teoria da literatura III.indd - Universidade Castelo Branco

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4.3 – Formas da Narrativa em Prosa (Ficção Paradigmática)
ESTRUTURA COMPLEXA
• Conto à moda tradicional – alguns já apresentando
o embrião de uma estrutura complexa, por exemplo,
os contos de Machado de Assis – Realismo
• Conto do Século XX – as inovações, por exemplo,
os contos de Guimarães Rosa, Clarice Lispector,
Murilo Rubião, Roberto Drummond, Sônia Coutinho
e outros.
• Romance (o Romance Moderno – Era Moderna – se
caracteriza por sua estrutura complexa)
ROMANCE
(NARRATIVA FICCIONAL EM PROSA)
ROMANCE PSICOLÓGICO ≠ ROMANCE INTROSPECTIVO
(diferente)
Toda narrativa sintagmática é psicológica (NARRA-
TIVA DE PERSONAGEM). Conto, novela e romance
são transposições, ou representações, de seres vivos
para o plano da fi cção / criações de uma relação psicológica
com o mundo exterior).
Personagem + Psicologia = ligação dinâmica (de acordo
com o poder analítico do fi ccionista). Por exemplo:
Senhora, de José de Alencar (Romantismo).
Os confl itos das personagens situam-se ao nível do
relacionamento social, mas sem buscar-lhes causas profundas
nem recorrer às analogias psíquicas que revelam
complexidades subjacentes às opções de ordem ética ou
sentimental. O romance psicológico localiza os dramas
na consciência (MOISÉS, op. cit.: 113).
ROMANCE INTROSPECTIVO – DENSIDADE
• Evidencia o máximo de densidade dramática a
que pode chegar a prosa de fi cção (NARRATIVA DE
ESPAÇO);
• Ergue-se ao ponto mais alto de uma curva iniciada
nas novelas e nos romances lineares;
• À medida que decresce a intensidade aumenta a
densidade, e vice-versa;
• Por exemplo: Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Primeiros capítulos: adolescência dos personagens
– decorre lentamente (acompanha o demorado amadurecer
dos personagens) – INTENSIDADE.
Depois, ÁPICE NARRATIVO – “De repente, a
ação põe-se a acelerar, e a intensidade cede lugar à
densidade.”
ROMANCE PSICOLÓGICO – INTENSIDADE
O romance introspectivo invade a subconsciência e a
inconsciência, o que equivale a perquirir o mundo da
memória, dos sonhos, dos devaneios, dos monólogos
interiores, dos lapsos de linguagem, as associações
involuntárias (IDEM: 114).
Como explicar esta mudança de ação narrativa?
A mudança no andamento dramático obedeceu a razões
inerentes à própria fabulação [Narrativa de Espaço].
Para o quadro social e psicológico que tinha em mira,
Machado de Assis teve de criar um ritmo em “tempos”
diferentes, pois do contrário atentaria contra a verossimilhança
(tão cara aos realistas) (IBIDEM: 114).
ADOLESCÊNCIA DO PERSONAGEM/NAR-
RADOR BENTINHO
• Assinala a lenta maturação dos personagens;
• Constitui a época em que se plasmam as condições
para a tragédia que defl agraria nos capítulos restantes,
de intensidade reduzida.
CÂMARA LENTA (capítulos iniciais de Dom
Casmurro)
• Proporciona a verossimilhança;
• Nítida impressão de crescimento duma equação
psicológica fatal: o leitor visualiza o inexorável
daqueles destinos, sente quão “verídica” é a narrativa.
PRECIPITAÇÃO (capítulos fi nais de (Dom Casmurro)
= DENSIDADE