27.08.2013 Views

Revista do WEA´2010/2011 - Faccamp

Revista do WEA´2010/2011 - Faccamp

Revista do WEA´2010/2011 - Faccamp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A Oralidade Como Objeto de Ensino<br />

Carolina Pereira<br />

Faculdade Campo Limpo Paulista<br />

Rua Guatemala, 167, Jd. América<br />

13231-230 Campo Limpo Paulista, SP,<br />

Brasil<br />

(11) 4812 9400<br />

carolinna_pereira@hotmail.com<br />

RESUMO<br />

Além da alfabetização, leitura e escrita, outros objetos de<br />

ensino são importantes, como por exemplo, o ensino da<br />

oralidade. Ainda é falha a compreensão acerca da<br />

importância <strong>do</strong> ensino da oralidade enquanto objeto de<br />

ensino. Entretanto, <strong>do</strong>cumentos oficiais como os<br />

Parâmetros Curriculares Nacionais e o Referencial<br />

Curricular Nacional para a educação infantil além de<br />

autores como Schneuwly, Marcuschi e Rojo apontam<br />

caminhos para o trabalho com oralidade em sala de aula.<br />

Portanto, este artigo tem como objetivo discutir a<br />

importância de se trabalhar com a oralidade na escola,<br />

como um <strong>do</strong>s caminhos para a constituição <strong>do</strong>s alunos<br />

enquanto sujeitos participantes da sociedade, como<br />

cidadãos críticos que devem saber se colocar em diversas<br />

situações comunicativas.<br />

Palavras chave<br />

Oralidade, letramento, ensino de lingua materna.<br />

ABSTRACT<br />

Besides literacy, reading and writing, other teaching objets<br />

are important, for example, orality teaching. There is a<br />

miscompreension on the importance of orality teaching as<br />

a teaching object. However, official <strong>do</strong>cuments such as<br />

Parâmetros Curriculares Nacionais (National Curriculum<br />

Parameter) and Referencial Curricular Nacional (National<br />

Curriculum Reference) to elementary teaching, besides<br />

authors as Schneuwly, Marcushi and Rojo, point out ways<br />

to work with orality inside the classroom. Therefore, this<br />

paper aims at discussing the importance of working with<br />

orality at school, as a way to form students to be active<br />

actors in society and critical citizens able to deal with<br />

different communicative situations.<br />

Keywords<br />

Orality teaching, literacy, mother tongue teaching<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Sabemos que a língua possui duas modalidades – fala e<br />

escrita – que por sua vez possuem duas dimensões que<br />

compõe: oralidade e letramento, e fala e escrita<br />

propriamente ditas. A primeira dimensão da língua diz<br />

Atas <strong>do</strong> VII Workshop Multidisciplinar sobre Ensino e Aprendizagem na Faculdade Campo Limpo Paulista.<br />

WEA’2010/<strong>2011</strong>, 12 de março de <strong>2011</strong>’, Campo Limpo Paulista, SP, Brasil.<br />

Vivian Sotelo<br />

Faculdade Campo Limpo Paulista<br />

Rua Guatemala, 167, Jd. América<br />

13231-230 Campo Limpo Paulista, SP,<br />

Brasil<br />

(11) 4812 9400<br />

viviansotelo8@gmail.com<br />

62<br />

respeito à distinção entre práticas sociais (oralidade e<br />

letramento) e a segunda às suas modalidades de uso (fala<br />

e escrita).<br />

Consideramos a concepção de linguagem mais aceita<br />

atualmente, atribuída com o senti<strong>do</strong> de atividade e,<br />

portanto como forma de ação e interação (KOCH, 2001).<br />

Em consonância com este pensamento, Marcuschi nos<br />

traz a ideia de que os usos que fazemos da língua é que as<br />

definem, ao afirmar que “as línguas se fundam em usos”<br />

(2007, p.16), portanto produzimos linguagem e assim<br />

damos forma a ela.<br />

Este mesmo autor afirma que a oralidade jamais poderá<br />

ser substituída por qualquer outra tecnologia, pois é<br />

inerente ao ser humano (2007, p.36). É necessário e de<br />

grande importância, portanto, apropriar-se dela para<br />

utilizar os gêneros orais de acor<strong>do</strong> com cada situação.<br />

É papel da escola ensinar o oral. Sua missão nesta<br />

perspectiva é, conforme Schneuwly, “aprimoramento da<br />

capacidade <strong>do</strong>s alunos no campo <strong>do</strong> oral” (1997, p. 06).<br />

Quan<strong>do</strong> tratamos de oralidade, nos referimos ao falar e<br />

ao convívio com o outro. Bakhtin traz o conceito <strong>do</strong><br />

dialogismo, que consiste nas relações de senti<strong>do</strong> que se<br />

estabelecem entre <strong>do</strong>is enuncia<strong>do</strong>s, visto que a língua<br />

possui a propriedade de ser dialógica, ou seja, um<br />

discurso se constroi a partir <strong>do</strong> discurso <strong>do</strong> outro. Dessa<br />

forma, os enuncia<strong>do</strong>s são irrepetíveis, pois se aplicam de<br />

diferentes formas em contextos diferentes (FIORIN,<br />

2006).<br />

A característica dialógica da linguagem defendida por<br />

Bakhtin deu um novo direcionamento aos estu<strong>do</strong>s sobre a<br />

linguagem no início <strong>do</strong> século XX. Com sua teoria,<br />

Bakhtin revolucionou as duas concepções de linguagem<br />

de sua época: o objetivismo abstrato e o subjetivismo<br />

idealista. A primeira corrente tem como principal<br />

representante Ferdinand de Saussure e é objeto de<br />

contraposição de Bakhtin, pois para a corrente saussuriana<br />

de pensamento “o indivíduo recebe da comunidade<br />

linguística um sistema já construí<strong>do</strong>, e qualquer mudança

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!