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Revista Senac Educação Ambiental - OEI

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foto: EFE / NOAA / Ag. O Globo<br />

2006. Lá, a Comissão Estadual de<br />

Recursos Atmosféricos determinou,<br />

em 2004, que até 2016 os fabricantes<br />

de veículos passem a produzir<br />

automóveis com redução de emissões<br />

em 30%. O impacto da medida<br />

será significativo, em um estado com<br />

uma frota calculada em 23 milhões<br />

de veículos.<br />

Ainda em relação à indústria automobilística,<br />

vale lembrar que, em fins de<br />

setembro de 2006, o procurador-geral<br />

da Califórnia processou as seis<br />

maiores fabricantes de automóveis<br />

dos Estados Unidos e do Japão – incluindo<br />

General Motors, Ford e Toyota<br />

– por danos relacionados à emissão<br />

de gases causadores do<br />

efeito estufa.<br />

O<br />

O aquecimento global<br />

vai intensificar fenômenos<br />

como as secas e as<br />

enchentes na África e os<br />

furacões no Caribe<br />

processo,<br />

aberto na<br />

justiça federal americana,<br />

alega que as emissões dos veículos<br />

afetaram a saúde dos californianos,<br />

prejudicaram o meio ambiente e geraram<br />

custos de milhões de dólares<br />

ao Estado.<br />

A Califórnia costura também um<br />

acordo para limitar emissões de gases<br />

que, na prática, marca um rompimento<br />

entre Schwarzenegger e<br />

Bush. A medida permitirá que as empresas<br />

locais (refinarias de petróleo,<br />

produtores de cimento etc.) comprem<br />

créditos de carbono de empresas<br />

que poluem menos, um mecanismo<br />

adotado pelo Protocolo de<br />

Kioto (ver matéria.<br />

Essas iniciativas batem de frente com<br />

a posição do presidente Bush e vêm<br />

se juntar a críticas<br />

que começam<br />

a surgir,<br />

timidamente,<br />

dentro<br />

do próprio<br />

governo. Em<br />

10 de janeiro<br />

último, por<br />

exemplo,<br />

pela primeira<br />

vez um órgão<br />

estatal – a<br />

Administração<br />

Oceânica<br />

e Atmosférica<br />

Nacional –<br />

sustentou<br />

que o aumento<br />

das<br />

emissões de gases do efeito estufa<br />

contribui, de fato, para o aquecimento<br />

do planeta.<br />

foto: Tony Karumba / Ag. France Presse<br />

Em março último foi a vez de John<br />

Deutch, chefe da Agência Central<br />

de Inteligência (CIA) em<br />

1995 e 1996, preparar um relatório<br />

para Comissão Trilateral<br />

– que reúne lideranças<br />

empresariais e políticas da<br />

Europa, Estados Unidos e<br />

Ásia –, no qual afirmou categoricamente:<br />

“Se os Estados<br />

Unidos ou qualquer outro país<br />

da Organização para a Cooperação<br />

e o Desenvolvimento Econômico<br />

(OCDE) que seja um grande<br />

emissor de gases de efeito estufa<br />

quiser continuar a ter liderança em outras<br />

áreas, ele não pode optar por ficar<br />

fora do processo político envolvendo<br />

as mudanças climáticas”.<br />

Reforçando o coro de críticos, Eric<br />

Chivian – Nobel da Paz de 1995 –<br />

apoiou uma declaração conjunta de<br />

cientistas e líderes da comunidade<br />

evangélica dos Estados Unidos, que<br />

cobraram do presidente Bush, no início<br />

deste ano, ações concretas para<br />

atenuar o problema do aquecimento<br />

global. “O meio ambiente não é republicano,<br />

democrata, progressista ou<br />

conservador, religioso ou laico. Respiramos<br />

o mesmo ar e bebemos a<br />

mesma água”, enfatizou. Chivian, que<br />

ganhou o Nobel pelo seu trabalho na<br />

organização Médicos Internacionais<br />

para a Prevenção da Guerra Nuclear e<br />

atualmente é diretor do Centro de Estudos<br />

da Saúde e do Meio Ambiente<br />

da Universidade de Harvard.<br />

Isso para não mencionar a campanha<br />

de sensibilização sobre o problema<br />

do aquecimento global, promovida<br />

pelo ex-vice-presidente democrata Al<br />

Gore, cuja produção Uma verdade inconveniente,<br />

que trata precisamente<br />

deste tema, ganhou em março o Oscar<br />

de melhor documentário.<br />

O fato é que, em todo o mundo – seja,<br />

nas grandes metrópoles, nas suas<br />

degradadas periferias, ou no campo,<br />

nos lugares mais remotos dos países<br />

industrializados ou em desenvolvimento<br />

–, foi dada a largada para iniciativas<br />

que consigam, de fato, reduzir<br />

as emissões de carbono e, conseqüentemente,<br />

o processo de aquecimento<br />

do planeta. A maior parte delas<br />

não questiona, porém, o modelo<br />

de desenvolvimento que permitiu<br />

que a situação chegasse onde chegou,<br />

e apenas se limita a promover<br />

um “casamento” da ecologia com a<br />

economia. Se a união vai ser de longo<br />

ou curto prazo e se vai nos livrar<br />

de um passivo ambiental que não interessa<br />

a ninguém carregar nas costas,<br />

é uma outra conversa. Quem viver,<br />

verá.<br />

Claudia Guimarães<br />

Para saber mais:<br />

Ralatóriod do IPCC:<br />

www.ipccc.ch<br />

Relatório Stern:<br />

http://www.hmtreasury.gov.uk/<br />

independent_reviews/<br />

stern_review_economics_climate_change/<br />

stern_review_report.cfm<br />

<strong>Senac</strong> e Educação <strong>Ambiental</strong> 23 Ano 16 • n.1 • janeiro/abril de 2007

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