Revista Senac Educação Ambiental - OEI
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Produtos orgânicos ganham espaço<br />
foto: Vidal Cavalcante / Ag. Estado<br />
Produtores brasileiros<br />
conquistam mercados no<br />
exterior e ampliam também<br />
o mercado interno para<br />
alimentos sem resquícios<br />
químicos e cujos métodos<br />
de cultivo regeneram o solo<br />
e as águas<br />
Procópio Mineiro<br />
No início de outubro de 2006, a União<br />
Européia anunciou que aumentará as<br />
exigências relacionadas com a proteção<br />
sanitária e segurança dos seus<br />
consumidores, especificamente<br />
quanto aos alimentos importados pela<br />
comunidade. “A UE fará para o mercado<br />
externo as mesmas exigências<br />
que faz para o mercado doméstico”,<br />
disse o ministro Markus Kiprianou,<br />
acentuando a importância cada vez<br />
maior que os europeus estão dando a<br />
alimentos livres de hormônios, resíduos<br />
de remédios, fungicidas e inseticidas.<br />
Os europeus e orientais fazem,<br />
igualmente, sérias restrições a produtos<br />
transgênicos, em nome da segu-<br />
rança alimentar, que envolve o cuidado<br />
com a saúde da população.<br />
Esta preocupação está se tornando o<br />
padrão dos principais países importadores<br />
de produtos agropecuários,<br />
abrindo espaço para os cultivos limpos,<br />
livres de agrotóxicos e que observam<br />
normas totalmente orgânicas,<br />
aspectos que se tornaram assim poderosos<br />
argumentos comerciais.<br />
Não deixa de ser curioso que, no<br />
momento em quem se dá um auge<br />
de tecnologia aplicada à produção<br />
do campo, com a luta que se trava<br />
em torno da biotecnologia e da transgenia,<br />
se observe a expansão e valorização<br />
da tendência à agricultura<br />
totalmente limpa, em que argumentos<br />
comerciais se unem a opções<br />
ecológicas, sanitárias e até de filosofia<br />
de vida. A promessa de alta<br />
produtividade de cultivos defendidos<br />
por agrotóxicos e pelas novíssimas<br />
técnicas transgênicas esbarra<br />
agora na revalorização da produção<br />
orgânica, que tem a seu favor a ampliação<br />
de mercado e até mesmo a<br />
aceitação de preços maiores, estes<br />
resultantes da produção ainda relativamente<br />
pequena.<br />
Frutas, legumes, cereais, mel, laticínios,<br />
carnes e pescados brasileiros<br />
são os principais produtos sob vigilância<br />
sanitária européia. Para dar<br />
maior confiabilidade a essa produção<br />
exportada, o Brasil está aperfeiçoando<br />
os laboratórios encarregados de<br />
analisar a presença de resíduos tóxicos<br />
e hormônios. A desconfiança européia<br />
já suspendeu as exportações<br />
de mel brasileiro, embora nosso produto<br />
seja considerado de alta qualidade.<br />
A próxima formação de comissões<br />
técnicas permanentes euro-brasileiras,<br />
além do melhor aparelhamento<br />
de nossos laboratórios, para que<br />
tenham a mesma eficiência dos europeus,<br />
deverá facilitar em muito os<br />
negócios. Com isso, haverá valorização<br />
ainda maior da produção livre de<br />
defensivos químicos e remédios.<br />
Certificação<br />
Neste processo, uma etapa fundamental<br />
é a certificação da qualidade<br />
realmente natural da produção. Para<br />
tanto, institutos credenciados e reconhecidos<br />
acompanham a atividade<br />
dos agricultores e criadores e fazem<br />
testes de laboratório, assegurando,<br />
Ano 16 • n.1 • janeiro/abril de 2007 36 <strong>Senac</strong> e Educação <strong>Ambiental</strong>