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4. EVOLUÇAO DO RELEVO<br />
4.1. Efeitos Estruturais na Evoluçâo Geomorfológica<br />
Na distribuiçâo das formas de relevo na folha<br />
SA.22 Belém, é marcada uma brusca interrupçâo<br />
da plani'cie de aluviöes holocênicas do rio<br />
Amazonas logo abaixo da desembocadura do rio<br />
Xingu. A montante desta ârea, corre o rio<br />
Amazonas em extensa plani'cie que esta em<br />
pleno processo de colmatagem, por mecanismos<br />
muito especi'ficos daquele rio. A jusante a<br />
sedimentaçao mais significativa jâ foi feita quase<br />
totalmente. Ocorre entao uma nftida separaçao<br />
entre duas feiçoes geomorfológicas diferentes e<br />
bem identificadas na imagem de radar e no<br />
consequente mapeamento. Estas duas feiçoes sao<br />
separadas pelo arco estrutural de Gurupa, que<br />
coincide sua posiçâo com a separaçao entre as<br />
duas formas de deposiçao. Isto é demonstrativo<br />
de que os altos estruturais continuaram sua<br />
movimentaçao até um tempo geológico holocênico,<br />
apesar de os falhamentos da Fossa<br />
Marajoara, associados aos altos estruturais, terem<br />
sua dataçâo correlacionada à reativaçao<br />
Wealdeniana, de Almeida (1969). Em rnapeamentos<br />
anteriores, Barbosa, Boaventura e Pinto,<br />
(1973 v.1 e v.2) mostraram os efeitos daquela<br />
reativaçâo, assinalando suas résultantes geomorfológicas.<br />
Na folha SA.22 Belém as comprovacöes<br />
geológicas daquele evento säo definidas na<br />
estratigraf ia da Fossa Marajoara.<br />
Nos citados mapeamentos anteriores, foi possfvel<br />
a identificaçâo do pediplano Pré-Cretâcico<br />
deformado pela reativaçâo Wealdeniana, mas na<br />
folha SA.22 Belém, nâo hé nenhum vesti'gio<br />
deste aplainamento. O mais antigo nïvel de<br />
aplainamento corresponde ao denominado Pediplano<br />
Pliocênico cuja sedimentaçao correlativa<br />
é a Formaçao Barreiras. Ele esté represeritado na<br />
serra de Maracanaquara, tendo sido esculpido em<br />
litologias da bacia paleozóica do Amazonas. Este<br />
pediplano esté basculado em direçâo E a partir<br />
da margem esquerda do rio Jari (folha a<br />
II/20<br />
1:250.000 de Monte Dourado). Nesta area, o<br />
Pediplano Pliocênico esté fragmentado pela<br />
erosao posterior. O basculamento e a erosao<br />
ativa estao relacionados a um processo de<br />
subsidência seguida de transgressao na Fossa de<br />
Marajó. Os dois eventos podem ser demonstrados<br />
por uma seqüência de pequenas "rias" como<br />
as dos rios Cajari, Maraca-pucu, Preto, Mazagao e<br />
Anauerapucu todos na folha a 1:250.000 de<br />
Mazagao.<br />
A pequena dimensao das "rias" da margem<br />
esquerda do rio Amazonas comparativamente ao<br />
grande afogamento de sua margem direita, como<br />
a "ria" do Xingu (fotos 8 e 9), é demonstrativo<br />
de uma desigualdade dos movimentos de<br />
subsidência em relaçâo ao eixo da sinéclise<br />
paleozóica do Amazonas. Como resultado desta<br />
desigualdade, e em decorrência de a direçâo<br />
do rio Amazonas aproximar-se mais do bordo<br />
norte da bacia sedimentär, a Formaçao Barreiras<br />
esté intensamente erodida neste bordo, enquanto<br />
no sul ocorre maior preservaçâo da deposiçao<br />
continental terciéria. Como as "rias" da margem<br />
direita estâfo mais preservadas e nelas nà"o se<br />
instalou ainda o processo de colmatagem caracterfstico<br />
do rio Amazonas, a conclusâo é que a<br />
transgressao data do ini'cio do Holoceno.<br />
Nas unidades de relevo denominadas planalto<br />
Setentrional Paré—Maranhâo e planalto Tapajós—Xingu,<br />
a Formaçao Barreiras aparece, conspicuamente,<br />
em extensas superfi'cies tabulares,<br />
retomadas por uma erosao pós-Barreiras. A<br />
posiçâo destes relevos coincide, respectivamente<br />
com o arco estrutural do Tocantins (que<br />
divide a sedimentaçao paleozóica Piaui'—<br />
Maranhâo com a do Amazonas) e com o alto de<br />
Monte Alegre (que divide a bacia sedimentär do<br />
baixo Amazonas com a fossa de Marajoara),<br />
mostrados na fig. 8. Esta coincidência estrutural<br />
com formas de relevo parcialmente conservadas<br />
é considerada como evidência da movimentaçao<br />
destes altos em um tempo pós-Barreiras, precisa-