27.08.2013 Views

Revista do WEA´2010/2011 - Faccamp

Revista do WEA´2010/2011 - Faccamp

Revista do WEA´2010/2011 - Faccamp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

por exemplo, câncer, isquemia, arteriosclerose, diabetes,<br />

mal de Alzheimer entre outras desordens neurológicas e<br />

não-patológicas, como por exemplo o envelhecimento<br />

Radical Superóxi<strong>do</strong> (O2 ●- )<br />

Este radical é o mais comum e abundante na célula,<br />

poden<strong>do</strong> ser gera<strong>do</strong> em eventos de transporte de elétrons<br />

que ocorrem em cloroplastos e microssomos <strong>do</strong> retículo<br />

en<strong>do</strong>plasmático, ou por reações de autoxidação <strong>do</strong> oxigênio<br />

molecular.<br />

O radical superóxi<strong>do</strong> é forma<strong>do</strong> no organismo<br />

principalmente através da cadeia de transporte de elétrons<br />

ou por ação de células fagocitárias (neutrófilos, monócitos e<br />

macrófagos) para defesa bactericida. Essas células<br />

fagocitárias produzem quantidades significativas <strong>do</strong> radical<br />

superóxi<strong>do</strong> durante a fagocitose, devi<strong>do</strong> à ativação da<br />

enzima NADPH oxidase que está presente na membrana<br />

dessas células. Entre as substâncias de interesse biológico<br />

que se autoxidam geran<strong>do</strong> o radical superóxi<strong>do</strong> incluem-se<br />

a hemoglobina, a mioglobina e catecolaminas. Essas<br />

autoxidações são, geralmente, reações em cadeia nas quais<br />

o radical superóxi<strong>do</strong> pode atuar como inicia<strong>do</strong>r e<br />

propaga<strong>do</strong>r das cadeias radicalares. Apesar de o nome<br />

sugerir que esse radical tem alto poder oxidante, o<br />

superóxi<strong>do</strong> atua na maioria das reações como um agente<br />

redutor.<br />

O radical superóxi<strong>do</strong> é menos reativo que o radical<br />

hidroxila, e é forma<strong>do</strong> a partir da redução <strong>do</strong> O2 com um<br />

elétron. Em condições fisiológicas é gera<strong>do</strong> principalmente<br />

nas mitocôndrias, microsomas e peroxisomas 13 . Apresenta<br />

meia vida mais longa <strong>do</strong> que o hidroxila, sen<strong>do</strong> capaz de<br />

reagir com as moléculas por mais tempo. As reações<br />

desencadeadas pelo radical superóxi<strong>do</strong> podem gerar os<br />

radicais hidroxila e peroxil. Em meio áci<strong>do</strong>, este radical<br />

livre rapidamente forma peróxi<strong>do</strong> de hidrogênio (H2O2).<br />

Em meio neutro ou de eleva<strong>do</strong> pH, a dismutação <strong>do</strong><br />

superóxi<strong>do</strong> é catalisada pela enzima superóxi<strong>do</strong> dismutase<br />

(SOD).<br />

O radical superóxi<strong>do</strong> apresenta pequena reatividade<br />

molecular, e é duvi<strong>do</strong>sa a sua capacidade de causar danos<br />

significativos às estruturas celulares. Este ERO pode reagir<br />

com o óxi<strong>do</strong> nítrico para formar o peroxinitrito, capaz de<br />

oxidar e transferir nitrato para aminoáci<strong>do</strong>s de várias<br />

proteínas pulmonares, causan<strong>do</strong> a inibição dessas proteínas.<br />

O radical ânion superóxi<strong>do</strong> (O2 ●- ) ao contrário da maioria<br />

