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o império mongol ea europa ocidental em meados do século xiii

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CAPÍTULO II<br />

CONTEXTO HISTÓRICO DE MEADOS DO SÉCULO XIII:<br />

ORIENTE MONGOL E OCIDENTE CRISTÃO<br />

Nenhum trabalho referente ao Império Mongol pode prescindir de <strong>do</strong>is assuntos<br />

fundamentais para seu entendimento: o nomadismo das estepes e o advento de Gêngis Cã.<br />

O nomadismo t<strong>em</strong> muito a ver com as condições climáticas da região de orig<strong>em</strong> <strong>do</strong>s<br />

mongóis, aproximadamente o território compreendi<strong>do</strong> pela atual República da Mongólia.<br />

S<strong>em</strong> saída para o mar, este território se estende, a oeste, por uma série de maciços<br />

montanhosos (Altai e Khangai), separadas por lagos; o sul e o leste inclu<strong>em</strong> grande parte <strong>do</strong><br />

deserto de Góbi; o clima é continental, caracteriza<strong>do</strong> por baixas precipitações e elevadas<br />

amplitudes térmicas. Além disso, grande parte dessa região e de seu entorno é composta por<br />

uma imensa planície de estepes. "Desde a Antiguidade, hordas nômades circulavam através<br />

da imensa zona de estepes que cobre importante porção da Eurásia (...). Seu próprio habitat<br />

impunha há milênios um mo<strong>do</strong> de vida pastoril que parecia estranhamente rudimentar ao<br />

la<strong>do</strong> das civilizações sedentárias que lhes eram cont<strong>em</strong>porân<strong>ea</strong>s." 1 Embora essas<br />

populações prezass<strong>em</strong> seus costumes de cavaleiros, pastores e guerreiros, 2 sentiam-se<br />

atraí<strong>do</strong>s pelo mo<strong>do</strong> de vida das populações sedentárias, estabelecen<strong>do</strong> assim uma relação de<br />

destruição e pilhag<strong>em</strong> a estas, por um la<strong>do</strong>, e de assimilação, por outro. 3<br />

O grande personag<strong>em</strong> da história <strong>do</strong> Império Mongol é Gêngis Cã. T<strong>em</strong>udjin, seu<br />

nome, 4 conseguiu unificar e pôr sob seu coman<strong>do</strong> as tribos nômades mongóis, pela destreza<br />

militar e pela inteligência nas alianças políticas. Convenceu-as de que era descendente <strong>do</strong><br />

1 PERROY, É. A Ásia mongólica (<strong>século</strong>s XII-XIII). In: CROUZET. M. (dir.). A Idade Média: o perío<strong>do</strong> da<br />

Europa feudal, <strong>do</strong> Islã turco e da Ásia mongólica; os t<strong>em</strong>pos difíceis (início). 2. ed. São Paulo: Difusão<br />

Européia <strong>do</strong> Livro, 1958. (História Geral das Civilizações, n. 7). p. 87.<br />

2 Sobre os hábitos (moradia, meios de transporte, alimentação, trabalho e vestuário), ver: PHILLIPS, E. D. Os<br />

mongóis e a tradição nómada [sic]. In: _____. Os mongóis. Lisboa: Verbo, 1971. (Coleção História Mundi; n.<br />

9). p. 24-41.<br />

3 PERROY, op. cit.<br />

4 O termo "Gêngis Cã" é uma adaptação fonética para o português de Tchinggis Khan, que foi o título<br />

atribuí<strong>do</strong> a T<strong>em</strong>udjin. V<strong>em</strong> de Tchinggis ("oceânico") e Khan ("chefe").

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