A PODA EM CAFEZAIS - Fundação Procafé

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32 RECOMENDANDO visando a recuperação no desenvolvimento e b) Regularização da produção anual. produtividade das plantas podadas, destacando-se c) Redução do tamanho das plantas. a correta adequação do solo, (física e química) d) Eliminação do excesso de brotos ou ramos. suprindo e reequilibrando os nutrientes, o controle e) Eliminação de ramos improdutivos. das ervas e das pragas/doenças, especialmente as f) Facilidades no controle de broca, ferrugem e na do sistema radicular. colheita. g) Viabilidade na mecanização e no manejo da 8.4 Podas em cafezais Conillon lavoura. h) Melhoria da relação galho/folhas. O conceito de poda em café Conillon é bastante diferente daquele usado para variedades Existem, ainda, poucos trabalhos de pesquisa de café arábica, em função de 2 características sobre tipos de podas em cafezais Conillon. Um básicas do cafeeiro Conillon: a) as plantas experimento realizado em Marilandia pelos apresentam uma intensa ramificação ortotrópica Técnicos do ex-IBC, comparou os tipos: recepa (multi-caule) ficando sem saia e a produção fica baixa total, recepa baixa parcial, desbaste lateral e restrita à parte alta das plantas; e b) o manejo decote. Após 4 safras, os melhores resultados de tradicional é feito sem desbrota, só ultimamente, produção média foram com o desbaste lateral (30 em plantios mais adensados, se adota um menor nº scs/ha/ano) e com a recepa parcial (22 scs/ha/ano) de hastes/planta. onde se deixou 3-5 hastes, eliminadas 2 anos após, Em conseqüência dessas características é ficando a recepa total com 15sacas, e a testemunha normal um cafeeiro Conillon adulto possuir mais (sem poda) com 28 scs/ha, confirmando a de 30-50 hastes ortotrópicas. A planta, assim, expectativa de que o fechamento não estava cresce em forma de uma taça (moita), não mantém restringindo significativamente a produção, no saia e a produção é restrita à parte superior das período estudado. hastes, as quais são continuamente renovadas. Na prática, três tipos de podas vêm sendo Deste modo, o problema de fechamento no mais usados: a) a recepa baixa total, ou café Conillon não é grave como nos cafezais de intercalada, à semelhança do que se usa em café arábica, nos quais a condução é feita com poucas arábica; b) a eliminação anual de ramos velhos, hastes (1-2/planta) e onde a produção deve ocorrer esgotados, chamada de poda de produção, em toda a superfície da copa cilíndrica, de alto a associada à condução de novas hastes; e c) a baixo. O fechamento nos cafezais Conillon desbrota do excesso de brotos. atrapalha a mecanização dos tratos e favorece o Ultimamente vem sendo praticada no ataque de broca e de ferrugem, além de dificultar Espírito Santo, sem base experimental, a seu controle. Porém, o fechamento facilita bastante eliminação (desbaste) de ramos produtivos, de o controle do mato, o que é desejado pelos baixo para cima nas hastes, aqueles que já produtores de áreas não mecanizáveis. frutificaram no ano anterior. Assim, até a década de 80, praticamente não Deste modo, observando os resultados de se usava podas em Conillon. De lá para cá, novas ensaios e as experiências práticas realizadas com o lavouras, mais empresariais, foram implantadas, café Conillon no Brasil, pode-se indicar: muitas com irrigação e mecanização, outras mais a) Fazer desbaste lateral, após a colheita, dos adensadas, e o trabalho de poda foi muito ramos vergados para o meio da rua, visando ampliado, com bons resultados. prolongar o período de abertura da lavoura. A poda em cafeeiros Conillon pode ser usada b) Em áreas pequenas ou onde houver para uma ou mais das seguintes finalidades: disponibilidade de mão-de-obra aplicar a poda a) Renovação das plantas. de produção, de forma preventiva, a partir da 3ª-
RECOMENDANDO 4ª safra, eliminando, a cada ano, logo após a junto na linha (1 m), com a condução de uma só colheita, os ramos que produziram muito, e haste, que assim forma uma planta cilíndrica, normalmente os que já produziram 2-3 safras e semelhante à de café arábica. O problema é que nas que se encontram esgotados (com poucos regiões mais secas as plantas costumam cinturar e, ramos laterais enfolhados). também, com o tempo, a saia fica muito larga, c) A renovação da planta pode ser feita através da exigindo desponte. Outra observação curiosa é que recepa baixa ou da aplicação da poda de logo os ramos plagiotrópicos se engrossam e produção de forma mais drástica, deixando começam a emitir ramos ortotrópicos. Os estudos menos hastes velhas por planta, e com maior feitos sobre essa alternativa mostram que uma só número de hastes novas conduzidas, nesse caso haste reduz a produtividade e que o ideal para esse podendo ser usada mais tardiamente, a partir da sistema de condução é deixar 3 hastes/planta, como 6ª-8ª safras. se pode ver no quadro 17. Para apenas uma haste d) Em lavouras mais adensadas (2 a 2,5m x 1m) está sendo testada uma distância menor, de 0,5m conduzir 2-3 hastes por planta e iniciar sua entre plantas. Nessa condição as plantas ficam com renovação, por poda de produção anual, após a saia, se assemelham a cafeeiros arábica e podem 2ª ou 3ª safra. ser passíveis de colheita mecânica. A poda de produção pode ser feita com 8.5 Podas para safra zero/safra cem facão, serra de poda ou podão. Os ramos esgotados (emponteirados) devem ser cortados deixando-se o Nos últimos anos tem crescido bastante o melhor broto existente, mais abaixo, para renovar a uso de podas sistemáticas nas lavouras, mesmo nas copa. Pode-se combinar essa poda com a abertas, visando zerar a safra no ciclo de baixa eliminação do excesso de brotos existentes na produção. Esse sistema recebeu o nome de safra planta, possibilitando uma melhor entrada de luz zero ou, mais propriamente, safra cem, pois é dentro da mesma. Não existem, entretanto, dados preciso ter safras altas para manter boa que permitam afirmar se essa desbrota favorece ou produtividade média diante de outra safra zerada não a produtividade. As hastes esgotadas pela poda. apresentam a casca mais clara, esbranquiçada. O sistema utiliza a poda de desponte nos Quanto antes essa poda é realizada (após a colheita, cafeeiros, aplicada após a colheita da safra alta, e a partir de abril/maio) melhor. no ano seguinte eles não produzem, recuperam sua Uma nova alternativa de condução de ramificação lateral , e voltam a produzir muito 2 cafeeiros Conillon vem sendo adotada por anos após. produtores de Rondônia. Trata-se do plantio mais Com isso objetiva-se baratear o custo da Quadro 17: Produção de cafeeiros Conillon, no espaçamento 2 x 1m, conduzidos com diferentes números de hastes/planta Mutum-MG -2002. Tratamentos Uma haste/planta Duas hastes/planta Três hastes/planta Quatro hastes/planta Livre crescimento Fonte: Matiello et alli – Anais 28º CBPC, p. 37-8 Produtividade média 2 primeiras safras (scs/ha) 52 69 80 54 50 33
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