<strong>do</strong>s radicais livres é inativo.<br />

Em meio aquoso, sua reação principal é a dismutação, na<br />

qual se produz uma molécula de peróxi<strong>do</strong> de hidrogênio e<br />

uma molécula de oxigênio como apresenta<strong>do</strong> na reação 1.<br />

Ele também é uma base fraca cujo áci<strong>do</strong> conjuga<strong>do</strong>, o<br />

radical hidroperóxi<strong>do</strong> (HOO ● ) é mais reativo como<br />

apresenta<strong>do</strong> na reação 2.<br />

Atas <strong>do</strong> VII Workshop Multidisciplinar sobre Ensino e Aprendizagem na Faculdade Campo Limpo Paulista.<br />

WEA’2010/<strong>2011</strong>, 12 de março de <strong>2011</strong>’, Campo Limpo Paulista, SP, Brasil.<br />

55<br />

O radical ânion superóxi<strong>do</strong> (O2 ●- ) participa de certos<br />

processos químicos importantes no contexto biológico. O<br />

principal deles é auxiliar na produção de radical ● OH,<br />

através da redução de quelatos de Fe (III) como<br />

apresenta<strong>do</strong> na reação 3, forman<strong>do</strong> Fe2. Assim, o ● OH pode<br />

ser obti<strong>do</strong> através da reação de Haber-Weiss como<br />

apresenta<strong>do</strong> na equação 4.<br />

2O 2 ●- + 2H + → H2O 2 + O 2 (1)<br />

O 2 ●- + H + → HOO ● (2)<br />

Fe 3+ + O 2 ●- [Fe 3+ ― O2 - ↔ Fe 2+ ― O2] ↔ Fe 2+ + O 2 (3)<br />

O2 ●- + H2O2 → HO ● + HO - + O2 (4)<br />

O radical ânion O2 ●- também reage com o radical ● OH<br />

produzin<strong>do</strong> oxigênio singleto 1 O2 como apresenta<strong>do</strong> na<br />

reação 5 e com o óxi<strong>do</strong> nítrico (NO ● ) produzin<strong>do</strong><br />

peroxinitrito (ONOO - ) como apresenta<strong>do</strong> na equação 6.<br />

O 2 ●- + ● OH → 1 O2 + HO ● (5)<br />

NO ● + O2 ●- → ONOO - (6)<br />

Além disso, o radical ânion superóxi<strong>do</strong> O2 ●- presente no<br />

organismo é elimina<strong>do</strong> pela enzima superóxi<strong>do</strong> dismutase,<br />

que catalisa a dismutação de duas moléculas de O2 ●- em<br />

oxigênio e peróxi<strong>do</strong> de hidrogênio como já apresenta<strong>do</strong> na<br />

reação 1. Este último, quan<strong>do</strong> não elimina<strong>do</strong> <strong>do</strong> organismo<br />

pelas enzimas peroxidases e catalase, pode gerar radicais<br />

hidroxila.<br />

Apesar destes efeitos danosos, o radical O2 ●- tem<br />

importância vital para as células de defesa e, sem ele o<br />

organismo está desprotegi<strong>do</strong> contra infecções causadas por<br />

vírus, bactérias e fungos. O radical O2 ●- é gera<strong>do</strong> in vivo<br />

por fagócitos ou linfócitos e fibroblastos durante o processo<br />

inflamatório, para combater corpos estranhos.<br />

Patologias associadas às Espécies Reativas de<br />

Oxigênio<br />

Concentrações muito altas dessas espécies lesam<br />

biomoléculas que, se não puderem ser reparadas pelos<br />

sistemas de reparo, causam dano celular e tecidual.<br />

Concentrações muito baixas das espécies reativas também<br />

são prejudiciais, porque comprometem o sistema de defesa<br />

contra microorganismos invasores.<br />

Os radicais livres e oxidantes intermedeiam desde circuitos<br />

de sinalização fisiológicos e patológicos até lesões a<br />

constituintes celulares.<br />

Embora uma pequena quantidade de radicais livres seja<br />

necessária para manutenção da vida, pois comprometem o<br />

sistema de defesa contra microorganismos invasores e<br />

alguns processos proliferativos importantes, sua produção<br />

excessiva, maior <strong>do</strong> que a sua velocidade de remoção pode<br />

conduzir a diversas formas de dano celular. Estu<strong>do</strong>s

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!