e cerebrovascular. Neste<br />

estudo, preten<strong>de</strong>u-se estabelecer um perfil da clientela que compareceu a Campanha <strong>de</strong> Prevenção e<br />

Combate a <strong>Hipertensão</strong> Arterial, promovida pelo Fundo <strong>de</strong> Aperfeiçoamento e Pesquisa em Cardiologia<br />

(FUNCOR). Portanto, tratou-se <strong>de</strong> um estudo exploratório, <strong>de</strong>senvolvido em uma Instituição<br />

Pública <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, na qual foi organizado um posto <strong>de</strong> atendimento para a campanha citada. A amostra<br />

foi constituída <strong>de</strong> 300 pessoas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sexo, ida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> inscrição na Instituição <strong>de</strong><br />

caráter aleatório e casual, com predomínio <strong>de</strong> moradores nas adjacências da Instituição. Os dados,<br />

foram coletados em um formulário e analisados estatisticamente. Na clientela, predominaram o<br />

sexo feminino (66,7%), a faixa etária <strong>de</strong> 30 a 69 anos, a etnia (parda, branca e negra) em ambos os<br />

sexos. Cerca <strong>de</strong> 166 (55,3%) tinham história familiar <strong>de</strong> doença cardiovascular, 138 (46%) eram<br />

se<strong>de</strong>ntários, 23 (8%) eram tabagistas, 25 (9%) eram <strong>de</strong>slipi<strong>de</strong>micos, 24 (8%) eram diabéticos, nas<br />

faixa etária <strong>de</strong> 30 a 69 anos. Entre os diabéticos e <strong>de</strong>slipi<strong>de</strong>micos, a maioria não tratava. Cerca <strong>de</strong><br />

70% conheciam seu valor pressórico e nível <strong>de</strong> colesterol , principalmente o sexo feminino. Cerca<br />

<strong>de</strong> 243 (71%) tinham a pressão arterial diastólica menor que 85 mmHg e pressão arterial sistólica<br />

menor que 130 mmHg. Os níveis glicêmicos superiores a 110 mg/dl predominaram nas mulheres na<br />

faixa etária <strong>de</strong> 40 a 69 anos. Conclui-se que as mulheres buscam com mais freqüência os serviços <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e eventos similares, em relação aos homens, fato observado neste estudo. Os fatores <strong>de</strong> risco<br />

da hipertensão arterial, e das doenças cardiovasculares e cerebrovasculares estavam presentes na<br />

clientela que compareceu ao evento. Estes resultados só corroboram com a problemática gerada<br />

pela hipertensão e <strong>de</strong> suas complicações na saú<strong>de</strong> pública. Portanto, estas informações <strong>de</strong>verão<br />

incentivar a adoção <strong>de</strong> campanhas educativas, implementação das ações na atenção primária à saú<strong>de</strong>,<br />

com implantação e/ ou aprimoramento <strong>de</strong> serviços para o controle e/ou combate aos fatores <strong>de</strong><br />

risco da hipertensão e / ou doença cardiovascular.<br />

189 PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊ- 190<br />

MICA E VARIÁVEIS ASSOCIADAS EM MULHERES DO MUNICÍ-<br />

PIO DE CACHOEIRA DO ARARÍ – ILHA DO MARAJÓ/PARÁ.<br />

MM Palmeira, FLL Marvão, VA Melo, JS Neves, AC Pacheco<br />

Universida<strong>de</strong> do Estado do Pará. Centro <strong>de</strong> Ciências Biológicas e da Saú<strong>de</strong><br />

Introdução: A alta prevalência <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial Sistêmica (HAS) é observada mundialmente. A<br />

HAS no Brasil tem sido estudada predominantemente em regiões mais <strong>de</strong>senvolvidas, on<strong>de</strong> os recursos para<br />

as investigações são acessíveis e qualificação <strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong> mais fácil obtenção.<br />

Objetivos: Avaliar a prevalência <strong>de</strong> HAS e fatores <strong>de</strong> risco para Doenças Cardiovasculares (DCVs) em<br />

mulheres habitantes do município <strong>de</strong> Cachoeira do Arari/Pará.<br />

Métodos: No mês <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2001, avaliamos a prevalência <strong>de</strong> HAS e outros fatores <strong>de</strong> risco para DCVs<br />

em 100 mulheres, habitantes há mais <strong>de</strong> cinco anos no município <strong>de</strong> Cachoeira do Arari – Ilha do Marajó-Pa.<br />

Após consentimento voluntário e informado, as participantes respon<strong>de</strong>ram formulário padrão com informações<br />

sobre dados <strong>de</strong>mográficos, fatores <strong>de</strong> risco para DCVs e, em seguida submetidas a avaliação <strong>de</strong> Índice<br />

<strong>de</strong> Massa Corpórea (IMC), Eletrocardiograma (ECG) e Pressão Arterial (PA) conforme os critérios do III<br />

Consenso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial.<br />

Resultados: Encontramos alta prevalência <strong>de</strong> HAS na população estudada (26%). Os resultados relativos à<br />

classificação das hipertensas e fatores <strong>de</strong> risco associados po<strong>de</strong>m ser observados na tabela I. A prevalência<br />

<strong>de</strong> HAS em relação à faixa etária é <strong>de</strong>monstrada na tabela 2, enquanto que os resultados relativos à cor,<br />

escolarida<strong>de</strong> e renda familiar encontram-se na tabela 3.<br />

TABELA 1 – Prevalência <strong>de</strong> HAS, Classificação e Fatores <strong>de</strong> Risco<br />

Normotensos 74% Se<strong>de</strong>ntarismo 69,2%<br />

Hipertensos 26% Hereditarieda<strong>de</strong> 53,8%<br />

Leve 38,5% Tabagismo 7,7%<br />

Mo<strong>de</strong>rada 23,1% Stress 42,3%<br />

Grave 19,2% Uso <strong>de</strong> Álcool 11,5%<br />

Sistólica isolada 19,2% IMC>30 38,4%<br />

Tabela 2<br />

Faixa Etária HAS<br />

0–30 3,8%<br />

31–40 3,8%<br />

41–50 7,7%<br />

51–60 27%<br />

61–70 38,5%<br />

> 70 19,2%<br />

TABELA 3 – Distribuição <strong>de</strong> HAS segundo Cor, Escolarida<strong>de</strong> e Renda Familiar<br />

COR % NÍVEL ESCOLAR % RENDA %<br />

Branca 7,7% Analfabetos 30,7% < 1 salário 19,2%<br />

Negra 34,6% 1º Grau 61,5% 1–3 salários 65,4%<br />

Parda 53,8% 2º Grau 3,9% 3–6 salários 11,5%<br />

Amarela 3,9% 3º Grau 3,9% > 6 salários 3,9%<br />

CONCLUSÕES: Em oposição ao inicialmente esperado, encontramos alta prevalência <strong>de</strong> HAS em mulheres<br />

habitantes <strong>de</strong> Cachoeira do Ararí – Ilha do Marajó-Pa. Essa população ao assumir tarefas domésticas,<br />

tornou-se se<strong>de</strong>ntária, estressada e aumentou <strong>de</strong> peso. O abate diário <strong>de</strong> búfalos na cida<strong>de</strong> facilitou o consumo<br />

<strong>de</strong> carne vermelha. O baixo nível econômico dificultou o armazenamento refrigerado dos alimentos, e<br />

propiciou o uso <strong>de</strong> sal para conservá-los. A gran<strong>de</strong> maioria das hipertensas estava em climatério, e nenhuma<br />

teve acesso a reposição hormonal. Os dados em conjunto justificam a alta prevalência <strong>de</strong> HAS nesta população.<br />

Sem título-32 55<br />

26/06/03, 15:13<br />

55<br />

<strong>Posters</strong><br />

SÃO OS IDOSOS MAIS FIÉIS AO TRATAMENTO<br />

ANTIHIPERTENSIVO?<br />

RF Rosa, A Rotter, SCS Segura, RA Franken<br />

Liga acadêmica <strong>de</strong> controle da <strong>Hipertensão</strong> Arterial Sistêmica da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Ciências Médicas da Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia <strong>de</strong> São Paulo<br />

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença muito prevalente na população adulta, especialmente<br />

em pacientes idosos. A terapêutica atual (farmacológica e não farmacológica) diminui o número <strong>de</strong> óbitos<br />

e complicações associadas à HAS. Todavia, a maior dificulda<strong>de</strong> encontrada é que o paciente faça o tratamento <strong>de</strong><br />

maneira a<strong>de</strong>quada, usando os medicamentos <strong>de</strong> maneira correta e mantendo o seguimento num serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. É<br />

<strong>de</strong> esperar que o paciente idoso, que possui alta prevalência <strong>de</strong> doença cardiovascular e várias co-morbida<strong>de</strong>s,<br />

tenha gran<strong>de</strong> preocupação com sua saú<strong>de</strong>. Procuramos estudar a a<strong>de</strong>são ao tratamento <strong>de</strong> pacientes idosos e não<br />

idosos, procurando i<strong>de</strong>ntificar, no caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistência, os motivos que a <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>aram.<br />

Materiais e Métodos: Foram avaliados 207 pacientes hipertensos com ida<strong>de</strong>s entre 24 e 84 anos em Liga Acadêmica<br />

em hospital terciário na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, sendo excluídos das estatísticas três pacientes que faleceram.<br />

Foram classificados em idosos aqueles pacientes que tinham 65 anos ou mais. Foram classificados como <strong>de</strong>sistentes<br />

aqueles que não completaram pelo menos quatro consultas em período médio <strong>de</strong> um ano. Foi realizado contato<br />

telefônico com os <strong>de</strong>sistentes por até três vezes, em dias diferentes nos que não houvesse sucesso na primeira e<br />

segunda tentativas. Feito o contato, procuramos classificar os motivos da <strong>de</strong>sistência em várias situações pré<strong>de</strong>terminadas.<br />

Aqueles que não se conseguiu contato foram incluídos no grupo “in<strong>de</strong>terminados”. A análise estatística<br />

foi realizada com o programa Epi-Info versão 6.04b e consi<strong>de</strong>rado nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> p quando inferior<br />

a 0.05.<br />

Resultados: Os pacientes foram agrupados em menores e maiores ou iguais a 65 anos e quanto ao seguimento em<br />

<strong>de</strong>sistentes e não <strong>de</strong>sistentes; P = 0,99 (Tabela 1). Os motivos da <strong>de</strong>sistência e sua relação com o grupo etário são<br />

listados na Tabela 2.<br />

Tabela 1:<br />

Maior ou igual a 65 anos Menor que 65 anos Total<br />

Desistentes 24 76 100<br />

Não <strong>de</strong>sistentes 25 79 104<br />

Total<br />

Tabela 2:<br />

49 155 204<br />

Maior ou igual a 65 anos Menor que 65 anos<br />

Mudou <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> 2 3<br />

Sentia-se bem 1 4<br />

Não tem quem leve ao hospital 1 0<br />

Demora no atendimento 4 1<br />

Está se tratando em outro serviço 3 7<br />

Paciente <strong>de</strong>saparecido 1 1<br />

Sem tempo <strong>de</strong> ir às consultas 0 9<br />

In<strong>de</strong>terminado 12 51<br />

Total 24 76<br />

Conclusão: Concluímos que existe gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sistência no seguimento do tratamento da HAS, em ambos os grupos,<br />

diferentemente do que po<strong>de</strong>ríamos esperar. É difícil estimar com precisão o principal motivo da <strong>de</strong>sistência, sendo<br />

mais prevalente a mudança do local <strong>de</strong> tratamento e a “falta <strong>de</strong> tempo para a consulta”, <strong>de</strong>monstrando que ambos<br />

os grupos etários <strong>de</strong>vem ter maior conscientização sobre as lesões causadas pela HAS e que campanhas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

pública, principalmente para o idoso, po<strong>de</strong>riam colaborar com esse objetivo.<br />

CONCEITO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) E EX-<br />

PECTATIVA DO TRATAMENTO SEGUNDO A VISÃO DOS PACI-<br />

ENTES HIPERTENSOS<br />

M Leone, M Moysés Neto, TM Geleilete, MC Miranda, LAC Santos, EB Coelho, F<br />

Nobre<br />

Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Ribeirão Preto da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo, Ribeirão Preto-SP<br />

Introdução: Estudos tem mostrado que a a<strong>de</strong>rência ao tratamento da hipertensão é baixa, em parte,<br />

<strong>de</strong>vido ao grau <strong>de</strong> compreensão e a expectativa dos benefícios gerados pelo tratamento da hipertensão<br />

arterial. Nosso objetivo foi avaliar, em uma amostra <strong>de</strong> pacientes atendidos na Unida<strong>de</strong> Clínica<br />

<strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> (UCH) do HCFMRR-USP, a percepção do conceito <strong>de</strong> hipertensão arterial e a expectativa<br />

<strong>de</strong>sses pacientes frente ao tratamento proposto.<br />

Metodologia: Foi utilizado questionário estruturado o qual foi aplicado aleatoriamente pela Assistente<br />

Social na fase <strong>de</strong> pós- consulta médica.<br />

Resultados: Foram entrevistados 75 pacientes (F = 51, M = 24), sendo 65% (n = 49) caucasianos,<br />

com 52,3 ± 13,8 anos (média ± DP). Desses, 60 % (n = 45) não souberam <strong>de</strong>finir a sua real situação<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, 80 % (n = 60) <strong>de</strong>clararam realizar tratamento medicamentoso e 60% (n = 45) referiram<br />

não saber o significado <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial (HA). A maioria dos entrevistados conceituou HA<br />

como sendo “problema no sangue” (68%, n = 51) e somente 22,5% (n = 17) como “alteração da<br />

pressão arterial”. O hábito <strong>de</strong> medir a pressão arterial (PA) foi expresso por 74,5% dos entrevistados<br />

(n = 56), a maioria em unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (45,5%). Reportaram controle a<strong>de</strong>quado da PA<br />

54,5% (n = 41). Quanto aos benefícios obtidos com o tratamento correto, 58,6% (n = 44) apresentaram<br />

expectativa <strong>de</strong> “melhora na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e bem estar”; 6,5% (n = 5) <strong>de</strong> “cura” e 19% (n =<br />

14) “lhes traria mais saú<strong>de</strong>”.<br />

Conclusõe: Po<strong>de</strong>-se concluir que, nessa população avaliada, há percepções equivocadas quanto ao<br />

real conceito <strong>de</strong> HA e seu significado para a saú<strong>de</strong>.<br />

Igualmente, os benefícios do tratamento são mal interpretados e pouco claros à percepção dos indivíduos<br />

avaliados.


