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Arquivo em PDF - Dom Bosco

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Psico<strong>Dom</strong>, v.2, n.2, jun. 2008____________________________________________<br />

Nos processos psíquicos inconscientes Freud faz uma divisão, a famosa divisão entre<br />

processos conscientes, processos pré-conscientes e processos inconscientes. Ele dá o<br />

nome de pré-conscientes a todos aqueles processos psíquicos que pod<strong>em</strong> vir a se<br />

tornar conscientes a qualquer momento e s<strong>em</strong> esforço. Aos processos psíquicos que<br />

d<strong>em</strong>andam esforço para retomar<strong>em</strong> à consciência qualifica de inconscientes. Todos<br />

sab<strong>em</strong> que há certas l<strong>em</strong>branças, certos pensamentos, certas fantasias, certos desejos<br />

que custam um bocado para vir à consciência, o que não significa absolutamente que<br />

não estejam sendo processados e produzindo efeitos. Esse custo é o do conflito<br />

psíquico e esses processos são ditos recalcados. É por essa razão que o inconsciente<br />

freudiano é um subconjunto dos processos psíquicos, aqueles que ficaram recalcados.<br />

Aos processos psíquicos <strong>em</strong> geral, que são inconscientes, Freud nomeou de pré-<br />

conscientes por sua relação com a consciência.<br />

É importante observar que tanto faz ser<strong>em</strong> conscientes ou inconscientes, os processos<br />

são exatamente os mesmos, não há diferença. O inconsciente freudiano não é um local<br />

ou um funcionamento mental diferente. Inconsciente é uma qualidade, não uma<br />

substância. Quando diz<strong>em</strong>os que isso é uma qualidade, significa que esses termos,<br />

consciência, pré-consciência e inconsciência, são qualificativos ou adjetivos e não<br />

substantivos. Por ex<strong>em</strong>plo, essa blusa é azul, mas ela poderia ser vermelha. A cor azul<br />

é uma qualidade dessa blusa. Se ela fosse vermelha continuaria sendo uma blusa, teria<br />

a mesma função, seria feita do mesmo material, estaria exercendo o mesmo papel, só<br />

que a qualidade de sua cor seria diferente. Quando falamos <strong>em</strong> qualidades não estamos<br />

falando <strong>em</strong> instâncias, não estamos falando <strong>em</strong> coisas ontológicas, não estamos<br />

falando <strong>em</strong> entes, mas <strong>em</strong> qualidades dos entes, das coisas. Ora, o pensamento pode<br />

ser consciente ou não, mas não deixa de ser pensamento.<br />

Dito isso, o que Freud disse dessa qualidade da consciência? Em primeiro lugar que ela<br />

está ligada à percepção. A consciência é essencialmente perceptiva e ligada àquilo que<br />

está no campo perceptivo; logo, ligada à função da atenção.<br />

Cito novamente o Esboço de psicanálise:<br />

01

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