PROJETO RADAM

mapeamento geomorfológico, a identificaçao de
dois ni'veis muito extensos de aplainamento. Eles
foram designados de modo genérico, como
pediplano Pliocênico e pediplano Pleistocênico.
Na folha SA.22 Belém eles aparecem muito
desigualmente distribu i'dos no espaço.
O pediplano Pliocênico esté representado na
serra de Maracanaquara, que faz a borda meridional
da Depressäo Periférica do Norte do Paré.
A litologia paleozóica da serra foi truncada pelo
pediplano de modo perfeito. As diferenças litológicas
permitiram que drenagens ortoclinais se
instalassem nas camadas paleozóicas, acompanhando-as
da borda para o eixo da bacia. A
intensidade do encaixamento dos rios, mantendo
entre eles topos aplainados, permite a separaçao
das litologias recobertas por floresta. O perfil
C-C' mostra o pediplano Pliocênico basculado
para o eixo do Amazonas. Este basculamento
seguido de transgressäo é que gerou algumas das
"rias" da margem esquerda do rio Amazonas. O
Perifl C-C' permitiu o prolongamento do Pediplano
Pliocênico desde a serra de Maracanaquara
ate'a base da Formaçao Barreiras que é seu
deposito correlativo. À serra Maraconai, cujas
feicöes geomorfológicas jâ foram descritas, tem
sido atribui'da uma gênese de estrutura vulcânica,
possivelmente de idade cretécica. Se isto se
confirmar, seu topo aplainado pelo pediplano
Pliocênico, seré um elemento confirmador da
idade pós-cretécica deste pediplano.
Em todo o restante da folha SA.22 Belém o
ni'vel de aplainamento mais extensivamente distribu
i'do é o pediplano Pleistocênico. Sua grande
distribuiçao pode ser bem observada no esquema
de unidades do relevo, onde ele ocupa praticamente
todo o planalto Rebaixado da Amazonia
e as duas depressöes periféricas, com variacöes
de ni'veis altimétricos. Este pediplano é o responsâvel
pela extensa topografia baixa da folha
SA.22 Belém, juntamente com algumas plani'cies
fluviais. Localmente ele esta bem conservado como
ao longo dos rios Para e Tocantins. Ele corta
litologias diferenciadas e sua cobertura atual é de
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floresta densa. Sua fragmentaçao pós-pleistocênica
é feita, na érea, geralmente por plani'cies
fluviais.
Boaventura (1973) identificou, na érea imediatamente
abaixo da folha SA.22 Belém, um ni'vel
de topos de colinas e "inselbergs", acima da
zona de eversâo, este pediplano Pleistocênico.
Este aspecto do pediplano termina gradualmente
na érea mapeada até tornar urn aspecto mais
compacto. Essa transiçao de dois aspectos de um
mesmo m'vel de aplainamento se faz na érea
onde os limites da Depressäo Periférica do Sul
do Paré sâ*o mais imprecisos. Isto porque a
Formaçao Barreiras ainda recobre as formaçôes
paleozóicas, que só aparecem nas fol has a
1:250.000 de llha Grande do Iriri e Altamira. Esta
interrupçâo de dois aspectos do pediplano Pleistocênico
é de dif feil explicaçâo, quando se sabe
que este aplainamento acompanha os rios Tocantins
e Araguaia até o centro-sul de Goiés. Uma
explicaçâo plausfvel esté relacionada ô subsidência
do "graben" de Limoeiro gerada por reativaçâo
do arco de Tocantins e alto de Monte Alegre.
Estes altos mostram o Pediplano Pleistocênico
bem representado enquanto no "graben" ele
se desfaz nas duas feiçoes citadas. A subsidência
que atingiu o "graben" de Limoeiro em seu trecho
mais meridional foi definida por Barbosa,
Boaventura e Pinto (1973 v.2) pelas correlaçôes
dos materiais dos terraços do rio Tocantins.
Em quase toda a érea mapeada, os pediplanos
Pliocênico e Pleistocênico estao recobertos por
Floresta Densa. A imagem de radar permite,
contudo, identificé-los e acompanhé-los, de
modo conti'nuo, desde éreas onde estao revestidos
por cerrados e até mesmo por caatinga.
Isto é indicativo de uma extensa morfogênese
herdada de fases anteriores. O recobrimento
florestal posterior tem suas conseqüências geomorfológicas
representadas nas éreas de dissecaçâo
dos pediplanos citados. Hé outra indicaçao
clara de formas herdadas de morfogênese anterior,
menos ümida que a atual. Estas formas
sâo alguns tipos de vales bem caracten'sticos do