05.06.2013 Views

Arquivo em PDF - Dom Bosco

Arquivo em PDF - Dom Bosco

Arquivo em PDF - Dom Bosco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Psico<strong>Dom</strong>, v.2, n.2, jun. 2008____________________________________________<br />

sufocado”... A comunidade partilha o analogismo, o nosso ambiente vai dando<br />

metáforas do que pode estar acontecendo privadamente. Alguém me traiu: “colocaram<br />

uma faca no meu peito”. Isso é uma analogia de um sentimento de um estado privado. E<br />

assim nós vamos aprendendo a nomear o que se passa dentro da gente. E pra nós isso<br />

é muito importante, ou seja, <strong>em</strong> maior ou menor grau, a nossa comunidade vai ensinar a<br />

<strong>em</strong>itir comportamentos encobertos.<br />

Quando uma criança aprende a ler o comportamento pode ser reforçado. Com o passar<br />

do t<strong>em</strong>po, esse comportamento se torna apenas encoberto, ele não precisa estar lendo,<br />

ele ocorre naturalmente de forma que somente nós pod<strong>em</strong>os pensar ou ver o que está<br />

acontecendo. Também a nossa comunidade verbal vai ensinar a olhar para dentro de<br />

nós mesmos: “o que você está sentindo agora, o que está pensando?”. O nosso<br />

ambiente está nos ensinado a observar o que se passa nesse mundo privado. A nossa<br />

comunidade, o nosso ambiente está ensinado a observar quais são as nossas<br />

observações com o nosso ambiente. É aqui que ocorre um grande probl<strong>em</strong>a da nossa<br />

comunidade verbal, muitas vezes ela aceita o relato apenas dos sentimentos. Como o<br />

diálogo: “Por que você brigou com tal pessoa?” “Porque eu estava muito irritado.” E<br />

quais foram os primeiros eventos lá atrás que geraram a raiva, que geraram o<br />

comportamento de brigar e as conseqüências? Aprend<strong>em</strong>os desde pequenininho que<br />

brigamos com o amiguinho porque estamos bravos ou irritados ou com sono... e estava<br />

com o sono. Ou seja, se a comunidade verbal nos ensina a conhecer o mundo externo<br />

(nomear cores, objetos pessoas) e interno (sentir sede, medo, fome, frio), a nossa<br />

comunidade verbal t<strong>em</strong> muitos probl<strong>em</strong>as básicos para poder nos ensinar<br />

adequadamente a auto-observação ou a introspecção. Por ex<strong>em</strong>plo, quando vocês vão<br />

ao médico, estão com uma dor de barriga e não consegu<strong>em</strong> nomear exatamente o que<br />

está acontecendo dentro de vocês? Por que não somos capazes de descrever uma<br />

coisa que é tão privada e que ninguém vai poder ver? A nossa comunidade verbal t<strong>em</strong><br />

dificuldade <strong>em</strong> nos ensinar a descrever tão perfeitamente esses estímulos internos e por<br />

isso nós mesmos nos confundimos. E como é que fica a consciência se não<br />

conseguimos aprender a discriminar perfeitamente se acontece só dentro de nós, se<br />

somente nós t<strong>em</strong>os acesso?<br />

Skinner, já <strong>em</strong> 1974, descobre consciência dentro da Análise do Comportamento, a<br />

capacidade do indivíduo de relatar o seu próprio comportamento pra si mesmo ou para<br />

01

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!