05.07.2013 Views

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA Faculdade de Medicina ...

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA Faculdade de Medicina ...

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA Faculdade de Medicina ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

3.7.2 Pneumoperitoneu<br />

A acumulação <strong>de</strong> gás ou ar na cavida<strong>de</strong> peritoneal e que não está contido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

vísceras ocas é <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> pneumoperitoneu (Saun<strong>de</strong>r & Tobias, 2003). A perfuração<br />

da pare<strong>de</strong> abdominal, secundária a traumatismo perfurante ou cirurgia abdominal, consiste<br />

na causa mais frequente <strong>de</strong> pneumoperitoneu, sendo as intervenções cirúrgicas abdominais<br />

a causa mais comum <strong>de</strong> ar livre po<strong>de</strong>ndo, neste caso, o <strong>de</strong>rrame persistir por até um mês<br />

após o procedimento cirúrgico (Baines, 2009). A persistência por mais <strong>de</strong> 30 dias <strong>de</strong><br />

pneumoperitoneu após um procedimento cirúrgico é indicativo da presença <strong>de</strong> um processo<br />

patológico subjacente (Saun<strong>de</strong>r & Tobias, 2003). No entanto, outras situações po<strong>de</strong>m estar<br />

na origem <strong>de</strong> pneumoperitoneu patológico, incluindo, a ruptura <strong>de</strong> vísceras ocas, a necrose<br />

da pare<strong>de</strong> gástrica associada a volvo gástrico, as úlceras gástricas, a neoplasia intestinal, a<br />

perfuração por corpo estranho (Baines, 2009; Smelstoys, Davis, Learn, Shofer & Brown,<br />

2004) e as infecções intra-abdominais por organismos produtores <strong>de</strong> gás (Wong, 1981<br />

citado por Smelstoys et al., 2004), entre outras causas. Raramente, o pneumoperitoneu<br />

po<strong>de</strong> ocorrer após pneumocistografia e, neste caso, po<strong>de</strong> ser um sinal <strong>de</strong> cistite grave ou<br />

ruptura da bexiga (Baines, 2009). O pneumoperitoneu idiopático foi relatado por Mehl,<br />

Seguin, Norrdin, Ged<strong>de</strong>s e Withrow (2001) em um cão.<br />

As alterações observadas na anamnese e exame clínico incluem letargia (54%), vómito<br />

(51%), anorexia (31%), dor e distensão abdominal (28%), diarreia (28%), dispneia (18%),<br />

poliúria e polidipsia (15%), perda <strong>de</strong> peso (13%), melena (13%), enfisema subcutâneo (8%),<br />

hematúria (5%), evisceração (5%), sinais neurológicos (5%), fracturas pélvicas (5%),<br />

icterícia e epistaxis (3%). No entanto, a epistaxis, o enfisema subcutâneo e a evisceração<br />

apenas foram <strong>de</strong>scritos nos animais com pneumoperitoneu traumático, e a anorexia,<br />

poliúria, diarreia, polidipsia, perda <strong>de</strong> peso e icterícia nos animais com pneumoperitoneu<br />

espontâneo (San<strong>de</strong>r & Tobias, 2003).<br />

A penetração da pare<strong>de</strong> abdominal é normalmente diagnosticada no exame clínico, contudo,<br />

nestes casos é impossível distinguir através da radiografia abdominal se a presença <strong>de</strong> ar<br />

livre é <strong>de</strong>vido apenas a perfuração da pare<strong>de</strong> ou por ruptura simultânea <strong>de</strong> algum órgão<br />

interno (Frank & Mahaffey, 2007). Nos casos em que não há nenhuma história anterior <strong>de</strong><br />

traumatismo abdominal penetrante ou procedimento cirúrgico, o reconhecimento do<br />

pneumoperitoneu torna-se importante (Baines, 2009), através da realização <strong>de</strong> laparotomia<br />

exploratória imediata, pois a ruptura do tubo digestivo é a principal causa <strong>de</strong><br />

pneumoperitoneu não traumático (Smelstoys et al., 2004).<br />

46

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!