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Alma Africana no Brasil Os iorubás - Quilombo Ilha

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mediterrânicas (arabeizada e islamizada) e a África negra - plenamente africana, dotada de<br />

irredutível especificidade et<strong>no</strong>-histórica.<br />

Entretanto, um exame histórico mais aprofundado revela linhas divisórias me<strong>no</strong>s nítidas.<br />

Por exemplo, o Sudão senegalês e nigeria<strong>no</strong> viveu em simbiose com o Magreb árabe-berbere<br />

estando mais próximo deste do que do mundo bantu, do ponto de vista das fontes históricas.<br />

Na tentativa de apresentar o continente africa<strong>no</strong>, a tendência seguinte será a de opor a<br />

África desértica à tropical. A desértica, de savana, mediterrânica, incluiria o Magreb, o Egito, os<br />

dois Sudões, a Etiópia, o chifre da África e a costa ocidental até Zanzibar. A tropical,<br />

equatorial, ‘animista’, incluiria a bacia do Congo, a costa guineense, a área do Zambeze-<br />

Limpopo, a região interlacustre e a África do Sul.<br />

Djait propõe classificar as regiões de modo a não opor duas Áfricas e sim estruturar o<br />

continente segundo afinidades geo-históricas e de acordo com a perspectiva africana, sem<br />

deixar de considerar o caráter particular das fontes escritas disponíveis pois, conforme se<br />

sabe, uma história que se limite apenas às fontes escritas antes do século XV não poderia<br />

atribuir a mesma importância à bacia do Zaire, ao Níger ou ao Egito (p. 109). Tal classificação<br />

define a seguinte estrutura funcional:<br />

1. Egito, Cirenaica, Sudão nilótico.<br />

2. Magreb, incluindo a franja <strong>no</strong>rte do Saara, as zonas do extremo ocidente, a Tripolitânia e<br />

o Fezzan.<br />

3. Sudão ocidental até o lago Chade em direção a leste e incluindo o sul do Saara<br />

4. Etiópia, Eritréia, chifre oriental e costa oriental.<br />

5. Golfo da Guiné, África central e o sul da África.<br />

Tentativas de realizar classificações segundo os parentescos linguísticos e et<strong>no</strong>culturais<br />

também evidenciaram e<strong>no</strong>rmes dificuldades. Em muitas áreas, a intuição de que existe essa<br />

relação ainda sobrepuja a prova estabelecida cientificamente (Diagne, 1982: 252). Segundo<br />

esse autor, quase todos os lingüistas consideram prematuras as tentativas de classificação,<br />

pois até a simples enumeração das línguas africanas encontra obstáculos uma vez que o<br />

levantamento desses idiomas ainda não atingiu resultados muito precisos. Estima-se que<br />

existam de 1300 a 1500 idiomas classificados como línguas. No entanto, diversos falares<br />

precocemente classificados como línguas, após estudos mais cuidadosos, revelaram ser<br />

apenas variantes dialetais de um mesmo idioma. É impossível classificar línguas ainda não<br />

identificadas com exatidão e analisadas precisamente (p. 255).<br />

É sabido que a colonização da África impos a demarcação de fronteiras estranhas à<br />

distribuição dos grupos étnicos, fronteiras definidas segundo interesses das potências coloniais<br />

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