Revista do WEA´2010/2011 - Faccamp
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Brincadeira.<br />
Conceito: para Barreto (1998), brincadeira é a atividade<br />
lúdica livre, separada, incerta, improdutiva, governada por<br />
regras e caracterizada pelo faz de conta. É uma atividade<br />
bastante consciente mas fora da vida rotineira e não séria,<br />
que absorve a pessoa intensamente. Ela se processa dentro<br />
de seus próprios limites de tempo e espaço de acor<strong>do</strong> com<br />
regras fixas e de um mo<strong>do</strong> ordena<strong>do</strong>.<br />
Brincar.<br />
Conceito: o termo brincar compreende uma variedade de<br />
movimentos, condutas, consentimentos <strong>do</strong>s parceiros e<br />
fantasias que envolvem a criança no seu mun<strong>do</strong> de "fazde-conta",<br />
ao mesmo tempo tão real. Isso porque, segun<strong>do</strong><br />
Rocha (2000), com base nos estu<strong>do</strong>s de Vygotsky, há uma<br />
correlação direta da imaginação com a memória <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />
social de origem da criança. De fato, crianças residentes<br />
em favela brincam mais de polícia e ladrão se comparadas<br />
a crianças mora<strong>do</strong>ras em fazendas, pois suas experiências<br />
são distintas. Brincan<strong>do</strong>, a criança busca compreender e<br />
<strong>do</strong>minar os fatos fora de seu alcance.<br />
A criança precisa brincar inventar e criar para crescer e<br />
manter seu equilíbrio com o mun<strong>do</strong>. Nos jogos e<br />
brincadeiras infantis são reconheci<strong>do</strong>s os mecanismos de<br />
identificação cultural e de formação educativa.<br />
Quem descobriu essas brincadeiras que nunca enjoam que<br />
estão apenas esquecidas? Foi a televisão? Foram os<br />
engenheiros das fábricas de brinque<strong>do</strong>s? Não. Foram as<br />
próprias crianças através <strong>do</strong>s séculos. Uma herança que<br />
deve ser transmitida às gerações futuras através <strong>do</strong> resgate<br />
das brincadeiras infantis. Afinal, brincar é preciso.<br />
Declaração universal <strong>do</strong>s direitos da criança - ONU<br />
(20/11/1959):<br />
"... A criança deve ter todas as possibilidades de entregarse<br />
aos jogos e às atividades recreativas, que devem ser<br />
orientadas para os fins visa<strong>do</strong>s pela educação; a sociedade<br />
e os poderes públicos devem esforçar-se por favorecer o<br />
gozo deste direito". (Declaração universal <strong>do</strong>s direitos da<br />
criança, 1959).<br />
Lúdico.<br />
Conceito: o termo lúdico refere-se a uma dimensão<br />
humana que evoca os sentimentos de liberdade e<br />
espontaneidade de ação. Abrange atividades<br />
despretensiosas, descontraídas e desobrigadas de toda e<br />
qualquer espécie de intencionalidade ou vontade alheia. É<br />
livre de pressões e avaliações.<br />
As etapas de desenvolvimento das crianças dentro da<br />
concepção de Piaget são de extrema valia para o<br />
entendimento da atividade lúdica e seus efeitos na<br />
infância. Os perío<strong>do</strong>s de desenvolvimento são:<br />
Perío<strong>do</strong> sensório-motor (0 a 2 anos): o desenvolvimento<br />
ocorre a partir da atividade reflexa para a representação e<br />
soluções sensório-motoras <strong>do</strong>s problemas;<br />
Atas <strong>do</strong> VII Workshop Multidisciplinar sobre Ensino e Aprendizagem na Faculdade Campo Limpo Paulista.<br />
WEA’2010/<strong>2011</strong>, 12 de março de <strong>2011</strong>’, Campo Limpo Paulista, SP, Brasil.<br />
100<br />
Perío<strong>do</strong> Pré-Operacional (2 a 7 anos): aqui o<br />
desenvolvimento ocorre a partir da representação<br />
sensório-motora para as soluções de problemas e segue<br />
para o pensamento pré-lógico;<br />
Perío<strong>do</strong> Operacional Concreto (7 a 11 anos): O<br />
desenvolvimento vai <strong>do</strong> pensamento pré-lógico para as<br />
soluções lógicas de problemas concretos;<br />
Perío<strong>do</strong> de Operações Formais (11 a 15 anos): A partir<br />
de soluções lógicas de problemas concretos para que haja<br />
soluções lógicas.<br />
Desta maneira, podemos observar que o desenvolvimento<br />
é contínuo, pois cada desenvolvimento subseqüente<br />
baseia-se no desenvolvimento anterior incorporan<strong>do</strong>-o e<br />
transforman<strong>do</strong>-o (WADSWORTH, 1984).<br />
4. DESMISTIFICANDO A MATEMÁTICA COM<br />
AUXÍLIO DOS JOGOS.<br />
Os desafios, as regras, o visual apresenta<strong>do</strong> pelos jogos,<br />
despertam nas crianças e a<strong>do</strong>lescentes o imaginário, e esse<br />
processo de descoberta, identificação, criação e<br />
obediência às regras, auxilia no processo cognitivo,<br />
desmistifican<strong>do</strong> a matemática tão temida por eles.<br />
Se direciona<strong>do</strong>s e conduzi<strong>do</strong>s de maneira adequada as<br />
atividades lúdicas, serão proporciona<strong>do</strong>s aos alunos<br />
momentos de confraternização, participação e integração,<br />
alivian<strong>do</strong> o cansaço físico e mental, tão presentes nas<br />
aulas da disciplina da matemática, ofertan<strong>do</strong> aos<br />
participantes o entendimento das expressões, o mo<strong>do</strong><br />
como jogar, a busca pela vitória e pelo destaque das suas<br />
habilidades, a cooperação, a aceitação da derrota, o<br />
equilíbrio durante a realização das atividades, a integração<br />
e troca de experiências entre parceiros e adversários de<br />
jogo.<br />
To<strong>do</strong>s estes aspectos são ferramentas que podem auxiliar<br />
no objetivo de promover uma transformação da escola<br />
tradicional, centrada na transmissão de conteú<strong>do</strong>s, com<br />
aulas monótonas, tediosas e maçantes, numa escola com<br />
propostas abrangentes e modernas, que desperte o<br />
interesse das crianças e a<strong>do</strong>lescentes, hoje tão<br />
desinteressa<strong>do</strong>s, sobretu<strong>do</strong> pelo aprendiza<strong>do</strong> da<br />
matemática.<br />
Segun<strong>do</strong> Borin (1996), outro motivo para a introdução de<br />
jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de<br />
diminuir bloqueios apresenta<strong>do</strong>s por muitos de nossos<br />
alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacita<strong>do</strong>s<br />
para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é<br />
impossível assumir somente uma atitude passiva, a<br />
motivação é grande, porque, simultaneamente às<br />
discussões de conteú<strong>do</strong>s matemáticos, também é preciso<br />
que os alunos apresentem desempenho e atitudes mais<br />
positivas frente a esse processo de aprendizagem. Nesse<br />
senti<strong>do</strong>, é possível utilizar os jogos ao final de cada<br />
conteú<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>, para fixação, reflexão,<br />
memorização e contextualização <strong>do</strong>s mesmos. Criar nos