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teoria da literatura III.indd - Universidade Castelo Branco

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30<br />

1.4 – Definições de Poética<br />

A poética, como explicação dos recursos e estratégias<br />

<strong>da</strong> <strong>literatura</strong>, não pode ser reduzi<strong>da</strong> a uma<br />

explicação <strong>da</strong>s fi guras retóricas, mas a poética poderia<br />

ser vista como parte de uma retórica expandi<strong>da</strong> que<br />

estu<strong>da</strong> os recursos para os atos lingüísticos de todos os<br />

tipos (Conferir: CULLER, Jonathan. Teoria Literária.<br />

Tradução de Sandra Vasconcelos. 1. ed. São Paulo:<br />

Beca, 1999: 73).<br />

Vocabulário<br />

Estratégia – arte de coordenar a ação <strong>da</strong>s forças<br />

militares, políticas, econômicas e morais implica<strong>da</strong>s<br />

na condução de um confl ito ou na preparação <strong>da</strong> defesa<br />

de uma nação ou comuni<strong>da</strong>de de nações. Arte de<br />

aplicar com efi cácia os recursos de que se dispõe ou<br />

de explorar as condições favoráveis de que porventura<br />

se desfrute, visando ao alcance de determinados objetivos.<br />

Ardil engenhoso. Estratagema. Subterfúgio.<br />

Figuras retóricas – representações (visuais ou<br />

auditivas) simbólicas de retórica.<br />

Recursos – aptidões naturais, dons, talentos.<br />

ARTE POÉTICA:<br />

Na Arte Poética o fi lósofo Aristóteles (384-322<br />

a.C.) trata <strong>da</strong> poesia e <strong>da</strong> imitação segundo os meios,<br />

objeto e modo de imitação. Ou seja, os gêneros. (...)<br />

Segundo o fi lósofo, nós temos uma instintiva tendência<br />

à imitação. É pela imitação que nós adquirimos<br />

nossos primeiros conhecimentos, e na imitação experimentamos<br />

prazer. O conhecimento constitui um<br />

“sabor”, isto é, um saber. Sentimos prazer em ver as<br />

imagens que reproduzem os homens e, quanto mais<br />

perfeita a execução, maior o prazer. Outra tendência<br />

natural está no gosto pelo ritmo e pela harmonia<br />

(SAMUEL, op. cit.: 41-42).<br />

É a fi cção ou a criação de uma supra-reali<strong>da</strong>de<br />

pela intuição do artista, mediante a palavra expressivamente<br />

estiliza<strong>da</strong> (Conferir: TAVARES, Hênio.<br />

Teoria Literária. 4. ed. Belo Horizonte: Bernardo<br />

Álvares, 1969: 38).<br />

A arte [poética] é o meio indispensável para a<br />

união do indivíduo com o todo; reflete a infinita<br />

capaci<strong>da</strong>de humana para a associação, para a circulação<br />

de experiências e idéias (Conferir: FISCHER,<br />

Ernst. A Necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Arte. Tradução de Leandro<br />

Konder. Rio de Janeiro: Zahar, 1966: 13).<br />

A obra de arte [poética] deve apoderar-se <strong>da</strong> platéia<br />

[ouvintes] não através <strong>da</strong> identifi cação passiva, mas<br />

através de um apelo à razão que requeira ação e decisão<br />

(IDEM: 15).<br />

A Função <strong>da</strong> Arte [poética]<br />

“A poesia é indispensável. Se eu ao menos soubesse<br />

para quê...” Com este encantador e paradoxal epigrama,<br />

Jean Cocteau resumiu ao mesmo tempo a necessi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> arte e o seu discutível papel no derradeiro mundo<br />

burguês.<br />

O pintor Mondrian, por sua vez, falou do possível<br />

“desaparecimento” <strong>da</strong> arte. A reali<strong>da</strong>de, segundo ele<br />

acreditava, iria ca<strong>da</strong> vez mais deslocando a obra de<br />

arte, que essencialmente não passaria de uma compensação<br />

para o equilíbrio defi ciente <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de<br />

atual. “A arte desaparecerá na medi<strong>da</strong> em que a vi<strong>da</strong><br />

adquirir equilíbrio”.<br />

A arte concebi<strong>da</strong> como “substituto <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>”, a arte<br />

concebi<strong>da</strong> como o meio de colocar o homem em estado<br />

de equilíbrio com o meio circun<strong>da</strong>nte – trata-se de uma<br />

idéia que contém o reconhecimento parcial <strong>da</strong> natureza<br />

<strong>da</strong> arte e <strong>da</strong> sua necessi<strong>da</strong>de. Desde que um permanente<br />

equilíbrio entre o homem e o mundo que o circun<strong>da</strong> não<br />

pode ser previsto nem para a mais desenvolvi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

socie<strong>da</strong>des, trata-se de uma idéia que sugere, também,<br />

que a arte não só é necessária, mas igualmente que a<br />

arte continuará sempre sendo necessária.<br />

No entanto, será a arte apenas um substituto? Não expressará<br />

ela também uma relação mais profun<strong>da</strong> entre<br />

o homem e o mundo? E, naturalmente, poderá a função<br />

<strong>da</strong> arte ser resumi<strong>da</strong> em uma única fórmula? Não<br />

satisfará ela diversas e varia<strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des? E se,<br />

observando as origens <strong>da</strong> arte, chegarmos a conhecer<br />

a sua função inicial, não verifi caremos, também, que<br />

essa função inicial se modifi cou e que novas funções<br />

passaram a existir? (IBIDEM: 11-12).<br />

Vocabulário<br />

Epigrama – entre os antigos gregos, qualquer<br />

inscrição, em prosa ou verso, coloca<strong>da</strong> em monumento,<br />

estátuas, moe<strong>da</strong>s, etc., dedica<strong>da</strong> à lembrança de um<br />

evento memorável, uma vi<strong>da</strong> exemplar etc. Literatura:<br />

pequena composição em verso sobre qualquer assunto.<br />

Literatura: composição poética, breve e satírica, que<br />

expressa, de forma incisiva [incisiva = que corta; que<br />

é própria para cortar] um pensamento ou um conceito<br />

malicioso; sátira. Palavra mor<strong>da</strong>z; dito picante, sarcasmo,<br />

zombaria etc., introduzi<strong>da</strong> em uma composição em<br />

prosa ou em verso, em uma conversa, uma narrativa<br />

etc.; alusão crítica e acerba [acerba = aze<strong>da</strong>; áci<strong>da</strong>].<br />

Palavra estiliza<strong>da</strong> – palavra a que se deu forma<br />

estética diferente <strong>da</strong> original. Palavra representa<strong>da</strong><br />

por meio de símbolos. Palavra cujo traços estilísticos<br />

usuais foram modifi cados e aprimorados.

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