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Em se tratando do terceiro fator apontado pelos autores anteriormente mencionados, existem duas hipÛteses colocadas por eles: o impacto dos fluxos de capitais ser esterilizado (com aumento da oferta de tÌtulos p˙blicos, pelo Banco Central do Brasil) ou n„o ser esterilizado. A primeira hipÛtese isola o mercado de crÈdito dos fluxos de capitais externos, porÈm causam ìimpactos sobre a composiÁ„o do funding do sistema banc·rio, com maior proporÁ„o do crÈdito associada ‡s operaÁıes de repasseî (FREITAS e PRATES, 1999, p. 93). Na segunda hipÛtese, alÈm de uma press„o de baixa da taxa de juros, ìh· uma expans„o do volume de liquidez prim·ria da economia e, assim, dos depÛsitos banc·rios, aumentando potencialmente a capacidade de expans„o creditÌcia dos bancosî (Idem, ibidem). Com relaÁ„o ‡ entrada de instituiÁıes estrangeiras no mercado nacional, existe uma discuss„o acerca dos impactos e efeitos lÌquidos do processo. A seguir, destacam-se alguns pontos positivos e negativos em relaÁ„o ‡ abertura financeira, com a entrada de instituiÁıes estrangeiras. Dentre os prÛs da forte presenÁa estrangeira no mercado financeiro nacional, destacam-se as seguintes contribuiÁıes dos bancos estrangeiros: tecnologia de crÈdito e de controle de risco (falta de experiÍncia dos bancos nacionais em conceder crÈditos em longo prazo); aumento da competiÁ„o no setor (maior transparÍncia, know-how, Ètica e compliance); e maior sofisticaÁ„o dos produtos e barateamento dos mesmos. Dentre os fatores negativos, manifestados principalmente pelos banqueiros nacionais, apÛs a compra do Banco Bamerindus pelo HSBC e atuaÁ„o agressiva do Banco Santander de aquisiÁıes de bancos nacionais, destacam-se: uma possÌvel ameaÁa ‡ soberania nacional, uma vez que os bancos estrangeiros estavam com mais de 30% dos ativos totais do sistema banc·rio brasileiro, sendo que o ìlimite idealî seria de 20% dos ativos totais; a possÌvel perda de crÈdito do Banco Central (para um banco estrangeiro, o Banco Central do Brasil representa um risco de crÈdito, como qualquer outro); e a possÌvel maior vulnerabilidade do real, com a possibilidade dos bancos estrangeiros lucrarem com apostas contra o real, comprando dÛlares do Banco Central, utilizando seu funding em reais (FREITAS, 1999). … necess·rio, porÈm, saber analisar esses argumentos e separar os que realmente s„o fundamentados em hipÛteses concretas relevantes ao paÌs, daqueles que somente s„o interesses individuais dos banqueiros brasileiros, por exemplo. A seguir, destaca-se uma crÌtica, que aponta fatores negativos ‡ entrada das instituiÁıes financeiras estrangeiras. A ampliaÁ„o da presenÁa estrangeira no sistema banc·rio brasileiro n„o teve o impacto esperado pelas autoridades econÙmicas em termos da reduÁ„o dos custos do crÈdito e dos serviÁos banc·rios ofertados ‡ populaÁ„o e do alongamento dos prazos das operaÁıes de crÈdito como conseq¸Íncia de 6
suposta maior expertise na administraÁ„o dos riscos. Os bancos estrangeiros recÈm chegados adotaram um comportamento semelhante ao dos bancos privados nacionais e dos estrangeiros j· presentes no paÌs antes da flexibilizaÁ„o das condiÁıes de entrada ocorrida em 1995. (FREITAS e PRATES, 2001, p. 100) Sobre o assunto das fusıes e aquisiÁıes, no setor banc·rio mundial (principalmente no brasileiro), ocorridas apÛs a abertura financeira da economia nacional, ser· dado um maior detalhamento ainda neste capÌtulo, no item 1.3. 1.3 As crises banc·rias do pÛs-Plano Real Segundo Corazza (2000), ìuma crise banc·ria geralmente se manifesta como um problema de liquidez, expresso na incapacidade dos bancos atenderem a retirada de depÛsito dos seus clientesî, e ela pode ser ocasionada pela interaÁ„o de condicionantes macroeconÙmicos e microeconÙmicos. Como macroeconÙmicos, o autor aponta ìum ambiente de instabilidade ou um plano de estabilizaÁ„oî, e como microeconÙmicos, ele destaca ìa fragilidade intrÌnseca dos prÛprios bancosî. Os anos que sucederam a implantaÁ„o do Plano Real significaram um perÌodo de significativas alteraÁıes no sistema banc·rio brasileiro. Os anos de 1995-96 ficaram conhecidos por ser um perÌodo de uma forte crise banc·ria nos paÌses em desenvolvimento. Com a implantaÁ„o do Plano Real, que significou uma estabilidade dos preÁos e o fim das altas inflaÁıes que o paÌs apresentava, muitas instituiÁıes financeiras, principalmente as de pequeno porte, mostraram-se economicamente invi·veis, pois somente com a alta inflaÁ„o conseguiam mascarar seus elevados custos, que apresentavam ganhos f·ceis com o giro do dinheiro, e aprofundou as dificuldades de instituiÁıes de grande porte, porÈm com fr·geis estruturas financeiras, devido a um, ou mais, desses trÍs fatores apresentados a seguir: elevaÁ„o excessiva de risco de crÈdito; fracassadas estratÈgias de fus„o banco-ind˙stria; numerosas fraudes praticadas no setor (FREITAS, 2008). Segundo Costa (1999), os principais problemas que o setor banc·rio brasileiro apresentou nesse perÌodo foram: a eliminaÁ„o de receitas com float; necessidade de elevadas reservas compulsÛrias; aumento da inadimplÍncia de clientes; a volatilidade macroeconÙmica; e a prematura liberalizaÁ„o financeira. A partir dessa situaÁ„o de estabilidade, os bancos dos paÌses em desenvolvimento passaram a redefinir suas estratÈgias, que se demonstraram, em 7
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