<strong>Posters</strong><br />

191 PRESSÃO ARTERIAL E PERFIL LIPÍDICO EM MULHE- 192<br />

RES JOVENS: O PAPEL DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS<br />

MC Rubira, APFA Rubira, AC Figueiredo, RJS Franco<br />

Departamento <strong>de</strong> Clínica Médica, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Botucatu “UNESP”<br />

Nós investigamos a relação entre o índice <strong>de</strong> massa corpórea (IMC) e a porcentagem <strong>de</strong> gordura<br />

corporal (%BF) com os níveis <strong>de</strong> pressão arterial (sistólica e diastólica) e os lípi<strong>de</strong>s séricos (colesterol<br />

total (TC), HDL-colesterol, LDL-colesterol, VLDL-colesterol e Triglicéri<strong>de</strong>s). Em um grupo <strong>de</strong><br />

57 mulheres, com ida<strong>de</strong> entre 18 e 26 anos, a obesida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>tectada em 5 e 19 mulheres respectivamente<br />

pelo IMC (≥ 30 kg/m²) e pela %BF (≥30%) através da análise por impedância bioelétrica<br />

(BIA). O IMC e a %BF foram positivamente correlacionados com a pressão arterial (sistólica e<br />

diastólica) e mais significante no grupo <strong>de</strong> obesos pela %BF. A correlação do IMC foi significante<br />

com todas as frações lipídicas e a %BF apenas com VLDL-c e Triglicéri<strong>de</strong>s. Esses resultados sugerem<br />

que a %BF pela BIA é um bom indicador <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong> “oculta” em indivíduos com IMC<br />

normal. O uso associado do IMC e da %BF melhor avalia a obesida<strong>de</strong> e po<strong>de</strong> melhorar o estudo dos<br />

níveis pressóricos e alterações lipídicas que ocorrem em indivíduos obesos.<br />

193<br />

HEREDITARIEDADE COMO FATOR DE RISCO PARA<br />

HIPERTENSÃO ARTERIAL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES<br />

FPC Siqueira1 , EV Veiga2 , ML Costa Junior3 1Enfermeira, Mestranda do Programa <strong>de</strong> Pós- Graduação Enfermagem Fundamental-<br />

Departamento <strong>de</strong> Enfermagem Geral e Especializada – Escola <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong><br />

Ribeirão Preto da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (DEGE-EERP-USP), docente do curso<br />

<strong>de</strong> Enfermagem da UNIMAR. 2Professora Doutora do DEGE-EERP- USP. 3Professor Doutor do Departamento Materno Infantil da Saú<strong>de</strong> Pública<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento da hipertensão arterial está relacionado a fatores, consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> risco que,<br />

isolados ou associados entre si, favorecem o aumento dos níveis <strong>de</strong> pressão arterial, <strong>de</strong>ntre estes, a<br />

hereditarieda<strong>de</strong>, tem se <strong>de</strong>stacado na literatura como um dos mais importantes. O presente estudo<br />

teve como objetivo : i<strong>de</strong>ntificar antece<strong>de</strong>ntes familiares <strong>de</strong> hipertensão arterial em um grupo <strong>de</strong><br />

clientes hipertensos.<br />

Métodos: A amostra foi constituída <strong>de</strong> 54 indivíduos <strong>de</strong> ambos os sexos, portadores <strong>de</strong> hipertensão<br />

arterial matriculados e seguidos no Ambulatório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> da Unida<strong>de</strong> Clínica da Divisão <strong>de</strong><br />

Cardiologia e Nefrologia do Departamento <strong>de</strong> Clínica Médica do HCFMRP-USP atendidos no período<br />

<strong>de</strong> abril a julho <strong>de</strong> 2000. Para a coleta <strong>de</strong> dados elaborou-se um instrumento seguindo-se mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> Lalon<strong>de</strong> (1974).Utilizou-se também a técnica <strong>de</strong> entrevista semi-estruturada.<br />

Resultados: dos indivíduos estudados 61% eram mulheres, predominando a raça branca 63% e<br />

baixo grau <strong>de</strong> instrução 87%, não viviam <strong>de</strong> forma marital 38,9%. Apresentaram história familiar<br />

positiva para hipertensão arterial 81,5%, sendo que 66,6% tinham pelo menos um dos pais com<br />

hipertensão, entre estes 51,8% além dos pais, tinham um dos irmãos ou um dos avós, ou ambos.<br />

Conclusão: O fator <strong>de</strong> risco hereditarieda<strong>de</strong> para hipertensão arterial esteve presente na gran<strong>de</strong><br />

maioria (81,5%) dos hipertensos estudados. Enten<strong>de</strong>-se que estabelecer estratégias que visem a<br />

i<strong>de</strong>ntificação precoce e controle dos níveis <strong>de</strong> pressão arterial dos indivíduos com história familiar<br />

positiva <strong>de</strong> hipertensão arterial, muito po<strong>de</strong>rá contribuir com o controle dos valores <strong>de</strong> pressão arterial<br />

e a prevenção <strong>de</strong> complicações tendo em vista esta ser uma doença muitas vezes assintomática<br />

56<br />

PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES HIPERTENSOS<br />

ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE HIPERTENSÃO DO HOSPI-<br />

TAL DE CLINICAS-UNICAMP<br />

H Kinchoku, JC Rocha<br />

Divisão <strong>de</strong> Nutrição e Dietética Hospital das Clínicas/Ambulatório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> –<br />

FCM – Unicamp – Campinas – São Paulo<br />

Objetivo: Avaliar o perfil nutricional bem como i<strong>de</strong>ntificar a presença <strong>de</strong> distúrbios metabólicos <strong>de</strong><br />

pacientes (pt) hipertensos encaminhados para consulta nutricional no ambulatório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong><br />

Metodologia: Foram avaliados 36 pacientes encaminhados ao profissional nutricionista pela equipe<br />

médica do ambulatório <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>.<br />

Para classificação do grau <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong> (GO) foi utilizado o índice <strong>de</strong> massa corpórea (IMC) e para<br />

avaliar o grau <strong>de</strong> risco para doença cardiovascular (DCV) o coeficiente abdominal glúteo ( CC/CQ).<br />

Resultados: Dos 36 pacientes avaliados, 26 (72%) eram do sexo masculino e 10 (28%) do sexo<br />

feminino com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 55,8 anos e 64,9 anos respectivamente.<br />

Do total <strong>de</strong> pacientes, 13 (36%) eram eutróficos, 17 (47%) pré-obesos, 5 (14%) obeso grau I e 1<br />

(3%) obeso grau II. Com relação a distribuição da gordura corpórea 28 pt (78%) foram consi<strong>de</strong>rados<br />

<strong>de</strong> alto risco para DCV apresentando índices > que 0,90. Com relação a presença <strong>de</strong> distúrbios<br />

metabólicos, 28 pt (78%) apresentaram perfil lipídico alterado 16 pt (44%) hipercolesterolemia e 12<br />

pt (33%) hipertrigliceri<strong>de</strong>mia e <strong>de</strong>ste total 6 pt (17%) apresentaram HDL< que 35 mg/dl.<br />

Conclusão: Nossos dados são semelhantes aos já previamente <strong>de</strong>scritos, indicando que a associação<br />

entre hipertensão, obesida<strong>de</strong> e distúrbios metabólicos é altamente prevalente evi<strong>de</strong>nciando o importante<br />

papel do nutricionista no controle <strong>de</strong>stes fatores.<br />

ANÁLISE DA ELEVAÇÃO MATINAL DA PRESSÃO AR-<br />

TERIAL AVALIADA PELA MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL<br />

DA PRESSÃO ARTERIAL EM 24 HORAS<br />

A Alessi, COL Dusilek, DF Nunes, GL Büchele, M Zaparolli<br />

Serviço <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial - Cendicardio – Centro <strong>de</strong> Diagnóstico não-invasivo<br />

Cardiológico. Curitiba – Paraná<br />

Introdução: Um consi<strong>de</strong>rável aumento nos níveis tensionais nas primeiras horas da manhã em pacientes hipertensos<br />

tem sido referido como a elevação matinal da pressão arterial e é observada com freqüência na prática clínica.<br />

Sua fisiopatologia é pouco conhecida e vários estudos indicam que Síndromes Coronarianas Agudas são mais<br />

freqüentes pela manhã, quando a elevação matinal da pressão arterial ocorre. Apesar das evidências sobre a importância<br />

<strong>de</strong>ste parâmetro, o mesmo é <strong>de</strong> pouco utilizado e conhecido no nosso meio . Este trabalho preten<strong>de</strong> apresentar<br />

o modo <strong>de</strong> se avaliar a elevação matinal da pressão arterial pela Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial<br />

(MAPA) e o grau <strong>de</strong> associação com outros parâmetros tradicionais obtidos pelo teste.<br />

Métodos: Foram avaliados consecutivamente pacientes submetidos a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial,<br />

em clínica privada <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial, no período <strong>de</strong> Setembro 2000 à Março <strong>de</strong> 2001. O equipamento<br />

utilizado foi monitor SpaceLabs 90207â, sob protocolo <strong>de</strong> leituras a cada 15 minutos. O <strong>de</strong>scenso do sono a<strong>de</strong>quado<br />

foi <strong>de</strong>finido como a redução dos níveis tensionais sistólicos e diastólicos durante o sono superiores a 10% dos<br />

valores em vigília e a elevação matinal da pressão arterial foi <strong>de</strong>finida como a diferença entre o menor e maior<br />

valores tensional sistólico durante o intervalo imediatamente entre levantar (informado pelo paciente) e após 3<br />

horas. Foram comparadas as médias da elevação matinal da pressão arterial entre os grupos a<strong>de</strong>quado e ina<strong>de</strong>quado<br />

quanto ao <strong>de</strong>scenso do sono, estar ou não usando medicação anti-hipertensiva, diferentes sexos, indicação para<br />

realização da MAPA e correlação entre as varíaveis contínuas do <strong>de</strong>scenso do sono e a elevação matinal da pressão<br />

arterial e pressão <strong>de</strong> pulso.<br />

Resultados: Foram 118 pacientes, com 64 (54,2%) mulheres e ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 50 ± 14,9 anos. Os motivos <strong>de</strong> realização<br />

do exame foram controle terapêutico em 53 (44,9%) pacientes e hipertensão arterial limítrofe em 65 (55,1%)<br />

pacientes, estavam em uso <strong>de</strong> medicação anti-hipertensiva 55 (46,6%) dos avaliados. Os parâmetros tradicionais da<br />

MAPA foram: duração do exame (23 ± 2,2 horas), leitura (75,25 ± 15,52) pressão arterial sistólica e diastólica em<br />

24 horas (126 ± 15,1 e 77 ± 11,1 mmHg), <strong>de</strong>scenso do sono sistólico e diastólico (6,7 ± 5,4 e 11,1 ± 7,3 % ), carga<br />

pressórica sistólica e diastólica (23,87 ± 26,93 e 22,17 ± 26,29%) e elevação matinal da pressão arterial (20,35 ±<br />

14,98 mmHg). Houve correlação estatística entre a qualida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>scenso do sono e a elevação matinal da pressão<br />

arterial (a<strong>de</strong>quado 27,20 ± 13,68 e ina<strong>de</strong>quado 21,51 ± 11,85, p = 0.02. A correlação entre elevação matinal da<br />

pressão arterial e os outros parâmetros da MAPA, que apresentaram significância estatística são apresentados na<br />

tabela.<br />

Parâmetro r p<br />

<strong>de</strong>scenso do sono sistólico 0,17 0,03<br />

<strong>de</strong>scenso do sono diastólico 0,22 0,01<br />

Sem título-32 56<br />

26/06/03, 15:13<br />

194<br />

Grau <strong>de</strong> associação <strong>de</strong> Spearman<br />

Conclusões: O cálculo e a análise da elevação matinal da pressão arterial é <strong>de</strong> fácil execução, quando se <strong>de</strong>fine<br />

horário <strong>de</strong> sair da cama, e se comporta como parâmetro in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos tradicionais usados na MAPA. Os pacientes<br />

com <strong>de</strong>scenso do sono a<strong>de</strong>quado ten<strong>de</strong>m a ter uma maior elevação matinal da pressão arterial; provavelmente<br />

por acordarem com níveis tensionais menores. Existe alguma associação entre parâmetros tradicionais e a elevação<br />

matinal da pressão arterial, mas ela se comporta <strong>de</strong> modo pouco importante. Sugerimos com estes resultados<br />

incorporar este importante parâmetro nos programas <strong>de</strong> análise e nos laudos <strong>de</strong> MAPA no nosso meio.


195<br />

FATORES DE RISCO PARA DOENÇA HIPERTENSIVA:<br />

ESTUDO ENTRE TRABALHADORES DA CULTURA DE CAFÉ DO<br />

MUNICÍPIO DE CACONDE-SP<br />

EM Sordi, LE kakushi, DCM Barbosa, MEE Guanilo, M Simão, EV Veiga, EC Cárnio,<br />

MS Nogueira Departamento <strong>de</strong> Enfermagem Geral e Especializada da Escola <strong>de</strong><br />

Enfermagem <strong>de</strong> Ribeirão Preto da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Introdução: Por ser a hipertensão arterial (HA) importante fator <strong>de</strong> risco para as doenças cardiovasculares<br />

e representar a principal causa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> no país optamos por <strong>de</strong>senvolver estudo com o objetivo <strong>de</strong>:<br />

i<strong>de</strong>ntificar a exposição dos trabalhadores da cultura <strong>de</strong> café e seus familiares aos fatores <strong>de</strong> risco para a<br />

doença hipertensiva, bem como valores alterados <strong>de</strong> pressão arterial (PA).<br />

Método: participaram do estudo 61 indivíduos selecionados aleatoriamente e que manifestaram o interesse<br />

através da assinatura do termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido, conforme resolução 196/96 do<br />

CNS. Os dados foram obtidos na própria residência dos trabalhadores por meio <strong>de</strong> entrevista estruturada<br />

com preenchimento <strong>de</strong> formulário específico e aferição dos valores <strong>de</strong> PA com o uso <strong>de</strong> esfigmomanômetro<br />

anerói<strong>de</strong> <strong>de</strong>vidamente calibrado e bolsa <strong>de</strong> borracha com largura compatível à circunferência braquial.<br />

Resultados: da amostra estudada 31 (50,8%) eram homens, 60 (98,4%) eram brancos, 32 (52,4%) apresentavam<br />

ida<strong>de</strong> entre 19 e 39 anos e 50 (81,9%) tinham escolarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1º grau incompleto. Em relação à<br />

ocupação 29 (47,5%) são agricultores, <strong>de</strong>stes 24 (82,7%) exercem suas ativida<strong>de</strong>s na carpinação e colheita<br />

<strong>de</strong> café, com jornada <strong>de</strong> trabalho diária que varia <strong>de</strong> 8à 10 horas. Quanto aos fatores <strong>de</strong> risco, 31 (50,8%)<br />

apresentaram IMC ≥ 25 kg/m 2 , apenas 5 (8,2%) indicaram realizar alguma ativida<strong>de</strong> física como: caminhada<br />

e futebol; 16 (26,2%) estão fumando atualmente, dos quais 13 (81,2%) tem o hábito há mais <strong>de</strong> 10<br />

anos, a maioria 8 (50%) fuma dois tipos <strong>de</strong> cigarro: papel e palha, 6 (37,5%) indicaram fumar <strong>de</strong> 2 à 4<br />

cigarros <strong>de</strong> palha/dia e 9 (56,25%) fumam menos <strong>de</strong> 20 cigarros <strong>de</strong> papel/dia. Em relação à bebida alcoólica<br />

20 (32,8%) indicaram o uso <strong>de</strong> algum tipo, sendo que 16 (80%) <strong>de</strong>stes tem o hábito há mais <strong>de</strong> 10 anos<br />

e o tipo <strong>de</strong> bebida que consomem com maior freqüência é a cerveja indicada por 12 (60%) indivíduos, 11<br />

(90,2%) relataram fazer uso <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> bebida alcoólica somente aos finais <strong>de</strong> semana. Quanto ao hábito<br />

alimentar 55(85.2%) indivíduos indicaram o uso <strong>de</strong> carne vermelha, 52(85.2%) usam carne branca, 56<br />

(91,8%) fazem uso diário <strong>de</strong> ovo e/ou suas preparações, 55 (90,1%) consomem alimentos fritos e <strong>de</strong>stes 41<br />

(67,2%) o fazem diariamente. A maioria dos entrevistados referiu fazer uso <strong>de</strong> verduras, legumes e frutas.<br />

O uso <strong>de</strong> café foi citado por 54 (88,5%) indivíduos, dos quais 36 (59%) consomem mais <strong>de</strong> 3 xícaras/dia,<br />

13 (21,3%) referiram uso <strong>de</strong> gordura animal para o preparo dos alimentos e 16 (26,2%) o uso <strong>de</strong> gordura<br />

animal e vegetal. Nenhum entrevistado referiu usar sal adicional nos alimentos. Em relação ao estresse 37<br />

(60,6%) indicaram exposição e os motivos alegados pela maioria 31 (50,8%) foram problemas econômicos,<br />

familiares e <strong>de</strong> trabalho. Quanto aos antece<strong>de</strong>ntes familiares 47 (77,0%) possuíam história familiar <strong>de</strong><br />

HÁ, 35 (57,4%) <strong>de</strong> infarto, 32 (52,1%) <strong>de</strong> diabetes, 21 (44,3%) <strong>de</strong> AVC, 4 (6,5%) <strong>de</strong> morte súbita e 3<br />

