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teoria da literatura III.indd - Universidade Castelo Branco

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4.4 – Conto (Tradicional)<br />

CONTO (DICIONÁRIO): Narrativa breve e concisa,<br />

contendo um só confl ito, uma única ação (com<br />

espaço geralmente limitado a um único ambiente),<br />

uni<strong>da</strong>de de tempo, e número restrito de personagens.<br />

CONTO (TRADICIONAL): Geralmente o conto é<br />

defi nido como sendo uma forma narrativa em prosa, de<br />

pequena extensão. É claro que não podemos reconhecer<br />

um conto só a partir do número de páginas em que se<br />

enquadra uma história. Por ser um tipo de narrativa<br />

volta<strong>da</strong> para objetivos bem determinados, a sua forma<br />

acompanhará o conjunto dos elementos específi cos a<br />

esse tipo de narrativa. A chave para o entendimento<br />

do conto como gênero está na concentração de sua<br />

trama. O conto geralmente trata de uma determina<strong>da</strong><br />

situação e não de várias, e acompanha o seu desenrolar<br />

sem pausas, nem digressões, pois o seu objetivo é<br />

4.5 – Novela<br />

NOVELA (DICIONÁRIO): Narrativa breve, maior<br />

do que um conto e menor do que um romance, e que<br />

se caracteriza por apresentar uma espécie de concentração<br />

temática em torno de um número restrito de<br />

personagens. Novela de rádio e tevê: trama narra<strong>da</strong><br />

em capítulos, especialmente escrita para rádio e/ou<br />

televisão. Caso extenso e cheio de peripécias. Novelão:<br />

novela, geralmente televisiva, de fácil assimilação e em<br />

cujo enredo sentimental, melodramático, são inseri<strong>da</strong>s<br />

numerosas personagens quase sempre passionais.<br />

4.6 – Romance (Tradicional)<br />

ROMANCE (DICIONÁRIO): Prosa, mais ou menos<br />

longa, na qual se narram fatos imaginários, às vezes<br />

inspirados em fatos reais, cujo centro de interesse pode<br />

estar no relato de aventuras, no estudo de costumes ou<br />

tipos psicológicos, na crítica social, etc. Fato real que,<br />

por ser muito complicado, parece inacreditável.<br />

ROMANCE (TRADICIONAL): O romance é a<br />

mais importante forma de gênero narrativo em prosa,<br />

surgi<strong>da</strong> até agora. Qual a sua gênese, a sua história?<br />

(...)<br />

O estudo do romance enquanto gênero literário apresenta<br />

difi cul<strong>da</strong>des particulares, porque é um gênero que<br />

está permanentemente em evolução, principalmente em<br />

nossos dias. Os outros gêneros mais antigos, em to<strong>da</strong>s<br />

as suas formas, já têm suas estruturas consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s,<br />

mas o romance é o mais jovem e vem recebendo e a<strong>da</strong>ptando<br />

as novi<strong>da</strong>des que se apresentam constantemente.<br />

Segundo Bakhtine, “ele é o único gênero a evoluir<br />

ain<strong>da</strong> no meio de gêneros já formados há muito tempo.<br />

levar o leitor ao desfecho, que coincide com o clímax<br />

<strong>da</strong> história, com o máximo de tensão e o mínimo de<br />

descrições. Essa forma narrativa possui suas próprias<br />

leis internas, que a singularizam diante <strong>da</strong>s outras formas<br />

narrativas. Quanto às leis gerais, ou melhor, as que<br />

são comuns a to<strong>da</strong>s as outras formas em prosa literária,<br />

tais como a presença de personagens, de um enredo, de<br />

um <strong>da</strong>do tempo e um <strong>da</strong>do espaço etc., não podemos<br />

dizer que haja diferenças fun<strong>da</strong>mentais. O que o conto<br />

vai realizar é um maior rigor na seleção dos <strong>da</strong>dos a<br />

serem apresentados ao leitor, no sentido de não deixar<br />

decrescer a curva de interesse na história narra<strong>da</strong>. Não<br />

deve haver motivações psicológicas complica<strong>da</strong>s, nem<br />

múltiplas peripécias. O tempo e o espaço geralmente<br />

são reduzidos ao mínimo indispensável para a elaboração<br />

<strong>da</strong> trama, assim como são poucos os protagonistas<br />

(ARAGÃO, op. cit.: 84-85).<br />

ATENÇÃO: As novelas não se enquadram<br />

na categoria “inovadora” porque sua estrutura<br />

será sempre sintagmática (linear), independente<br />

do momento estético de sua representação. A<br />

novi<strong>da</strong>de, se existir, ficará sempre por conta<br />

<strong>da</strong>s normas ideológicas nelas inseri<strong>da</strong>s. Ca<strong>da</strong><br />

momento histórico tem suas próprias características<br />

e exigências de convivência social. A novela<br />

limitar-se-á em acompanhar tais características<br />

e exigências.<br />

Ele parodia os outros gêneros, denuncia suas formas<br />

e sua linguagem convencional elimina uns e integra<br />

outros em sua própria estrutura, reinterpretando-os e<br />

lhes <strong>da</strong>ndo uma nova ressonância (Nota 16, de Maria<br />

Lúcia Aragão: BAKHTINE, Mikhail. Esthétique et<br />

théorie du roman. Paris: Gallimard, 1978: 443).<br />

O romance, pois, ao reinterpretar os outros gêneros,<br />

torna-os vivos, renovados.<br />

Na grande maioria dos casos, as pesquisas sobre o<br />

romance limitam-se a recensear e a descrever o maior<br />

número possível de suas variantes, mas não conseguem<br />

chegar a uma síntese teórica do romance enquanto<br />

gênero. (...)<br />

É um gênero que se busca eternamente, se analisa,<br />

reconsidera suas formas adquiri<strong>da</strong>s. Não se submete<br />

a cânones, liberta-se de tudo o que é convencional,<br />

necrosado, amorfo, de tudo o que freia sua própria<br />

evolução (ARAGÃO, op. cit.: 86-87).<br />

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