teoria da literatura III.indd - Universidade Castelo Branco
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Discursos efi cazes – oratórias efi cazes. Enunciados<br />
signifi cativos. Palavras convincentes.<br />
Instância – iminência, acontecimento, momento,<br />
instante. Empenho, interesse, veemência.<br />
1.11 – Figuras <strong>da</strong> Linguagem Poética<br />
FIGURAS (DICIONÁRIO) – Formas exteriores;<br />
os contornos externos de um corpo; confi gurações; as<br />
representações gráfi cas, não necessariamente proporcionais<br />
ou fi éis, de pessoas ou algo; traços gráfi cos que<br />
reproduzem alguém ou algo (real ou imaginário);<br />
LINGUAGEM (Ponto de vista analítico) – A<br />
linguagem, como a entendemos, é a fonte de to<strong>da</strong> e<br />
qualquer reali<strong>da</strong>de; é precisamente a reali<strong>da</strong>de mais<br />
livre, a menos restrita, a mais aberta. Por isso ela não<br />
se esgota e a sua luz ilumina todo o percurso criador<br />
do homem. O que acontece é que, por viver uma vi<strong>da</strong><br />
esquiva, escondi<strong>da</strong> dos refl etores <strong>da</strong> ribalta, o espectador<br />
desatento ou utilitarista não é capaz de enxergar a<br />
sua luminosi<strong>da</strong>de congênita. Porque a linguagem não<br />
é uma coisa que se diga; é a força do que se diz. O que<br />
retira dela qualquer halo de abstração ou aleatorie<strong>da</strong>de.<br />
A linguagem é atuando, implantando sistemas de<br />
signos. A história, o pensamento, a socie<strong>da</strong>de, a obra<br />
de arte, a língua, a <strong>literatura</strong>, são modos de exercício<br />
do seu vigor. Isto quer dizer que os sistemas sígnicos<br />
são funcionamentos <strong>da</strong> linguagem, uma vez que neles<br />
encontra ela o espaço inevitável de sua objetivação.<br />
Mas a linguagem não é um signo. Quando muito, é o<br />
Signo. Sempre tendo em vista que é na linguagem que<br />
a reali<strong>da</strong>de vive a sua ilimita<strong>da</strong> plenitude – a plenitude<br />
<strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de. Liber<strong>da</strong>de é o processo de libertação, e<br />
aqui consiste em abrir o sistema de signos coator. Neste<br />
núcleo problemático se localiza o bifrontismo essencial<br />
do fazer literário. Como se estrutura a identi<strong>da</strong>de<br />
(linguagem) na diferença (língua)? Essa dinâmica de<br />
atuação é implícita ao nível do pré-texto e explícita<br />
ao nível do texto (Conf.: PORTELLA, Eduardo. Fun<strong>da</strong>mento<br />
<strong>da</strong> Investigação Literária. Rio de Janeiro:<br />
Tempo Brasileiro, 1981:74-75).<br />
Vocabulário<br />
Abstração – operação intelectual; ato ou efeito de<br />
abstrair(-se); observação.<br />
Aleatorie<strong>da</strong>de – quali<strong>da</strong>de ou característica do que<br />
é aleatório [casual, fortuito, que depende de ocorrências<br />
imprevisíveis]; indeterminação; incerteza;<br />
casuali<strong>da</strong>de.<br />
Bifrontismo – quali<strong>da</strong>de ou condição do que é<br />
bifronte [que tem duas frontes, faces ou rostos; que<br />
parece ser o que não é; propenso a mu<strong>da</strong>nças].<br />
Coator – que ou o que coage ou constrange por força;<br />
cobrador de impostos.<br />
Retórica – arte <strong>da</strong> eloqüência. Arte de bem argumentar.<br />
Arte <strong>da</strong> palavra.<br />
Recursos persuasivos – recursos convincentes;<br />
meios persuasivos.<br />
Congênita – inata; natural.<br />
Esquiva – ação de se evitar algo; afasta<strong>da</strong>; distancia<strong>da</strong>.<br />
Halo – círculo brilhante; auréola luminosa.<br />
Utilitarista – que visa a utili<strong>da</strong>de; útil.<br />
POÉTICA (DICIONÁRIO) – Parte dos estudos<br />
literários que se propõe a investigar os processos que<br />
dizem respeito às normas versifi catórias dos textos, os<br />
componentes teóricos de que se revestem, bem como<br />
os compêndios de poética que, desde Aristóteles até os<br />
nossos dias abor<strong>da</strong>ram o assunto. Arte de fazer versos<br />
ou elaborar composição poética. Tratado de versifi -<br />
cação e de poesia. Sistema poético de um escritor, de<br />
uma época, de um país. Talento poético.<br />
Figuras <strong>da</strong> Linguagem Poética (Figuras e Tropos)<br />
FIGURA (DICIONÁRIO): Todo recurso lingüístico<br />
que, desviado de uma norma lingüística, cria efeitos<br />
de expressivi<strong>da</strong>de que revestem uma parte de um<br />
enunciado de realce, contraste, sentimento. As fi guras<br />
podem ser de palavras, de sintaxe e de pensamento.<br />
As fi guras podem ser a representação simbólica de<br />
algo; imagem que remete a alguma coisa; símbolo;<br />
emblema; alegoria.<br />
TROPO (DICIONÁRIO): Emprego figurado de<br />
palavra ou locução; fi gura.<br />
As palavras e expressões apresentam-se em sentido<br />
translato [translato = transcrito; transla<strong>da</strong>do; trasla<strong>da</strong>do,<br />
aquilo que se copiou; fi gurado, metafórico;<br />
transportado, transferido, levado de um lugar para<br />
outro] e não no próprio. Entre os tropos estão:<br />
1. Alegoria [DICIONÁRIO: Modo de expressão ou<br />
interpretação usado no âmbito artístico e intelectual,<br />
que consiste em representar pensamentos, idéias,<br />
quali<strong>da</strong>des sob forma fi gura<strong>da</strong> e em que ca<strong>da</strong> elemento<br />
funciona como disfarce dos elementos <strong>da</strong> idéia representa<strong>da</strong>.]<br />
2. Antonomásia [DICIONÁRIO: Varie<strong>da</strong>de de<br />
metonímia que consiste em substituir um nome de<br />
objeto, enti<strong>da</strong>de, pessoa, etc. por outra denominação,<br />
que pode ser um nome comum (ou uma perífrase =<br />
circunlóquio; frase ou recurso verbal que exprime<br />
aquilo que poderia ser expresso por menor número<br />
de palavras), um gentílico (= diz-se de ou o nome que<br />
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