(4,9%) <strong>de</strong> angina. Da população estudada 9 (14,7%) apresentaram PA ≥ 140 x 90 mmHg dos quais 5<br />

(55,5%) já sabiam ser hipertensos e faziam tratamento medicamentoso e não medicamentoso, 4 (44,4%)<br />

não faziam tratamento, <strong>de</strong>stes 2 (22,2%) ignoravam o valor <strong>de</strong> sua PA; 2 (3,27%) apresentaram PAS ³ 140<br />

mmHg e ignoravam esta condição; 1 (1,63%) apresentou PAD ≥ 90 mmHg e estava em tratamento medicamentoso.<br />

Dos 11 (18,0%) indivíduos que referiram saber ter a doença e fazer algum tipo <strong>de</strong> tratamento, 7<br />

(63,6%) apresentaram valores <strong>de</strong> PA acima dos níveis <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>.<br />

Conclusão: Estes achados indicam a exposição <strong>de</strong>sta população a vários fatores <strong>de</strong> riscos que contribuem<br />

para o aparecimento da doença, além <strong>de</strong> possuírem antece<strong>de</strong>ntes familiares que aumentam esta possibilida<strong>de</strong>.<br />

Neste sentido é <strong>de</strong> fundamental importância a implementação <strong>de</strong> programa educativo junto a esta<br />

comunida<strong>de</strong> com vistas a prevenção e controle da doença hipertensiva.<br />

197 CONSUMO DE SAL, REATIVIDADE PRESSÓRICA E 198<br />

COMPLACÊNCIA VASCULAR NA POPULAÇÃO DE VITÓRIA-ES<br />

MPC Pereira, MDCB Molina, RS Cunha, JG Mill, FL Herkenhoff<br />

Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em Ciências Fisiológicas da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />

Espírito Santo- Vitória - ES<br />

Introdução: A reativida<strong>de</strong> vascular é um fator discriminativo e prognóstico da hipertensão arterial<br />

(HA). Alguns fatores dietéticos, como o consumo <strong>de</strong> sal, também estão relacionados à origem da<br />

HA, pois favorecem a elevação da resistência vascular periférica. Estímulos laboratoriais como o<br />

teste pressórico do frio (TPF), eleva o tonus vascular mediante a liberação reflexa <strong>de</strong> catecolaminas<br />

pelo sistema nervoso simpático, po<strong>de</strong>ndo ser empregado para <strong>de</strong>terminar a reativida<strong>de</strong> pressórica.<br />

Este estudo propõe-se a avaliar a associação entre o consumo <strong>de</strong> sal e a reativida<strong>de</strong> vascular no TPF<br />

e as alterações da complacência vascular.<br />

Metodologia: Estudo transversal em uma amostra aleatória <strong>de</strong> 1649 indivíduos <strong>de</strong> ambos os sexos,<br />

com ida<strong>de</strong> entre 25-64 anos, representativa da população <strong>de</strong> Vitória - ES. Os participantes foram<br />

selecionados através <strong>de</strong> entrevista domiciliares, na qual eram convidados a participarem <strong>de</strong> exames<br />

e testes laboratoriais. No dia do exame os indivíduos levavam a urina coletada durante por 12h<br />

noturnas anteriores. O consumo <strong>de</strong> sal foi medido indiretamente através da excreção urinária Na + <strong>de</strong><br />

24hs calculada por um protocolo validado e adaptado em nosso laboratório (Na + 24h = 1,7Na + 12h +<br />

49,8). A complacência vascular foi avaliada através da velocida<strong>de</strong> da onda <strong>de</strong> pulso (VOP) carótidafemoral<br />

medida <strong>de</strong> forma não invasiva. A reativida<strong>de</strong> da pressão arterial (DPAM) foi avaliada através<br />

do TPF e seguiu o protocolo clássico <strong>de</strong> Hines e Brown. Ela foi expressa pela diferença entre a<br />

pressão arterial média basal (PAM) e a pressão arterial média máxima (PAMmax) registrada durante<br />

o teste. Foram excluídos da investigação os indivíduos que estivessem usando antihipertensivo e<br />

apresentassem algum problema neurológico (n = 311). Os resultados foram <strong>de</strong>scritos como média ±<br />

<strong>de</strong>svio padrão e avaliados através <strong>de</strong> ANOVA e correlação simples <strong>de</strong> Pearson.<br />

Resultados: A ida<strong>de</strong> média da população 43,24 ± 10,4 anos. A excreção urinária <strong>de</strong> Na + 24hs 214,5<br />

± 98 mmol/dia, equivalente ao consumo <strong>de</strong> 12,33 ± 5,6 g/dia <strong>de</strong> sal. A PAM basal 96 ± 13,7 mmHg,<br />

PAMmax 117 ± 19,8 mmHg e a DPAM 20,9 ± 15,4. A VOP 9,58 ± 1,98 m/s. Observou-se uma<br />

correlação significante e positiva entre a excreção urinária <strong>de</strong> Na + com a PAM basal (p < 0,001). Não<br />

se observou, todavia correlação entre a excreção urinária <strong>de</strong> Na + com a reativida<strong>de</strong> no TPF. Por outro<br />

lado, a VOP correlacionou-se fortemente com excreção urinária <strong>de</strong> Na + e com DPAM no TPF (p <<br />

0,001).<br />

Conclusão: O consumo <strong>de</strong> sal apresentou uma forte associação com um indicador da complacência<br />

vascular (VOP) e com os níveis basais <strong>de</strong> PA. Porém, não se correlacionou com a reativida<strong>de</strong> no<br />

TPF. Falkner e Kushner <strong>de</strong>monstraram que somente em indivíduos sensíveis ao sal a reativida<strong>de</strong><br />

elevada no TPF está condicionada ao consumo <strong>de</strong> sal. Nossos resultados sugerem, também que sal<br />

promove alterações estáveis na função vascular que reduziriam a complacência vascular e elevariam<br />

a resistência vascular periférica.<br />

Apoio financeiro: CNPQ e Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Vitória<br />

Sem título-32 57<br />

26/06/03, 15:13<br />

57<br />

<strong>Posters</strong><br />

196 ESTUDO COMPARATIVO DE ADERÊNCIA À MEDICA-<br />

ÇÃO EM PACIENTES HIPERTENSOS LEVES E MODERADOS<br />

ACOMPANHADOS EM DIFERENTES PROGRAMAS DE REDUÇÃO<br />

DE RISCO CARDIOVASCULAR<br />

Rita Pugliese<br />

Um dos <strong>de</strong>safios no tratamento da hipertensão tem sido verificar que apesar <strong>de</strong> contarmos com uma<br />

diversificada e eficiente gama <strong>de</strong> drogas hipotensoras, o paciente hipertenso continua apresentando<br />

baixos índices <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência.<br />

Taylor e cols. mencionaram que a não a<strong>de</strong>rência é comum e substancial entre pacientes em regime<br />

<strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> doenças a longo-prazo. Várias são as razões que justificam os baixos índices, como:<br />

o fato do tratamento ser a longo-prazo e seus mais importantes benefícios repousarem em um futuro<br />

um tanto distante; este universo ser composta na sua maioria por pacientes assintomáticos; a complexida<strong>de</strong><br />

do regime <strong>de</strong> tratamento prescrito; fatores estreitamente relacionados com o paciente,<br />

muitas vezes não conhecidos; efeitos colaterais e problemas <strong>de</strong> relação médico-paciente.<br />

Assim sendo, realizamos um estudo que pu<strong>de</strong>sse comparar o impacto sob os índices <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência<br />

medicamentosa <strong>de</strong> três programas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> risco cardiovascular com 43 pacientes hipertensos<br />

essenciais acompanhados durante onze meses <strong>de</strong> tratamento, sendo quatro meses e meio <strong>de</strong> fase<br />

ativa do estudo e seis meses e meio <strong>de</strong> seguimento. Usamos para esta finalida<strong>de</strong> um questionário<br />

com múltiplas alternativas e anônimo.<br />

Possibilitando ao paciente ter sua privacida<strong>de</strong> protegida ao mesmo tempo que esperamos um maior<br />

número <strong>de</strong> respostas fi<strong>de</strong>dignas.<br />

No grupo I estavam alocados os pacientes que receberam tratamento usual da hipertensão. No grupo<br />

II os pacientes que receberam tratamento usual e participaram <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> orientação para o<br />

paciente hipertenso.<br />

No grupo III os pacientes que receberam tratamento usual e participaram <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> modificação<br />

<strong>de</strong> comportamento para redução <strong>de</strong> risco cardiovascular.<br />

Encontramos os seguintes índices <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência na primeira visita médica da fase ativa do estudo:<br />

29% no grupo I, 18% no grupo II e apenas 11% do grupo III.<br />

Comparando estes resultados com a última visita médica da fase <strong>de</strong> seguimento do estudo, ou seja,<br />

após onze meses, obtivemos: 12% <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência no grupo I, 18% <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência no grupo II e 22% <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>rência no grupo III.<br />

Constatamos que os diferentes programas <strong>de</strong> tratamento do hipertenso repercutem em sua a<strong>de</strong>rência<br />

medicamentosa. Uma vez que no grupo I houve uma redução estatística e clinicamente significante,<br />

o grupo II manteve seus índices e o grupo III duplicou seus índices <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência. Ao contrário do<br />

que parece ocorrer com o grupo I, o grupo II não vai paulatinamente abandonar o tratamento.<br />

Enquanto que o grupo III parece apontar para o início <strong>de</strong> uma mudança <strong>de</strong> postura do paciente frente<br />

à doença. On<strong>de</strong> os aspectos <strong>de</strong> negação da doença, <strong>de</strong> seu agravamento e suas complicações vão<br />

ce<strong>de</strong>ndo lugar para uma relação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> e compromisso com seu tratamento e com seu<br />

prognóstico.<br />

HIPERTENSÃO ARTERIAL: PERCEPÇÃO DE IDOSOS<br />

EM RELAÇÃO À DOENÇA<br />

AM Faustino, CM Zamarioli, MY Miyazaki, MS Nogueira<br />

Departamento <strong>de</strong> Enfermagem Geral e Especializada da Escola <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong><br />

Ribeirão Preto Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Introdução: o envelhecimento tem sido associado a uma prevalência aumentada <strong>de</strong> doenças crônicas,<br />

incapacida<strong>de</strong>s e morte; porém a adoção <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong> vida que incluam: alimentação balanceada, redução<br />

da ingesta <strong>de</strong> álcool, prática regular <strong>de</strong> exercício físico e não a<strong>de</strong>são ao tabagismo são importantes <strong>de</strong>terminantes<br />

para um envelhecimento mais saudável. Entre as doenças <strong>de</strong>generativas que po<strong>de</strong>m acometer os<br />

idosos o <strong>de</strong>staque recai sobre a <strong>Hipertensão</strong> Arterial (HA), por constituir-se em doença assintomática o<br />

que dificulta a a<strong>de</strong>são ao tratamento. A prevalência <strong>de</strong> HA aumenta progressivamente com a ida<strong>de</strong>, mesmo<br />

porque está relacionada às alterações vasculares associadas ao envelhecimento e, diferentemente <strong>de</strong> hipertensos<br />

jovens, os idosos apresentam alta prevalência <strong>de</strong> hipertensão sistólica isolada, que segundo o IV<br />

Joint National Commitee (1997), são os indivíduos com níveis <strong>de</strong> pressão arterial sistólica acima <strong>de</strong><br />

140mmHg. Entretanto, a HA é pouco reconhecida e tratada nessa faixa etária. A falta <strong>de</strong> controle a<strong>de</strong>quado<br />

e <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são ao tratamento po<strong>de</strong>m estar relacionadas ao déficit <strong>de</strong> conhecimento da própria doença, bem<br />

como <strong>de</strong> suas complicações. Pelo exposto, optamos por <strong>de</strong>senvolver o presente estudo que teve por objetivo<br />

i<strong>de</strong>ntificar dados relacionados ao nível <strong>de</strong> conhecimento sobre HA, estilo <strong>de</strong> vida e percepção da saú<strong>de</strong><br />

atual, entre os indivíduos que voluntariamente visitaram uma Feira <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Método: estudo <strong>de</strong> natureza <strong>de</strong>scritiva com perguntas semiestruturadas que enfatizaram aspectos <strong>de</strong> hábitos<br />

<strong>de</strong> vida, percepção da doença HA e da condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> relacionada às pessoas da mesma ida<strong>de</strong>. A<br />

amostra estudada constituiu-se <strong>de</strong> indivíduos com ida<strong>de</strong> superior a 60 anos e que procuraram no recinto,<br />

local on<strong>de</strong> estavam sendo realizadas aferições da pressão arterial e testes <strong>de</strong> glicemia capilar por alunos <strong>de</strong><br />

graduação <strong>de</strong> enfermagem. Assim, os indivíduos foram consultados sobre o interesse em participar do<br />

estudo e a manifestação se <strong>de</strong>u por meio <strong>de</strong> assinatura <strong>de</strong> termo <strong>de</strong> consentimento livre esclarecido segundo<br />

resolução 196/96 do CNS. A coleta <strong>de</strong> dados foi realizada durante o período 6 horas <strong>de</strong> uma manhã.<br />

Resultados: a amostra foi composta por 55 indivíduos, com média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 68,07 anos; 45,45% (25)<br />

eram do sexo masculino e 54,54% (30) do feminino, e 39 (70,91%) com escolarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1°grau incompleto.<br />

Em relação aos fatores <strong>de</strong> riscos 34,55% (19) já haviam sido tabagistas e 04 (7,27%) fazem uso atual;<br />

14,54% (08) informaram consumir bebida alcoólica diariamente e 40,00% (22) não pratica nenhum tipo <strong>de</strong><br />

exercício físico. Em relação aos hábitos alimentares 45,46% (25) referiram não comer doces, enquanto<br />

que a carne vermelha é consumida diariamente por 47,27% (26). Quanto à prevalência <strong>de</strong> HA entre os<br />

entrevistados, 60,00% (33) não tinham HA diagnosticada, enquanto que 40,00% (22) sabidamente eram<br />

hipertensos, sendo que o tempo <strong>de</strong> diagnóstico encontra-se <strong>de</strong>ntro do intervalo <strong>de</strong> 6 à 11 anos,36,36% (08).<br />

Quando questionados a respeito <strong>de</strong> sua condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, comparadas à <strong>de</strong> outras pessoas da mesma<br />

ida<strong>de</strong>; 65,45% (36) referiram sentirem-se melhor; 9,10% (05) indicaram estar em piores condições, e<br />

25,45% (14) não i<strong>de</strong>ntificam diferenças. Contudo, os indivíduos que citaram piores condições eram todos<br />

hipertensos diagnosticados e com algum tipo <strong>de</strong> complicação <strong>de</strong>corrente da HA. Ao aborda-los acerca do<br />

significado da HA, fatores <strong>de</strong> riscos e possíveis complicações; 30,91 % (17) indicaram a falta <strong>de</strong> conhecimento<br />

sobre a doença; 27,27% (15) <strong>de</strong>monstraram conhecimento sobre a doença e relacionavam-na aos<br />

fatores <strong>de</strong> risco e complicações; 1,82% (01) conheciam os fatores <strong>de</strong> risco; 29,09% (16) indicaram apenas<br />

algumas complicações; 10,91% (06) <strong>de</strong>sconheciam a doença, a causa e as complicações<br />

Conclusão: estes resultados indicam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> programas educativos alternativos,<br />

veiculados através <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa e direcionadas especificamente à esta população.


