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Untitled - Cultura Digital

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- Victor Hugo, escritor e psico-ativista francês, passagem sobre a lebre e o coelho em rascunhos pessoais<br />

(arquivos da Université Paris 8).<br />

Embora este seja um compêndio, uma série de apontamentos em favor da permissividade<br />

ao uso de psicoativos, de antemão é necessário afirmar que há sim problemas relacionados ao<br />

uso destas substâncias. Estes problemas são menos críticos do que doenças cardiacas ou<br />

respiratórias, não há dúvida inclusive segundo os dados. Além disso, salientamos que as<br />

complicações advindas de vícios ou dificuldades cognitivas e emocionais são, por concenso de<br />

comunidades inteiras, resultantes de má orientação no cumprimento deste instinto. Com esta<br />

perspectiva, apontamos alguns dos benefícios mais valiosos e inequívocos dos estados mentais<br />

alterados, sejam eles resultado de contato com as artes, com meditação ou com substâncias<br />

psicoativas.<br />

Começaremos com uma análise qualitativa dos algoritmos-base de inteligência artificial (IA): Hill<br />

Climbing e SImulated Anealing. Sem a necessidade de matemática explícita ou códigos<br />

avançados, as constatações relacionadas ao uso de substâncias saltam aos olhos pois nosso<br />

sistema cognitivo possui memória e possui discernimento, ou seja atribui fitness aos eventos. De<br />

forma indolor, analisaremos o esquema básico de busca por otimização. Absolutamente central ao<br />

caso são as vantagens que perturbações (ruido) efetivamente trazem a um sistema com memória<br />

e discernimento. Como isso é vantajoso para um sistema cognitivo? Da mesma forma como é<br />

utilizado em computação pelo mundo todo para otimizar situações em que os métodos analíticos -<br />

e mesmo outros métodos também matemáticos - são inócuos ou muito custosos.<br />

Dito isso, deixamos as repetições para os que as escolherem. Partimos para constatações<br />

históricas desta notável vantagem que os psicoativos apresentam a uma pessoa comum. Grandes<br />

personalidades e também desenvolvimentos científicos impulsionados pelo uso de psicotrópicos<br />

serão citados brevemente pois são numerosos.<br />

Alguma atenção especial é merecida para os entendimentos de cunho neodarwinistas pois de<br />

fato elucidam os prós e contras, para o indivíduo e para a espécie, e em uma perspectiva racional,<br />

sobre o que foi comprovadamente benéfico. Seria uma comprovação dita científica se<br />

pudéssemos repetir o experimento. No caso especulamos evolutivamente com base em duas<br />

coisas. 1) Na constatação de que o ser humano (e até outros mamíferos) faz uso de psicoativos, a<br />

nossa evidência factual. 2) Em que evitar os mínimos locais é uma atividade melhorada com a<br />

inserção de ruído/aleatoriedade, como no caso do comportamento Simulated Anealling. Ou seja,<br />

com vistas ao uso de alteradores, apontamos a evidência de que é uma prática preservada pela<br />

evolução (i.e. benéfica para individuo ou espécie) e apresentamos um dos motivos pelos quais é<br />

benéfico. Outros possíveis mecanismos através dos quais a alteração do estado de consciência é<br />

algo bom e positivo são apontados ao final<br />

0. Indícios evolucionaistas<br />

• Presentes em diversas populações mamíferas.<br />

• Presente em quase todas as culturas humanas.<br />

• Constante da humanidade mesmo que sem ritos instituídos, infringindo leis e sem<br />

motivação transcendental ou religiosa.<br />

• Uso mais incidente em população com grande contribuição intelectual: cientístas, artistas,<br />

políticos. Isso inclui os menos favorecidos, que colaboram na transformação do estado das<br />

coisas e portanto sua contribuição intelectual é acentuada.<br />

Com este conjunto de evidências é razoável assumir que seja um instinto humano, inclusive<br />

instinto de outras espécies.<br />

Sendo evidência de que é um instinto, devem haver benefícios para a espécie como um todo ou

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