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PROJETO RADAM

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limites do "graben" de Mexiana Leste (Fig. 8). A<br />

imagem de radar mostra sinais da drenagem<br />

anterior à separaçao da ilha. Um exemplo pode<br />

ser tornado pelo rio Anapu que era afluente<br />

do Amazonas. Após a separaçao da ilha.<br />

o Anapu passou a correr em direçao ao rio Para<br />

através da captura por transbordamento executada<br />

pelo rio Pacajâ. Na margem oriental da ilha<br />

da Laguna, ocorrem varias indicaçoes de que<br />

nesse ponto a colmatagem posterior foi menos<br />

intensa permitindo a conclusäo de que nesse<br />

trecho a ligaçao permaneceu por mais tempo,<br />

pois a retomada do pediplano Pleistocênico nâo<br />

se fez muito extensamente.<br />

A colmatagem posterior bloqueou alguns importantes<br />

trechos afogados pela transgressao Flandriana.<br />

Estes afogamentos bloqueados säo denominados<br />

regionalmente como "bai'as", sendo<br />

significativas por sua extensäo as de Caxiuana,<br />

Pacajaf, Portel e Melgaço. Esse bloqueio gerou<br />

em complexo sistema hidrografico conhecido<br />

como "Furos de Breves" (Foto 16). A diferença<br />

de regime e de descarga entre os rios Amazonas e<br />

Tocantins, permite que parte da carga do segundo<br />

passe para o primeiro através dos "Furos de<br />

Breves", com uma intensa colmatagem gerando<br />

até mesmo formas deltaicas embrionârias, internas<br />

como na bafa das Bocas (Estampa 2). O mesmo<br />

processo de colmatagem pós-Flandriana, explica<br />

a multiplicaçio do sistema de furos, pois<br />

na medida em que ele interrompe os mais<br />

entulhados, outros säo abertos. Isto explica<br />

a existência de "furos" com dimensöes diferentes<br />

(Foto 15). O mesmo sistema explica a<br />

drenagem arborescente do Canal Norte, com o<br />

tronco maiorramificando-se um pouco além da<br />

foz do Xingu em ramos sucessivamente mais<br />

densos em direçao à foz do Amazonas, com a<br />

multiplicaçao sucessivas de ilhas. Ocorrem assim<br />

dois sistemas opostos ao longo do rio Amazonas,<br />

pois enquanto na planfcie, à montante da foz do<br />

Xingu, os canais ("paranâs") sao construtores de<br />

sedimentaçao (fotos de 17 a 23), à jusante, os<br />

canais ("furos") säo destruidores da colmatagem.<br />

Este processo de destruiçao da colmata-<br />

II/27<br />

gem representou uma fase de alta energia do<br />

Amazonas, capaz de abrir "paleocanons" submersos<br />

exatamente na regiäo antiga, em frente à ilha<br />

Caviana, na direçao prédominante da bacia<br />

Amazônica SW-NE. A parte mapeada como<br />

planfcie fluvial na foz do Amazonas, agora<br />

fragmentada em varias ilhas no Canal Norte,<br />

poderia compor um litoral compacto, retilinizado<br />

na direçao NW-SE, generalizada da costa<br />

norte do Brasil. Assim nada indica a existência<br />

de um golfo holocênico na foz do Amazonas,<br />

anterior à fase estuarina atual.<br />

O deslocamento da foz do rio Amazonas da<br />

direçao SW-NE para a direçao NW-SE intéressa à<br />

origem da parte colmatagem recente da ilha de<br />

Marajó. Os depósitos lineares mapeados nesta<br />

ârea säo indicativos de antigas ligaçoes com as<br />

ilhas Mexiana e Caviana. Isto indica divagaçôes<br />

destes depósitos lineares por braços amazônicos<br />

em direçao ao sul. Esta evidência exclui a<br />

possibilidade de o rio Tocantins ter tido um<br />

prolongamento através da area baixa de Marajó,<br />

pelo menos nesta fase.<br />

Nesta regiao da ilha o processo de colmatagem<br />

esté mais evolui'do que ao longo do rio Amazonas<br />

e menos evolui'do que nas ilhas de Caviana e<br />

Mexiana e outras, onde a vegetaçao f lorestal je se<br />

instalou enquanto a parte oriental de Marajó<br />

ainda continua em fase de vegetaçao pioneira.<br />

Hâ possibilidades de esta colmatagem estar<br />

relacionada com uma fase de. ligeiro levantamento<br />

da ilha de E para W por movimentaçao do<br />

"graben" de Mexiana Leste em tempo holocênico.<br />

O processo de colmatagem é o de "slikke"<br />

e "schorre" fluviais que fixa a vegetaçao graduaimente,<br />

limitando cada vez mais, as âreas de<br />

inundaçâo permanente (fotos 24 a 27).<br />

Hâ muitas sugestoes sobre a natureza e classificaçao<br />

da foz do Amazonas: se delta ou estuârio.<br />

O mapeamento e as interpretaçoes dadas aos<br />

eventos geomorfológicos da Folha SA.22 Belém<br />

permitiram a demonstraçao de que a fossa<br />

Marajoara esteve em movimentaçao desde o

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