1. fase: caracterizaÃ§Ã£o global - Ipardes

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16 No que tange à extração mineral, em apenas sete dos vinte municípios do território Cantuquiriguaçu houve no passado recente produção de algum tipo de mineral. Segundo dados da MINEROPAR, no período entre 1995 e 2004 houve extração de areia, argila e basalto. O município de Quedas do Iguaçu é o único do território que extraiu mais de um tipo de mineral (quadro 1.1). QUADRO 1.1 - PRODUÇÃO MINERAL DOS MUNICÍPIOS DO TERRITÓRIO CANTUQUIRIGUAÇU - PARANÁ - 1995-2004 MUNICÍPIO Candói Guaraniaçu Ibema Laranjeiras do Sul Pinhão Quedas do Iguaçu Três Barras do Paraná FONTE: MINEROPAR SUBSTÂNCIA • Areia • Basalto • Areia • Basalto • Areia • Argila • Cascalho • Argila As unidades de conservação existentes no território Cantuquiriguaçu são de jurisdição estadual. As áreas de proteção integral ocupam apenas 0,7% do território e estão localizadas, na sua maior parte, nos municípios de Nova Laranjeiras, Rio Bonito do Iguaçu e Três Barras do Paraná e, em menor proporção, nos municípios de Reserva e Campo Bonito. Por sua vez, as áreas de uso sustentável existentes são ainda mais reduzidas (0,0009%) e ocorrem no extremo noroeste e ao sul do território (mapa 1.11). MAPA 1.11 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO TERRITÓRIO CANTUQUIRIGUAÇU - PARANÁ FONTE: IPARDES
17 2 PROCESSO DE OCUPAÇÃO E DINÂMICA POPULACIONAL 1 2.1 HISTÓRIA A história dos municípios que compõem o território Cantuquiriguaçu está, de uma forma ou de outra, ligada à história da ocupação da vasta região que formava antigamente o município de Guarapuava, localizado na porção central do Paraná. Recuperar os elementos constitutivos da ocupação desse território possibilita uma compreensão da sociedade que nele construiu seu cotidiano. A ocupação do Paraná iniciou-se ainda no século XVII, no contexto do ciclo do ouro, quando os exploradores portugueses instalaram os primeiros povoamentos no litoral e no Primeiro Planalto do Estado. Na mesma época, nas áreas interioranas, em sítios isolados, teve início a implantação de Missões conduzidas por padres jesuítas espanhóis, que chegaram ao interior navegando pelo Rio Paraná. O interesse dos colonizadores portugueses na ampliação das fronteiras e na captura de indígenas para o trabalho escravo levou à destruição das Missões ainda no século XVIII. No entanto, permaneceram as trilhas para o interior, as quais vieram a ser utilizadas pelos primeiros desbravadores do território. A descoberta dos Campos de Guarapuava data da segunda metade do século XVIII, por meio de uma bandeira cujo objetivo era deter o avanço espanhol na zona meridional. Essa exploração registrou a presença dos povos indígenas que habitavam a região. O povoamento da porção oeste da região deu-se a partir de Guarapuava e Palmas, processo este que ocorreu de maneira irregular e sob três formas: pela iniciativa oficial, pela iniciativa particular/empresarial e pela ocupação espontânea de terras devolutas. O combate e o aldeamento dos índios funcionaram como um vetor importante no processo de ocupação do território paranaense. O início do século XIX é marcado pela guerra declarada aos indígenas, sob a alegação de que eles impediam a fixação e o trânsito de pessoas. O aldeamento dos índios Camés, Votorões e Dorins teve início em 1810, porém estes ofereceram resistência até meados do século. Naquele período, a região do atual município de Laranjeiras do Sul, um dos que compõem o território, era um grande sertão, habitado por comunidades indígenas. O processo de desbravamento, povoamento e urbanização trouxe consigo o encontro e, muitas vezes, o confronto cultural com os habitantes indígenas, os quais, no que se refere ao território, acabaram sendo empurrados sertão adentro. As comunidades que permaneceram tiveram que se organizar em reservas, conforme a política oficial do Estado brasileiro. Entre os processos de caráter econômico que tiveram importância histórica para a região está a exploração da erva-mate, sobretudo no século XIX, a qual, contudo, entra em 1 Partes deste texto foram extraídas de IPARDES (2004a e 2004b) e CONDETEC (2004).
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