199<br />

<strong>Posters</strong><br />

RELAÇÃO DOS NÍVEIS PLASMÁTICOS DE HOMOCIS-<br />

TEÍNA COM A REATIVIDADE VASCULAR EM PACIENTES HI-<br />

PERTENSOS<br />

MF Almeida, S Ajzen, O Kohlmann Jr., AB Ribeiro, ATavares<br />

Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP<br />

Introdução: Mais recentemente, a hiperhomocisteinemia tem sido consi<strong>de</strong>rada um fator <strong>de</strong> risco<br />

isolado para doença cardiovascular. Ainda, há indícios na literatura <strong>de</strong> que a hiperhomocisteinemia<br />

po<strong>de</strong> promover disfunção endotelial. Assim, este estudo tem como objetivo observar se pequenas<br />

elevações dos níveis <strong>de</strong> homocisteína plasmática alteram precocemente a função endotelial <strong>de</strong> pacientes<br />

hipertensos.<br />

Métodos: Foram avaliados 37 pacientes hipertensos leves ou mo<strong>de</strong>rados, não fumantes, <strong>de</strong> ambos<br />

os sexos, com ida<strong>de</strong> entre 30 a 50 anos, sem sinais <strong>de</strong> doença aterosclerótica ou cardiovascular,<br />

hipertensão secundária e diabete melito. Ainda excluímos os pacientes com índice <strong>de</strong> massa corpórea<br />

(IMC) acima <strong>de</strong> 30, colesterol plasmático total (CT) e triglicéri<strong>de</strong>s (TG) acima <strong>de</strong> 250 mg/dl,<br />

com níveis <strong>de</strong> glicemia (GL) acima <strong>de</strong> 120 mg/dl ou creatinina (CR) sérica maior do que 1,2 mg/dl.<br />

Após um período <strong>de</strong> 4 semanas sem medicação hipotensora, os pacientes foram submetidos à avaliação<br />

da resposta vasodilatadora arterial, através da mensuração do diâmetro da artéria braquial pelo<br />

ultra-som Doppler. A vasodilatação endotélio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (VED) foi verificada após hiperemia reativa,<br />

e a vasodilatação endotélio in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (VEI) foi verificada através do uso <strong>de</strong> nitrato sublingual.<br />

No mesmo dia, foram realizadas medidas do complexo intimal-medial das carótidas direita<br />

e esquerda e ainda foram coletados 10 ml <strong>de</strong> sangue para as dosagens plasmáticas <strong>de</strong> CT e frações,<br />

TG, GL, CR e homocisteína (HC).<br />

Resultados: Dos 37 pacientes estudados, 21 eram mulheres. A média dos parâmetros clínicos, laboratoriais<br />

e da função vasodilatadora foram: PAS = 151 ± 9 mmHg, PAD = 100 ± 5 mmHg, IMC = 26<br />

± 2, CT = 191 ± 35 mg/dl, HDL = 43 ± 15 mg/dl, LDL = 121 ± 34, TG = 109 ± 59 mg/dl, GL = 93<br />

± 9mg/dl, CR = 0,8 ± 0,1 mg/dl e HC = 12 ± 3 µmol/dl, VED = 8 ± 8%, VEI = 13 ± 8%. Através da<br />

análise <strong>de</strong> regressão múltipla, houve uma correlação inversa entre os níveis <strong>de</strong> HC e a vasodilatação<br />

ED (p = 0,03). Não houve diferença estatística entre os sexos para nenhum dos parâmetros analisados.<br />

Também não houve significância entre os outros parâmetros e as funções vasodilatadoras ED<br />

ou E.<br />

Conclusões: Pequenas variações plasmáticas <strong>de</strong> homocisteína, ainda que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> valores consi<strong>de</strong>rados<br />

normais, diminuem as proprieda<strong>de</strong>s vasodilatadoras do endotélio vascular em hipertensos<br />

leves ou mo<strong>de</strong>rados.<br />

58<br />

200<br />

201 CONSUMO DE SAL EM ESTUDO POPULACIONAL UTI- 202<br />

LIZANDO DIFERENTES METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO<br />

MDCB Molina, MPC Pereira, JG Mill, FL Herkenhoff, RS Cunha<br />

Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em Ciências Fisiológicas da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />

Espírito Santo<br />

Introdução: Estudos populacionais sugerem uma relação entre o consumo <strong>de</strong> sódio e pressão arterial.<br />

Diferentes métodos são propostos para quantificar o sódio dietético, porém são encontradas<br />

muitas limitações metodológicas. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é avaliar o consumo <strong>de</strong> sódio dietético<br />

nas diferentes classes econômicas a partir <strong>de</strong> 2 metodologias.<br />

Material e Métodos: Foi conduzido um estudo populacional transversal randomizado, on<strong>de</strong> participaram<br />

1649 pessoas <strong>de</strong> 25 a 64 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Foram realizadas entrevistas nos domicílios e coleta<br />

<strong>de</strong> urina noturna a fim <strong>de</strong> quantificar o consumo <strong>de</strong> sódio e potássio, segundo o protocolo <strong>de</strong>senvolvido<br />

e validado em estudo anterior (2000). A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sal foi analisada por dois métodos:<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sal consumida/número <strong>de</strong> pessoa no domicílio por dia e a excreção <strong>de</strong> sódio (mmol/<br />

dia). Também, foi analisada a relação sódio/potássio excretada na urina <strong>de</strong> 12 horas noturna, como<br />

marcador da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentação.<br />

Resultado: Foi encontrado um consumo médio estimado <strong>de</strong> sal <strong>de</strong> 6,5 ± 4,4 g/dia e excreção urinária<br />

média <strong>de</strong> sódio <strong>de</strong> 217,2 ± 99 mmol/dia, equivalente a 12,5 g <strong>de</strong> sal. O consumo estimado <strong>de</strong> sal<br />

foi aumentado linearmente da classe A para a classe E (p < 0,05), nos diferentes métodos estudados.<br />

A relação sódio/potássio apresentou-se elevada (4,91 ± 3,2), sendo ainda mais alta nas classes D e E<br />

(p < 0,05).<br />

Conclusão: O consumo <strong>de</strong> sal estimado por pessoa/dia no domicílio está próximo do recomendado,<br />

porém não leva em consi<strong>de</strong>ração a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sódio ingerida a partir dos alimentos, principalmente<br />

dos produtos industrializados. Quanto à estimativa <strong>de</strong> sal consumida a partir da excreção<br />

urinária <strong>de</strong> sódio encontrou-se elevada, levando em consi<strong>de</strong>ração a recomendação <strong>de</strong> 6g/dia, e ainda<br />

maior, nas classes sócio-econômicas D e E. A relação sódio/potássio encontrada foi em torno <strong>de</strong> 4<br />

vezes maior que a recomendada e po<strong>de</strong> guardar relação com a qualida<strong>de</strong> da alimentação, visto que<br />

os alimentos mais ricos em potássio po<strong>de</strong>m estar em menor quantida<strong>de</strong> na alimentação, como as<br />

hortaliças e frutas “in natura”.<br />

Apoio financeiro: Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Vitória/ UFES.<br />

Sem título-32 58<br />

26/06/03, 15:14<br />

EXPERIÊNCIA INICIAL DA FUNÇÃO ENDOTELIAL EM<br />

PACIENTES COM HIPERTENSÃO<br />

E Bocanegra, M Saleh, C Amo<strong>de</strong>o, L Pascoalino, J Assef, S Barreto, R Barreto, S<br />

Pontes Jr.<br />

Instituto Dante Pazzanese <strong>de</strong> Cardiologia, São Paulo, SP<br />

Objetivos: O endotélio regula o tônus vascular através da liberação <strong>de</strong> substâncias vasoativas que<br />

agem no músculo liso vascular adjacente. Esta função endotelial está comprometida em certas doenças<br />

cardiovasculares como aterosclerose, hipercolesterolemia e em populações com fatores <strong>de</strong> risco<br />

como tabagismo, obesida<strong>de</strong>, antece<strong>de</strong>ntes familiares mórbidos cardiovasculares. Estudos da função<br />

endotelial, em animais e seres humanos, apresentavam resultados controversos sobre a vasodilatação<br />

endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi o <strong>de</strong> verificar se há diferença na resposta<br />

vasodilatadora da artéria braquial <strong>de</strong> indivíduos normotensos e hipertensos.<br />

Material e Métodos: Foi estudado o processo <strong>de</strong> vasodilatação da artéria braquial esquerda em 20<br />

indivíduos, com ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 17 a 68 anos divididos em 2 grupos: 9 controles com pressão arterial<br />

normal (PA) (PA média ± DP, 84,4 ± 9,7 mmHg) e 11 pacientes com hipertensão arterial primária<br />

(PA média ± DP, 112,8 ± 13,2 mmHg), que interrompem o tratamento farmacológico 30 dias antes do exame<br />

(fase placebo), sem antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> tabagismo, hipercolesterolemia, diabete melito, insuficiência coronariana<br />

ou doença vascular cerebral. Em ambiente calmo com temperatura a<strong>de</strong>quada utilizando USG <strong>de</strong> alta resolução<br />

modo bidimensional com transdutor <strong>de</strong> 8 MHZ foi medido o diâmetro da artéria braquial esquerda com<br />

os indivíduos em repouso, após hiperemia reativa (estímulo mecânico), novamente em repouso e após administração<br />

<strong>de</strong> dinitrato <strong>de</strong> isossorbida sublingual (estímulo farmacológico). Foi induzido aumento do diâmetro<br />

da artéria braquial, por meio <strong>de</strong> estímulo mecânico local (inflação durante 5 minutos a 250 mmHg e <strong>de</strong>flação<br />

do manguito <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> PA no antebraço) aumentando subitamente o fluxo sangüíneo provocando hiperemia<br />

reativa (vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte ou fluxo-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte). Foi <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada vasodilatação endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da artéria braquial verificado 5 minutos após a administração <strong>de</strong> 5 mg <strong>de</strong> dinitrato <strong>de</strong> isossorbida<br />

sublingual.<br />

Resultados: Os resultados mostraram que nos pacientes com hipertensão arterial primária, a vasodilatação<br />

fluxo-mediada (ou endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte) em artéria braquial era significativamente menor em comparação<br />

com o grupo controle (13,3% ± 12,3% vs. 28,6% ± 10,6%, p < 0,05, havendo também diferença significativa<br />

em resposta ao dinitrato <strong>de</strong> isossorbida sublingual (18,9% ± 10,5% vs. 33,7% ± 18,1%, p < 0,05).<br />

Conclusões: Em pacientes com hipertensão arterial primária se observou comprometimento da vasodilatação<br />

endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e quanto à resposta ao dinitrato. Os resultados <strong>de</strong>monstram que o endotélio e sua<br />

função vasodilatadora estão comprometidos, revelando que a metodologia utilizada é capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o<br />

dano vascular existente na doença hipertensiva.<br />

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA<br />

CAMPANHA NACIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE À HIPER-<br />

TENSÃO EM JUIZ DE FORA - MG<br />

SS Magalhães, LB Vargas, DMN Costa, CCS Basílio, JM Domith, MJM Alves, RB Paula<br />

Liga <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong>/Divisão <strong>de</strong> Nefrologia - UFJF<br />

Introdução: Nos últimos anos, a <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> tem dispensado gran<strong>de</strong> atenção<br />

a programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> HAS e na educação <strong>de</strong> indivíduos hipertensos. Uma das estratégias<br />

utilizadas para este fim, foi a Campanha Nacional <strong>de</strong> Prevenção e Combate a <strong>Hipertensão</strong>, realizada<br />

em todo país no ano <strong>de</strong> 2000. Em Juiz <strong>de</strong> Fora foram atendidas 7.957 cidadãos, correspon<strong>de</strong>ndo a<br />

3%da população adulta <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>. A análise dos resultados mostrou que gran<strong>de</strong> parte dos cidadãos<br />

atendidos <strong>de</strong>sconhecia ser hipertenso ou não estava sendo tratado a<strong>de</strong>quadamente.<br />

Objetivos: Apresentar os dados obtidos durante a Campanha Nacional <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora<br />

Métodos: Vários postos <strong>de</strong> atendimentos foram instalados na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora, com a colaboração<br />

da Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> , comércio, exército e UFJF. A imprensa prestou relevante<br />

serviço na divulgação da campanha. Os alunos <strong>de</strong> medicina, enfermagem receberam treinamento<br />

quanto ao procedimento <strong>de</strong> aferição da pressão arterial. Os manômetros anerói<strong>de</strong>s foram previamente<br />

calibrados. Houve a participação dos alunos do Serviço Social, no que se refere a orientação<br />

e distribuição <strong>de</strong> material educativo. Foi consi<strong>de</strong>rado hipertenso o indivíduo que no momento da<br />

campanha apresentasse nível tensorial sistólico ³ 140 mmHg e/ou diastólico ³ 90 mmHg, em posição<br />

sentada, tomada no antebraço. Os critérios adotados para a classificação <strong>de</strong> HA obe<strong>de</strong>ceram as<br />

recomendações do III Congresso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial. Os indivíduos que do total<br />

atendido, 305 foram excluídos da presente análise <strong>de</strong>vido a dados incompletos, tendo sidos analisados<br />

os dados <strong>de</strong> 7.652 utilizando-se o programa estatístico Epi Info.<br />

Resultados: A prevalência <strong>de</strong> HÁ em Juiz <strong>de</strong> Fora (48,5%), foi significativamente superior as cifras<br />

<strong>de</strong>scritas na literatura (15%). Este fato é provavelmente um viés <strong>de</strong> amostragem, pois normalmente<br />

em campanhas como esta, a tendência é que as pessoas sabidamente portadoras <strong>de</strong> HÁ procurem o<br />

atendimento em maior número do que as <strong>de</strong>sconhecem a existência da patologia. Além disso, o<br />

número <strong>de</strong> pessoas atendidas, compreendia principalmente aqueles com ida<strong>de</strong> igual ou superior a 40<br />

anos (73,3%), on<strong>de</strong> a prevalência <strong>de</strong> HÁ é sabidamente alta. Detectou-se níveis pressóricos elevados<br />

em 61, 8% dos pacientes com ida<strong>de</strong> superior a 60 anos.<br />

Conclusão: Houve a<strong>de</strong>são a campanha com o comparecimento <strong>de</strong> 3% da população adulta aos<br />

postos <strong>de</strong> medição. A proporção dos hipertensos tratados ou controlados é semelhante aos países do<br />

primeiro mundo, mas ainda muito inferior ao <strong>de</strong>sejado.


