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posiçâo subordinada que o pediplano Pleistocênico<br />
aparece em relaçao ao nfvel pós-Barreira,<br />
sugere mais a segunda interpretaçao. Neste caso,<br />
o pediplano Pleistocênico deve ser entendido<br />
como resultante de um processo de eversao na<br />
Formaçao Barreiras. O fato de este ni'vel ter sido<br />
encontrado, até o presente estâgio do mapeamento,<br />
apenas nos locais coïncidentes com altos<br />
estruturais, nao permite que se afaste a possibilidade<br />
de um nfvel ligado a movimentaçoes<br />
tectônicas.<br />
Alguns outros ni'veis embutidos podem ter na<br />
hierarquia da drenagem, mostrada pela imagem<br />
de radar, um util instrumenta de trabalho de<br />
campo. Assim, na folha SA.22 Belém, hâ très<br />
geraçoes de drenagem bem definidas principalmente<br />
na parte meridional do rio Amazonas<br />
(Fig. 7). A primeira, geraçao Xingu, esté representada<br />
pelos grandes rios que estao superimpostos<br />
as estruturas paleozóicas e pré-cambrianas,<br />
principalmente em seus cursos médios. Na<br />
folha SA.22 Belém eles estâo diretamente condicionados<br />
à tectônica de fissuramento,às direçoes<br />
estruturais maiores e refletem este condicionamento<br />
por fenômenos diversos. A segunda,<br />
geraçao Jarauçu, correlacionada à deposiçao<br />
Barreiras pois a extensâo destes rios coincide<br />
com aquela deposiçao. Um exemplo é o próprio<br />
rio Jarauçu. A caracterfstica da segunda geraçao<br />
é a sua parcial independência da rede de drenagem<br />
da primeira geraçao desde que seguem<br />
paralelamente a ela, sem confluir, e caindo<br />
diretamente no rio Amazonas. A abertura dos<br />
vales na Formaçao Barreiras esta sendo realizada<br />
pela geraçao Jarauçu, que faz penetrar o pediplano<br />
Pleistocênico embutindo-o dentro do nfvel<br />
pós-Bar rei ras, enquanto os amplos aplainamentos<br />
regionais estao relacionados à geraçao<br />
Xingu.<br />
A mais nova rede de drenagem é a geraçao<br />
Guajarâ que esté ligada à unidade chamadaaqui<br />
de plam'cie Amazonica e ao sistema hidrogréfico<br />
mais ti'pico do rio Amazonas. As geraçoes<br />
Guajaré e Jarauçu estao ligadas as movimentaçoes<br />
tardias da reativaçao Wealdeniana no<br />
II/25<br />
Pleistoceno e Holoceno. A elas se devem os<br />
baixos ni'veis do Pediplano Pleistoceno, como<br />
por exemplo o de 30-70 métros ligados à geraçao<br />
Guajaré ou o ni'vel Belém—Marajó (5 a 12 m) de<br />
Ab'Sâber (1967).<br />
A retomada de estudos feitos pela Petrobrés a<br />
partir de 1967 em varias regioes da Amazonia<br />
permitiu o conhecimento de novos dados sobre a<br />
foz do rio Amazonas. Isto permite um tratamento<br />
melhor dos problemas de aplainamento,<br />
eustatismos e subsidência geradores dos fenômenos<br />
fluviais do Quaternério. Com base nos<br />
trabalhos de Schaller et alii (1971), Andrade e<br />
Cunha (1971) e Milliman et alii (1972) os<br />
eventos geomorfológicos podem ser comprovados<br />
na seqüência estratigréfica estabelecida<br />
para a fossa de Marajó.<br />
A fase de desmonte do pediplano pré-Cretécico<br />
referida em mapeamentos anteriores je citados,<br />
seguiu-se ao paroxismo da reativaçao Wealdeniana.<br />
Esta reativaçao atuou na foz do Amazonas<br />
com um caréter tafrogênico indicado pela<br />
Formaçao Jacarezinho cuja seqüência corresponde,<br />
pró-parte, a depositos correlativos de<br />
falhas. Os "grabens" de Limoeiro e Mexiana<br />
formaram-se neste tempo. A seqüência da Formaçao<br />
Limoeiro parece corresponder à fase de<br />
desmonte do pediplano pré-Cretécico, pois apresenta<br />
material fluvial cuja area tonte é a bacia Piau f<br />
—Maranhâo. É nesta regiao (fora da folha SA.22<br />
Belém) que ocorrem alguns testemunhos erosivos<br />
identificados como pediplano pré-Cretécico.<br />
O transporte de material para a Formaçao<br />
Limoeiro se fez quando a drenagem do Tocantins<br />
atravessou as estruturas pré-cambrianas e se<br />
alojou ortoclinamente à bacia Piau i—Maranhâo.<br />
Os clésticos da Formaçao Limoeiro se correlacionam<br />
a uma fase de morfogênese mais seca.<br />
Esta interpretaçao parece plausfvel na medida<br />
em que as seqüências da Formaçao Marajó<br />
(pós-Limoeiro) e de idade terciéria je estao<br />
claramente correlacionadas ao aporte de material<br />
do rio Amazonas. Deste modo o pediplano<br />
pré-Cretécico teve seu desmonte iniciado no<br />
Cretéceo e prosseguiu durante todo o Terciério