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Revista Senac Educação Ambiental - OEI

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através de selo, a confiabilidade dos<br />

produtos. No Brasil, o Instituto Biodinâmico<br />

de Desenvolvimento Rural<br />

(IBD), de Botucatu, São Paulo, é uma<br />

instituição cujo selo de certificação<br />

tem aceitação internacional, pela metodologia<br />

que emprega, como o<br />

acompanhamento rigoroso do cultivo<br />

e as análises dos produtos.<br />

Cosméticos, chá mate, tilápias,<br />

óleo vegetal, sucos de frutas, açúcar<br />

mascavo e café orgânicos foram<br />

algumas ofertas brasileiras<br />

na feira internacional Biofach-<br />

América, em Baltimore, nos Estados<br />

Unidos, em outubro de<br />

2006. Um dos resultados foi um<br />

contrato para distribuição de 40<br />

orgânicos brasileiros numa rede<br />

de lojas especializadas na costa<br />

oeste dos EUA, atestando o crescimento<br />

do mercado e a aceitação<br />

dos nossos produtos. A marca<br />

Jasmine exportará cookies,<br />

feijão, soja, arroz, açúcar e farinha;<br />

a Nutrimental, barra de cereais;<br />

a Renks, frutas exóticas em<br />

barras; a Ecoçucar, açúcar mascavo;<br />

a Fazenda & Casa, legumes<br />

em conserva, e a Tradeland, mel.<br />

Os japoneses, por sua vez, já bebem<br />

saquê produzido lá, mas a<br />

partir de arroz orgânico importado<br />

de pequenas propriedades do<br />

noroeste fluminense, e em breve<br />

poderão estar consumindo<br />

quantidades significativas do chá<br />

mate, que fez sucesso em recente<br />

feira realizada em Tóquio.<br />

Segundo Ming Liu, gestor do projeto<br />

OrganicsBrasil, que une produtores<br />

nacionais e agências oficiais<br />

de promoção de exportações, o<br />

campo está aberto para os brasileiros,<br />

que, por enquanto, movimentam apenas<br />

250 milhões dos 27 bilhões de<br />

dólares anuais do negócio mundial de<br />

orgânicos. “O Brasil se vende pela<br />

imagem e extensão territorial. A qualidade<br />

dos produtos, o apelo da preservação<br />

da natureza, da biodiversidade<br />

e o processo de agricultura familiar<br />

encantam os estrangeiros. A<br />

cada feira internacional ampliamos<br />

nossa participação e os negócios”,<br />

disse Ming Liu, durante a Biofach Japão,<br />

feira internacional de orgânicos<br />

realizada no final de setembro de 2006<br />

e que contou com a participação de<br />

21 países.<br />

Assim, segundo Ming, “as possibilidades<br />

de desenvolvimento são proporcionais<br />

ao que o país pode oferecer<br />

ao mercado e ao que o mercado<br />

externo tem de demanda. O Brasil é<br />

Produção orgânica:<br />

menor quantidade,<br />

maior qualidade<br />

hoje o sexto maior país com área cultivada<br />

com base orgânica, com cerca<br />

de 850 mil hectares, mas participa com<br />

menos de 1% do que o mercado<br />

mundial movimenta, que está em torno<br />

de 27 bilhões de dólares. Assim,<br />

as perspectivas de participar deste<br />

mercado vão depender da qualidade<br />

dos produtos, de como a cadeia produtiva<br />

vai conseguir agregar valor aos<br />

produtos para o mercado externo.<br />

Orgânicos não comercializam volume,<br />

não têm preços cotados em bolsas<br />

mundiais ou pregões eletrônicos,<br />

mas trabalham o conceito de qualidade<br />

dos produtos, qualidade de vida<br />

para os que trabalham neste sistema<br />

e respeito ao que é possível extrair<br />

em sua propriedade sem desgastar o<br />

meio ambiente, a terra, nem criar condições<br />

artificiais que superem o limite<br />

natural da produção”, explica o especialista<br />

paranaense.<br />

Os riscos da<br />

grande produção<br />

comercial<br />

É uma posição contrária ao<br />

do agronegócio, o qual, diante<br />

da exigência comercial<br />

de altas taxas de produtividade,<br />

incorporou como elementos<br />

das culturas agrícolas<br />

e da criação animal um<br />

sem número de compostos<br />

químicos capazes de extinguir<br />

as formas de vida que<br />

afetam o desenvolvimento<br />

das plantas ou que provocam<br />

doenças nos rebanhos.<br />

Ao lado das práticas<br />

do melhoramento de sementes<br />

e de raças animais,<br />

da mecanização e da adubação<br />

química, o aperfeiçoamento<br />

dos agrotóxicos,<br />

vacinas animais e aplicação<br />

de hormônios permitiram<br />

uma maior produtividade<br />

da agricultura e da pecuária,<br />

em prejuízo da qualidade<br />

natural.<br />

Nesses alimentos, identificam-se<br />

restos químicos que<br />

se tornam fontes potenciais de reações<br />

alérgicas, respiratórias, distúrbios<br />

hormonais, problemas neurológicos<br />

e até mesmo câncer.<br />

Maior quantidade da produção, maior<br />

segurança de alimentação para o<br />

mundo. Esta conclusão animadora,<br />

porém, está em xeque hoje em dia.<br />

Primeiro, porque o aumento da produção<br />

mundial de alimentos não garantiu<br />

o acesso a uma quantidade mínima<br />

de comida diária por parte de<br />

todos os habitantes do planeta.<br />

foto: Rodrigo Azevedo / Ag. O Globo<br />

<strong>Senac</strong> e Educação <strong>Ambiental</strong> 37 Ano 16 • n.1 • janeiro/abril de 2007

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