59<br />

<strong>Posters</strong><br />

203 CONSULTA DE ENFERMAGEM APLICADA A CLIENTES 204 EFEITOS DO ALHO FRESCO NO COMPORTAMENTO<br />

PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL: UTILIZAÇÃO DA<br />

TEORIA<br />

F Manzini, JP Simonetti<br />

Departamento <strong>de</strong> Enfermagem, Curso <strong>de</strong> graduação em Enfermagem, Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

escola, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, UNESP, Botucatu, SP<br />

Introdução: O interesse em <strong>de</strong>senvolver uma ativida<strong>de</strong> junto a indivíduos portadores <strong>de</strong> hipertensão arterial<br />

(HA) <strong>de</strong>u-se pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionarmos um melhor atendimento e aumentar o índice da a<strong>de</strong>são ao<br />

tratamento, propondo uma modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong> enfermagem individualizada para <strong>de</strong>tectar os <strong>de</strong>svios <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> dos mesmos, baseando-se na realização <strong>de</strong> entrevista e exame físico, através da Consulta <strong>de</strong> Enfermagem.<br />

Outro aspecto que contribuiu para a realização <strong>de</strong> tal estudo foi o trabalho que o Conselho Regional <strong>de</strong> Enfermagem<br />

(COREn) do estado <strong>de</strong> São Paulo vem <strong>de</strong>senvolvendo para que os serviços <strong>de</strong> enfermagem sejam organizados,<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> da assistência prestada, através da implantação do Processo <strong>de</strong><br />

Enfermagem. Na população em geral, os riscos para a HA são menores para os adultos com pressão arterial (PA)<br />

sistólica menor que 120 mmHg e com PA diastólica menor que 80 mmHg. Vários estudos mostram que, apesar <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 90% dos portadores <strong>de</strong> HA estarem classificados <strong>de</strong>ntro da hipertensão primária ou essencial, <strong>de</strong> origem<br />

<strong>de</strong>sconhecida, existem diversos fatores, <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco, que po<strong>de</strong>m interferir no <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento<br />

e agravamento <strong>de</strong>sta doença, sendo eles: ida<strong>de</strong>, sexo, antece<strong>de</strong>ntes familiares, raça, obesida<strong>de</strong>, estresse,<br />

vida se<strong>de</strong>ntária, uso <strong>de</strong> álcool, uso <strong>de</strong> tabaco, uso <strong>de</strong> anticoncepcionais, alimentação rica <strong>de</strong> sódio e gorduras. Os<br />

objetivos <strong>de</strong>ste trabalho foram: avaliar a implantação <strong>de</strong> consulta <strong>de</strong> enfermagem ambulatorial aplicada a indivíduos<br />

portadores <strong>de</strong> HA, fazer um levantamento das dúvidas apresentadas pelos pacientes quanto à doença e ao<br />

tratamento, estimulá-los para o autocuidado e elaborar um plano assistencial <strong>de</strong> enfermagem para um maior<br />

controle dos níveis da PA e dos fatores <strong>de</strong> riscos.<br />

Métodos: esta pesquisa foi encaminhada ao Comitê da Ética em Pesquisa para ser apreciada, tendo recebido<br />

parecer favorável para a sua realização, em um centro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>-escola no trabalho para selecionar indivíduos<br />

portadores <strong>de</strong> HA para que esta clientela fosse atendida <strong>de</strong> forma mais organizada, buscando um maior<br />

controle da doença. De acordo com os encaminhamentos médicos, realizou-se a Consulta <strong>de</strong> Enfermagem<br />

nos meses <strong>de</strong> agosto a novembro <strong>de</strong> 2000 e <strong>de</strong> fevereiro a abril <strong>de</strong> 2001, constituindo-se em um total <strong>de</strong> 36<br />

pacientes que foram encaminhados e que não faltaram às consultas <strong>de</strong> enfermagem previamente agendadas.<br />

O instrumento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados utilizado foi baseado na Teoria do Autocuidado <strong>de</strong> Orem.<br />

Resultados: A amostra foi constituída por 61,1% <strong>de</strong> mulheres, 61% na faixa etária <strong>de</strong> 50 a 70 anos, 72,2%<br />

casados, 44,4% donas <strong>de</strong> casa, 47,2% aposentados e 72,4% com primeiro grau incompleto. Quanto aos hábitos <strong>de</strong><br />

vida, obteve-se 11,1% <strong>de</strong> tabagismo, 11,4% <strong>de</strong> etilismo, 47,2% fazem ativida<strong>de</strong> física, 25% têm uma ingestão<br />

salina elevada, 69,4% ingerem alimentos gordurosos. Em relação aos antece<strong>de</strong>ntes familiares 66,6% dos indivíduos<br />

entrevistados referiram tê-los. O índice <strong>de</strong> massa corporal (IMC) em 33,3% dos casos foi < 25 kg/m2 e<br />

30,5% variou entre > 27 < 30 kg/m 2 . Os principais <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> foram: 30,5% varizes, 27,7% e<strong>de</strong>ma e 11,1%<br />

constipação. A PA foi aferida nas posições sentado, em pé e <strong>de</strong>itado, sendo que a média dos níveis pressóricos<br />

para a PA sistólica foi < 140 mmHg e PA diastólica < 90 mmHg, em 49,2% dos pacientes.<br />

Conclusão: Notou-se que há uma dificulda<strong>de</strong> em relação ao encaminhamento dos pacientes para a realização<br />

da Consulta <strong>de</strong> Enfermagem, <strong>de</strong>vendo haver um trabalho <strong>de</strong> conscientização da equipe médica, <strong>de</strong>stacando-se<br />

a importância <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong> enfermagem. Mais <strong>de</strong> 50% dos pacientes não<br />

estavam com a PA controlada, inclusive boa parte <strong>de</strong>les referiu não seguir algumas das recomendações do<br />

tratamento não farmacológico, evi<strong>de</strong>nciando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um constante acompanhamento <strong>de</strong>sta clientela<br />

para estimulá-la a seguir tais recomendações, bem como orientá-la quanto às dúvidas que po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem<br />

existir em relação à doença e ao tratamento.<br />

205 A SOBRECARGA SALINA REDUZ A VASODILATAÇÃO<br />

ENDOTÉLIO-DEPENDENTE DA ARTÉRIA BRAQUIAL DE PA-<br />

CIENTES DO SEXO FEMININO COM HIPERTENSÃO ARTERIAL<br />

PRIMÁRIA<br />

E Bocanegra, M Saleh, C Amo<strong>de</strong>o, A Paes, J Assef, S Barretto, R Barretto, S Pontes<br />

Jr., W Nogueira<br />

Instituto Dante Pazzanese <strong>de</strong> Cardiologia, São Paulo, SP<br />

Objetivos: Consumo <strong>de</strong> dieta rica em sal po<strong>de</strong> representar um fator <strong>de</strong> risco cardiovascular. O objetivo<br />

<strong>de</strong>ste estudo foi o <strong>de</strong> explorar e comparar o efeito da ingestão da dieta rica em sal com o efeito da dieta<br />

pobre em sal na vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

Material e Métodos: Neste ensaio clínico paciente-controle, aleatorizado e uni (simples)-cego, foram estudadas<br />

14 pacientes hipertensas após variação <strong>de</strong> sal na dieta. A intervenção <strong>de</strong> controle consistiu em uma<br />

semana <strong>de</strong> dieta rica em sal monitorando o sódio na urina visando excreção menor do que 70 mEq <strong>de</strong> sódio<br />

em 24 horas. A intervenção experimental aleatorizada consistiu em uma semana <strong>de</strong> dieta rica em sal monitorando<br />

o sódio na urina visando excreção maior do que 160 mEq <strong>de</strong> sódio em 24 horas no mesmo grupo <strong>de</strong><br />

pacientes. O tratamento medicamentoso foi suspenso, previamente, um mês antes do exame (fase placebo).<br />

No estudo foram incluídas as pacientes com pressão arterial diastólica menor ou igual a 110 mmHg. As<br />

pacientes, com ida<strong>de</strong>s entre 44 e 55 anos (50,57 ± 3,20; média ± DP) não possuíam antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> tabagismo,<br />

dislipi<strong>de</strong>mia, diabete melito, insuficiência coronariana, obesida<strong>de</strong> ou doença vascular cerebral. Os exames<br />

realizados utilizando ultra-sonografia modo B (8 MHZ), após 5 minutos <strong>de</strong> repouso, pelo mesmo observador<br />

(cego para as informações sobre dieta). A artéria braquial esquerda foi examinada entre 2 e 15 cm<br />

acima da fossa antecubital. O diâmetro foi medido três vezes em três locais diferentes da artéria no mesmo<br />

ciclo cardíaco concomitantemente ao início da onda R do eletrocardiograma, na fase <strong>de</strong> repouso, 90 segundos<br />

após induzir vasodilatação fluxo-mediada (endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte) pelo garroteamento durante 5 minutos do<br />

braço esquerdo e também 5 minutos após provocar vasodilatação pela administração <strong>de</strong> 5 mg <strong>de</strong> dinitrato <strong>de</strong><br />

isossorbida sublingual (endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte).<br />

Resultados: Os resultados, em relação ao estudo da artéria braquial, foram:<br />

N Média ± DP P<br />

% <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte – Dieta média em sal 14 15,51 ± 6,11 0,004*<br />

% <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte – Dieta pobre em sal 14 9,97 ± 5,26<br />

% <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte – Dieta média em sal 14 14,72 ± 7,81 0,75**<br />

% <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte – Dieta pobre em sal 14 15,56 ± 8,06<br />

*Significância do teste t pareado bicaudal ao comparar % <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte pós dietas pobre em sal e rica em sal. **Significância<br />

do teste t pareado bicaudal ao comparar % <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte pós dietas pobre em sal e rica em sal. Média ± DP, média ± <strong>de</strong>svio<br />

padrão.<br />

A dosagem <strong>de</strong> sódio na urina <strong>de</strong> 24 horas, no dia do exame <strong>de</strong> ultra-sonografia da artéria braquial foi <strong>de</strong><br />

44,49 ± 21,34 (média ± <strong>de</strong>svio padrão) mEq em 24 horas pós dieta rica em sal.<br />

Conclusões: Houve redução significante do percentual <strong>de</strong> vasodilatação endotélio-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte após uma<br />

semana <strong>de</strong> dieta rica em sal, sendo que não houve diferença no percentual <strong>de</strong> vasodilatação endotélioin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

em pacientes hipertensas, quando comparado aos percentuais <strong>de</strong> vasodilatação pós dieta<br />

pobre em sal.<br />

Sem título-32 59<br />

26/06/03, 15:14<br />

DA PRESSÃO ARTERIAL OBSERVADA ATRAVÉS DA MONITORI-<br />

ZAÇÃO AMBULATORIAL DE PRESSÃO ARTERIAL.<br />

E Abib, LC Silva, F Koizume, R Pereira, JL Donato, G De Nucci<br />

Depto <strong>de</strong> Farmacologia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas, UNICAMP, Campinas, SP<br />

Objetivo: Consumo <strong>de</strong> alho provou ser capaz <strong>de</strong> reduzir os riscos <strong>de</strong> doenças cardiovasculares.<br />

Efeitos no comportamento da pressão arterial foram <strong>de</strong>monstrados em muitos estudos. Este estudo<br />

examinou os efeitos sob a pressão arterial utilizando o Monitor Ambulatorial <strong>de</strong> Pressão arterial<br />

(MAPA) em voluntários sadios.<br />

Métodos: O estudo clínico foi conduzido usando 18 voluntários masculinos sadios. Eles foram<br />

tratados a seguir: 1) Um pão <strong>de</strong> queijo sem alho (controle); 2) 3,5 g <strong>de</strong> alho fresco com um pão <strong>de</strong><br />

queijo (dose única); 3) 3,5 g <strong>de</strong> alho frescos administrados duas vezes ao dia por um período <strong>de</strong><br />

quatro dias (dose diária). Foi aplicado um período <strong>de</strong> “wash-out” como intervalo entre os grupos <strong>de</strong><br />

sete dias. A pressão arterial foi <strong>de</strong>terminada antes do início do tratamento com alho e seguido por 24<br />

hs. A medida da pressão arterial foi realizada utilizando o aparelho SpaceLabs Equipament, mo<strong>de</strong>l<br />

90207 - 30. Nós utilizamos como teste analítico Anova seguido do Teste <strong>de</strong> Tukey para analisar os<br />

dados e software foi “The SAS System for Windows (statistical Analyses System) version 6.12;<br />

SAS institute Inc. , 1989 – 1996, Cary, NC, USA”.<br />

Resultados: Nós comparamos grupo Placebo (n = 12), grupo Única dose (n = 18) e grupo dose<br />

Diária (n = 12) consi<strong>de</strong>rando a Pressão Arterial Sistólica (PA sist) e Diastólica (PA diast); Pressão<br />

Arterial Média (PAM) e Freqüência cardíaca (FC) <strong>de</strong> acordo com Vigília (6h-22h) e Sono (22h-6h).<br />

A PA sist. no grupo placebo foi 128,08 ± 12,27 mmHg contra grupo dose única que foi <strong>de</strong> 115,00 ±<br />

14,65 mmHg na 24 h (p < 0,05); A PA diast. no grupo placebo foi 79,42 ± 7,40 mmHg contra grupo<br />

dose única 68,83 ± 12,23 mmHg e contra grupo dose diária 78,25 ± 7,71 mmHg na 24 h; Grupo<br />

placebo foi 81,67 ± 6,21 mmHg contra grupo dose diária 74,17 ± 7,80 mmHg na 6h (p < 0.05); A<br />

PAM no grupo placebo foi 79,42 ± 7,40 mmHg, grupo dose única 68,83 ± 12,23 mmHg e grupo<br />

dose diária 78,25 ± 7,71 mmHg na 24 h; Grupo placebo foi 81,67 ± 6,21 mmHg e grupo dose diária<br />

74,17 ± 7,80 mmHg na 6 h (p < 0,05).<br />

Conclusão: Observou-se <strong>de</strong>créscimo na pressão arterial nos voluntários tratados com alho. Estes<br />

resultados suportam que baixas doses <strong>de</strong> alho fresco po<strong>de</strong>m promover alterações no comportamento<br />

da pressão arterial.<br />

Suporte financeiro: FAPESP and CAPES<br />

206<br />

FEIRA DE SAÚDE: ESTRATÉGIA PARA ATIVIDADE<br />

EDUCATIVA COM VISTAS A PREVENÇÃO DE FATORES DE RIS-<br />

CO PARA A HIPERTENSÃO ARTERIAL<br />

MES Guanilo, DCM Barbosa, EM Sordi, M Simão, RGV Palhares, S Godoy, EJ<br />

Cesarino, EV Veiga, EC Cárnio, MS Nogueira.<br />

Departamento <strong>de</strong> Enfermagem Geral e Especializada da Escola <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong><br />

Ribeirão Preto – USP; Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Farmacêuticas <strong>de</strong> Ribeirão Preto - USP e<br />

Associação Ribeirãopretana <strong>de</strong> Ensino, Pesquisa e Assistência ao Hipertenso – AREPAH<br />

Introdução: Por ser a hipertensão arterial (HA) doença crônica, geralmente assintomática e <strong>de</strong> alta prevalência<br />

em nosso meio e, diferentes fatores <strong>de</strong> risco contribuírem para a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle e tratamento<br />

eficaz da doença, optamos por <strong>de</strong>senvolver estudo junto aos indivíduos que voluntariamente visitaram uma<br />

feira <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em praça pública, com objetivo <strong>de</strong>: i<strong>de</strong>ntificar fatores <strong>de</strong> risco para HA a que estavam expostos<br />

e posterior orientação quanto formas <strong>de</strong> modificação no estilo <strong>de</strong> vida.<br />

Método: Participaram do estudo 88 indivíduos que voluntariamente procuraram o recinto e, se dirigiam ao<br />

local on<strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> graduação em enfermagem, previamente treinados, realizavam aferição dos valores <strong>de</strong><br />

pressão arterial; foram então consultados sobre o interesse em participar do estudo, e a manifestação se <strong>de</strong>u<br />

por meio <strong>de</strong> assinatura do termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido conforme Resolução 196/96 do CNS.<br />

Os dados foram obtidos por meio <strong>de</strong> entrevista estruturada com preenchimento <strong>de</strong> formulário específico e<br />

aferição dos valores da pressão arterial (PA), com o uso <strong>de</strong> esfigmomanômetro anerói<strong>de</strong> <strong>de</strong>vidamente calibrado<br />

e bolsa <strong>de</strong> borracha com largura compatível à circunferência braquial do indivíduo. De posse dos<br />

dados os mesmos foram analisados e a cada hora formava-se um grupo com os indivíduos atendidos e os<br />

mesmos eram orientados quanto aos fatores <strong>de</strong> risco para a doença e, o próprio grupo chegava a um consenso<br />

sobre como mudar o estilo <strong>de</strong> vida para a prevenção e controle da doença.<br />

Resultados: Do total <strong>de</strong> indivíduos da amostra 46 (52,3%) eram do sexo feminino, 70 (79,5%) possuíam<br />

ida<strong>de</strong> entre 30 e 69 anos e 27 (30, 7%) escolarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1.º grau incompleto; 19 (22,3%) se ocupavam dos<br />

afazeres domésticos e 18 (21,2%) eram aposentados. Em relação aos fatores <strong>de</strong> risco 50 (56,8%) possuíam<br />

IMC = 25 kg/ m 2 , 32 (36,3%) não realizavam nenhum tipo <strong>de</strong> exercício físico, 22 (25%) informaram consumir<br />

bebida alcoólica, em sua maioria a cerveja e com maior freqüência nos finais <strong>de</strong> semana 17 (77,3%); 41<br />

(46,6%) indicaram fumar, dos quais 25 (96,1%) usavam cigarro <strong>de</strong> papel por período <strong>de</strong> 20 a 30 anos indicado<br />

por 7 (26,9%) indivíduos e, 20 (27,4%) convivem com pessoas que fumam; 14 (15,9%) eram diabéticos<br />

dos quais 11 (78,6%) faziam tratamento médico; 14 (15,9%) informaram possuir colesterol elevado e<br />

<strong>de</strong>stes, 6 (42,8%) faziam controle com dieta e exercícios físicos; 11(31,4%) indicaram que constantemente<br />

convivem com o estresse e a maioria 5 (29,4%) procura evitá-lo através <strong>de</strong> caminhada. Quanto à alimentação<br />

85 (96,6%) indicaram o uso <strong>de</strong> alimentos preparados com sal, dos quais 4 (4,5%) tem o hábito <strong>de</strong><br />

adicionar sal na alimentação após o preparo; 6 (6,8%) informaram que preparavam os alimentos com gordura<br />

saturada. Quanto aos antece<strong>de</strong>ntes familiares 51 (57,9%) indicaram a HA, 23 (26,1%) hipercolesterolemia,<br />

28 (31,8%) obesida<strong>de</strong>, 27 (30,7%) doenças cardíacas e 19 (21,6%) insuficiência renal. Em relação aos<br />

valores <strong>de</strong> PA, 4 (4,5%) apresentaram valores <strong>de</strong> pressão arterial sistólica = 140 mmHg e 9 (10,2%) valores<br />

<strong>de</strong> pressão arterial diastólica = 90 mmHg.<br />

Conclusão: Os resultados indicam que a população <strong>de</strong>sconhece que, muitos dos seus hábitos <strong>de</strong> vida, contribuem<br />

para o aparecimento da HA ou até mesmo <strong>de</strong> suas complicações, uma vez que muitos só procuram<br />

os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> quando apresentam sintomas indicativos <strong>de</strong> doença. Assim, é importante que profissionais<br />

e graduandos da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> valorizem espaços públicos como forma <strong>de</strong> possibilitar a população<br />

acesso a informações sobre saú<strong>de</strong>.


