PROJETO RADAM

1. INTRODUÇAO
A area estudada — Folha SA.22 Belém — com
cerca de 284.780 km 2 , situada entre os paralelos
0O e 40 de latitude sul, e 48° e 540 W G RW.,
apresenta quatro Regiöes Ecológicas — Cerrado,
Formaçoes Pioneiras, Floresta Densa e Floresta
Aberta — que foram separadas, pelos gradientes
ecológicos fundamentais.
Basicamente este estudo feito através das imagens
de Radar, 1 devido ao curto perfodo de
tempo disponfvel para o mapeamento, ficou
restrito ao trabalho de fotointerpretaçâo com
um mfnimo indispensével de verificaçao terrestre
para identificaçao das espécies caracterfsticas,
aliada a observaçoes aéreas, em vôos a baixa
altura, para as necessérias extrapolaçoes.
Com as observaçoes coligidas nas operaçoes
terrestres e aéreas foi possfvel définir para
extrapolaçao o seguinte espectro de organizaçâo
ecológica (VELOSO et alii, 1973):
a) Regiao Ecológica (Bioma) — É uma determinada
flora, de forma biológica 2 caracterfstica,
que se répète dentro de um mesmo clima, muitas
vezes em éreas geológicas diferentes. As regioes
fitoecológicas terâo, pois, nomes je consagrados
no Pafs e sempre correspondentes a uma classe
ou subclasse de formacao, de Ellenberg (ELLEN-
BERG et MUELLER-DOMBOIS, 1965/66).
b) Sub-Regiao Ecológica — É uma reuniao de
unidades de vegetaçao, com a mesma florfstica,
que coincidem sugestivamente com as éreas de
história geológica uniforme. As sub-regiöes ecológicas
nao se referem, entâo, a tipos de formaçâo,
mas, sim, a éreas regionais que por suas
caracterfsticas especfficas podem ser separadas.
Da f que receberao denominaçao regional, mas
precedida sempre da feiçâo morfológica dominante.
1 Imagem de Radar: Abertura sintética, vtsada lateral tipos/a/-.
2 DivisSo biológica estrutural das plantas, pelos caractères
relacionados com a adaptaçâo ao ambiente ecológico
(RAUNKJAER, 1934).
IV/8
c) Unidade de Vegetaçao (Ecossistema) — É
formada por um mosaico de espécies, as quais
estào combinadas num emaranhado de formas e
tamanhos que se repetem, invariavelmente, com
as mesmas fisionomias, dentro dos limites de
cada feiçâo morfológica.
d) Unidade Fisionômica (Ambiente) — Pode
coincidir com uma comunidade e mesmo com
um grupo de espécies (no caso dos grupos
gregérios), ou, ainda, constituir mistura desses
grupamentos, que coexistem em determinadas
condiçoes ecológicas. Mas, como unidade fisionômica
é determinada pela formacao dominante,
sua denominaçao nao implica necessariamente
numa identificaçao florfstica, mas, sim, a classificaçao
fisionômico-ecologica que coïncida
sempre corn os grupos de formacao, de
Ellenberg.
e) Grupos Fisionômicos (Fisionomia) — É uma
combinaçâo indefinida de espécies que se entrelaçam,
distinguindo-se dominantes que geralmente
refletem as caracterfsticas fundamentais do
ambiente.
f) Grupos de Espécies (Associaçao) — Em
sfntese, é a identificaçao de uma determinada
populaçâo vegetal, com érea bem definida por
um fator ou conjunto de fatores ecológicos. Mas,
como esta noçâo obriga o estudo detalhado de
tais populaçoes no terreno, a fim de pôr em
evidência correlaçoes entre os gradientes ecológicos
e as espécies, só nos grupamentos gregérios
foi possfvel chegar a este detalhe.
g) Area de Mistura (Ecotone) — Nas éreas de
transiçao climética, justamente na faixa de contato
de duas regioes ecológicas, existe uma
mistura de espécies e, nao raras vezes, endemismos
que muito caracterizam essas éreas.
h) Area de Encrave — É a interpenetraçâo dos
grupos de formacao das regiöes ecológicas que se
contactam.