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Revista do WEA´2010/2011 - Faccamp

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morais que podem estar envolvi<strong>do</strong>s<br />

no desenvolvimento da Química e<br />

da tecnologia<br />

Tabela 1- Competências e Habilidades a serem<br />

desenvolvidas em Química 6 .<br />

A Ciência como um Saber Escolar<br />

Na década de 80 e início da década de 90, tinha-se um<br />

ensino centra<strong>do</strong> quase exclusivamente na transmissão de<br />

conhecimentos. Não se escondia o quanto a transmissão<br />

(massiva) de conteú<strong>do</strong>s era o que importava. Um <strong>do</strong>s<br />

índices de eficiência de um professor – ou de um<br />

transmissor de conteú<strong>do</strong>s – era a quantidade de páginas<br />

repassadas aos estudantes – os receptores. Era preciso que<br />

os alunos se tornassem familiariza<strong>do</strong>s com as teorias, com<br />

os conceitos e com os processos científicos. Um estudante<br />

competente era aquele que sabia, isto é, que era<br />

acumula<strong>do</strong>r de conteú<strong>do</strong>s 3 .<br />

Eram os professores (sujeitos) que faziam com que os<br />

estudantes (aqui vistos como passivos à ação <strong>do</strong> sujeito)<br />

adquirissem esses conhecimentos 7 .<br />

Hoje não se pode mais conceber propostas para um ensino<br />

de ciências sem incluir nos currículos componentes que<br />

estejam orienta<strong>do</strong>s na busca de aspectos sociais e pessoais<br />

<strong>do</strong>s estudantes 3 .<br />

A Alfabetização Científica, hoje, visa o aprendiza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

conceitos da Ciência, focan<strong>do</strong> o aluno não como um<br />

acumula<strong>do</strong>r de conhecimentos, mas sim, como já dito, que<br />

o educan<strong>do</strong> se aproprie desses conceitos tornan<strong>do</strong>-se<br />

agente transforma<strong>do</strong>r 7 .<br />

Antes de apresentar – a alfabetização científica –, parece<br />

oportuno, ainda que de uma maneira panorâmica, olhar a<br />

escola – na acepção de instituição que faz ensino formal,<br />

em qualquer nível de escolarização – nesses tempos de<br />

globalização.<br />

A globalização confere novas realidades à educação,<br />

determinan<strong>do</strong> uma inversão no fluxo <strong>do</strong> conhecimento. Se<br />

antes o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> conhecimento era da escola para a<br />

comunidade, hoje é o mun<strong>do</strong> exterior que invade a escola.<br />

Nesse contexto, como exemplo, pode-se voltar o olhar<br />

para duas direções. Primeira, o quanto são diferentes as<br />

múltiplas entradas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> exterior na sala de aula; e a<br />

outra direção, o quanto essa sala de aula se exterioriza,<br />

atualmente, de uma maneira diferenciada 3 .<br />

Sobre a primeira das situações, pode-se citar o quanto<br />

antigamente eram enclausuradas as escolas às invasões<br />

externas, em relação às salas de aula hoje, expostas às<br />

interferências <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> externo. A escola, então, era<br />

referência na comunidade pelo conhecimento que detinha.<br />

Quanto à segunda, considere a parcela de informações que<br />

alunos e alunas trazem hoje à escola. Aqui tem-se que<br />

reconhecer que eles, não raro, superam as professoras e os<br />

professores nas possibilidades de acesso às fontes de<br />

Atas <strong>do</strong> VII Workshop Multidisciplinar sobre Ensino e Aprendizagem na Faculdade Campo Limpo Paulista.<br />

WEA’2010/<strong>2011</strong>, 12 de março de <strong>2011</strong>’, Campo Limpo Paulista, SP, Brasil.<br />

78<br />

informações. Há situações nas quais há <strong>do</strong>centes<br />

despluga<strong>do</strong>s ou sem televisão, que ensinam a alunos que<br />

navegam na internet ou estão conecta<strong>do</strong>s a redes de TV a<br />

cabo, perden<strong>do</strong> a escola (e o professor) o papel de centro<br />

de referência <strong>do</strong> saber. A proletarização <strong>do</strong>s profissionais<br />

da educação os faz excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s meios que transformam<br />

o planeta, onde a quantidade e a velocidade de<br />

informações o fazem parecer cada vez menor. Esse é o<br />

la<strong>do</strong> trágico em não poucas das contemplações da escola<br />

hoje 3 .<br />

Não há, evidentemente, a necessidade (nem a<br />

possibilidade) de se fazer uma reconversão. Todavia, é<br />

permiti<strong>do</strong> reivindicar para a escola um papel mais atuante<br />

na disseminação <strong>do</strong> conhecimento 3 .<br />

A Alfabetização Científica contribui muito para a<br />

disseminação <strong>do</strong> conhecimento, sen<strong>do</strong> que uma de suas<br />

propostas é criar no educan<strong>do</strong> a argumentação, que é uma<br />

atividade social, intelectual e verbal, utilizada para<br />

justificar ou refutar uma opinião e que consiste em fazer<br />

declarações, levan<strong>do</strong> em consideração o receptor e a<br />

finalidade com a qual se emitem. Para argumentar é<br />

necessário escolher entre diferentes opções ou explicações<br />

e raciocinar sobre os critérios que permitam avaliar a<br />

opção mais adequada a ele 4 .<br />

A análise da argumentação <strong>do</strong>s estudantes é realizada sob<br />

diferentes enfoques por pesquisa<strong>do</strong>res da área de<br />

educação em ciências. São encontra<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s em que<br />

ela é feita <strong>do</strong> ponto de vista estrutural, via de regra,<br />

usan<strong>do</strong> <strong>do</strong> modelo de Toulmin. Este modelo, ilustra<strong>do</strong> na<br />

Figura 1, identifica os elementos fundamentais de um<br />

argumento, assim como as relações existentes entre eles 4 .<br />

D<br />

Já que<br />

J<br />

Por conta de<br />

B<br />

Assim, Q , C<br />

A menos que<br />

Figura 1. Modelo Argumento de Toulmin, onde D =<br />

Da<strong>do</strong>; J = Justificativa; B = Conhecimento básico<br />

(“backing”); Q = Qualifica<strong>do</strong>r modal; R = Refutação; C =<br />

Conclusão<br />

Os elementos fundamentais de um argumento são o da<strong>do</strong><br />

(D), a conclusão (C) e a justificativa (J). É possível<br />

apresentar um argumento contan<strong>do</strong> apenas com estes<br />

elementos, cuja estrutura básica é: "a partir de um da<strong>do</strong> D,<br />

já que J, então C". Porém, para que um argumento seja<br />

completo pode-se especificar em que condições a<br />

justificativa apresentada é válida ou não, indican<strong>do</strong> um<br />

R

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