<strong>Posters</strong><br />

207 HIPERTENSÃO, STRESS E ASSERTIVIDADE<br />

CAMPANHA NACIONAL PARA DETECÇÃO DE DIABE-<br />

Urbano MF, Pazinatto J, Trevisan D, Bezzera P, Lipp M<br />

TES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: UMA<br />

Laboratório <strong>de</strong> Estudo Psicofisiológico <strong>de</strong> Stress – Puc-Campinas<br />

AMOSTRA POPULACIONAL<br />

Alexandre Pazetto Balsaneli*, Aline Matheus <strong>de</strong> Sousa*, Ana Paula Ávila Von<br />

Dolinger*, Gisele Cristina dos Santos Curci*, Cleyton Eduardo Gil Quero*, Cláudia<br />

Ely Gazetta**<br />

*Acadêmicos do Curso <strong>de</strong> graduação em Enfermagem da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e<br />

Enfermagem <strong>de</strong> São José do Rio Preto (FAMERP)<br />

** Mestre em enfermagem, docente da FAMERP<br />

Introdução: O estudo tem como objetivo verificar a correlação entre stress, hipertensão e<br />

assertivida<strong>de</strong>. O stress é um <strong>de</strong>sgaste geral do organismo, conseqüente <strong>de</strong> uma interação entre o<br />

indivíduo e o mundo. Suas conseqüências envolvem alterações psicofisiológicas do organismo <strong>de</strong>correntes<br />

<strong>de</strong> situações <strong>de</strong>safiadoras. A assertivida<strong>de</strong> é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emitir respostas e tomar <strong>de</strong>cisões<br />

com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os próprios direitos, expressar opiniões em situações conflituosas.<br />

Ultimamente alguns trabalhos têm apontado a presença <strong>de</strong> inassertivida<strong>de</strong> entre alguns pacientes<br />

hipertensos que também apresentavam sintomas <strong>de</strong> stress emocional.<br />

Método: Para a realização <strong>de</strong>ste estudo foi utilizado o Inventário <strong>de</strong> Sintomas <strong>de</strong> Stress (ISS) para<br />

mensurar o stress, a Escala <strong>de</strong> Assertivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rathus para avaliar se o indivíduo se classifica como<br />

assertivo ou não. A amostra foi composta por 30 sujeitos sendo todos hipertensos <strong>de</strong> ambos os sexos,<br />

que procuraram o Laboratório <strong>de</strong> Estudos Psicofisiológicos <strong>de</strong> Stress, como ida<strong>de</strong> entre 35 e 60<br />

anos, todos resi<strong>de</strong>ntes em Campinas – SP.<br />

Resultados: Verificou-se que, <strong>de</strong>ntre os sujeitos hipertensos, 83% <strong>de</strong>les estavam estressados, e 43%<br />

eram inassertivos. Observou-se ainda que 52% dos sujeitos estressados são inassertivos.<br />

Conclusão: A maioria dos sujeitos da amostra <strong>de</strong> hipertensos estudada apresentava estressada, e<br />

<strong>de</strong>ntre os estressados a maior parte era inassertiva. Concluiu-se a favor da possível existência <strong>de</strong><br />

uma relação entre o stress e hipertensão, e que a inassertivida<strong>de</strong> é uma das fontes internas <strong>de</strong> stress,<br />

o qual po<strong>de</strong> comprometer indiretamente o quadro clínico do indivíduo hipertenso.<br />

Projeto financiado pelo CNPq – nº 523204-95/7<br />

209 EARLY ADMINISTRATION OF L-ARGININE CORRECTS 210<br />

THE HIGH BLOOD PRESSURE LEVELS AND IMPAIRED VASCU-<br />

LAR REACTIVITY BUT NOT RENAL FUNCTION ALTERED BY<br />

INTRAUTERINE UNDERNUTRITION IN WISTAR RATS<br />

Franco MCP, Alves MG, Barão MA, Nigro D, F Zala<strong>de</strong>k Gil<br />

Background: Intrauterine un<strong>de</strong>rnutrition is a clinical condition that has been associated with hypertension<br />

and cardiovascular disease in the concept. In previous study we observed that intrauterine<br />

un<strong>de</strong>rnutrition promotes endothelial dysfunction and impairment of renal function1 .<br />

Objective: In the present study, the effects of L-Arginine on blood pressure levels, renal functional<br />

parameters and vascular reactivity were investigated in male 14 week-old rats, originated from mothers<br />

submitted to 50% of food restriction throughout pregnancy.<br />

Methods: After weaning, four groups were formed: 1) group N (nourished), 2) group UN<br />

(un<strong>de</strong>rnourished) which received 2% sacarose (Sac) in the drinking water, for 10 weeks; 3) group N-<br />

A and 4) group UN-A, which received 2% L-arginine (L-Arg) solution for 10 weeks. Tail cuff blood<br />

pressure and glomerular filtration rate (GFR) was <strong>de</strong>termined. To study the vascular reactivity, the<br />

response to acetylcholine (ACh) was evaluated in mesenteric arteriolar bed isolated from N, UN, N-<br />

A and UN-A offspring.<br />

Results: Glycemia and body weight gain was similar in all the studied groups. GFR was significantly<br />

<strong>de</strong>creased in 14 weeks-old un<strong>de</strong>rnourished animals ingesting both Sac and L-Arg solutions when<br />

compared to N (6.10 ± 0.31 (N) vs. 3.76 ± 0.16* (UN), 3.84 ± 0.22* ml/min/kg (UN-A), *P < 0.05).<br />

From 14 week-old, mean blood pressure levels were found to be significantly increased in UN but<br />

returned to normal levels after L-Arg treatment. A reduced relaxation to ACh were observed in<br />

mesenteric arteriolar bed isolated from UN when compared to N offspring (82.77 ± 3.34 vs. 66.23 ±<br />

4.84*, *P < 0.05). However, L-Arg treatment corrected the <strong>de</strong>creased response to ACh observed in<br />

UN group.<br />

Conclusion: The onset of hypertension in intrauterine un<strong>de</strong>rnourished animals may be related to an<br />

altered vascular reactivity and an impaired action of NO. The observed hypertension in this mo<strong>de</strong>l<br />

may be in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt of the <strong>de</strong>crease in the functional nephron number.<br />

1 Franco et al. (Faseb Journal 14(4): A461, 2000)<br />

Supported by FAPESP and CNPq<br />

Sem título-32 60<br />

26/06/03, 15:14<br />

60<br />

208<br />

A participação como graduandos <strong>de</strong> enfermagem na campanha <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> diabetes mellitus e<br />

hipertensão arterial sistêmica além <strong>de</strong> propiciar aprendizagem aos acadêmicos envolvidos sob a<br />

medida indireta da pressão arterial e execução do teste <strong>de</strong> glicemia, forneceu subsídios para verificação<br />

do perfil epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong>ssas moléstias na população atendida pelo Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Escola<br />

Estoril da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São José do Rio Preto, bem como a contextualização do problema que representam.<br />

Tornou-se <strong>de</strong>ssa forma, claro para os autores <strong>de</strong>sse estudo, a importância <strong>de</strong> eventos como este, com<br />

aspecto <strong>de</strong> mobilização dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e da comunida<strong>de</strong> na tentativa <strong>de</strong> um melhor<br />

controle <strong>de</strong>ssas doenças através da conscientização e da educação para a promoção da saú<strong>de</strong>.<br />

Discussão dos Resultados: Do total da amostra pesquisada foram aproveitadas 1220 fichas completas.<br />

Deste total 67% ( 818 pessoas) apresentavam cifras tensionais e taxas <strong>de</strong> glicemia normais,<br />

conforme critérios estabelecidos pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>; 17,8% ( 217 pessoas) apresentavam valores<br />

da pressão arterial elevados e taxa <strong>de</strong> glicemia a<strong>de</strong>quados; 9,2% ( 113 pessaos) mantinham os<br />

níveis pressóricos a<strong>de</strong>quados e a taxa <strong>de</strong> glicemia alterada e 6% (72 pessoas) permaneciam com a<br />

pressão arterial e a taxa <strong>de</strong> glicemia aumentados, revelando que 23,8% dos participantes <strong>de</strong>notavam<br />

alteração da pressão arterial e 15,2% da taxa <strong>de</strong> glicemia.<br />

QUANTAS MEDIDAS ISOLADAS DE PRESSÃO ARTERI-<br />

AL EM PACIENTES TRATADOS POR HEMODIÁLISE CRÔNICA<br />

PODERIAM PREDIZER OS VALORES OBTIDOS PELA MONITO-<br />

RIZAÇÃO AMBULATORIAL NO INTERDIALÍTICO?<br />

C Muraro (1) , BB Matsubara (2) , K Okoshi (2) , MJDB Felippe (1) , LC Martin (1) , JST<br />

Caramori (1) , P Barretti (1) , RJS Franco (1)<br />

(1) (2) Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia, Disciplina <strong>de</strong> Cardiologia; Depto. <strong>de</strong> Clínica Médica -<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Botucatu – UNESP, Botucatu, SP<br />

Objetivo: <strong>de</strong>terminar o número mínimo <strong>de</strong> medidas isoladas <strong>de</strong> pressão arterial obtidas rotineiramente<br />

no início da hemodiálise que possam aproximar-se ao máximo da monitorização ambulatorial<br />

<strong>de</strong> pressão arterial.<br />

Pacientes e métodos: 32 pacientes do serviço <strong>de</strong> diálise do HCFMB-UNESP com ida<strong>de</strong> 45 ± 14<br />

anos (14 mulheres; 2 diabéticos) do, no período <strong>de</strong> 5/2000 a 02/2001, foram submetidos a, monitorização<br />

ambulatorial da pressão arterial (MAPA) por todo o período interdialítico, anotadas as medidas<br />

<strong>de</strong> pressão arterial nas <strong>de</strong>z últimas sessões <strong>de</strong> hemodiálise antes da realização da MAPA.<br />

Foram calculados os coeficientes <strong>de</strong> correlação entre a medida <strong>de</strong> pressão arterial obtida pela MAPA<br />

e a média <strong>de</strong> sucessivas medidas <strong>de</strong> pressão arterial em número progressivo <strong>de</strong> 1 a 10.<br />

Resultados: O coeficiente <strong>de</strong> correlação entre pressão arterial isolada e MAPA cresce rapidamente<br />

na medida que se toma, como valor representativo da pressão arterial isolada, a média <strong>de</strong> aferições<br />

do início <strong>de</strong> números sucessivamente maiores <strong>de</strong> sessões <strong>de</strong> diálise até o número <strong>de</strong> 3 sessões. Em<br />

seguida, este índice ten<strong>de</strong> a estabilizar-se com a média <strong>de</strong> 6 medidas. Os coeficientes <strong>de</strong> correlação<br />

entre pressão arterial obtida pela MAPA e a média <strong>de</strong> pressões obtidas em 1 a 10 sessões <strong>de</strong> diálise<br />

são os que seguem para a pressão arterial sistólica e diastólica respectivamente: (r = 0,29; 0,52; 0,59;<br />

0,56; 0,53; 0,56; 0,61; 0,59; 0,61; 0,61) e diastólica(r=0,29; 0,52; 0,59; 0,56; 0,53; 0,56; 0,61; 0,59;<br />

0,61; 0,61)<br />

Conclusão: A pressão arterial aferida no início <strong>de</strong> diálise po<strong>de</strong> ser útil e para maximizar sua precisão<br />

é interessante que se tome como número representativo da pressão arterial a média <strong>de</strong> pressões<br />

aferidas no início <strong>de</strong> pelo menos 6 sessões consecutivas.


211 IMPORTÂNCIA DA DETERMINAÇÃO DA EXCREÇÃO 212<br />

URINÁRIA DE ALBUMINA EM DIABÉTICOS TIPO 2 HIPERTENSOS<br />

Santos ANB, Uehara MH, Zanella MT<br />

Hospital do Rim e <strong>Hipertensão</strong> – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo (UNIFESP/EPM)<br />

Estudos recentes indicam que o bloqueio da angiotensina II exerce papel importante no que diz<br />

respeito à proteção renal em pacientes diabéticos tipo 2 hipertensos com microalbuminúria (Parving<br />

HH, 2001). Este estudo teve por objetivo <strong>de</strong>terminar o papel <strong>de</strong> apenas uma <strong>de</strong>terminação anormal<br />

da excreção urinária <strong>de</strong> albumina (≥ 20 mg/min) como marcador <strong>de</strong> maior risco cardiovascular e<br />

renal. Avaliamos em nosso serviço pacientes diabéticos tipo 2 que apresentavam microalbuminúria<br />

persistente (grupo1, n = 20) (2 coletas consecutivas com albuminúria > 20 mg/min, em amostras<br />

noturnas <strong>de</strong> 12 h) e pacientes que apresentavam uma amostra positiva, porém que não confirmou em<br />

coleta posterior (grupo 2, n = 13). Resultados: observamos que pacientes do grupo 1 apresentavam<br />

maior pressão arterial sistólica (170,6 ± 15,4 vs 153,7 ± 22,4 mmHg, p = 0,01), tendência a maior<br />

pressão arterial diastólica (103,3 ± 17,2 vs. 93,7 ± 10,4 mmHg, p = 0,08) e menor hemoglobina<br />

glicosilada (7,4 ± 0,9 vs. 8,5 ± 1,8%, p = 0,03), além <strong>de</strong> maiores níveis <strong>de</strong> ácido úrico (5,7 ± 1,5 vs.<br />

3,9 ± 0,7 mg/dl, p < 0,001) e maiores valores <strong>de</strong> proteinúria (106,7 ± 157,4 vs. 11,4 ± 4,1 mg/min,<br />

p = 0,03). Os dois grupos não diferiram quanto à ida<strong>de</strong>, índice <strong>de</strong> massa corpórea e perfil lipídico do<br />

plasma. Nossos resultados sugerem que a ocorrência esporádica <strong>de</strong> microalbuminúria reflete a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um controle glicêmico mais rígido enquanto a microalbuminúria persistente é indicativa<br />

da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhor controle da pressão arterial e do uso <strong>de</strong> antagonistas da angiotensina II<br />

para prevenir a evolução para fase proteinúrica <strong>de</strong> nefropatia diabética.<br />

213 A HIPERTENSÃO EM PACIENTES COM RINS POLICÍS- 214<br />

TICOS NO RIO GRANDE DO SUL<br />

Nunes A1.2 , Thofehrn S1 , Weber R1 , Bohn F1 , Freitag M1 , Piccoli E1 , Satler F1 , Grasselli<br />

