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o império mongol ea europa ocidental em meados do século xiii

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constantes da biblioteca da UFPR), como Grekov, Iakoubovski e Poliakov, e franceses<br />

pesquisa<strong>do</strong>res de assuntos euro-orientais e asiáticos, como Grousset e Portal, também<br />

encontráveis na mesma biblioteca. Isso não invalida – pelo contrário – sua obra, pois, com<br />

ela, surg<strong>em</strong> várias possibilidades de estu<strong>do</strong>, sejam com o detalhismo com que Margulies<br />

trata seu assunto, sejam com a enorme quantidade de notas, as quais referenciam<br />

muitíssimos autores. 46<br />

O segun<strong>do</strong> autor a ser analisa<strong>do</strong> é Hilário Franco Jr., bacharel e <strong>do</strong>utor <strong>em</strong> História<br />

pela USP, onde é professor. Possui várias obras referentes à Idade Média, cuja dedicação<br />

está na história das mentalidades e <strong>do</strong> imaginário medievais.<br />

Nesta direção, Franco Jr. pesquisou as utopias daquele perío<strong>do</strong>, cujo resulta<strong>do</strong> foi o<br />

livro As utopias medievais. 47 Dividi<strong>do</strong> <strong>em</strong> seis capítulos, incluin<strong>do</strong> introdução e conclusão,<br />

o autor discorre sobre quatro grandes utopias medievais: a da abundância, a da justiça, a <strong>do</strong><br />

sexo e a <strong>do</strong> Paraíso.<br />

O aspecto mais relevante <strong>do</strong> livro para esta monografia é a explicação da lenda <strong>do</strong><br />

Preste João, soberano lendário a qu<strong>em</strong> na Europa medieval se atribuiu o <strong>do</strong>mínio de um<br />

<strong>império</strong> cristão, que foi, sucessivamente, confundi<strong>do</strong> com um chefe cristão nestoriano de<br />

uma tribo turca da Mongólia, depois com alguns <strong>do</strong>s cãs <strong>do</strong> Império Mongol e, por fim,<br />

com os soberanos da Etiópia. Além disso, tal lenda pode ser discutida pela historiografia<br />

brasileira <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong> desejo de se chegar a esse hipotético alia<strong>do</strong> da cristandade, o<br />

que está no contexto <strong>do</strong> imaginério das Grandes Descobertas.<br />

A lenda <strong>do</strong> Preste João ajuda a entender as utopias descritas por Franco Jr.,<br />

sobretu<strong>do</strong> as da abundância, da justiça e <strong>do</strong> Paraíso, pois seu suposto <strong>império</strong> representava<br />

para a mentalidade medieval idéias que estavam distantes da Europa na época. Tal<br />

mentalidade ajuda a explicar os motivos pelos quais missionários franciscanos Carpini e<br />

Rubruck foram envia<strong>do</strong>s à corte <strong>do</strong>s impera<strong>do</strong>res mongóis, <strong>em</strong> m<strong>ea</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>século</strong> XIII.<br />

Talvez Franco Jr. justifique seus estu<strong>do</strong>s, ou “tenha adquiri<strong>do</strong> os direitos” para<br />

r<strong>ea</strong>lizá-los, pelo fato de a História <strong>do</strong> Brasil pós-descobrimento ser uma “continuação” da<br />

história da Europa <strong>ocidental</strong>. Por extensão, a historiografia daquela região teve reflexos na<br />

46 Ainda assim, sente-se falta da citação da bibliografia utilizada, ainda que fosse de forma enxuta.<br />

Certamente foi uma opção editorial, posto que o montante de páginas com as referências encareceria o custo<br />

<strong>do</strong> livro.<br />

47 FRANCO JR., H. As utopias medievais. São Paulo: Brasiliense, 1992.<br />

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