10.06.2013 Views

Alma Africana no Brasil Os iorubás - Quilombo Ilha

Alma Africana no Brasil Os iorubás - Quilombo Ilha

Alma Africana no Brasil Os iorubás - Quilombo Ilha

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ajisafe (1964) apresenta relato análogo ao de Johnson, salvo pequenas diferenças<br />

referentes à ordem do nascimento dos filhos de Odudua. No palácio de Ifé 11 o encontramos<br />

representado pela figura de um homem forte e imponente.<br />

Dados históricos sobre a origem dos <strong>iorubás</strong><br />

Segundo Perkins & Stembridge (1977), os mais antigos habitantes da Nigéria foram os<br />

Negros. Alguns dos mais puros Negros são encontrados entre os ibo, os <strong>iorubás</strong> e outros<br />

grupos étnicos habitantes das florestas do sul. No <strong>no</strong>rte uniram-se Negros e Hamitas - ramo da<br />

Raça mediterrânea descendente de Ham, segundo filho de Noah. <strong>Os</strong> Hamitas incluem os<br />

fulani e os líbios do <strong>no</strong>rte da África. Estes povos do <strong>no</strong>rte deram origem a tribos de sangue<br />

mestiço das quais a mais numerosa é a dos hausa.<br />

Ile-Ifé é considerada a cidade onde ocorreu a criação do mundo. Como o isolamento da<br />

sociedade em que se vive impossibilita uma visão histórica mais ampla, a concepção da<br />

própria história e da história em geral sofre determinações decorrentes desse fato. Por<br />

exemplo, conforme cita Ki-Zerbo (1982:25), o rei dos Mossi, <strong>no</strong> Alto-Volta, intitulava a si<br />

mesmo Mogho-Naba, isto é, rei do mundo. Talvez Ifé não seja o local de origem da<br />

humanidade, mas bem pode ser um desses locais, uma vez que as descobertas feitas em<br />

Asselar - esqueletos de tipo negróide de várias épocas, alguns extremamente antigos -<br />

sugerem que o foco original desse tipo huma<strong>no</strong> foi precisamente o Saara e a África Meridional.<br />

A raça negra de tipo sudanês ou congolês individualizou-se para adaptar-se às condições das<br />

latitudes tropicais, principalmente na África Ocidental. Conforme indica a glotocro<strong>no</strong>logia 12 , os<br />

povos habitantes das proximidades do local onde se encontram os rios Niger e Benué parecem<br />

viver naquela área há vários milhares de a<strong>no</strong>s.<br />

Ao buscarmos dados sobre espaço e tempo dos <strong>iorubás</strong> defrontamo-<strong>no</strong>s com limites<br />

fluidos. A convivência dos muitos grupos étnicos num espaço geográfico comum e a história de<br />

colonização definem uma trama sócio-econômico-política extremamente complexa que dificulta<br />

o conhecimento daquilo que realmente ocorreu num lugar claramente localizável <strong>no</strong> mapa,<br />

num período precisamente demarcado <strong>no</strong> tempo.<br />

Perkins & Stembridge (1977) relatam que os <strong>iorubás</strong> vieram do vale do alto Nilo e, viajando<br />

para o ocidente ao longo da grande savana do Sudão, chegaram à Nigéria e seguiram<br />

posteriormente rumo ao sul, permanecendo nas florestas e instituindo reinados sob um chefe<br />

supremo - o Alafin de Oyo. De fato, a origem deste povo, como a de tantos outros, acha-se<br />

envolta em penumbras, com relatos reais mesclados aos lendários.<br />

11 No Dicionário Aurélio, de língua portuguesa, Odudua figura como divinização iorubana da Terra e mulher de<br />

Obatalá, o Céu<br />

12 Grotocro<strong>no</strong>logia é o estudo das origens e desenvolvimento da linguagem<br />

40

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!