F1 , Wainberg F1 , Roisenberg I2 , Barros E1 1. Serviço <strong>de</strong> Hemodiálise (HCPA) – 2. Departamento <strong>de</strong> Genética (UFRGS) – Porto<br />

Alegre/RS<br />

A hipertensão arterial ocorre em mais <strong>de</strong> 50% dos pacientes com rins policísticos contribuindo para<br />

progressão da doença renal. A doença renal policística autossômica dominante é a nefropatia genética<br />

mais comum, ocorrendo numa freqüência <strong>de</strong> 1:800 indivíduos da população em geral. No Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul existem 80 serviços <strong>de</strong> diálise, não sendo conhecido o número <strong>de</strong> pacientes com rins<br />

policísticos nessa população.<br />

Objetivos: Esse trabalho consiste na etapa inicial <strong>de</strong> um estudo que visa caracterizar a doença renal<br />

policística e seus distúrbios mais comuns, sob aspectos epi<strong>de</strong>miológicos, fenotípicos, genéticos e<br />

moleculares.<br />

Metodologia: Foram revisados os prontuários, <strong>de</strong> pacientes submetidos à diálise no início <strong>de</strong> 2001<br />

em 3 municípios do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. A amostra consiste <strong>de</strong> 243 indivíduos que foram analisados<br />

quanto a etnia, sexo, ida<strong>de</strong>, patologia <strong>de</strong> base, sintomas associados e início do tratamento dialítico.<br />

Resultados:<br />

N HAS DM Ida<strong>de</strong> Etnia Sexo<br />

caucasói<strong>de</strong> negrói<strong>de</strong> masculino feminino<br />

R+* 25 (10,3%) 66,7% 4,3% 48,24 ± 14,08 87,5% 12,5% 63,3% 36,7%<br />

R-** 218 (89,7%) 65,0% 29,1% 55,02 ± 15,12 79,4%± 20,6% 53,8% 46,2%<br />

total 243 (100%) 52,4% 26,2% 54,32 ± 15,06 81,4% 18,6% 61,6% 38,4%<br />

*pacientes em diálise com rins policísticos - **pacientes em diálise sem rins policísticos - ( ) = número amostral<br />

HAS: hipertensão arterial sistêmica – DM: diabetes mellitus<br />

Nos pacientes avaliados a doença <strong>de</strong> base mais freqüente foi hipertensão arterial (52,4%), seguida<br />

por diabete mellitus (26,2%), glomerulopatias (13,5%) e doença renal policística (8,5%). A prevalência<br />

<strong>de</strong> macrohematúria, urolitíase, infecção do trato urinário, cistos hepáticos e divertículos encontrada<br />

em pacientes com rins policísticos foi <strong>de</strong> 51%, 25%, 20%, 56%, 37%, respectivamente.<br />

Discussão e Conclusões: A prevalência <strong>de</strong> pacientes com rins policísticos na população <strong>de</strong>studa,<br />

em hemodiálise, é semelhante a <strong>de</strong> outros estudos internacionais. Nessa população, a presença <strong>de</strong><br />

hipertensão é elevada embora sem diferenças significativas quando comparada com os pacientes<br />

sem a presença <strong>de</strong> rins policísticos.<br />

Sem título-32 61<br />

26/06/03, 15:14<br />

61<br />

<strong>Posters</strong><br />

FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À HIPERTROFIA<br />

VENTRICULAR ESQUERDA EM RENAIS CRÔNICOS TRATADOS<br />

POR HEMODIÁLISE<br />

R Barsante (1) , BB Matsubara (2) , K Okoshi (2) , MJDB Felippe (1) , LC Martin (1) , JST<br />

Caramori (1) , P Barretti (1) , RJS Franco (1)<br />

(1) (2) Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia, Disciplina <strong>de</strong> Cardiologia; Depto. <strong>de</strong> Clínica Médica -<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Botucatu – UNESP, Botucatu, SP<br />

Objetivo: i<strong>de</strong>ntificar fatores <strong>de</strong> risco para hipertrofia ventricular esquerda em pacientes tratados por<br />

diálise.<br />

Pacientes e métodos: 32 pacientes do serviço <strong>de</strong> diálise do HCFMB-UNESP com ida<strong>de</strong> 45 ± 14<br />

anos (14 mulheres; 2 diabéticos) do, no período <strong>de</strong> 5/2000 a 02/2001, foram submetidos a ecocardiografia<br />

para medida da massa ventricular esquerda, monitorização ambulatorial da pressão arterial<br />

por todo o período interdialítico, anotados seu peso, altura, dosagens <strong>de</strong> paratormônio, hematócrito,<br />

albumina e KT/V. Foram calculados os coeficientes <strong>de</strong> correlação entre as diferentes variáveis estudadas.<br />

Resultados: Houve correlação estatisticamente significante entre índice <strong>de</strong> massa ventricular esquerda<br />

e médias <strong>de</strong> pressão arterial <strong>de</strong> 44 horas sistólica (r = 0,40) e diastólica (r = 0,38); entre<br />

espessura da pare<strong>de</strong> posterior e paratormônio (r = 0,28); entre encurtamento fracional e hematócrito<br />

(r = 0,40) e correlação inversa entre diâmetro diastólico e hematócrito (r = -0,29).<br />

Conclusão: O nível <strong>de</strong> pressão arterial ambulatorial <strong>de</strong> 44 horas influenciou o grau <strong>de</strong> hipertrofia<br />

ventricular sendo que o hiperparatiroidismo e o hematócrito tiveram influência apenas sobre a geometria<br />

ventricular. Por outro lado, o <strong>de</strong>sempenho sistólico correlacionou-se inversamente com a<br />

intensida<strong>de</strong> da anemia.<br />

AVALIAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA EXTRA-<br />

SÍSTOLES VENTRICULARES DURANTE O TESTE ERGOMÉTRICO<br />

DE PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA<br />

E Trezza, PAM Lozano, MG Freitas<br />

Introdução: A hipertrofia ventricular esquerda (HVE) é comprovadamente um fator <strong>de</strong> risco para morte<br />

súbita, estando o risco aumentado quando existem arritmias ventriculares concomitantes. A hipertensão<br />

arterial sistêmica (HAS), pela sua alta prevalência, é a causa mais comum <strong>de</strong> HVE. Tendo observado uma<br />

alta incidência <strong>de</strong> extra-sístoles ventriculares (EVs) nos testes ergométricos (TE) realizados na Unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Registros Gráficos do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina do Campus <strong>de</strong> Botucatu da<br />

UNESP, analisamos uma amostra <strong>de</strong> exames sucessivos, <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> HAS, procurando i<strong>de</strong>ntificar<br />

fatores predisponentes para estas arritmias.<br />

Métodos: Foram analisados 102 TE consecutivos, <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> HAS, realizados para avaliação da<br />

própria hipertensão, para pesquisa <strong>de</strong> arritmia ao esforço ou para investigação <strong>de</strong> dor torácica. Foram<br />

excluídos os casos <strong>de</strong> coronariopatias comprovadas, com ou sem infarto prévio, cardiopatia chagásica ou<br />

dilatada, valvulopatia adquirida e cardiopatia congênita. Digitálicos, anti-arrítmicos, beta-loqueadores,<br />

diuréticos e vasodilatadores coronários foram suspensos pelo tempo necessário, antes da realização do<br />

teste. Foram realizados testes <strong>de</strong> esforço máximo, em esteira, limitados por sintomas, usando-se o Protocolo<br />

<strong>de</strong> Bruce, Os exames foram interpretados segundo os critérios do Consenso Nacional <strong>de</strong> Ergometria,<br />

da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Cardiologia (1995).<br />

Resultados: 56 pacientes eram homens e 46 mulheres, com ida<strong>de</strong> variando entre 20 e 84 anos (média <strong>de</strong><br />

53,78). As cifras da PA antes do teste variaram <strong>de</strong> 110 x 70 (foram incluidos alguns pacientes com hipertensão<br />

hiperreativa ao esforço) e 210 x 120. No final do esforço os níveis variaram <strong>de</strong> 140 x 90 até 250 x<br />

130. Apenas 21 pacientes apresentavam sobrecarga ventricular esquerda (SVE) pelo critério <strong>de</strong> Sokolov.<br />

47 apresentavam alterações inespecíficas da repolarização ventricular em <strong>de</strong>rivações esquerdas, sendo 30<br />

discretas (ondas T achatadas), 11 mo<strong>de</strong>radas (ondas T negativas assimétricas) e 6 intensas (segmento ST<br />

infra-<strong>de</strong>snivelado com T minus-plus ou negativas assimétricas). 50% dos pacientes apresentaram EVs<br />

monomorfas ou polimorfas, com ou sem pares, durante o esforço. 16 testes foram sugestivos <strong>de</strong> insuficiência<br />

coronária, 32 foram normais e 54 induziram alterações inespecíficas da repolarização ventricular,<br />

com padrão <strong>de</strong> ST e T não isquêmico. A incidência <strong>de</strong> EVs não foi estatisticamente diferente quando se<br />

consi<strong>de</strong>raram sexo (M - 56% x F - 46%) e faixa etária. SVE não se mostrou um fator <strong>de</strong> risco para EVs<br />

(SVE+: 43% x SVE-: 51%). No conjunto dos pacientes com alterações inespecíficas da repolarização<br />

ventricular mo<strong>de</strong>radas ou intensas foi observada uma incidência maior <strong>de</strong> EVs polimorfas e <strong>de</strong> pares do<br />

que naqueles sem estas alterações: (ARV+: 52,9% x ARV- 30% para EVs polimorfas e 29,4% x 20% para<br />

pares). A incidência <strong>de</strong> EVs não foi estatisticamente maior entre os TE sugestivos <strong>de</strong> isquemia ou que<br />

induziram alterações inespecíficas <strong>de</strong> ST e T, quando comparados com os TE em que não ocorreram<br />

alterações da repolarização ventricular. As cifras tensionais sistólicas e diastólicas antes do esforço ou no<br />

final do mesmo não influiram na incidência <strong>de</strong> EVs.<br />

Conclusões: Extra-sístoles ventriculares, durante o teste <strong>de</strong> esforço máximo, em esteira, em portadores<br />

<strong>de</strong> HAS, são muito freqüentes e, no grupo analisado, sua ocorrência foi estatisticamente maior apenas no<br />

grupo <strong>de</strong> pacientes que apresentavam alterações inespecíficas da repolarização ventricular mo<strong>de</strong>radas ou<br />

intensas no ECG controle. Sexo, ida<strong>de</strong>, SVE, níveis sistólicos e diastólicos da PA antes ou no pico do<br />

esforço e conclusão do teste quanto à presença <strong>de</strong> isquemia não influíram significativamente na incidência<br />

<strong>de</strong> EVs. A baixa incidência <strong>de</strong> SVE, pelos critérios <strong>de</strong> Sokolov, renova a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados para<br />

não excluir esta possibilida<strong>de</strong> com base apenas no ECG.


<strong>Posters</strong><br />

215 216<br />

GRAU DE INSATISFAÇÃO EM PACIENTES SUBMETI-<br />

DOS À MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA PRESSÃO ARTE-<br />

RIAL (MAPA)<br />

VN Ramos Neto, MHMD Sardilli, C Castilho Jr, MF Godoy<br />

Instituto do Coração Rio Preto – S. José Rio Preto (SP)<br />

Introdução: A MAPA é muito útil no diagnóstico e orientação terapêutica <strong>de</strong> pacientes (pts) hipertensos.<br />

Porém, apesar <strong>de</strong> não-invasiva, costuma ser incômoda sendo muitas vezes difícil obter a<br />

concordância dos pts para repetição do exame. O objetivo foi quantificar o grau <strong>de</strong> insatisfação <strong>de</strong><br />

pts submetidos à MAPA.<br />

Material e Métodos: Foram analisados 162 pts (104 mulheres), não selecionados, submetidos à<br />

MAPA por 24 horas. A ida<strong>de</strong> média foi <strong>de</strong> 55,9 ± 12,2 anos (21 a 84 anos). Na ocasião da retirada do<br />

aparelho os pts respon<strong>de</strong>ram como se sentiram e se fariam novo exame caso necessário.<br />

Resultados: Dos 162 pts, muitos queixaram-se <strong>de</strong> incômodo ou <strong>de</strong>sconforto, sendo que 47 (29,0%)<br />

afirmaram que não repetiriam o exame. A não aceitação do exame ficou bem clara em 5 pacientes<br />

com síndrome do pânico que afirmaram que em hipótese alguma repetiriam o procedimento. Esses<br />

pacientes suspen<strong>de</strong>ram o exame entre 30 minutos e 10 horas <strong>de</strong> gravação.<br />

Conclusão: A elevada taxa <strong>de</strong> rejeição (29,0%) à MAPA, chama a atenção para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

maior esclarecimento e orientação aos pts por parte dos médicos e equipe auxiliar, visando maior<br />

grau <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. A síndrome do pânico po<strong>de</strong> vir a ser uma contra-indicação para a realização do<br />

procedimento.<br />

217 A COMPREENSÃO DO PACIENTE HIPERTENSO PELA 218<br />

CLÍNICA HOMEOPÁTICA<br />

Agostinho Bueno Caixeta<br />

Introdução: O autor procura observar pontos comuns da Personalida<strong>de</strong> e do comportamento do<br />

paciente hipertenso, observando o que se consi<strong>de</strong>ra na Clínica Homeopática como “SINTOMAS<br />

MENTAIS”, isto é, achados <strong>de</strong> origem psicológica que contribuem para fazer surgir ou agravar a<br />

doença, neste caso a <strong>Hipertensão</strong>; e também “SINTOMAS GERAIS” que surgem com a síndrome.<br />

Objetivo: Dentro <strong>de</strong>sta linha <strong>de</strong> raciocínio, busca o autor correlacionar alguns fármacos da Matéria<br />

Médica Homeopática que po<strong>de</strong>m ser eficazes.<br />

Material e Método: Observaram-se 3 grupos: GRUPO 1 - pacientes em uso <strong>de</strong> fármacos convencionais.<br />

GRUPO 2 - pacientes que fizeram uso <strong>de</strong> drogas convencionais e fármacos homeopáticos.<br />

GRUPO 3 - pacientes hipertensos que fizeram uso <strong>de</strong> medicamento homeopático. Observaram-se 60<br />

pacientes no total.<br />

Resultados: O tratamento homeopático eficaz no controle da hipertensão arterial.<br />

Conclusão: A Homeopatia po<strong>de</strong> ajudar o paciente hipertenso a melhorar sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e<br />

também contribuir e colaborar para a terapêutica hipertensiva convencional, não havendo nenhuma<br />

contra-indicação do uso concomitante, muito pelo contrário.<br />

Sem título-32 62<br />

26/06/03, 15:14<br />

62<br />

PROGRAMA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL DE<br />

VOTORANTIM: QUE CONHECIMENTO OS PARTICIPANTES TÊM<br />

SOBRE A DOENÇA E COMO ESTÁ O CONTROLE PRESSÓRICO?<br />

MA Reis, JR Almeida, MN Camargo, IM Costa, FM Santos, C Rodrigues, CIS<br />

Rodrigues, FA Almeida<br />

Disciplina <strong>de</strong> Nefrologia – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Medicas <strong>de</strong> Sorocaba – PUC/SP.<br />

Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Município <strong>de</strong> Votorantim<br />

O programa <strong>de</strong> hipertensão arterial nos Centros <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (CS) <strong>de</strong> Votorantim começa a passar por uma reestruturação<br />

on<strong>de</strong> preten<strong>de</strong>-se implantar as normas do III Consenso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial. Para avaliar o<br />

impacto que estas modificações terão em futuro próximo avaliamos uma parcela aleatório dos pacientes atendidos<br />

em 2 Centros <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> antes da implantação das modificações pretendidas e faremos o mesmo processo <strong>de</strong><br />

avaliação <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um período consolidado do novo modo <strong>de</strong> funcionamento.<br />

Métodos: Foi realizada a seguinte avaliação em 50 pacientes sabidamente hipertensos que freqüentam os CS<br />

para acompanhamento da hipertensão arterial: 1. Coleta <strong>de</strong> dados epi<strong>de</strong>miológicos e da história da doença; 2.<br />

