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o império mongol ea europa ocidental em meados do século xiii

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30<br />

*<br />

A partir deste ponto da monografia, será descrita a fonte de Rubruck, muito mais<br />

detalhada que a de Carpini, até o mesmo momento anterior: a chegada ao cã da Horda de<br />

Ouro. Isso se explica porque o início da exploração propriamente dita começava nas terras<br />

entre os rios Don e Volga. Até ali, os <strong>do</strong>is frades, <strong>em</strong>bora tenham saí<strong>do</strong> de lugares<br />

diferentes – Carpini da Ucrânia, Rubruck da Criméia –, tinham percorri<strong>do</strong> rotas, ainda que<br />

não-freqüentadas, no mínimo conhecidas por merca<strong>do</strong>res ocidentais. 11<br />

Embora viajasse como missionário, e não como <strong>em</strong>baixa<strong>do</strong>r, Rubruck levava carta<br />

ao grão-cã <strong>do</strong> rei Luís IX da França, que enviou o frade com objetivos nominais<br />

unicamente religiosos, mas com o interesse político de uma aliança com os mongóis contra<br />

o Islã.<br />

Depois de um ano <strong>em</strong> Constantinopla preparan<strong>do</strong>-se para a viag<strong>em</strong>, Rubruck foi, via<br />

mar Negro, até o porto de Soldaia, na Criméia, aonde chegou <strong>em</strong> maio de 1253. No início<br />

de junho, Rubruck e seu grupo partiram por terra, até que, <strong>em</strong> 31 de julho, chegaram ao<br />

ordu de Sartak, filho de Batu. Antes, ainda <strong>em</strong> Soldaia, Rubruck se dirigiu aos<br />

comandantes daquela localidade:<br />

Na Terra Santa ouvimos dizer que vosso senhor Sartach [sic] era cristão; os cristãos alegraram-se<br />

muito ao ouvir<strong>em</strong> isso, e sobretu<strong>do</strong> o rei cristianíssimo da França, que lá peregrina e luta contra os<br />

sarracenos para arrebatar de suas mãos os sagra<strong>do</strong>s lugares; por isso quero ir a Sartach levar-lhe a<br />

carta <strong>do</strong> senhor rei, na qual lhe dá conselhos sobre a utilidade de toda a cristandade. 12<br />

Portanto, muitas das esperanças depositadas na conversão <strong>do</strong>s mongóis e numa possível e<br />

subseqüente aliança com os cristãos estavam na crença de que pelo menos um <strong>do</strong>s cãs da<br />

Mongólia havia si<strong>do</strong> batiza<strong>do</strong>.<br />

Até chegar ao pai de Sartak, b<strong>em</strong> como ao longo de toda a narrativa, Rubruck<br />

oferece uma visão minuciosa da vida e <strong>do</strong>s costumes mongóis, de um ponto de vista<br />

europeu, evident<strong>em</strong>ente. Apresenta aspectos das moradias mongóis, as ger, tendas feitas de<br />

feltro, decoradas internamente com borda<strong>do</strong>s com motivos naturais. Relata como os<br />

mongóis viviam <strong>em</strong> locomoção, com seus rebanhos, que mudavam de pastagens conforme<br />

11 MOLLAT, op. cit., p. 17.<br />

12 SILVEIRA, O. F. M., I. Viag<strong>em</strong> de um aventureiro medieval - Guilherme de Rubruc - 1253-1255.<br />

Bragança Paulista: Edusf, 1997. p. 26-27.

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