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Untitled - Cultura Digital

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O homem técnico e o esquecimento do ser<br />

Leidiane Coimbra*<br />

Na modernidade, quando o homem foi apreendido no modo de ser do sujeito, instaurou-se uma<br />

época em que a racionalidade seria a condutora do modo no qual o homem se colocaria diante do<br />

mundo. Sendo assim as ciências, as artes e a filosofia, assumem também o caráter de medida a<br />

partir do qual os entes do mundo, com os quais eles lidam são apreendidos e classificados. A<br />

frase tão repetida de Descartes “Penso, logo existo”, não quer dizer apenas a supremacia do<br />

homem em relação ao mundo. A supremacia do cogito, estabelecida a partir da racionalidade,<br />

refere-se também ao modo a partir do qual, o homem, o ente que pensa e por isso tem existência,<br />

se relaciona com os entes do mundo. Estes, por sua vez, são apreendidos como objetos, uma vez<br />

que são exteriores ao homem e não se inserem na categoria que determina a existência de algo,<br />

qual seja, a racionalidade. Enquanto modo de ser do sujeito, que tem a sua existência assegurada<br />

por algo que é inerente à ele próprio, ou seja, a razão, o homem só pode se relacionar com os<br />

entes no distanciamento da diferença, haja visto que estes, não são dotados de nenhuma<br />

racionalidade, o que os torna, nesta dicotomia, objetos distanciados do sujeito homem.<br />

Embora a determinação do homem seja determinada em nossa época num único modo de ser,<br />

ponha em risco a sua essência, ela deve ser entendida como verdade, ou seja, desvelamento de<br />

ser.<br />

A verdade em seu sentido originário significa alétheia, ou seja, des-encobrimento, des-velamento.

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