Realizado inquérito avaliando o conhecimento que os pacientes têm sobre a doença, suas conseqüências e a<br />

presença <strong>de</strong> outros fatores <strong>de</strong> risco cardiovasculares; 3. Verificados o peso e altura e calculado o índice <strong>de</strong> massa<br />

corporal (IMC); 4. Determinada a pressão arterial (PA) com esfigmomanômetro <strong>de</strong> coluna <strong>de</strong> mercúrio (3 vezes<br />

consecutivas a intervalos <strong>de</strong> 1 minuto na posição sentado e 2 vezes na posição em pé) e 5. Realizada a rotina<br />

mínima <strong>de</strong> avaliação complementar (esta ainda em andamento).<br />

Resultados: A ida<strong>de</strong> dos pacientes variou <strong>de</strong> 36 a 74 anos com média 55,6 ± 10,5 (DP). O tempo <strong>de</strong> conhecimento<br />

da HA foi <strong>de</strong> 8,1 ± 9,9 anos (1 mês a 44 anos) e a maioria soube ter hipertensão em consulta <strong>de</strong> rotina ou<br />

<strong>de</strong>terminação casual da PA. A tontura e cefaléia (ambos 48%) são os sintomas mais comuns associados à doença<br />

e apenas 14% dizem ser assintomáticos. Predomina o <strong>de</strong>sconhecimento (48% dos pacientes) sobre os fatores <strong>de</strong><br />

risco clássicos da doença e o estresse (30%), hereditarieda<strong>de</strong> (10%), excesso <strong>de</strong> sal (6%), ida<strong>de</strong> (4%) e obesida<strong>de</strong><br />

(2%) foram as causas apontadas. Os pacientes consi<strong>de</strong>ram que influenciam positivamente o controle pressórico<br />

o uso regular do medicamento (46%), redução da ingesta <strong>de</strong> sal (32%), redução do peso (22%), parar <strong>de</strong> fumar<br />

(4%) e exercícios regulares (2%). Fatores que influenciam negativamente o controle da PA o excesso <strong>de</strong> sal<br />

(52%), estresse (22%), excesso <strong>de</strong> álcool (14%) e falta da medicação antihipertensiva (14%). Praticamente todos<br />

<strong>de</strong>sconhecem que existem medicamentos que po<strong>de</strong>m piorar o controle pressórico. Cerca <strong>de</strong> 80% sabem ter<br />

algum outro fator <strong>de</strong> risco cardiovascular (CV) associado à HA e 50% têm mais <strong>de</strong> um fator <strong>de</strong> risco CV. Foram<br />

referidos obesida<strong>de</strong> (32%), menopausa (32%), fumo (24%), consumo <strong>de</strong> álcool (20%), dislipi<strong>de</strong>mia (12%) e<br />

diabetes (10%). Apenas 32% têm a PA controlada ( 35 Kg/m 2 ) está presente em 80% dos pacientes. Sobrepeso em 38% e obesida<strong>de</strong> em<br />

42%. A pressão diastólica correlaciona-se positivamente com o IMC (r = 0,369; p < 0,01).<br />

Conclusões: Embora exista disponibilida<strong>de</strong> da medicação antihipertensiva nos CS e os pacientes estejam satisfeitos<br />

com o atendimento recebido, apenas 32% <strong>de</strong>les estão com a PA controlada. Em nossa opinião os principais<br />

fatores que impe<strong>de</strong>m o a<strong>de</strong>quado controle pressórico são a falta <strong>de</strong> informações sobre as características da<br />

doença e como se comportar em relação a ela e a obesida<strong>de</strong> como o gran<strong>de</strong> fator <strong>de</strong> risco associado. Ambos<br />

requerem atendimento multidisciplinar e trabalho educativo a longo prazo.<br />

EFICÁCIA DA EDUCAÇÃO CONSCIENTIZADORA NA<br />

ADESÃO AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SIS-<br />

TÊMICA<br />

CB Cesarino, MC Braile, M Godoy, DM Braile<br />

Professores Doutores da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> São José do Rio Preto<br />

Introdução: O maior <strong>de</strong>safio da hipertensão arterial é a a<strong>de</strong>são dos pacientes ao tratamento e o<br />

controle da pressão arterial.<br />

Objetivo: Este estudo teve o objetivo <strong>de</strong> verificar a eficácia <strong>de</strong> um programa educativo, realizado<br />

pelo enfermeiro, empregando a metodologia pedagógica conscientizadora no controle da pressão<br />

arterial, na a<strong>de</strong>são ao tratamento não farmacológico e na assiduida<strong>de</strong> nos retornos a consulta no<br />

ambulatório <strong>de</strong> hipertensão arterial.<br />

Casuística e Método: Foram estudados dois grupos <strong>de</strong> hipertensos: o grupo controle, que participou<br />

do atendimento <strong>de</strong> rotina do ambulatório e o grupo estudo, que além dos cuidados convencionais,<br />

participou das ativida<strong>de</strong>s educativas realizadas pelo enfermeiro seguindo a metodologia pedagógica<br />

<strong>de</strong> Paulo Freire. Foi realizada medida indireta da pressão arterial quinzenalmente <strong>de</strong> ambos<br />

os grupos, sendo o grupo controle dispensado após verificações e o grupo estudo encaminhado para<br />

as ativida<strong>de</strong>s educativas. Estas ocorreram em um período <strong>de</strong> 12 meses, no total <strong>de</strong> 23 encontros,<br />

sendo que após 24 meses do início do programa educativo, foram realizadas visitas domiciliares em<br />

ambos os grupos. Foram coletadas amostras <strong>de</strong> sangue para exames <strong>de</strong> colesterol total e frações<br />

(HDLc, LDLc, VLDLc), triglicéri<strong>de</strong>s, glicemia, sódio e potássio na urina <strong>de</strong> 24 horas trimestralmente.<br />

Resultados: Verificou-se que no grupo controle, não houve alterações, enquanto que no grupo estudo<br />

a pressão arterial ficou em níveis <strong>de</strong>sejáveis, com queda significante (p < 0,05) nos valores do<br />

Índice <strong>de</strong> Massa Corpórea, triglicerí<strong>de</strong>o e sódio urinário. Demonstraram-se também, neste grupo<br />

modificações no tratamento não farmacológico, tais como: maior compreensão sobre a doença, abandono<br />

do hábito <strong>de</strong> fumar e a prática <strong>de</strong> exercício físico. Não houve modificações significativas nos<br />

dois grupos com relação ao consumo <strong>de</strong> bebida alcoólica. Quanto aos <strong>de</strong>mais parâmetros metabólicos<br />

avaliados, também não ocorreram modificações significativas. Nas visitas domiciliares verificou-se<br />

que o grupo estudo apresentou 95,6% com a pressão arterial controlada e o grupo controle<br />

somente 34,8% (p < 0,05). Houve diferença significante entre os dois grupos quanto a assiduida<strong>de</strong><br />

no ambulatório <strong>de</strong> hipertensão arterial, já que não ocorreu abandono entre os pacientes do grupo<br />

estudo, enquanto 21,7% do grupo controle abandonaram o atendimento ambulatorial (p < 0,05).<br />

Conclusões: Constatou-se que o programa educativo utilizado com o grupo <strong>de</strong> estudo levou o paciente<br />

a assumir com maior serieda<strong>de</strong> o tratamento, trazendo melhores resultados no que concerne aos<br />

valores pressóricos, na assiduida<strong>de</strong> às consultas ao ambulatório <strong>de</strong> hipertensão arterial e na a<strong>de</strong>são<br />

ao tratamento não farmacológico quando comparadas ao grupo controle.


219 OBESIDADE ENQUANTO FATOR DE RISCO PARA DIA- 220<br />

BETE E HIPERTENSÃO ARTERIAL<br />

DF Camilo, AT Silva, CM Zoldan, DFA Cecchetti, EF Oliveira, FT Oliveira, MC<br />

Buarraj, RM Claro, RVB Carvalho, EC Moura<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas -PUC-Campinas<br />

A obesida<strong>de</strong> tem sido associada com várias doenças crônico-<strong>de</strong>generativas, entre elas a diabete e a<br />

hipertensão arterial. Este trabalho teve como objetivo i<strong>de</strong>ntificar a prevalência da obesida<strong>de</strong> na população<br />

que aten<strong>de</strong>u a Campanha do Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> diabetes e<br />

hipertensão e verificar sua associação com estas patologias. Das pessoas que participaram da Campanha<br />

no Distrito <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Noroeste, 55,4% foram estudadas. Além das medidas <strong>de</strong> glicemia capilar<br />

e da pressão arterial, foram medidos o peso e a altura, para o cálculo do Índice <strong>de</strong> Massa Corporal<br />

(IMC), que é dado pelo peso dividido pela altura ao quadrado. Consi<strong>de</strong>rou-se: <strong>de</strong>snutrição para<br />

IMC 140 mmHg e/ou diastólico > 90 mmHg, em posição<br />

sentada, tomada no antebraço. Os critérios adotados para a classificação <strong>de</strong> HÁ obe<strong>de</strong>ceram as<br />

recomendações do III Congresso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> Arterial. Os indivíduos que do total<br />

atendido, 305 foram excluídos da presente análise <strong>de</strong>vido a dados incompletos, tendo sido analisados<br />

os dados <strong>de</strong> 7652 utilizando-se o programa estatístico Epi Info.<br />

Resultados: A prevalência <strong>de</strong> HA em Juiz <strong>de</strong> Fora (48,5%) foi significativamente superior as cifras<br />

<strong>de</strong>scritas na literatura (15%). Este fato é provavelmente um viés <strong>de</strong> amostragem, pois normalmente<br />

em campanhas como esta, a tendência é que as pessoas sabidamente portadoras <strong>de</strong> HA procurem o<br />

atendimento em maior número do que as que <strong>de</strong>sconhecem a existência da patologia. Além disso, o<br />

número <strong>de</strong> pessoas atendidas, compreendia principalmente aqueles com ida<strong>de</strong> igual ou superior a 40<br />

anos (73,3%), on<strong>de</strong> a prevalência <strong>de</strong> HA é sabidamente alta. Detectou-se níveis pressóricos elevados<br />

em 61,8% dos pacientes com ida<strong>de</strong> superior a 60 anos.<br />

Conclusão: Houve a<strong>de</strong>são a campanha com o comparecimento <strong>de</strong> 3% da população adulta aos<br />

postos <strong>de</strong> medição. A proporção dos hipertensos tratados ou controlados é semelhante aos países do<br />

primeiro mundo, mas ainda muito inferior ao <strong>de</strong>sejado.<br />

Sem título-32 63<br />

26/06/03, 15:14<br />

63<br />

<strong>Posters</strong><br />

LIPASES E PROTEÍNAS DE TRANSFERÊNCIA EM PA-<br />

CIENTES COM HIPERALFALIPOPROTEINEMIA<br />

Alarcon S1 , Castanho V1 , Kaplan D1 , Oliveira H2 , Quintão E3 , <strong>de</strong> Faria E1 Dept. <strong>de</strong> Patologia Clínica, NMCE, UNICAMP1 ; Dept. <strong>de</strong> Fisiologia, UNICAMP2 ;<br />

Lab. <strong>de</strong> Lípi<strong>de</strong>s, FM-USP, São Paulo3 Objetivo: Determinar as ativida<strong>de</strong>s dos fatores que modulam o metabolismo da HDL: Proteína <strong>de</strong><br />

transferência <strong>de</strong> fosfolípi<strong>de</strong>s (PLTP), proteína <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> colesteril éster (CETP) e lipase<br />

hepática (LH) em pacientes com hiperalfalipoproteinemia.<br />

Métodos: Noventa e cinco voluntários <strong>de</strong>finidos <strong>de</strong> acordo com os níveis <strong>de</strong> HDL-col: 35 controles<br />

(CTL) com HDL < 68 mg/dL e 60 hiperalfalipoproteinêmicos (HALP) com HDL-col 68 mg/dL<br />

participaram <strong>de</strong>ste estudo. PLTP, CETP e LH (após injeção <strong>de</strong> heparina) foram medidas por métodos<br />

exógeno radiométricos, utilizando emulsões <strong>de</strong> fosfolípi<strong>de</strong>s, 14 C-CE-HDL e trioleína como<br />

substratos respectivamente. Os dados foram analisados pelo teste <strong>de</strong> Mann-Whitney, com nível <strong>de</strong><br />

significância 0,05.<br />

Resultados: LH foi significativamente menor e LPL maior no grupo HALp (p = 0,04 e 0,005 respectivamente)<br />

quando comparados aos controles.<br />

Conclusão: A hiperalfalipoproteinemia po<strong>de</strong> ser explicada, em parte, pela menor ativida<strong>de</strong> da LH e<br />

maior ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> LPL nesta população.<br />

INCIDÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPU-<br />

LAÇÃO DE CAMPINAS: UM ESTUDO DA CAMPANHA DE 2001<br />

MH Zangirolamo, AT Rocha, MVRF Camilo.<br />

Serviço <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong> do Hospital <strong>de</strong> Clínicas da UNICAMP, Campinas, SP<br />

A Campanha do Dia Nacional <strong>de</strong> Prevenção e Combate à <strong>Hipertensão</strong> <strong>de</strong> 2001, realizada em Campinas,<br />

no dia 26 <strong>de</strong> abril, aten<strong>de</strong>u 8.797 pessoas. Deste universo 48% são do sexo feminino e 52% do<br />

sexo masculino; 73,15% são brancos, 10,55% são negros; 15,05% são pardos e 1,25 são amarelos.<br />

Quanto à distribuição etária, 53,90% estão na faixa <strong>de</strong> 20–49 anos, 41,65% na faixa <strong>de</strong> 50 anos ou<br />

mais e 4,45% na faixa <strong>de</strong> 10 a 19 anos. Em relação aos níveis pressóricos, 80,85% apresentaram<br />

resultados inferiores ou iguais a 140 x 90, e 19,15% acima <strong>de</strong>ste índice. Dos indivíduos com PA<br />

acima <strong>de</strong> 140 x 90, 61% referiram ter conhecimento do diagnóstico, sendo que 39% <strong>de</strong>sconheciam<br />

o problema. Do total dos que têm ciência do diagnóstico, 60,4% estão em tratamento. Os resultados<br />

alertam para o elevado número <strong>de</strong> pessoas com alterações dos níveis pressóricos que <strong>de</strong>sconhecem<br />

esse fato . Estes foram encaminhados a um serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para acompanhamento. As campanhas<br />

são <strong>de</strong> suma importância para alerta e sensibilização da população para o cuidado com problemas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> relevantes, como a hipertensão, conhecida por “assassino silencioso”, pois na maioria das<br />

vezes não apresenta sintomas.


<strong>Posters</strong><br />

XI Congresso da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Hipertensão</strong><br />

08 a 10 <strong>de</strong> Agosto/2002<br />

Porto Alegre - RS<br />

Pres.: Dr. Flávio D. Fuchs<br />

19th Scientific Meeting of the<br />

International Society of Hypertension<br />

23 a 27 <strong>de</strong> Junho/2002<br />

Praga, Rep. Tcheca<br />

Pres.: Dr. J. Kunes<br />

20th Scientific Meeting of the<br />

International Society of Hypertension<br />

15 a 19 <strong>de</strong> Fevereiro/2004<br />

São Paulo - Brasil<br />

Pres.: Dr. Artur Beltrame Ribeiro<br />

Produção Gráfica e Editorial - BG Cultural. Rua Ministro Nelson Hungria, 239 - Sala 5 - 05690-050 - S. Paulo - SP. Telefax: (11) 3758-1787 / 3758-2197. E-mail: bg@uol.com.br<br />

Médico / Jornalista Responsável: Benemar Guimarães - CRMSP 11243 / MTb 8668. Assessoria Editorial: Marco Barbato, Edmundo B. Sales Jr., Eliane R. Palumbo.<br />

Revisão: Luzia Bonifácio, Márcio Barbosa. Coor<strong>de</strong>nadoria <strong>de</strong> Atendimento: Mabel Rigon.<br />

Sem título-32 64<br />

26/06/03, 15:14<br />

64

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