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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA Faculdade de Medicina ...

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Em geral, o pneumotórax traumático é fechado, ou seja, não existe comunicação livre entre<br />

o espaço pleural e o ambiente externo e, na maioria das vezes, ocorre em consequência <strong>de</strong><br />

um traumatismo contuso (por exemplo, atropelamento). O pneumotórax traumático aberto<br />

ocorre com menos frequência e, na maioria dos casos, é provocado por traumatismos por<br />

projécteis <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo, por feridas por mor<strong>de</strong>dura ou por golpes <strong>de</strong> armas cortantes ou<br />

por lacerações secundárias a fracturas <strong>de</strong> costelas (Fossum, 2004).<br />

O pneumotórax espontâneo é <strong>de</strong>finido como um pneumotórax fechado em que o<br />

parênquima pulmonar é a fonte <strong>de</strong> ar e não existe história <strong>de</strong> traumatismo ou causas<br />

iatrogénicas, po<strong>de</strong>ndo ser classificado como primário ou secundário. O termo primário é<br />

aplicado na ausência <strong>de</strong> sinais clínicos <strong>de</strong> doença pulmonar subjacente, enquanto o<br />

secundário <strong>de</strong>screve a presença <strong>de</strong> sinais clínicos <strong>de</strong> alterações estruturais ou funcionais<br />

pulmonares (Ellison, 2009), tais como abcessos pulmonares, neoplasia pulmonar, infecções<br />

granulomatosas crónicas, parasitas pulmonares (por exemplo, dirofilariose, Aelurostrongylus<br />

abstrusus) ou pneumonias bacterianas ou virais. O pneumotórax espontâneo primário em<br />

cães po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido à ruptura <strong>de</strong> bolhas pleurais mas com manutenção da estrutura<br />

normal do parênquima pulmonar. Estas bolhas localizam-se, frequentemente, nos ápices<br />

dos lobos pulmonares. A forma secundária é a forma mais comum <strong>de</strong> pneumotórax<br />

espontâneo (Fossum, 2004).<br />

Algumas lesões po<strong>de</strong>m provocar a formação <strong>de</strong> uma válvula unidireccional (Nelson & Couto,<br />

2006), que permite a entrada <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ar para interior do espaço pleural<br />

durante a inspiração (Fossum, 2004), mas que não é capaz <strong>de</strong> voltar à atmosfera durante a<br />

expiração (Nelson & Couto, 2006). Estes casos conduzem ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

pneumotórax <strong>de</strong> tensão, em que a pressão no espaço pleural ultrapassa a pressão<br />

atmosférica durante ambas as fases da respiração (Thrall, 2007).<br />

O pneumotórax traumático é mais comum em cães jovens, principalmente machos, pois têm<br />

mais tendência para sofrerem aci<strong>de</strong>ntes e traumatismos que po<strong>de</strong>m resultar em lesão<br />

pulmonar. O pneumotórax espontâneo normalmente ocorre em cães <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte e <strong>de</strong><br />

tórax profundo. Contudo, também tem sido <strong>de</strong>scrito em cães <strong>de</strong> pequeno porte, po<strong>de</strong>ndo<br />

afectar cães <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sexo (Fossum, 2004). Embora o<br />

pneumotórax, tanto traumático como espontâneo, ocorra em gatos, este é menos comum do<br />

que nos cães (Nelson & Couto, 2006).<br />

Normalmente, o pneumotórax em animais é bilateral, pois o ar difun<strong>de</strong>-se facilmente para<br />

ambos os lados da cavida<strong>de</strong> pleural através do mediastino (Fossum, 2004).<br />

Os sinais clínicos estão relacionados com a ventilação ina<strong>de</strong>quada, redução do volume tidal<br />

e do volume pulmonar residual, o que resulta em hipoxémia e acidose respiratória (Ellison,<br />

2009). Quase todos os animais, <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> gás/ar livre pleural, apresentam<br />

padrão respiratório restritivo, isto é, respiração rápida e superficial (Fossum, 2004). Se a<br />

hipoventilação causar hipoxémia, os animais po<strong>de</strong>m estar cianóticos e os ruídos<br />

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