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Revista Senac Educação Ambiental - OEI

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foto: Claus Meyer / Ag. Tyba<br />

Bush e Lula:<br />

interesse<br />

comum na<br />

expansão do<br />

etanol<br />

Esses anúncios ocorreram poucas<br />

semanas depois da divulgação, em<br />

fins de novembro de 2006, do Relatório<br />

Stern, que ratificou a urgência<br />

de medidas sobre o aquecimento do<br />

planeta. Elaborado pelo economista<br />

inglês Nicholas Stern, a pedido do<br />

governo britânico, o estudo aceitou<br />

as esmagadoras provas científicas de<br />

que a mudança climática – resultante<br />

das ações humanas – é uma ameaça<br />

global à sustentabilidade da vida na<br />

Terra.<br />

O Relatório Stern afirmou também<br />

que os custos mundiais para combater<br />

as mudanças climáticas serão de<br />

aproximadamente 1% ao ano do Produto<br />

Interno Bruto (PIB) Global. Caso<br />

esses investimentos não sejam feitos<br />

imediatamente, para amenizar os<br />

estragos futuros decorrentes do aumento<br />

da temperatura, o montante<br />

gasto seria de até 20% do PIB Global<br />

anual – perspectiva posteriormente<br />

foto: Nilton Fukuda / Ag. Estado<br />

endossada no relatório do IPCC.<br />

“Em algum momento, o mundo esgotará<br />

os combustíveis derivados<br />

dos hidrocarbonetos causadores do<br />

problema. Mas se continuarmos a<br />

usá-los ´normalmente´, o mundo<br />

resultará irrecuperavelmente afetado<br />

bem antes do esgotamento desses<br />

combustíveis. (...) Se agirmos<br />

já, e colaborarmos internacionalmente,<br />

poderemos reduzir enormemente<br />

os riscos a custos moderados.<br />

Mas se permanecermos inativos<br />

por mais 10 ou 20 anos, os custos<br />

serão muito maiores, e os riscos<br />

também”, afirma o Relatório<br />

Stern.<br />

A posição no outro<br />

lado do Atlântico<br />

Na contramão da posição européia,<br />

o governo dos Estados<br />

Unidos – país responsável<br />

por mais de 25% das emissões<br />

de gás carbônico no<br />

planeta – continua irredutível<br />

na sua decisão de<br />

não ratificar Kioto, sempre<br />

alegando que isso<br />

prejudicaria a economia<br />

norte-americana. No tradicional<br />

discurso à nação, feito<br />

no Congresso americano em<br />

janeiro passado, George W.<br />

Bush reconheceu pela primeira<br />

vez que a mudança do clima global<br />

é “uma séria ameaça” e propôs<br />

uma redução de 20% no consumo<br />

de gasolina em dez anos. Mas não<br />

anunciou qualquer corte na emissão<br />

de dióxido de carbono, como<br />

vem sendo pedido pela comunidade<br />

internacional.<br />

Na prática, o máximo que se viu foi<br />

uma ofensiva diplomática junto a países<br />

que possuem programas de biocombustível,<br />

como o Brasil, que Bush<br />

visitou pela última vez em março deste<br />

ano, e onde assinou uma série de<br />

acordos de cooperação nessa área.<br />

“Por tempo demais, nosso país tem<br />

sido dependente de petróleo estrangeiro.<br />

E essa dependência nos deixa<br />

mais vulneráveis a regimes hostis e<br />

aos terroristas”, afirmou no discurso<br />

de janeiro, numa clara menção ao governo<br />

de Hugo Chávez na Venezuela,<br />

país de onde os Estados<br />

Unidos<br />

importam<br />

grande parte do petróleo<br />

que consomem.<br />

No entanto, por simples pragmatismo<br />

ou genuína consciência da gravidade<br />

dos problemas ambientais, a<br />

maioria dos 50 estados americanos,<br />

mais de 100 prefeitos de cidades importantes<br />

e dezenas de empresas<br />

transnacionais sediadas naquele país<br />

vêm adotando, voluntariamente,<br />

desde 2005, diferentes medidas de<br />

redução de emissões de gases.<br />

Alguns desses estados têm, inclusive,<br />

governadores do Partido Republicano<br />

– o mesmo de Bush –<br />

como é o caso da Califórnia, governado<br />

pelo ator Arnold Schwarzenegger,<br />

que teve seu mandato renovado<br />

nas eleições de novembro de<br />

Ano 16 • n.1 • janeiro/abril de 2007 22 <strong>Senac</strong> e Educação <strong>Ambiental</strong>

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